sexta-feira, 30 de junho de 2017

Campanha quer levar primeiro grupo de dançarinos profissionais Down para um dos maiores festivais do mundo


Você conhece a ONG Instituto Movimentarte?

Ela tem um trabalho incrível que usa a dança como ferramenta de transformação social com os portadores de síndrome de Down.

Eles acreditam que através do empoderamento da pessoa com deficiência, é possível uma transformação de olhares e quebra de barreiras.


O objetivo do trabalho é potencializar o  o desenvolvimento das pessoas com deficiência, através das aulas de dança.

A criatividade, habilidade motora, imagem e consciência corporal, desenvolvimento cognitivo, expressividade são habilidades desenvolvidas para que as pessoas com deficiência possuam mais empoderamento e autonomia do próprio corpo. A partir de estudos corporais, os alunos vivem o aprimoramento da consciência corporal e o equilíbrio mental.



Junto com esse projeto incrível, eles lançaram uma campanha de Crowdfunding Global para levar 5 alunos do primeiro grupo profissional de dança com bailarinos com Síndrome de Down para um dos maiores Festivais de Dança do Mundo, o ImpulsTanz na Áustria, onde a diretora do Instituto, Flora Bitancourt, também ministrará um workshop.




Através de uma parceria com a Red Bull, eles já conseguiram a hospedagem, mas ainda falta muito para que esse sonho vire realidade.

A boa notícia é que todos podemos contribuir para que esses 5 alunos possam realizar um de seus maiores desejos.


O valor da passagem mais barata está R$ 6.000,00 por pessoa. Portanto, eles farão o financiamento por metas:

A cada R$ 6.000,00 arrecadados, conseguirão levar 01 pessoa.

Qualquer contribuição faz a diferença! Há vários benefícios para os apoiadores, como o Kit Gratidão e o Kit Adesivos (saiba o que é aqui).

Que tal fazer parte desse sonho também? É só clicar aqui e ajudar ou mandar um e-mail para contato@movimentarte.com



Fonte: Razões para Acreditar
Fotos: Divulgação/ Reprodução Facebook

quarta-feira, 28 de junho de 2017

De ciências e diferenças: não sabemos respeitar pessoas que não sejam exatamente iguais

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Cerca de 15% da população mundial têm algum grau de limitação funcional. Parte dessa grande minoria ainda enfrenta discriminação, invisibilidade e está isolada da convivência social. Não por desejo delas, já que a funcionalidade das pessoas, em um mundo com recursos tecnológicos para compensar as situações limitantes, não é impeditiva de convivência.

“Não vivemos o tempo das cavernas para eliminar pessoas com deficiência. Mas essas pessoas ainda vivem segregadas”, afirmou a professora de medicina UFRJ Izabel Maria Maior, exsecretária nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, durante o Café Filosófico sobre “Deficiências e diferenças”. Foi o terceiro encontro da série “O valor das diferenças em um mundo compartilhado”, que teve a curadoria de Benilton Bezerra Jr.

“O ser-humano tem a capacidade de se reinventar. Mas o desconhecimento do outro é um traçoforte. Somos ainda muito resistentes a mudanças. Achamos que pessoas merecem rótulos, e muitos deles as inferiorizam”, disse a palestrante.

Em sua fala, ela questionou como podemos desconstruir os problemas relacionados ao estigma. “O estigma que leva à não-aceitação do outro como ele é. Não sabemos respeitar pessoas que não sejam exatamente iguais. Mas iguais a quê? Alguém, por acaso, se veste igual?”, questionou. Segundo ela, a associação entre deficiência e a doença faz com que a pessoa portadora de necessidades especiais fique presa, muitas vezes, no âmbito da saúde e da reabilitação. “Mas só reabilitação não é suficiente para ressocialização. É preciso entender a diferença entre o aspecto biológico e social da deficiência.”

“A pessoa precisa provar o tempo todo que ela é capaz de se sobrepor ao rótulo e provar a todos. É o famoso ‘matar um leão por dia’”, afirmou. “A mídia não tem sido uma força motriz para a luta das pessoas com deficiência. Segue falando ‘o deficiente’, por exemplo, e ainda investe no sensacionalismo: se não tem superação, não tem notícia.”

