sexta-feira, 28 de maio de 2021

Como uma criança autista se comporta? Sintomas e causas do autismo

O autismo é um dos transtornos do desenvolvimento diagnosticados na infância. Ele se manifesta, entre outras abstinência e intolerância a vários estímulos que não causam desconforto numa criança saudável. Pessoas autistas vivem no seu próprio mundo, comportando-se de maneiras incomuns para pessoas saudáveis. Explicamos o que é autismo e quando pode ser suspeitado.

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Foto de Anna Shvets no Pexels

Os transtornos do desenvolvimento se manifestam de maneiras diferentes. Às vezes, eles são bastante fáceis de detectar, e é exatamente isso o que acontece com o autismo.

As crianças afetadas se comportam de maneira diferente dos seus pares saudáveis. O diagnóstico precoce do autismo permite a implementação de terapia adequada, o que melhora significativamente a qualidade de vida e facilita o desenvolvimento adequado nas suas várias fases.

O que é autismo?

O autismo na primeira infância é um distúrbio do neurodesenvolvimento que se manifesta, inter alia, em uma total falta de manutenção de relações com o meio ambiente.

Pessoas autistas se sentem melhor no seu próprio mundo, que é fechado para estranhos, o que causa a falta de reações típicas, por exemplo, entre um pai e um filho.

O autismo causa relutância em acariciar, aumenta a sensibilidade a vários estímulos e influencia a percepção do mundo, o que se torna uma fonte de estímulos excessivamente intensos para uma pessoa autista.

Embora o autismo tenha sido descrito pela primeira vez em 1911, as causas do seu desenvolvimento ainda não foram identificadas. Sabe-se, porém, que se trata de um distúrbio do desenvolvimento de origem neurológica que pode ser causado por genes específicos.

O fundo genético contribui principalmente para a ocorrência de sintomas de um espectro bastante amplo de autismo, causando abstinência, falta de estabelecimento de relações com parentes e o ambiente e comportamentos bastante específicos, por ex. repetir ações em uma ordem específica.

O autismo nem sempre está associado ao retardo mental. Cada vez mais é chamada de “doença da alma” ou “doença dos génios”.

Não é sem razão, porque os transtornos do espectro do autismo foram diagnosticados em pessoas que alcançaram um sucesso excepcional no seu campo, por exemplo, compositores, jogadores de futebol e cientistas.

Autismo – causas

O autismo é um transtorno que tem relação direta com os genes. A teoria de que o autismo está relacionado à imunização foi refutada várias vezes. Não é real.

O fato é que os primeiros sintomas claros desse transtorno surgem por volta do 18º mês de vida da criança, ou seja, durante as visitas de vacinação bastante frequentes, mas nenhum dos estudos realizados até agora comprovou a relação do autismo e o seu espectro de transtornos com o uso de vacinas monocomponentes e multicomponentes.

No entanto, foram identificados genes relacionados à herança do autismo e fatores que influenciam a gravidade dos sintomas desse transtorno.

A base genética do autismo diz respeito a distúrbios de origem cromossómica, que levam em consideração a presença de, inter alia, Gene EN2 no cromossomo 7.

Faça outros fatores que influenciam o desenvolvimento do autismo ou a piora dos seus sintomas incluem:

  • hipóxia durante o parto,
  • paralisia cerebral,
  • infecções experimentadas pela mãe durante a gravidez, incluindo infecção com toxoplasmose,
  • distúrbios metabólicos e alergias,
  • curso severo de algumas doenças em bebés.

O desenvolvimento do autismo também pode ser influenciado por fatores ambientais, incluindo relacionadas ao ambiente da criança.

Autismo – sintomas

Os sintomas do autismo são um grupo de sintomas diferentes que aparecem nas próximas fases da vida de uma criança.

Inicialmente, na infância, o autismo pode ser indicado pela calma não natural de uma criança, falta de interesse pelo ambiente, nenhum sorriso inconsciente e consciente, nenhum desconforto manifestado por choro, alongamento não natural de uma criança ao ser tocada ou olhando para um ponto.

Em crianças com vários meses de idade, existem sinais perturbadores de desenvolvimento adequado, ou seja, distúrbios no desenvolvimento motor (a criança não quer sentar ou engatinhar), falta de desenvolvimento ou desenvolvimento anormal da fala, sem apontar com a mão para objetos, nenhuma reação ao nome e outros estímulos, por exemplo, o sorriso dos pais ou ruídos altos.

