quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Todas as pessoas têm direito a trilhas e aventuras

Como desenvolver o turismo de aventura e educação para pessoas com deficiência PcD e necessidades especiais

Marina Magalhães com sua cadeira especial de treinamento começando sua carreira esportiva. Foto Paula Reis Magalhães.

Pessoas com PcD, (que significa pessoa com deficiência cadeirantes, cegos, surdos etc. Termo utilizado segundo a Convenção sobre dos Direitos da Pessoa com Deficiência das Nações Unidas e conforme o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015)), têm direitos ao Lazer, aprendizado e sua acessibilidade garantida a todos os locais.

No Brasil, segundo o IBGE (2010), 24% da população, cerca de 45 milhões de pessoas tem alguma deficiência ou incapacidade, sendo que 58% têm deficiências visuais, 16% possuem deficiência auditiva e pouco mais de 4% apresentam comprometimentos mentais e/ou intelectuais. A maioria conhecida como PCD, representam 21%. Com base nesses dados, a maioria das pessoas com deficiências auditivas, deficiências mentais / intelectuais e deficiências visuais que, juntas, representam 78% do total, não têm o direito de cumprir suas necessidades.
 
Para isso as trilhas e caminhos devem ser preparados para serem acessíveis ou terem instrumentos para facilitar o acesso aos locais, ou seja, devem permitir a utilização de todos os usuários, devendo ser implantadas sem comprometer a integridade do local, causando o mínimo possível de impacto em especial para a fauna e flora.

A acessibilidade é garantida por lei, mas, como sabemos, não é colocada em prática tanto quanto deveria, o que dificulta, e muito, a vivência das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida (como é o caso de alguns idosos).

No Brasil já existem leis e normas da ABNT que regem em função da acessibilidade, porém nem sempre são respeitadas ou cumpridas.

É importante destacar que um projeto de trilha em que pessoas com PcD e necessidades especiais possam usufruir, tem destaque atualmente à um crescente público, que tendo apoio e equipamentos especiais, torna seu atrativo acessível aberto a mais um esse grupo de pessoas querendo aventuras e conhecimento, gerando renda.

Trilhas com obstáculos e a falta de equipamentos podem limitar o acesso para apenas aqueles que tem uma cadeira de rodas especial para esporte ou aventuras. A sugestão é que com a disponibilidade desses equipamentos sempre com uns acompanhantes preparados para evitar as quedas, ou que algumas melhorias nos caminhos e estas realmente em sua totalidade tenham a segurança necessária para os cadeirantes, possamos abrir novos rumos para melhoria na qualidade de vida dessas pessoas e todos os envolvidos, geração de renda e novos empregos no ecoturismo de inclusão.
 
EQUIPAMENTOS "RADICAIS" PARA PESSOAS COM PCD  

 
Marina Magalhães com sua bike especial para treinamento.
 
Para praticar esportes e fazer trilhas com acessibilidade devem ter equipamentos como Cadeiras de rodas especiais, como uma cadeira de rodas "todo-terreno" que permite a prática de caminhada ou corrida para qualquer pessoa com mobilidade reduzida ou com deficiência, criança ou adulto, mesmo em alguns casos muito dependente, com a ajuda de pelo menos dois acompanhantes, as trilhas podem ser praticadas com segurança.

Cadeira especial para trilhas.
 

TRILHA NATURAL EM BRAILLE 

A primeira trilha Braille Nature Trail foi implantada em 1967 próximo a Aspen, Colorado. Por um professor de ciências chamado Bob Lewis. O alfabeto Braille, acessível aos deficientes visuais e com sinais informativos em Braille que envolveriam os visitantes em experiências sensoriais, aproximando os as pessoas da natureza. O conceito "Braille Nature Trail" nasceu, e está se difundindo no mundo todo.

Com a simples colocação de placas com sinais informativos ao longo dos caminhos guiados por uma corda as trilhas passam a ter acesso a esse grupo de pessoas, carente por aventuras.

