terça-feira, 31 de março de 2015

Equoterapia e Psicologia - Os ganhos da terapia com cavalos



Por  Ane Caroline Janiro – Psicóloga clínica

O termo “Equoterapia” foi criado pela ANDE-Brasil (Associação Nacional de Equoterapia, fundada em 1989) e caracteriza todas as práticas que envolvem o cavalo para a terapia, desde técnicas de equitação até outras atividades equestres, que objetivam a reabilitação e/ou educação de pessoas com deficiência ou necessidades especiais.

Conceito de Equoterapia:

Trata-se de um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas da saúde, educação e equitação, visando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais.
Praticante de Equoterapia” é o termo utilizado para se referir à pessoa quando em atividades equoterápicas. Este atua ativamente no processo terapêutico e em sua reabilitação, na medida em que interage com o cavalo.
As sessões de Equoterapia podem ser realizadas em grupo, mas todo o planejamento e acompanhamento devem ser individualizados.
É importante lembrar que a Equoterapia não exclui outras formas de terapia, ou seja, não é exclusiva, nem excludente. É complementar.

Indicações da Equoterapia:

É indicada para casos em que se objetiva a busca por benefícios biopsicossociais às pessoas com deficiências físicas e/ou com necessidades especiais, tais como:
  • Lesões neuromotoras de origem encefálica ou medular;
  • Patologias ortopédicas congênitas ou adquiridas por acidentes diversos;
  • Disfunções sensório-motoras;
  • Distúrbios (evolutivos, comportamentais, de aprendizagem, emocionais)

Qual o papel da Psicologia na Equoterapia?

A prática da Equoterapia, do ponto de vista da Psicologia, é importante por “desencadear” vários comportamentos e sentimentos, com os quais, o psicoterapeuta irá trabalhar utilizando o cavalo como agente facilitador.
Em relação ao praticante, o(a) psicólogo(a) equoterapeuta irá priorizar o trabalho emocional (envolvendo também o ser global, que são os fatores biológicos, mentais e sociais). Irá levar em conta aspectos como frustração, auto-estima, rejeição, carência afetiva, criatividade, noção de espaço (no que diz respeito à descoberta do próprio “eu” e de seu espaço no mundo) e consciência corporal.
Em relação à família, este(a) profissional trabalhará sentimentos advindos do fato de ter uma pessoa com necessidades especiais em seu convívio, como superproteção, rejeição, negação. O objetivo é sempre a melhoria da qualidade de vida para o praticante, familiares e pessoas que com eles convivem.
Em relação à equipe, o(a) psicólogo(a) traduz para os demais profissionais o padrão de funcionamento mental do praticante e as implicações e decorrências nos aspectos social, familiar e pessoal. Elabora junto à equipe também um plano de intervenção, enfatizando as emoções.


Benefícios da Equoterapia do ponto de vista Psicológico:
  • Melhora da autoestima e autoconfiança;
  • Sensação generalizada de bem estar;
  • Condições para desenvolver afetividade (vínculo);
  • Desenvolvimento psicomotor;
  • Aquisição de autonomia;
  • Estimulação da linguagem e da área sensório-perceptiva;
  • Socialização / Autocontrole;
  • Re (inserção) social.

Contraindicações para Equoterapia do ponto de vista Psicológico:
  • Medos e fobias em grau altamente acentuado;
  • Distúrbio de comportamento que acarrete risco para o praticante e para outros;
  • Forte rejeição ao cavalo;
  • Severos transtornos psiquiátricos (alucinações deliróides em alto grau).