As crianças autistas mais velhas sentem-se melhor na solidão, tratam os membros da família com distância e parecem não notar o que os rodeia. Nesta fase, a incapacidade de demonstrar afeto é perceptível.

Também há falta de imitação e encenação, falta de vontade de estar em um grupo de pares, menos atividade e relutância em praticar exercícios.

Sintomas bastante típicos do autismo são a relutância a qualquer contato com o meio ambiente, a falta de relações sociais e de funcionamento de acordo com padrões específicos, cuja mudança causa rebelião e reações muito impulsivas.

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Dificuldades da educação inclusiva

Gargalos na estrutura pedagógica dificultam a inclusão


 Nelson Junior cria jogos educativos para pessoas com deficiência auditiva e visual, e que podem ser usados conjuntamente pelos alunos sem deficiência. (Crédito: divulgação)

A espinha dorsal de um projeto de educação inclusiva eficiente consiste numa estrutura pedagógica que oriente as atividades escolares. É com base nesse planejamento que a escola organiza seu trabalho; garante apoio administrativo, técnico e científico às necessidades da Educação Inclusiva; planeja suas ações; possibilita a existência de propostas curriculares diversificadas e abertas; flexibiliza seu funcionamento; atende à diversidade dos alunos; estabelece redes de apoio, que proporcionam a ação de profissionais especializados para favorecer o processo educacional.

O empresário Nelson Junior, que é palestrante, educador e consultor sobre Inclusão Social e Acessibilidade, conhece muito bem o poder transformador que tem as ferramentas certas nas mãos de pessoas e instituições comprometidas com a causa da Educação Inclusiva.

Ele investe no mercado da acessibilidade desde 2006, criando jogos educativos para pessoas com deficiência auditiva e visual, que podem ser usados conjuntamente pelos alunos sem deficiência. A empresa que ele comanda, a Supereficiente, sediada em Guarulhos, produz jogos de memória em Libras, quebra-cabeças, dominós Braille, jogos de tabuleiro em Libras e Braille e investe em brindes inclusivos com a Língua Brasileira de Sinais e o Alfabeto Braille.

Com experiência em desenvolver produtos que ajudam na educação de pessoas com deficiência e em orientar equipes e instituições acerca de metodologias inclusivas e de acessibilidade, ele é categórico ao afirmar que os problemas da estrutura pedagógica no ensino de base no Brasil estão interligados. Para ele, a raiz desses problemas surge na falta de capacitação de profissionais nas escolas de ensino regular, passa pela distribuição de material didático inadequado ao processo de inclusão e termina numa grade curricular que desfavorece os alunos com deficiência.

“A grade curricular que existia no passado não havia sido projetada para atender no mesmo modelo crianças com e sem deficiência. Hoje, por exemplo, é muito comum algumas escolas particulares trabalharem com um determinado sistema de ensino, onde as apostilas que são fornecidas por boa parte das empresas que prestam serviço nesta área, não são totalmente inclusivas. Sem esse material pedagógico inclusivo, como será possível levar o conhecimento para a criança/aluno com deficiência?”, questiona. Para ele, uma das alternativas para solucionar esse problema seria o MEC pensar num formato inclusivo de material escolar que atendesse ao mesmo tempo alunos com e sem deficiência. Quando o foco é direcionado para a rede pública de ensino, Nelson Junior lembra que é comum encontrar nas escolas estoques específicos de material educativo para pessoas com deficiência visual, para pessoas com deficiência auditiva e outro para crianças com deficiência intelectual.

Segundo ele, isso ocorre porque os primeiros produtos foram desenvolvidos para atender uma única necessidade, não levando em consideração a diversidade de alunos com deficiência em uma mesma sala de aula. Resultado: distorção da ideia de inclusão e a promoção -- mesmo que sem querer -- da segregação escolar dos alunos com deficiência.

Outro ponto importante refere-se à formação dos professores para a inclusão. A transformação de paradigma na educação exige profissionais preparados para a nova prática, de modo que possam atender também às necessidades do ensino inclusivo.

Nelson destaca que a forma como sempre funcionou a engrenagem educacional no país não permitiu que os professores fossem capacitados para lidar com a multiplicidade de deficiências de crianças e jovens em um mesmo ambiente. “Não existe um planejamento pedagógico de capacitação dos profissionais para que eles estejam prontos para atender todas as pessoas com deficiência. Até existem algumas ações que os governos (federal, estadual e municipal) fazem, porém estas chegam a ser irrisórias diante da grande necessidade”, lamenta.