TRILHAS SENSORIAIS  

Trilha sensorial é aquela que faz com que o indivíduo passe por uma experiência dando ênfase aos sentidos e as sensações, como o toque, sons, e cheiros por exemplo.

As trilhas sensoriais foram pensadas para gerar uma experiência enriquecedora e para proporcionar um momento inesquecível, principalmente pelo fato de estimular o contato entre objeto e participante, estimulando sentidos. Podendo ser aplicada a todas as pessoas.

Estima-se que 30 milhões de brasileiros apresentam alguma forma de deficiência física, sensorial ou mental, é importante lembrar que estas pessoas não são incapazes, apenas necessitam valorizar suas habilidades, e aceitar suas limitações, escolhendo as atividades em que possam participar e realizar.

Trilhas ecológicas são uma excelente opção, mas estas devem ser acessíveis sempre. Abrindo assim novos caminhos para inclusão de pessoas especiais, educando, divertindo e desenvolvendo a sustentabilidade para todos.

Conhecer para conservar, com um super agradecimento a Paula Reis Magalhães, Tom Magalhães e Marina Magalhães pelas fotos, muitas trilhas e aventuras para vocês meus grandes amigos.

Marcelo Tonini 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Festas de fim de ano e transtornos do espectro autista

 Por Adriane Michely para o corautista.org


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Natal e Ano Novo pode ser um momento emocionante e divertido, mas também podem ser estressante. Pessoas com autismo podem ficar confundidos ou perturbados por todas as novas atividades em casa na época de festas, e isso pode ser preocupante para o resto da família. Esta seção fornece dicas e orientações o durante o período festivo.

Preparação 
Conforme se aproxima o Natal, você pode querer destacar este período de férias em família ou do calendário da criança. Sugerimos que você verifique se a escola começou a trabalhar sobre o Natal e, talvez, você poderia introduzir a ideia em um momento similar. Isso ajudará a garantir a coerência. No entanto, se esse período não deixa tempo de preparação suficiente para o seu filho, então você deve ajustá-lo conforme o caso.

Você só pode querer enfatizar o Natal no calendário. Ou você pode querer indicar quando o ano letivo termina e começa outra vez, para mostrar que a criança vai ficar em casa durante este período. Você pode nomear este mês do calendário: Tempo de Natal. Assim, vai ajudar seu filho a preparar-se para o tempo passado longe da escola e, portanto, a mudança na rotina. Você pode começar a conversar com seu filho sobre “Tempo de Natal" e o que isso significa. Estas informações serão diferentes para cada família. Você poderia produzir uma cartilha sobre o Natal com fotos de itens relevantes, a árvore de Natal, por exemplo, os tipos de decorações que você usa e os alimentos que você pode comer. No entanto, lembre-se que, se seu filho é muito literal você precisa ter cuidado, pois podem ficar ansiosos se o Natal não parece exatamente como as fotos.

Em seu calendário você pode marcar o dia que você vai comprar e para colocar a árvore de Natal e decoração, assim como quaisquer outras alterações que irão ocorrer. Não se esqueça de incluir o dia em que parentes ou amigos chegarão. Embora muita coisa pode mudar durante esse tempo, é importante continuar a rotina de seu filho, em certa medida.

Você deve incluir o seu filho com um Transtorno do Espectro Autista (TEA) no processo de Natal. Você pode querer levá-los para comprar a árvore e as decorações, ou mostrar onde eles estão guardados na casa antes de montá-los. Pedir ajuda para decorar a árvore pode estimular a interação, e sua criança ficará muito feliz em poder ajudar. Além disso, vai ajudar seu filho a se familiarizar com esses itens, mesmo se viu no ano anterior. Esperamos que possa impedir qualquer reação negativa a esses itens novos que estão sendo colocados em um ambiente familiar.