Esse imperativo de superação, afirmou, cria um desequilíbrio: é a pessoa com deficiência que deve se adaptar à sociedade, e não o contrario. “É uma relação de desequilíbrio que diz: mude você se quiser ser normal.”

Ela criticou também programas ao estilo Teleton que expõe crianças chorando para “amealhar a nossa simpatia”. “É importante colaborar, mas a exploração da imagem das pessoas com deficiência, sobretudo crianças, não é positiva.”

Para que a sociedade mude, no entanto, é preciso admitir que somos discriminadores, sobretudo em relação a pessoas com deficiência, que transitam em outros de minorias. “Eu, por exemplo, sou uma pessoa com deficiência, mulher, na terceira idade.”

A ex-secretária afirmou que nas regiões mais pobres do mundo a visibilidade das pessoas com deficiência é quase inexistente. É como se não existissem. Em países como Canadá ou a Espanha, por exemplo, temos a impressão de que há mais pessoas com deficiência. A diferença, disse, é que eles saem de casa: as cidades são adaptadas a eles, e não o contrário.

“Em Barcelona não me senti uma pessoa com deficiência. Não precisei me preocupar com restaurantes e ônibus adaptados”, disse.

Para a professora, inclusão tem a ver com direito social. Que tem a ver com a plataforma de direitos humanos. “Muitas unidades de saúde ignoram as necessidades de mulheres com deficiência. Como fazer mamografia, por exemplo?”, exemplificou. “Só vamos continuar na linha do desenvolvimento social quando entendermos que todos têm contribuições a dar com sua maneira de ver o mundo. O saber de todos colabora para o desenvolvimento e a qualidade de vida de todas as pessoas.”

Sobre a questão das cotas, ela afirmou que ela só existe porque existe discriminação. A maior barreira, porém, é o mercado de trabalho. “Quando se fala em cota, não significa que a pessoa vai passar com qualquer nota. A entrevista (de empego) ainda é a prova de que a discriminação existe. A lei de cotas é uma maneira de contornar isso.”

Quando há investimentos públicos, afirmou, podemos fazer com que as pessoas com deficiência apareçam. “Arquitetos e engenheiros que não sabem o que é desenho universal são obsoletos. Médicos também precisam saber como informar as famílias de que a criança recém-nascida ou a pessoa acidentada terá limitações.”

Maria Maior criticou também os limites de resultados práticos da Lei de Inclusão. “É preciso fiscalizar a sua aplicação.”

Fonte: institutocpfl.org.br via deficienteciente.com.br

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Homem com lábio leporino adota criança com a mesma condição congênita e comove a internet


Brian Pierce sentiu uma conexão instantânea com um bebê  na China, quando viu sua foto de adoção.

“Nós (ele e sua mulher) abrimos seu perfil e vimos aquele belo rosto olhando para nós. Nós queríamos pegá-la então e segurá-la, mas ela estava do outro lado do mundo “, diz Brian.

Ela tinha lábios leporinos, assim como ele quando criança.

Ele prometeu melhorar sua vida, como os  seus pais tinham feito por ele. Então, Brian e sua mulher, a adotaram e lhe deram o nome de Hattie.

Ele também a levou para a Children’s Healthcare of Atlanta – o mesmo hospital onde ele teve suas cirurgias quando ele era um menino.

“Eu sabia que eu poderia ajudar “, ele escreveu em uma postagem de blog para o hospital. “Eu não poderia evitar que ela tivesse que passar por isso, mas eu poderia estar lá por ela e poderia dizer: ‘Papai passou por isso também. E aqui estou, sorrindo para você, provando que tudo acaba bem no final’ “, acrescentou.

Quando chegou a hora da cirurgia de Hattie, Brian lembrou de quando era criança, mas desta vez, estava no lugar de pai.

“Ela estava sendo levada para a sala de operações em vez de mim. Eu estava dormindo no sofá à noite em vez de meu pai”, disse.

Após duas cirurgias, e possivelmente mais no futuro, Hattie, agora com 4 anos de idade, é uma “garota confiante e feliz”.