Você sabe de algum projeto de educação inclusiva na sua cidade?

Denis Deli é jornalista, especializado na inclusão da pessoa com deficiência.

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Sem opções, pais de crianças autistas criam produtos para incentivar filhos

Brinquedos, aplicativos e roupas estão entre as soluções voltadas ao segmento

Sem opções no mercado, pais de crianças autistas passaram eles próprios a investir em soluções e produtos para o segmento. Rafael Abreu Mendes, 42, que esteve em cinco médicos com seu filho Francisco, 14, até ele receber o diagnóstico de autismo, aos três anos, precisou encomendar equipamentos e brinquedos de fora do país.

"Comecei a importar para que isso fosse acessível não só para meu filho, mas para outras crianças", conta.

Rafael Abreu Mendes, 42, e o filho Francisco, 14, no balanço de laicra da marca Alma Azul, desenvolvida pelo pai em 2012 para pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) - Jardiel Carvalho/Folhapress

Com os altos custos da importação, porém, passou a fabricar os próprios produtos e lançou uma loja virtual, a Alma Azul, em 2012. O primeiro foi o balanço de laicra, uma espécie de casulo multifuncional que permite que a criança se estique e tenha uma experiência sensorial que a acalma e organiza (R$ 399).

Em seguida, Rafael lançou mordedores (em torno de R$ 40), usados para reduzir a ansiedade, e massinhas de areia e gelecas que mudam de temperatura, para estimular a parte tátil, além de objetos para atividades motoras, como adaptadores para lápis (R$ 15) e joguinhos para a coordenação de diversos modelos.

Francisco está no sétimo ano em uma escola regular e é garoto propaganda no Instagram da loja, que conta com quase 7.000 seguidores. Ele próprio avalia e explica muitos dos produtos —a marca tem mais de 300 opções e recebe cerca de 400 pedidos por mês.

"No ano passado, sentimos o efeito da pandemia, mas a partir de novembro as vendas aumentaram muito, superando 2019 em 50%", diz Rafael.

Leia a matéria completa na Folha de S.Paulo

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Os Benefícios dos desportos para crianças com deficiência

 osdm.org.br

A nomenclatura “desporto”, que tem como sinônimo a palavra “esporte”, relaciona-se a qualquer exercício físico que tenha federações e regras oficiais que o regem. Entretanto, o desporto não é somente aquele praticado por atletas profissionais, inscritos nas respectivas federações e seguindo as regras oficiais. Ele também pode ter suas regras adaptadas, passando a ser uma atividade lúdica, para fins de diversão, confraternização e/ou disputa não oficial, seja ele jogado de forma individual ou coletiva.

Pensando na possibilidade de todos praticarem esportes e sabendo da importância que os mesmos possuem (não só à saúde, mas também em aspectos sociais, cognitivos e motores do ser humano), em 1944, o médico alemão Ludwig Guttmann criou adaptações em alguns esportes, visando a recuperação dos soldados que retornavam com lesões (principalmente medulares), da II Guerra Mundial. Guttmann tinha como objetivo não só dar a esses soldados possibilidades de realização de exercícios físicos, mas, também, de ressocialização, independência e que se sentissem ativos novamente.

Com esta visão (reintegrar tais soldados, de alguma forma, à sociedade), o médico alemão foi considerado o pai dos paradesportos e influenciou ativamente a criação dos jogos paraolímpicos, de outras competições, além de eventos voltados para as pessoas com deficiência. Assim, mostrou ao mundo que o esporte pode ser praticado por qualquer pessoa e salientou a importância do mesmo para o indivíduo que possui alguma deficiência, pois, através dele, o “sujeito” entende o respeito às regras, socializa, tem contato com a euforia da vitória ou aprende a lidar com a frustração da derrota. Tudo isso demonstra que o exercício físico em si trata-se de mais um quesito, quando falamos sobre esportes adaptados.

Desta maneira, o desporto pode ser considerado um transformador de vivências e sua prática vai além do desenvolvimento motor, melhorando a qualidade de vida de seu praticante e, nos casos em que o praticante possui alguma deficiência, seja ela qual for, serve ainda como meio de reabilitação (social, cognitiva ou motora), agindo como uma das formas de inserir esse indivíduo à sua comunidade.