Se seu filho não quer ser incluído, então você talvez queira dar-lhes um trabalho especial para fazer no qual ele possa se concentrar. Isto pode ajudá-lo a se sentir incluído e menos preocupado com as mudanças ao seu redor. Você pode até querer decorar a casa durante alguns dias se a criança encontra resistência na mudança. Por exemplo, você pode colocar a árvore em posição, deixá-lo por alguns dias e depois começar a decorá-lo, acrescentando todas as decorações da casa mais tarde.

A ONG Sorriso Novo deseja a todos um Feliz Ano Novo! Em 2019 esperamos concretizar mais projetos, ampliando nossas ações sociais! Permaneça conosco!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Menino Maluquinho faz 40 anos e ganha novos amigos para falar sobre Síndrome de Down

Como parte das comemorações dos 40 anos do Menino Maluquinho, Chico e suas Marias entram na brincadeira para conscientizar

 Por Isabella Von Haydin para opovo.com.br
 
Chico, Maria Clara e Maria Antônia sãos os novos amigos do Menino Maluquinho (Foto: Acervo Pessoal)
 Chico, Maria Clara e Maria Antônia sãos os novos amigos do Menino Maluquinho (Foto: Acervo Pessoal)

Thaissa Alvarenga, 43 anos, engravidou em 2013 e com seis meses de gestação descobriu que seu filho Francisco poderia nascer com Síndrome de Down e cardiopatia congênita, uma alteração no desenvolvimento do coração. Com a confirmação, a publicitária focou na maternidade e logo teve também Maria Clara e em seguida Maria Antônia. 

Alvarenga já realizava voluntariado na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) quando criou o blog Chico e suas Marias, em que compartilha relatos e vivências de seus três filhos, focando na inclusão e na importância da diversidade. O espaço foi crescendo e deu origem à ONG Nosso Olhar, que busca fornecer informação, mobilização e realizar projetos de inclusão desde o nascimento até idades mais avançadas de pessoas com Trissomia 21.

“Quando o portal foi crescendo, nasceram alguns projetos e sentimos a necessidade de criar uma ONG. Assim, a Nosso Olhar nasce com o intuito de mobilizar a sociedade, educar acerca da causa e incluir desde o acolhimento, assuntos da primeira infância até o mercado de trabalho” relata a empresária social.

Recentemente, com os 40 anos do Menino Maluquinho em outubro, a instituição se uniu com a Ziraldo Artes Produções (ZAP) e dois novos amigos entraram para as histórias do garoto que conquistou tantas crianças com suas pirações: o Chico e as Marias.

Em forma de cartilhas e tirinhas, o material conterá um glossário de termos e conteúdos sobre educação, inclusão nas escolas, terapias, dicas, brincadeiras e esportes, além de abordar também o autismo e outras modificações genéticas.

O projeto ainda busca patrocínio, mas a ideia é ter distribuição gratuita em escolas, empresas, mercados e farmácias. Idealmente, antes da volta às aulas de 2021. O grupo também irá espalhar diversas tirinhas pelas redes sociais.

“Nosso propósito é mostrar, a partir das histórias de Thaissa sob o olhar do Ziraldo, que uma criança com Síndrome de Down também vive aventuras e tem o direito e as condições de brincar e ser feliz. Além de orientar como isso pode ocorrer de forma saudável e inclusiva”, informa Rogério Mainardes, 60, diretor geral da ZAP.

Thaissa Alvarenga, Francisco, Maria Antônia e Maria Clara
Thaissa Alvarenga, Francisco, Maria Antônia e Maria Clara (Foto: Acervo Pessoal)

“É importante que as crianças aprendam a conviver com as diferenças. Na prática, elas serão mais generosas, empáticas e tolerantes. O exemplo é fundamental. Já abrimos muitos caminhos, mas ainda faltam adultos mais humanos”, reflete a responsável.