“Todo mundo que conhece ela se apaixona por ela”, disse Brian. “Todas as outras crianças gostam de brincar com ela”.

A mãe de Hattie confidenciou : “Ela sorri com os olhos dela”, o mesmo que ela havia dito a Brian no segundo encontro.

Que fofo, não?




Fonte: Razões para Acreditar

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Primeiro parque aquático para deficientes tem cadeiras de rodas impermeáveis e entrada gratuita


Já imaginou um parque aquático planejado especialmente para crianças com algum tipo de deficiência?

Bom, essa ideia maravilhosa já é realidade!

O parque se chama “Morgan’s Inspiration Island” e se localiza em San Antonio, no Texas, Estados Unidos. Ele faz parte do complexo Morgan’s Wonderland, já existente na mesma cidade. Inaugurado no último sábado, dia 17, é o primeiro parque do mundo dedicado exclusivamente para deficientes.

O parque aquático ocupa uma área de 32 mil metros quadrados, e entre as atrações estão cinco áreas com brinquedos, escorregas e um passeio de barco por um rio com tema tropical.

O local também oferece pulseiras rastreáveis ​​que permitem que os pais localizem seus filhos e cadeiras de rodas a prova d’água e impermeáveis, que podem ser alugadas gratuitamente.

Também foi construído um farol de sete andares para as crianças brincarem e uma área chamada “Rainbow Reef”, que possui um sistema de aquecimento da água para visitantes com sensibilidade ao frio.

O dono do parque, Gordon Hartman, criador da Fundação The Gordon Hartman Family, explicou que profissionais de parques aquáticos, especialistas em educação e necessidades especiais, médicos, pais, professores, terapeutas de necessidades especiais e cuidadores foram consultados para que o projeto se realizasse da melhor forma.

A inspiração para o parque veio da filha de Hartman, Morgan, que possui necessidades especiais. Em 2005, Gordon observou Morgan tentar brincar com outras crianças que também estavam de férias na piscina de um hotel, mas elas se recusaram a interagir com ela. Depois disso, Gordon resolveu criar oportunidades e lugares onde pessoas com e sem deficiência poderiam se unir não só por diversão, mas também para poderem terem uma melhor compreensão uns dos outros.

O parque também oferece áreas privadas para os hóspedes se transferirem de suas cadeiras de rodas pessoais para as impermeáveis. Pessoas com deficiências podem entrar gratuitamente no parque, e precisam fazer as reservas online.

“O parque promete dar aos indivíduos com necessidades especiais físicas ou cognitivas um lugar onde possam se divertir e brincar sem barreiras”, disse Gordon. “Não é um parque de necessidades especiais, é um parque de inclusão.”








Fonte: Razões para Acreditar via Bored Panda

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Garoto de 10 anos escreve poema poderoso sobre como é viver com Síndrome de Asperger

A Síndrome de Asperger é um tipo de transtorno psicológico do espectro do autismo, e quem tem a desordem costuma apresentar comportamento repetitivo e interesses restritos, além de dificuldades de interação social e comunicação. Esses dois últimos pontos complicam a relação entre filhos e pais, que não conseguem saber o que as crianças estão sentindo.

Benjamin Giroux, um menino norte-americano de 10 anos, diagnosticado com Asperger, escreveu um belo poema que ajudou sua família a entender melhor o que passa em sua cabeça. A tarefa foi parte de uma lição escolar, em que as duas primeiras palavras de cada verso foram passadas pela professora.

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O bonito texto emocionou seus pais, que decidiram passar o poema adiante para que mais familiares que lidam com o transtorno pudessem lê-lo. A Associação Norte-Americana do Autismo compartilhou o conteúdo no Facebook, e mais de 35 mil pessoas curtiram.

Segundo Sonny, pai do garoto, ele e a esposa choraram ao ler o poema. “Ficamos ao mesmo tempo orgulhosos e tristes por saber que ele se sente desse jeito”. Leia o texto na imagem ou na tradução abaixo e entenda por que…

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“Sou estranho, sou novo

Me pergunto se você também é.

Ouço vozes no ar

Percebo que você não, e isso não é justo.