Reconhecimento da Equoterapia:

O Conselho Federal de Medicina (CFM), em Sessão Plenária de 9 de Abril de 1997, aprovou o parecer 06/97 que diz:
  • “A Equoterapia tal como conceitua a Associação Nacional de Equoterapia – ANDE – Brasil, é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar aplicada nas áreas de saúde e educação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com necessidades especiais. Somos, portanto, pelo reconhecimento da Equoterapia como método a ser incorporado ao arsenal de métodos e técnicas direcionados aos programas de reabilitação de pessoas com necessidades especiais…”.
  • “Pela estratégia traçada pela ANDE – Brasil e dentro da legislação brasileira, há necessidade de comprovação científica, feita por profissionais brasileiros, e dentro do que prescreve a resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, que trata das normas de pesquisa envolvendo seres humanos.”
  • “Os dados levantados nas pesquisas devem ser concentrados na ANDE – Brasil que, juntamente com a Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação, encaminhará ao CFM para avaliação e posicionamento definitivo desta Casa”.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal reconhece a Equoterapia como um método educacional que favorece a alfabetização, a socialização e o desenvolvimento global dos alunos com necessidades educativas especiais.
O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, em Resolução nº 384, de 27 de março de 2008, reconhece a Equoterapia como recurso terapêutico da fisioterapia e da terapia ocupacional.

Fonte: ANDE – BRASIL (clique aqui para saber mais sobre a Equoterapia)

quinta-feira, 26 de março de 2015

Casos de autismo sobem para 1 a cada 68 crianças



Paiva Junior,
editor-chefe da Revista Autismo


Conforme pesquisa do governo dos Estados Unidos, os casos de autismo subiram para 1 em cada 68 crianças com 8 anos de idade — o equivalente a 1,47%. O número foi aferido pelo CDC (Center of Diseases Control and Prevention), do governo estadunidense — órgão próximo do que representa, no Brasil, o Ministério da Saúde. Os dados são referentes a 2010 e foram divulgados nesta quinta-feira, 27 de março de 2014.

Houve aumento de quase 30% em relação aos dados anteriores, de 2008, em que apontava para 1 caso a cada 88 crianças. Quase 60% para 2006, que era de 1 para 110. Mesmo o autismo podendo ser detectado a partir dos 2 anos de idade, a maioria das crianças foi diagnosticada após os 4 anos.

Para alertar a respeito dos números alarmantes, todo 2 de abril é comemorado o "Dia Mundial de Conscientização do Autismo" — em inglês, “World Autism Awareness Day” —, data instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas) desde 2008. O objetivo é, anualmente, conscientizar a sociedade a respeito desta complexa síndrome, para que aja mais suspeita, mais diagnóstico, mais tratamento, mais respeito e menos preconceito. Para isso iluminam-se de azul prédios e monumentos ao redor do mundo. O azul foi a cor designada para o autismo, por ter uma prevalência bem maior em meninos que em meninas — mais de 4 para 1.

Como jamais provou-se qualquer relação da prevalência maior de autismo com alguma região do planeta ou etnia, a Organização Mundial da Saúde considera os números dos Estados Unidos estimados para todo o planeta. O Brasil estima-se que tenhamos mais de 2 milhões de pessoas com autismo. No ano passado, uma lei federal foi aprovada equiparando em direitos os autistas aos deficientes, além de outros benefícios — Lei 12.764, também conhecida como “Lei Berenice Piana”.

No Brasil o Cristo Redentor (no Rio de Janeiro), a Ponte Estaiada (em São Paulo), e muitos monumentos em todo o território nacional serão iluminados de azul na data. No mundo, pode-se destacar o Empire State (nos Estados Unidos), a CN Tower (no Canadá) e muitos outros cartões-postais ao redor do planeta.

O autismo é uma complexa síndrome que afeta três importantes áreas do desenvolvimento humano: comunicação, socialização e comportamento. Ainda não se sabe a causa, nem há cura, apenas tratamento. O único consenso mundial é que quanto antes de trata, melhores são as possibilidades de maior qualidade de vida.

Informações sobre os sinais e sintomas de autismo em linguagem acessível podem ser obtidas no livro “Autismo — Não espere, aja logo!” (136 pág., editora M.Books, R$42, site: LivroAutismo.PaivaJunior.com.br) e também na gratuita Revista Autismo (site:  www.RevistaAutismo.com.br) — a única revista a respeito da síndrome na América Latina, além de ser a única no mundo em língua portuguesa.