As obras contam com o apoio de muitas mãos. Os relatos partem da experiência da mãe das crianças e do que observa enquanto eles se desenvolvem, mas serão estruturados por Ziraldo e sua equipe. Alvarenga comunica que não há certo ou errado quando se fala sobre deficiência. “É um desafio, o ser humano tem seus preconceitos e o importante é levar o que se discute normalmente com informação e clareza. Dar voz às pessoas com deficiência, seus familiares e educadores.”

À luz do decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 1° de outubro, que de acordo com Alvarenga incentiva a segregação de estudantes com deficiência por meio da estatização da Política Nacional de Educação Especial (PNEE), ações como essa ganham mais força. “É um retrocesso e inconstitucional, de acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (destinada a promover e assegurar igualdade no exercício dos direitos e liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania). Meu filho estuda em uma escola regular e vejo na prática o quanto ele é impactado e o quanto ele impacta os amigos”, detalha.

Já Rogério Mainardes ressalta a importância da convivência entre as diferenças. De acordo com ele, essa interação é fundamental para que a sociedade aceite essa questão e a trabalhe de forma conjunta e saudável. Sob esse contexto, o Menino Maluquinho demonstrará de forma lúdica como é se relacionar com crianças especiais: alegre e enriquecedor.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

“Temos que andar para frente, para um mundo inclusivo”

O #blogVencerLimites publica até o dia 31 de dezembro uma série de artigos exclusivos, escritos por convidados, sobre as expectativas para o ano de 2021. Leia o texto de Carolina Videira, fundadora da Turma do Jiló.

Luiz Alexandre Souza Ventura para o Estadão

O desafio de tornar a diversidade um diferencial para as empresas – Rastro Sustentabilidade

Artigo de Carolina Videira*

No início do ano, quando entramos em quarentena, escrevi um artigo relatando o quanto ser mãe de uma criança com deficiência me treinou para o isolamento social. Mesmo quem se sentia minimamente preparada, como eu, ficou surpresa com tudo o que aconteceu. Ninguém sabia por quanto tempo iríamos viver sem escolas funcionando, trabalhando de casa ou com medo nas ruas, longe dos nossos – e muito menos o que aconteceria com a política, a educação, a saúde, a economia, os relacionamentos… com a moral.

Chegando agora ao final desse ciclo, ainda em pandemia, nos encontramos num cenário também atípico. Ao invés de fechamento e descanso, todo mundo só pensa em reabertura e agitação; ao invés de retrospectiva e análise, escuto as pessoas querendo esquecer 2020.

Será que nossas promessas e balanços também não caíram no esquecimento? Quais eram nossos planos de crescimento e atuação no mundo antes da pandemia nos engolir? O mundo que queremos não vai chegar se estivermos presos a crises ao invés de agir. E o que é a crise, se não a oportunidade de fazer diferente? De separar, depurar, limpar. É tirar o que não funciona mais. É sempre depois de uma crise que vemos nossos melhores aprendizados. Crise serve para gerar justiça quando a gente tem ideais fortes e sabe aonde quer chegar. Temos que nos livrar dos nossos preconceitos para sair do lugar.

Ninguém passou ileso neste ano. Não temos mais como achar que o “novo normal” vai acabar e cair no esquecimento. Não temos caminho de volta. Temos é que andar para frente, para um mundo inclusivo. E incluir é verbo, é ação, é fazer algo em prol do outro.

Ao longo desde ano, com as escolas fechadas, encontrei dificuldades para seguir em frente com nosso trabalho. Mas esse 2020 turbulento também nos deu vitórias e avanços: usamos tecnologia para criar uma live linda para pais e profissionais da educação que se transformou em trilhas de educação do Canal Futura. Iniciamos o projeto Escola de Impacto para trazer mais consciência social para jovens do ensino privado e empresas. Lutamos incansavelmente para evitar retrocessos da LBI (Lei Brasileira de Inclusão).