Queria não me sentir triste.

Sou estranho, sou novo,

Finjo que você também é.

Me sinto como um garoto no espaço sideral

Toco as estrelas e me sinto fora do lugar.

Me preocupo com o que os outros podem pensar

Choro quando as pessoas riem, me faz encolher.

Sou estranho, sou novo

E agora entendo que você também é.

Digo que me sinto como um náufrago

Sonho com um dia em que isso seja OK.

Tento me encaixar

Espero que um dia consiga

Sou estranho, sou novo.”


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Todas as fotos © Sonny Giroux
Fonte: Hypeness

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Dicas de festas juninas para crianças com autismo

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Junho significa fogueira, bandeirinhas, dançar quadrilha, pé de moleque, pipoca, bombinhas, fogos de artifícios e roupas de caipira.

A maioria dos pais de crianças com autismo adorariam ver seus filhos participando da quadrilha da escola e da Festa Junina. No entanto, sabemos que para essas crianças muitos obstáculos podem aparecer e impedir que este momento seja feliz e livre de problemas.

Devemos considerar que as crianças com autismo e outros transtornos podem apresentar sensibilidade a certos estímulos, como texturas, cores, cheiros, ruídos altos, os quais tornam difícil tanto vestir a roupa de caipira, quanto participar da Festa Junina.

Veja algumas dicas para tornar esta festa uma experiência gostosa e sem dificuldades para as crianças com autismo e seus pais:

○ Colocar a roupa de caipira dias antes da festa. Certifique-se de que seu filho se sinta bem com a textura da roupa. Caso a criança fique incomodada com a fantasia, improvise usando camisa xadrez e calça ou saia jeans. Treine antes, também, colocar a maquiagem e o chapéu. Deixe seu filho usar a roupa de caipira em casa para se acostumar bem antes do dia especial. Caso o seu filho não tolere permanecer com o chapéu na cabeça ou prender o cabelo, não insista!

○ Praticar em casa a dança ou quadrilha. Coloque a música e treine com seu filho os passos da dança. Caso a criança tenha acompanhante terapêutico (A.T.), combine com a equipe da escola como será no dia. Ajustes podem ser feitos para melhor adequar a situação para a criança. Por exemplo, a criança ficará com a A.T. desde o início da festa para evitar recusa na hora da dança, ou é melhor ficar com os pais até a hora da dança?

○ Mostrar imagens sobre a festa junina e o que irá acontecer no dia pode ser muito útil. Peça para a equipe da escola tirar fotos da criança ensaiando a dança. Monte uma história com as imagens descrevendo o que irá acontecer no dia da Festa Junina. Lembre-se de explicar na história que a criança irá para escola no dia da festa não para estudar, mas para dançar, brincar nas barraquinhas e comer várias coisas gostosas. Por isso, ela não irá usar uniforme. Mudanças na rotina podem ser complicadas. As crianças podem não entender porque estão indo para a escola no final de semana e sem uniforme. O aglomerado de gente pode ser difícil para a criança e comportamentos inadequados podem ocorrer em decorrência da mudança da rotina.

○ Assistir vídeos de fogos de artifícios. O barulho alto pode ser um estímulo aversivo para algumas crianças. Se este for o caso, inicie com o vídeo em volume baixo e, aumente gradualmente o volume à medida que a criança for aceitando o ruído dos fogos. Treine também, as bombinhas (estalinhos). Explique para a criança que a bombinha é apenas um barulho alto, mas que não machuca.

○ Não há problema em ficar em casa. Se você achar que o seu filho não vai aproveitar a Festa Junina, você pode fazer a sua própria festa. Decore a sala com bandeirinhas, faça pipoca e dance ao ritmo da música caipira.

A Festa Junina deve ser um momento divertido para toda a família! Por isso, sempre que necessário, considere as alternativas para o seu conforto e do seu filho.