Fonte: http://www.revistaautismo.com.br/noticias

segunda-feira, 23 de março de 2015

Mãe de Criança com autismo - Como manter a sanidade física e mental

Por Fatima de Kwant – Holanda

Um estudo feito pela Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) revelou que mães de crianças e (jovens) adultos no Espectro do Autismo experimentam um estresse crônico e comparável a soldados em combate. Elas lutam contra a fadiga e a constante interrupção de suas tarefas, para atender primeiramente às necessidades de seus filhos especiais.

A famosa psicóloga franco holandesa, Dra. Martine Delfos, define um esquema de diferenciação entre a reação masculina e a feminina diante do autismo. Segundo a cientista, o acúmulo de testosterona no nível sanguíneo masculino, impulsiona os homens à ação. Já nas mulheres (mães), o acúmulo é de adrenalina, levando-as frequentemente a externarem um comportamento passivo, o que pode vir a gerar depressão. Isso porque as mulheres têm a tendência natural (hormonal) de fazerem uso inconsciente da estratégia “nice or victim”, ou seja, ‘boazinha ou vítima”. Enquanto os homens (os provedores por natureza) geralmente optam por atitudes mais ativas - como trabalharem mais horas a fim de melhor poderem prover à família -, as mulheres, induzidas pelos hormônios do estresse, assumem a atitude passiva de internalização da dor/preocupação com esta maternidade que exige mais cuidados. Ao mesmo tempo, seus cérebros se encontram em estado hiperativo, buscando a solução para os problemas que a criança apresenta.
 
Esse comportamento feminino, frequentemente resulta em doenças de origem psicossomática. A somatização é uma doença, em si. Nesse caso específico das mães de filhos com autismo, a iminência do ‘perigo’ (autismo do filho) gera essa alteração hormonal e esta produz, em seguida, o aparecimento de vários males, para os quais não se encontra uma explicação mais coerente. 

Os órgãos femininos mais atingidos pelo acúmulo de estresse, gerado pela sensação de impotência diante do autismo e seus sintomas, são:
- Coração : taquicardia, hipertensão e arritmia cardíaca;
- Respiração alterada, atingindo: cabeça, músculos e pulmões; 

Vale a pena ressaltar que no que diz respeito à respiração alterada, as dores de cabeça, tonturas, problemas de concentração e vista nublada são bastante frequentes. Também podem surgir dores musculares, de coluna e fibromialgia, assim como cansaço, insônia, hiperventilação, burn out (esgotamento nervoso) e até, em alguns casos, EM (esclerose múltipla).
Na verdade, poucas mães estão conscientes da relação entre seus (recentes) males – ou o agravamento destes – e o autismo de seus pequenos. 
A experiência tem demonstrado que a aceitação/entendimento de tal estado é o primeiro passo para a solução dos mesmos.

Revertendo o quadro de somatização – máscara de oxigênio:

Nada muda de um dia para o outro. Um processo que demora a se instalar, também necessita de tempo para desaparecer.
Uma vez identificado por um médico que o problema não é físico, algumas sessões com um psicólogo poderiam ajudar muito a rever todo o processo do estresse. Por mais fortes e inteligentes que sejam as mamães dos autistas, depois do problema instalado, fica difícil analisá-lo, sozinhas. Mas a boa notícia é que este problema é reversível. Um acompanhamento médico, psicológico e até psiquiátrico, não seria exagero, e sim um cuidado merecido.
Na verdade, somos todas, mamães, personalidades únicas. Reagimos diferentemente a vários problemas e situações. Nosso organismo também é único, portanto, o balanço hormonal será distinto em cada uma de nós. O que absolutamente ninguém deveria contestar é a capacidade (determinação) de cada uma em assumir uma situação que todas temem. A nós, não nos foi dada uma opção. Nosso filho tem autismo… E agora? O que iremos fazer? Como iremos fazer? Seja qual for a gravidade e o desfecho do problema, vale o aviso mais simples em casos de salvamento: em caso de falta de oxigênio, coloque a máscara em si, primeiro.