Em nenhum momento pensei em desistir. Não temos esse privilégio, ainda mais agora, quando todas as mazelas e desigualdades profundas ficaram ainda mais expostas no Brasil e no mundo.

Eu sei que não é fácil. Nunca foi, mas esse ano potencializou nossas dificuldades. Perdemos vidas e encontramos solidão, pessimismo, corações endurecidos e até indiferença. Mas se soubermos dosar conhecimento científico, vontade e sensibilidade, podemos estender nossas mãos e ser parte da mudança que tanto almejamos.

Toda essa percepção precisa ser considerada e interiorizada para nos munir de coragem. Uma coragem que nos faça pensar e agir para a construção de um 2021 mais justo.

Termino essa retrospectiva com esperança por um mundo melhor. Não apenas pela chegada do ano novo – ou de uma vacina -, mas também porque acredito que podemos, sim, ser humanos.

Que venha 2021 (sem esquecer o que foi 2020).

*Carolina Videira é fundadora da Turma do Jiló, associação sem fins lucrativos que trabalha pela educação inclusiva no Brasil.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Alfabetização de alunos com deficiência: o que dizem as evidências científicas

Alfabetização de alunos com deficiência: o que dizem as evidências científicas

Por Isabelle Barone para o gazetadopovo.com.br

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Se alfabetizar alunos regulares já é realidade distante no país – uma vez que mais da metade deles chegam ao 3º ano sem saber ler e escrever -, mais ainda o é o ensino-aprendizagem da leitura e da escrita a crianças com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades ou superdotação.

Com adaptações e, em especial, seguindo achados científicos a respeito do melhor caminho para a alfabetização, no entanto, é possível que esses estudantes tenham sucesso acadêmico. Ferramentas como a chamada intervenção fônica precoce na educação infantil são capazes, até mesmo, de prevenir distúrbios como dislexia. Métodos fônicos adaptados têm sido empregados com sucesso para alfabetização de alunos com autismo, surdez, deficiência visual, deficiência intelectual, entre uma série de outros quadros.

É o que explica, em entrevista à Gazeta do Povo, Fernando Capovilla, Ph.D. em Psicologia Experimental pela Temple University of Philadelphia e professor no Departamento de Psicologia Experimental da USP. O especialista contribuiu com a elaboração de importantes documentos acerca do tema, como o Renabe, relatório de cientistas resultado da 1ª Conferência Nacional de Alfabetização (Conabe). Ele também é conselheiro na Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE).

Entre outras coisas, o diagnóstico reforça a necessidade de ensino explícito e sistemático por parte de profissionais de educação e do alinhamento da academia com as mais recentes evidências científicas acerca da literacia. "[Aprimorar] a formação inicial seria de enorme importância, mas é muito difícil mudar esta realidade a curto prazo devido à inércia do sistema universitário, ele próprio formatado em outros tempos, não tão bem atualizados, e cujos resultados são evidentes nas avaliações nacionais e internacionais (como o PISA) desde o início do século".

Neste ano, o Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), promoveu a capacitação de professores alfabetizadores de alunos com deficiência. O governo não anunciou novas ações.

Leia a entrevista completa: gazetadopovo.com.br

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Separação de alunos com deficiência e a busca por equidade

Ministro Dias Tofolli suspendeu decreto do Ministério da Educação com novas regras, mas decisão passará pelo Plenário do STF. Precisamos entender que não somos iguais e que, portanto, temos diferentes necessidades

agazeta.com.br

Sala de aula de alunos da educação infantil
Sala de aula de alunos da educação infantil. Crédito: Nicole Honeywill Sincerely /Unsplash

Ministro Dias Tofolli suspendeu decreto do Ministério da Educação com novas regras, mas decisão passará pelo Plenário do STF. Precisamos entender que não somos iguais e que, portanto, temos diferentes necessidadesA nova Política Nacional para a Educação Especial gerou algumas dúvidas e, principalmente, receios. Os direitos da pessoa com deficiência já são poucos e, quando lemos que as crianças podem frequentar apenas instituições especializadas, dá um frio na barriga. Parece segregação, exclusão. Mas consideramos que essa foi uma forma de trazer às famílias maior poder de decisão no que tange à Educação Formal da criança com deficiência.