Fonte: StimulusABA

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Síndrome de Down: “É difícil? Sim, é difícil. Mas vejo muitas possibilidades”

Conheça a história de Danieli Hernandes, 46 anos, mãe da Sophia, 4


Sophia com os pais (Foto: Acervo pessoal)
Sophia com os pais (Foto: Acervo pessoal)

“Aos 36 anos, fiz uma cirurgia de redução de estômago para emagrecer. Depois disso, minha menstruação nunca mais foi regular. Eu queria ter um filho. Com 42, fiz um teste de fertilidade e deu menos de 9% de chance de ser mãe naturalmente, mas eu engravidei. Percebi que minha menstruação não vinha e comentei com o meu marido. Ele colocou a mão na minha barriga, olhou para mim e disse: ‘Será?’. Naquele momento, senti uma emoção. Decidi fazer o exame de sangue para saber. Deu positivo. Era época de Páscoa e eu dei o exame para o meu marido junto com um ovo de chocolate. Quando ele viu o papel, ficou olhando sem acreditar. Ele anda com esse resultado positivo no bolso até hoje.

No dia do ultrassom morfológico, o médico que estava me examinando me disse assim: ‘Na Espanha, nesse momento, a gente recomendaria um aborto’. Eu não entendi aquilo e perguntei:  ‘O que o senhor está falando?’. Ele respondeu que minha bebê tinha 70% de chances de ter síndrome de Down. O médico falou que, se eu quisesse, poderia agendar um aborto e que ele indicaria o lugar para fazer. Eu chorei e gritei muito. Quando entrei no carro para ir embora, percebi que o meu nervosismo poderia estar prejudicando a minha filha e comecei a falar com ela. Eu dizia: ‘Sohpia, está tudo bem, a mamãe só está triste, mas está tudo bem.’

Contei para a minha obstetra o que tinha acontecido e ela disse que, se eu quisesse ter certeza mesmo da síndrome, poderia fazer um exame de cariótipo. Eu fiz. É um procedimento invasivo. Eles colocaram uma agulha na minha barriga e retiraram um pouco de líquido amniótico. O resultado saiu pela internet e acusou a síndrome de Down.

Quando li aquilo, liguei para o meu marido – que na época ainda era meu noivo – e falei: ‘Nossa filha tem síndrome de Down. A gente vai ter a Sophia, né?’ e ele disse:  ‘Claro que vamos’. Eu chorei muito durante um final de semana. Não sabíamos o que ia acontecer. Mas resolvi procurar saber mais sobre a síndrome. Fui a uma geneticista e passei por uma consulta que durou três horas para tirar minhas dúvidas.

Sophia, 4 anos (Foto: acervo pessoal)
Sophia, 4 anos (Foto: acervo pessoal)

A Sophia nasceu prematura, com 1,6 kg e 42 cm. Com poucos dias de vida, ela pegou bronquiolite e ficou internada. Por isso, começamos com as terapias um pouco tarde. É preciso propiciar os estímulos adequados para a criança se desenvolver. O meu convênio médico não estava liberando as sessões de fisioterapia e terapia ocupacional – e ela precisava fazer toda semana. Eu liguei no convênio, reclamei. Liguei na ANS, registrei o problema. Em três dias, consegui a liberação para as terapias.

Muitas famílias não têm informação, sentem vergonha e escondem as crianças com síndrome de Down. Eu e meu marido sempre saímos com ela para todos os lugares. Nós somos conrinthianos fanáticos e a Sophia até foi batizada no Parque São Jorge. A gente mostra nossa filha à sociedade.

Sophia na escola (Foto: acervo pessoal)
Sophia na escola (Foto: acervo pessoal)

Quando comecei a procurar escolas – visitei oito no total –, cheguei a ouvir que minha filha daria muito trabalho. Mas encontrei uma escola inclusiva e ela estuda lá desde um ano e meio de vida. Tem aulas de inglês, educação física, capoeira. Ela vai aos passeios escolares e até já desceu sozinha de tirolesa em um deles! A Sophia hoje faz tudo. Na escola, me disseram que ela está se desenvolvendo bem, como qualquer criança da idade dela. Minha filha já sabe fazer o S do nome dela e conta até 40.