Combatendo o estresse:

Como diminuir o nível de adrenalina no sangue? Como combater o estresse inevitável, mantendo-nos sadias? Dando vazão à descarga do mesmo. A melhor maneira de descarregar a adrenalina é a atividade esportiva. Correr, por exemplo, tem um efeito comprovadamente excelente no combate ao estresse, ansiedade e depressão. Trocando a adrenalina pela serotonina, o ‘hormônio da alegria’, surge a sensação de bem-estar, de força para encarar as dificuldades existentes, ou as que possam aparecer. Se correr não é opção, ande. Ande firmemente e com passo moderadamente acelerado. Tem o mesmo efeito da corrida. Dançar também é uma boa válvula de escape, assim como atividades aeróbicas e ioga. Portanto, corra, ande, dance, respire, mexa-se de alguma forma! Por maior que seja a resistência ou falta de vontade iniciais, o resultado vai ser tão compensador, que valerá a pena!
Mas não é só a prática de esportes que pode trazer energia e força de vontade.Lembremo-nos dos grupos de pais da escola, os fóruns da internet, os encontros organizados por associações de autismo, enfim, o contato com pessoas (pais), que entendem perfeitamente a situação pela qual passamos. Nem todos os pais têm esta necessidade, mas é, sem dúvida, uma excelente maneira de aliviar o estresse, dividindo lágrimas, preocupações mas muitas gargalhadas, também, com pessoas que passam ou já passaram por isso. Não podemos esquecer também do cônjuge, caso haja um. Jantar fora com o companheiro, namorar, conversar sobre os dois sem incluir o filho autista, nem que seja só por 30 minutos ao dia. Lembre-se sempre do por quê se uniram, em primeiro lugar. Apesar do desafio de serem pais de uma criança diferente, lembrem-se diariamente do que os uniu. Sejam pais, mas não deixem de ser namorados e, o mais importante: amigos. O casal são as únicas duas pessoas que conhecem seu filho como ninguém mais; as duas pessoas que amam seu filho, como ninguém mais. Estas duas devem permanecer amigas, haja o que houver.
Por último, mas não menos importante, não se esqueça de quem era antes de seu filho nascer. Não deixe de conversar com suas amigas, de ler sobre assuntos nem sempre relacionados ao autismo, de conversar com conhecidos/pais de crianças neuro típicas. Não viva sua vida (só) em função do autismo. A vida de uma mulher muda a partir do autismo, mas sua essência não. Apesar da entrada num mundo totalmente novo (autismo), não deixe o espaço que sempre habitou. Mesmo por que não existem dois mundos; existe um só, e que deve ser de união e aceitação entre todas as diferenças.

Apoio da família e amigos:

Para que seja possível colocar estas atividades em prática, conte com o apoio de amigos e familiares. Não sinta vergonha de pedir ajuda! Amigos (de verdade) ou parentes queridos irão dar uma ‘mãozinha’ quando preciso, para que a mamãe possa praticar um esporte, ler um livro, tomar um café com uma amiga, ou qualquer coisa que lhe faça bem. Em algumas situações, até uma ida ao supermercado sozinha já significa um descanso. Explique a seus amigos e familiares como é difícil cuidar de uma criança especial todos os dias e, em alguns casos, todas as horas do dia. Não tenha receio de se separar de seus filhotes por algumas horas. Tendemos a pensar que somos insubstituíveis… Bom, somos! Mas por algumas horas, a experiência da separação pode ser tão positiva para a mãe quanto para a criança, que estará saindo da zona de conforto (agarrada à mãe em todos os momentos) para acostumar-se com esse curto tempo sem a presença integral dela. Independente das dicas sugeridas acima, tente fazer pelo menos UMA atividade por dia, que lhe traga muito prazer! Pode ser o que for, mas que a faça lembrar que você é, antes de tudo, um indivíduo. De todos os papéis que assumimos na vida (mãe, filha, esposa, amiga, trabalhadora, patroa etc.) o único que não pode ser trocado é o de ser humano. E como tal, com seus direitos de sobrevivência e, por quê não, prazer em sobreviver! Se você já não precisa da máscara de oxigênio, parabéns! Se você ainda precisa, não tenha medo, muito menos vergonha de usá-la. Não será por muito tempo. Respire, e com isso, estará deixando seu filho respirar melhor também. Mãe feliz, criança feliz. E lembre-se: você é uma mãe maravilhosa, forte, guerreira e admirável. A felicidade está aí, guardada no seu coração, escondida, esperando vir à tona quando você estiver pronta. Não deixe o autismo fazer diferença neste processo! Não queira uma família normal, mas sim uma família feliz!