A palavra "igualdade" nos chama mais para a luta do que a palavra "equidade". Equidade significa justiça. De que adianta oportunidades iguais se as necessidades são diferentes? A inclusão não deve ser igualitária, ela deve ser justa. Devemos buscar muito mais a equidade do que a igualdade, simplesmente porque é a primeira que nos dá o direito de sermos únicos e ter nossas especificidades respeitadas. É a equidade que garante que uma criança com deficiência possa repetir de ano, caso precise de mais tempo para estar preparada para prosseguir.

Há diversos transtornos que, por mais que a escola regular queira fazer um trabalho de inclusão e aprendizagem, não consegue. É pensando nesses indivíduos que a nova PNEE dá à família o direito de colocar seu(ua) filho(a) na instituição que melhor o(a) atender de forma mais abrangente possível.

Antes a família que optava por deixar a criança somente em instituições especializadas era punida com perdas de benefícios e por abandono intelectual. Porém, há diversos casos em que obrigar algumas crianças a ir para a escola significa até mesmo arriscar sua integridade física, devido às características de crises intensas e muitas vezes com autolesões, tornando difícil monitorar, proteger e fazer o trabalho que deve ser feito: ensinar!

A nova PNEE não retirou direito algum dos que já haviam sido conquistados, a preferência sempre será pelo ensino regular, mas entendeu que obrigar uma família a colocar sua criança em um espaço inadequado às suas necessidades únicas de atenção, segurança e adaptações indispensáveis para seu bem-estar e desenvolvimento, chega a ser desumano. Precisamos deixar discursos que se dizem inclusivos e, na verdade, excluem o diferente, que oferecem igualdade e não equidade.

O ministro Dias Tofolli suspendeu o decreto do Ministério da Educação com essas novas regras, porém a decisão individual deve ser submetida ao plenário do STF no próximo dia 11. Precisamos nos despir de partidarismos e nos colocar enquanto famílias e profissionais que atuam com essas crianças diante dessa decisão, para que quem seja considerado e beneficiado, acima de tudo, seja o indivíduo com deficiência. Quando entendermos que não somos iguais e que, portanto, temos diferentes necessidades, a verdadeira inclusão acontecerá, e aí sim nossas crianças terão seus direitos respeitados e serão tratados com justiça e respeito.

A autora é psicopedagoga ABA e neuropsicopedagoga da Mente e do Comportamento, com 24 anos de experiência em Intervenção e Inclusão

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Menina ganha “boneca que a representa” e tem reação encantadora

A menina nunca teve uma boneca com características parecidas com as dela

A menina nasceu com Síndrome de Down
Após muito tempo procurando, a mãe da menina achou uma boneca que representa a filha

Lindsay Filcik é mãe de uma menina bem especial. A pequena Ivy nasceu com Síndrome de Down. De antemão, a falta de representatividade de crianças especiais foi algo que sempre a incomodou. Ao passo que a indústria de brinquedos não oferece tantas opções para esse setor, a mamãe foi surpreendida.

Afinal, ela encontrou uma boneca bem parecida com a filha. Imediatamente, Lindsay não teve dúvidas e comprou o brinquedo. Logo, ela percebeu que não poderia ter feito melhor escolha! Ivy ficou simplesmente encantada com sua nova “filhinha”.

Além disso, a mamãe aproveitou para compartilhar um lindo registro da garotinha com sua nova boneca. Juntamente com a foto, Lindsay fez uma reflexão sobre a representatividade. O post, rapidamente, viralizou na internet.