Eu criei um site chamado Minha Down é Up! para informar as mães, os pais e a sociedade sobre a síndrome de Down. Ele é totalmente colaborativo, porque não temos recursos para investir. Têm pessoas da área de saúde que escrevem gratuitamente para o site. Também estamos fazendo eventos e encontros gratuitos para as famílias, com palestras para instruir. Em abril organizamos a 1ª edição da Caminhada Down, em Guarulhos (SP). Reunimos as famílias para percorrer 2 km. Havia palhaços, aula de dança e música para entreter as crianças. A ideia é promover inclusão e chamar a atenção das pessoas para o assunto. Temos que nos mobilizar para isso.

A sociedade deve entender que se trata de uma condição genética e não de uma doença. Não gosto que nos olhem com dó. Qualquer mãe enfrenta algum tipo de dificuldade. A minha filha só dá um pouco mais de trabalho. É difícil? Sim, é difícil. Mas vejo muitas possibilidades. Se depender de mim, ela vai ter formação acadêmica. Eu a imagino como uma pessoa independente no futuro. A Sophia me mudou completamente. É o meu tesouro. Tenho muito orgulho dela"

Fonte: Revista Crescer

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Sobre autistas leves e pais “míopes”


Frequentemente, recebo mensagens de mães me perguntando sobre qual o grau de autismo do Bernardo. Minha resposta é: “Não sei, ainda é cedo para falar” (ele tem quatro anos e meio). Apesar de avaliar que, pelo fato de responder muito bem às intervenções desde cedo, meu filho tem um excelente prognóstico, sou realista o suficiente para imaginar que se o grau de autismo dele fosse tão leve quanto eu gostaria, minhas suspeitas provavelmente iriam ter início quando ele já estivesse mais velho e não com um ano e meio de idade, como aconteceu. Uma criança que já se destoa de seus pares desde um ano de idade tem sim uma chance real de se tornar autista severa quando chegar à fase adulta e essa possibilidade deve ser considerada pelos pais. Não estou dizendo que isso é uma sentença, mas que é uma dentre as várias possibilidades que existem.

Sobre essa questão, percebo que o tal “autismo leve” é extremamente superestimado pelos pais. Infelizmente, nos grupos, esse discurso é comum e muitos pais reforçam a todo o tempo que o filho é autista leve, e alguns quase batem no  peito para se gabar disso perante os outros. Muitas conversas começam com “meu filho também tem autismo, mas ele é leve… Ele tem apenas um ano, mas sei que o grau é leve.”

Talvez, se agarrar à palavra “leve” torne a situação mais fácil de ser digerida pelos responsáveis, mas em alguns casos estes estão realmente equivocados e, quando isso é dito a eles, pode haver muito mal estar. Em certa ocasião, uma colega afirmava que o filho de dois anos era “autista leve” e eu disse que, para mim, até que se prove o contrário, é impossível prever isso tão cedo, tendo em vista que o que irá determinar o grau do transtorno é a resposta da criança às terapias. Honestamente, não consigo pensar em como mensurar isso aos dois anos.  Nem preciso dizer que minha colocação não foi bem recebida e a pessoa passou a me evitar. Paciência.

Mas, por qual razão tal discurso me incomoda? Podem ter certeza que não sou sádica e não tenho prazer em dizer a algum dos pais algo no sentido de “meu querido, isso não está me parecendo nada leve”. Na verdade, nem costumo me dar esse trabalho, só quando alguém me pergunta diretamente, e aí dou uma resposta honesta.  Meu incômodo vem é da vontade de saber de onde vem o fato de a maioria esmagadora dos pais de crianças com autismo avaliar que seus filhos são “autistas bem leves”, mesmo quando os atrasos são muito gritantes e evidentes. Isso se deve, em sua maioria, a um mecanismo de defesa (e quase uma negação da condição real do filho) por parte dos pais, ou de uma falha dos profissionais no momento de abordar o assunto?

Em um dos meus primeiros textos, falei sobre isso e sobre a postura do psiquiatra do Bernardo, que avalio como muito ética. Consultório não é lugar de falar o que os pais querem ouvir para estes saírem de lá felizes, achando o profissional um “fofo”, mas muitas vezes sem ter a dimensão real da quantidade das intervenções que a criança precisa. Afinal, se, de imediato,  é dito para determinada mãe que o autismo do seu filho é tão leve, será que seria necessário investir tanto em terapias? Ele vai se desenvolver bem de qualquer forma, o autismo é muuuito leve! Ele tem seis anos, ainda não fala, não desfraldou, não reconhece letras, mas quando tinha dois anos o médico disse que o grau era leve, e ai de quem disser o contrário!