Fonte:

http://www.examiner.com/article/autism-moms-and-combat-solders-have-same-level-of-stress

sábado, 21 de março de 2015

Dia Internacional da Síndrome de Down II

 

 

21 de março: Dia Internacional da Síndrome de Down

Dentre os 365 dias do ano, o “21/03” foi inteligentemente escolhido porque a Síndrome de Down é uma alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome, aparece com “3” exemplares (trissomia). A ideia surgiu na Down Syndrome Internacional, na pessoa do geneticista da Universidade de Genebra, Stylianos E. Antonorakis, e foi referendada pela Organização das Nações Unidas em seu calendário oficial. 

Mais interessante ainda que a origem da data, é a sua razão de existir. Afinal, por que comemorar uma síndrome?!

Oficialmente estabelecida em 2006 e amplamente divulgada, essa data tem por finalidade dar visibilidade ao tema, reduzindo a origem do preconceito, que é a falta de informação correta. Em outras palavras, combater o “mito” que teima em transformar uma diferença num rótulo, numa sociedade cada vez mais sem tempo, sensibilidade ou paciência para o “diferente”.
A Síndrome de Down foi descoberta em 1862 pelo médico britânico John Langdon Down (que bem podia chamar-se John Up, pra colaborar…!), e apesar de ainda estarmos em situação muito distante da ideal, nesse intervalo de 153 anos muitos foram os avanços no âmbito da ciência e da sociedade, de forma especial nas últimas três décadas. Basta você observar com os casos da síndrome aparentemente “aumentaram”. Mas não. É que antigamente as crianças ou adultos com a síndrome pouco saíam de casa, infelizmente….
Por falar nisso, essa participação social é uma das questões que a celebração dessa data, já em sua 10ª edição, visa destacar: a Síndrome de Down não é uma doença, e não impede, de maneira nenhuma, que o indivíduo tenha uma vida social normal (se é que esse termo ainda faz algum sentido). E, nessa questão, já se emenda uma outra, igualmente importante: a inclusão. Felizmente, hoje em dia, isso é lei, mas muitas pessoas ainda desconhecem: criança com Síndrome de Down (ou qualquer outra dificuldade de aprendizado) tem que ser matriculada em escola regular. Isso mesmo, junto com todas as outras crianças. Essa convivência é extremamente saudável para todos, e a conduta mais eficiente para o aprendizado pedagógico – que se torna um pouco mais demorado devido àquele terceiro cromossomo, mas acontece.
Essa data visa chamar a atenção especialmente das pessoas pouco informadas sobre as capacidades das pessoas com a Síndrome de Down. Elas possuem tantas outras características quanto os demais seres humanos, ou seja, a síndrome não as define. É muito importante que todos saibam (outra tarefa do 21/03) que cada pessoa com síndrome de Down também tem gostos específicos, personalidade própria e individual, habilidades e vocações distintas entre si. Portanto, devem ser evitados os “rótulos” provocados por expressões do tipo “Ah, como ‘os Downs” são carinhosos!” ou “Eles são todos tão teimosos, não?!”… Em respeito à individualidade de qualquer ser humano, esse tipo de generalização não deve ser aplicada a nenhum grupo, nem a este, por melhor que seja a intenção de quem o faz.
Obviamente o diagnóstico genético carrega consigo algumas especificidades, como, por exemplo, a cardiopatia (problemas no coração), presente em aproximadamente 50% dos casos; às vezes problemas de audição e/ou visão; atraso no desenvolvimento intelectual e da fala, dentre alguns outros. Mas são questões pontuais e de saúde, a serem detectadas e tratadas medica e terapeuticamente, de maneira que não definem qualquer prognóstico, ou seja, ninguém jamais pode prever até onde pode chegar o desenvolvimento das pessoas com síndrome de Down – assim como das demais pessoas. Elas devem ser estimuladas a terem sonhos e projetos, crescerem, estudarem e trabalharem como qualquer ser humano, e têm todo o direito de lutar pela sua total autonomia, sem que sua condição genética represente qualquer tipo de barreira. Ou existe alguém que não possui limitações?!
Na verdade, toda convivência saudável entre amigos e familiares, colegas e sociedade, de maneira atenta a todo tipo de diversidade, é sempre muito enriquecedora. O mesmo acontece quando você tem a oportunidade de conviver com uma pessoa com a Síndrome de Down. Olhe para ela, e não para a síndrome, e você vai descobrir um ser humano tão incrível quanto você.
Por Luciana Bettiol, Ativadora da Rede do Movimento Down