“Hoje, vou compartilhar algo que se tornou extremamente importante para mim. Representatividade. Acima de tudo, todo ser humano merece ver alguém que se pareça com ele em filmes, comerciais e brinquedos. Contudo, infelizmente, por muito tempo isso não aconteceu.

Imagine ser uma criança com deficiência e tudo o que você vê são crianças normais e saudáveis. Que mensagem isso lhe passa? Que você é ‘anormal’. Em outras palavras, que não é digno de ser mostrado ao mundo.

Enfim, o que posso fazer? Deixe as marcas saberem que você aprecia a inclusão e o quanto acredita que elas precisam mudar. Compre itens inclusivos para crianças saudáveis também. Definitivamente, a representatividade é importante”, escreveu Lindsay.

A mamãe compartilhou o texto em sua conta no Instagram. Bem como incluiu a foto da filha e de outras crianças especiais. Eliza, por exemplo, é uma das amigas de Ivy. Ela tem espinha bífida e ganhou uma boneca com muletas e botinhas ortopédicas. Enquanto, Stella agora tem uma Barbie que, assim como ela, usa cadeira de rodas.

De acordo com Lindsay, a postagem surtiu efeito. “Muitos pais de crianças sem deficiência me disseram que vão incluir esse tipo de bonecas na lista de Natal dos filhos. E eles nunca tinham pensado nisso antes”, orgulha-se a mãe.

Para a mãe da menina, todo tipo de representatividade é fundamental
 Além da menina, outras crianças também ganharam bonecas inclusivas

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Deficiência auditiva

 atribunamt.com.br

Saiba identificar a perda auditiva nas crianças

O presente artigo tem como proposta trazer temas questionadores e atualizados com relação à Deficiência Auditiva. No passado, costumava-se achar que surdez era acompanhada por algum tipo de déficit de inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos no processo educativo, compreendeu-se que eles, em sua maioria, não tinham a possibilidade de desenvolver a inteligência em virtude dos poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade de comunicação entre surdos e ouvintes.

Porém, o desenvolvimento das diversas línguas de sinais e o trabalho de ensino das línguas orais permitiram aos surdos os meios de desenvolvimento de sua inteligência. Através desde poderão ser sanadas dúvidas em relação a Deficiência Auditiva, com o objetivo de investigar os sentimentos, as reações e as expectativas dos pais em relação à deficiência de audição do filho, verificando por meio da análise do discurso do sujeito coletivo, que as famílias reagem de forma parecida ao receberem o diagnóstico, porém têm expectativas diferentes em relação às possibilidades da criança com deficiência de audição.

Isso nos permite que o fonoaudiólogo deve saber escutar os pais a fim de oferecer-lhes respostas para suas dúvidas, dar-lhes suporte e força para desabafar seus sentimentos e superar suas dificuldades ante a deficiência auditiva de seu filho, dando maior ênfase às questões envolvidas nos aspectos educacionais das pessoas com essa deficiência.

Serão expostas formas para esclarecer dúvidas e dificuldades encontradas pelos educadores ao lidar com estudantes com essa deficiência e também sugestões de como identificar, nesse caso, a Deficiência Auditiva, mostrando meios aos familiares de como proceder em prol de benefícios, porque falar sobre educação inclusiva é muito fácil, em contrapartida incluir que o primordial, transmitir aos educadores e a sociedade em geral não estão realmente preparados para receberem esses estudantes em seu ambiente profissional, educacional e até mesmo social.

(*) Francisco Celio Bezerra, acadêmico do curso de Pedagogia – Licenciatura, 4º Semestre; Coordenadora pedagógica, Alessandra Lima (nível superior em RH); Tutora presencial: Edima Severino da Silva (graduada normal superior em Educação Infantil; Pedagogia; Pós-graduada em Gestão e Currículo nas séries iniciais e infantil; Pós-graduada em AEE Educação Especial e Inclusão; Libras, Tradução e Docência