O receio que tenho é que os pais acabam de alguma forma negligenciando os acompanhamentos do filho na medida em que subestimam as dificuldades existentes. Particularmente, parto do princípio que toda criança diagnosticada é grave até que se prove (ou não) o contrário, e prefiro pecar pelo excesso  de intervenções e cuidados que pela falta.

De qualquer forma, escrevo como mãe, não como profissional, tendo em vista que esta não é minha área de atuação dentro da psicologia (apesar de sentir que isso é uma questão de tempo). Há muitos profissionais que entendem tecnicamente mais do assunto que eu. Coloco-me à disposição de todos caso exista realmente uma maneira de detectar grau de autismo em uma criança de dois anos.  Adoraria saber sobre como falar com segurança e ética para uma mãe de uma criança dessa idade sobre o “graus de autismo” de seu filho. Até então, para mim, não há como fazer essa avaliação tão cedo, os pais deveriam se prender menos às palavras “leve”, “moderado”, “severo” e tentar simplesmente se dedicar a auxiliar a criança nas demandas que ela apresenta naquele momento, tendo em vista que é isso o que, na prática, fará diferença  na qualidade de vida que ela tem e terá.

Por Érika Andrade para o criancaesaude.com.br

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Entenda o que é a síndrome de Savant

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A síndrome de Savant ou Síndrome do sábio porque Svant em francês significa sábio, é um distúrbio psíquico raro onde a pessoa possui graves défices intelectuais. Nesta síndrome, a pessoa tem sérias dificuldades em se comunicar, compreender o que lhe é transmitido e estabelecer relações interpessoais. No entanto, possui inúmeros talentos, principalmente ligados à sua extraordinária memória.

Esta síndrome é mais comum desde o nascimento, aparecendo frequentemente em crianças com autismo, porém também pode se desenvolver na idade adulta quando se sofre traumatismo cerebral, ou alguma virose com encefalite, por exemplo.

A síndrome de Savant não tem cura, mas o tratamento ajuda a controlar os sintomas e a ocupar o tempo livre, melhorando a qualidade de vida dos portadores da síndrome.

Entenda o que é a síndrome de Savant

Principais características da síndrome

A principal característica da síndrome de Savant é o desenvolvimento de uma capacidade extraordinária em uma pessoa com deficiência mental. Essa capacidade pode estar relacionada com:

  • Memorização: é a capacidade mais comum nestes casos, sendo comum a memorização de horários, listas telefônicas e até dicionários completos;
  • Cálculo: são capazes de fazer cálculos matemáticos complexos em poucos segundos, sem utilizar papel ou qualquer aparelho eletrônico;
  • Habilidade musical: são capazes de reproduzir uma peça musical inteira após a ouvirem apenas uma vez;
  • Habilidade artística: apresentam excelente capacidade para desenhar, pintar ou fazer esculturas complexas;
  • Linguagem: conseguem compreender e falar mais do que uma língua, existindo casos em que desenvolvem até 15 línguas diferentes.
A pessoa pode desenvolver apenas uma destas capacidades ou várias, sendo que as mais comuns são as relacionadas com memorização cálculo e habilidade musical.

Como é feito o tratamento

Geralmente o tratamento para a Síndrome de Savant é feito com terapia ocupacional para ajudar no desenvolvimento da capacidade extraordinária do paciente. Além disso, o terapeuta pode ajudar a pessoa a melhorar as suas capacidades de comunicação e compreensão através da utilização dessa capacidade.

Além disso, pode ser necessário fazer o tratamento do problema que levou ao surgimento da síndrome, como traumatismos ou autismo. Dessa forma, pode ser necessária uma equipe de profissionais de saúde para ajudar a melhorar a qualidade de vida do portador da síndrome.

Fonte: tuasaude.com