Fonte:  http://www.movimentodown.org.br/2015/03/21-de-marco-dia-internacional-da-sindrome-de-down/

segunda-feira, 16 de março de 2015

Dia Internacional da Síndrome de Down I


Mais uma celebração do Dia Internacional da Síndrome de Down!
O Flamengo e o Vasco jogarão no próximo domingo dia 22/3/15 no Maracanã, e farão uma homenagem ao Dia Internacional da síndrome de Down.
40 crianças e jovens com síndrome de Down vão entrar em campo com os jogadores do Flamengo e Vasco.
Ainda restam 20 vagas.
Gostaria de levar seu filho? Basta responder com dados:
Nome completo da criança/jovem:
Idade:
nome responsável:
telefones contato:
- o jogo será às 18h, mas a chegada deve ser às 17h no Portão 02 do Maracanã.
-Será disponibilizada 01 camisa de um dos times para a criança ou jovem e credencial para 01 pais/responsável que queiram levar os filhos e assistir ao jogo.
- A criança ou jovem deve ir de bermuda e tênis
aguarde a confirmação da organização.

Fonte:  https://www.facebook.com/MovimentoDown

quarta-feira, 11 de março de 2015

Ministra Ideli destaca aprovação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência

05/03/2015 A ministra da Secretara de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, classificou como um avanço importante a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, aprovada nesta quinta-feira (05) no Plenário da Câmara dos Deputados, que amplia diversos direitos dessa população em áreas como saúde, educação, mercado de trabalho, esporte e lazer. “A aprovação da Lei Brasileira de Inclusão da pessoa com Deficiência, que ocorreu após 15 anos de tramitação no Congresso Nacional, é uma vitória para promoção e defesa dos Direitos Humanos no Brasil. Essa Lei é resultado de uma ampla discussão com os movimentos e organizações da sociedade civil. Além disso, está em consonância com a Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência”, afirmou a ministra. Após a aprovação na Câmara, o texto segue para análise no Senado. Entre outras medidas, o projeto define o que é considerado deficiência e prevê atendimento prioritário em órgãos públicos para as pessoas com deficiência, além de dar ênfase nas políticas públicas.

Assessoria de Comunicação Social

www.sdh.gov.br

https://www.facebook.com/direitoshumanosbrasil

Fonte: http://www.sdh.gov.br/noticias/2015/marco/ministra-ideli-destaca-aprovacao-da-lei-brasileira-de-inclusao-da-pessoa-com-deficiencia

segunda-feira, 9 de março de 2015

Síndrome de Asperger

Síndrome de Asperger (transtorno de Asperger ou Desordem de Asperger) é um síndrome que está relacionado com o autismo. Síndrome de Asperger diferencia-se do autismo por não comportar nenhum atraso ou atraso global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem.

Síndrome de Asperger

O termo síndrome de Asperger foi utilizado pela primeira vez por Lorna Wing em 1981 num jornal médico, que pretendia desta forma honrar Hans Asperger, um psiquiatra e pediatra austríaco cujo trabalho não foi reconhecido internacionalmente até a década de 1990.

Síndrome de Asperger – Características

Estas são algumas das características do portadores de Síndrome de Asperger:
• Interesses específicos ou preocupações com um tema em detrimento de outras actividades;
• Rituais ou comportamentos repetitivos;
• Peculiaridades na fala e na linguagem;
• Padrões de pensamento lógico/técnico extensivo (às vezes comparado com os traços de personalidade do personagem Spock de Jornada nas Estrelas);
• Comportamento socialmente e emocionalmente impróprio e problemas de interacção inter pessoal;
• Problemas com comunicação não-verbal;
• Transtornos motores, movimentos desajeitados e descoordenados.

Síndrome de Asperger – Sinais de Alerta

Dificuldade em ler as mensagens sociais e emocionais dos olhares – portadores de Síndrome de Asperger geralmente não olham nos olhos, e quando olham, não os conseguem “ler”.
Interpretar literalmente – indivíduos com Síndrome de Asperger têm dificuldade em interpretar coloquialismos, ironia, gírias, sarcasmo e metáforas.
Ser considerado rude e ofensivo – propensos a um comportamento egocêntrico, os Aspergers não captam indirectas e sinais de alertas de que seu comportamento é inadequado à situação social.
Honestidade - portadores de Asperger são geralmente considerados “honestos demais” e têm dificuldade em enganar ou mentir, mesmo às custas de magoar alguém.
Percepção de erros sociais – à medida que os Aspergers amadurecem e se tornam cientes de sua “cegueira emocional”, começam a temer cometer novos erros no comportamento social, e a autocrítica em relação a isso pode crescer a ponto de se tornar numa fobia.
Paranóia – por causa da “cegueira emocional”, pessoas com SA têm problemas para distinguir a diferença entre as atitudes deliberadas ou casuais dos outros, o que por sua vez pode gerar uma paranóia.
Lidar com conflitos – ser incapaz de entender outros pontos de vista pode levar a inflexibilidade e a uma incapacidade de negociar soluções de conflitos. Uma vez que o conflito se resolva, o remorso pode não ser evidente.
Consciência de magoar os outros – uma falta de empatia em geral leva a comportamentos ofensivos ou insensíveis não-intencionais.
Consolar os outros – como carecem de intuição sobre os sentimentos alheios, pessoas com Síndrome de Asperger têm pouca noção sobre como consolar alguém.
Reconhecer sinais de enfado – a incapacidade de entender os interesses alheios pode levar Aspergers a serem bastante desatentos e geralmente não percebem quando o seu interlocutor está entediado ou desinteressado.
Introspecção e auto-consciência – os indivíduos com Síndrome de Asperger têm dificuldade de entender os seus próprios sentimentos ou o seu impacto nos sentimentos alheios.
Vestuário e higiene pessoal – pessoas com Síndrome de Asperger tendem a ser menos afectadas pela pressão dos semelhantes do que outras. Como resultado, geralmente fazem tudo da maneira que acham mais confortável, sem se importar com a opinião alheia. Isto é válido principalmente em relação à forma como se vestem e aos cuidados com a própria aparência.
Amor e rancor – como os Aspergers reagem mais pragmaticamente do que emocionalmente, as suas expressões de afecto e rancor são em geral curtas e fracas.
Compreensão de embaraço e passo em falso – apesar do fato de pessoas com SA terem compreensão intelectual de constrangimento e gafes, são incapazes de aplicar estes conceitos no nível emocional.
Lidar com críticas – pessoas com Síndrome de Asperger sentem-se forçosamente compelidas a corrigir erros, mesmo quando são cometidos por pessoas em posição de autoridade, como um professor ou um chefe. Por isto, podem parecer imprudentemente ofensivos.
Velocidade e qualidade do processamento das relações sociais – como respondem às interacções sociais com a razão e não com a intuição, os portadores de Síndrome de Asperger tendem a processar informações de relacionamento muito mais lentamente do que o normal, levando a pausas ou demoras desproporcionais e incómodas.
Exaustão – quando um indivíduo com Síndrome de Asperger começa a entender o processo de abstracção, precisa treinar um esforço deliberado e repetitivo para processar informações de outra maneira. Isto muito frequentemente leva a exaustão mental.


Fonte:  http://educamais.com/sindrome-de-asperger/

quarta-feira, 4 de março de 2015

Fim de convênio afeta tratamento de crianças carentes com autismo



03/03/2015 02h00
Um dos maiores centros de assistência a crianças e adolescentes com autismo em São Paulo vai deixar de atender 110 pacientes carentes.
Um convênio que vigorava havia seis anos do CPA (Centro Pró-Autista) com a Secretaria da Saúde do Estado da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) foi rompido no mês passado por falta de acordo entre as partes.
As famílias afetadas já foram avisadas pela instituição sobre a descontinuidade dos tratamentos –que envolvem fonoaudiologia, musicoterapia, educação física, atendimento psicológico e outras terapias. Agora, terão de buscar assistência em centros públicos de saúde mental.
A quebra da rotina de tratamentos de uma criança com autismo, de acordo com especialistas, pode provocar retrocesso nas conquistas de meses de terapias.
A entidade alega que está há quatro anos deficitária devido aos custos dos pacientes atendidos pelo convênio e que a situação vinha gerando uma bola de neve financeira.
"A maior parte das crianças recebe atendimentos diários. Temos 32 técnicos de várias áreas e outros profissionais envolvidos. O valor repassado pelo Estado é de R$ 800 mensais por aluno, mas nosso custo é de R$ 1.500. Não há como manter essa situação. A instituição é filantrópica", diz Wanderley Domingues, presidente do CPA.
Uma resolução técnica da secretaria, de 2013, também criou obstáculo para a continuidade do acordo: o CPA teria de contar com enfermeiros e fisioterapeutas, o que, segundo a instituição, encarece a folha salarial em R$ 20 mil.
O governo diz que o rompimento do convênio partiu do CPA por não aceitar as condições e que há vagas para os pacientes em outros serviços.
Parte das famílias que vão perder a assistência de seus filhos, a partir de abril, está se mobilizando para entrar na Justiça pedindo que o Estado reestabeleça o convênio.
"O CPA, além de ajudar meu filho, me capacita a ser a mãe que ele tanto precisa. Assisti avanços durante o tratamento que outros julgaram impossíveis", diz Aline Marques, mãe de Caio, 3, que frequenta o centro há quase um ano.
"A incerteza de tratamento adequado nos assombra. De janeiro pra cá [quando pais foram avisados da crise], sinto que o estou perdendo. Tudo pelo que lutamos tanto está se deteriorando", afirma.
Os pais alegam que não irão encontrar em centros públicos de atendimento a mesma qualidade e os resultados do centro especializado.
OUTRO LADO
A Secretaria da Saúde disse, em nota, que o rompimento do convênio partiu do CPA por não aceitar as "novas metodologias de atendimento" estabelecidas em julho de 2013.
Segundo a pasta, elas preveem "atendimento mais humanizado", com equipes multiprofissionais". Ainda segundo a secretaria, as demais instituições conveniadas "se adequaram às novas metodologias".
O órgão afirmou ser "falsa" a informação de que os valores são insuficientes para as despesas.
Segundo a secretaria, há vagas para os pacientes em serviços de saúde mental.
Até o final de março, as crianças vão continuar no CPA por uma decisão liminar conseguida pela secretaria na Justiça.

Fonte:  http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/03/1597237-fim-de-convenio-afeta-tratamento-de-criancas-carentes-com-autismo