Podemos ver a importância dessa prática na OSDM, pois tal atividade permite às nossas crianças a possibilidade de praticarem não apenas um exercício físico, mas também o treinamento de todos os aspectos já citados. Além disso, possibilita aos mesmos que conheçam e executem novos movimentos, atividades, jogos e brincadeiras (que podem ser realizados em qualquer lugar e com outras pessoas, levando estas dinâmicas para os seus meios e, assim, usufruindo delas como formas de diversão, socialização, além, claro, da prática do próprio esporte em si).

Texto escrito por Adriano Lopes – Professor de Desporto da Obra Social Dona Meca – Contato: a.lopes@osdm.org.br.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

A pandemia, a diversidade e a inclusão

Exposição à diversidade enriquece nosso repertório de vida e combate o preconceito e a intolerância

Durante o período de fechamento das escolas, um grupo foi particularmente afetado, o de pais de crianças e jovens com deficiências.

O trabalho adicional resultante de tentar combinar alguma forma de teletrabalho —no caso de muitas famílias de classe média— com o cuidado de seus filhos e a tentativa de prosseguir sua educação em casa levou muitos a uma situação de verdadeiro “burnout”. A situação vivida por famílias vulneráveis com filhos na mesma situação tem sido ainda mais desafiadora. Isso fez com que alguns países, como Israel, tenham priorizado esses alunos no retorno às aulas presenciais.

Titto Boeri, professor e pesquisador da Universidade Bocconi, ressaltou, nas discussões do T20, um encontro internacional de centros de pesquisa que precede o G20, a dificuldade de estudantes com deficiência, entre outros grupos tradicionalmente excluídos, em ter acesso à chamada aprendizagem emergencial remota e mostrou como isso agrava ainda mais as desigualdades pré-existentes na sociedade.

Leia a matéria completa na Folha de S.Paulo

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Atraso na fala, sem interação…como saber se meu filho sofre de autismo?

Para especialistas, dificuldade de comunicação, interação e comportamentos repetitivos da criança podem ser indicativos do autismo

Por Rodrigo Silva para o bandab.com.br


Crianças com TEA tem dificuldade de comunicação e interação. Foto: ONU

Para os pais de uma criança, a preocupação com o desenvolvimento infantil é constante. Cada um dos pequenos tem a própria personalidade, uns são mais agitados e outros nem tanto. Contudo, quando uma criança passa a demonstrar dificuldades de comunicação, problemas para se relacionar com pessoas da sua idade e até comportamentos repetitivos, é importante ligar o sinal de alerta. Se você é pai, mãe ou passa muito tempo cuidando dos pequenos, esses podem ser sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Segundo dados do Centro de Controle de Doenças e Prevenção, dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 59 crianças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que uma em cada 160 crianças em todo o mundo tenha autismo.

De acordo com o neuropediatra Anderson Nitsche, do Hospital Pequeno Príncipe, o TEA é um transtorno do desenvolvimento caracterizado por basicamente dois sintomas: dificuldade das crianças se relacionarem e se comunicarem – com crianças e adultos – e uma tendência de comportamento repetitivo, sem uma função clara no comportamento.

“Podem ser movimentos como andar na ponta dos pés ou balançar a mãozinha”, diz o especialista.

A psicóloga Maria Helena Keinert é autora de livros sobre o assunto e trabalha com pacientes autistas há mais de 30 anos. Em entrevista à Banda B, a especialista afirma que os sinais do autismo podem aparecer desde o nascimento da criança. Segundo ela, as primeiras percepções já aparecem quando as crianças ainda são bebês. “Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maior as possibilidades da criança ter um desenvolvimento mais próximo do desenvolvimento neurotípico”, ressalta.

Possível diagnóstico


Crianças podem ser pré-diagnosticadas com TEA nos primeiros meses de vida. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Quando os filhos ainda são bebês, Maria Helena afirma que várias características precisam ter à atenção dos pais. “Ele não faz contato visual quando mama, quando os pais pegam no colo, ele não tem uma reação natural e espontânea que qualquer bebê teria”, diz. A psicóloga aponta que transtornos de sono – a criança dormir demais quanto ter uma soneca agitada – também podem indicar que há algo de errado no desenvolvimento da criança. Outra dificuldade dos pais seria em introduzir alimentos na hora das refeições.

Maria Helena destaca que os problemas de comunicação e interação se acentuam com 1 ano de idade, os pais precisam ficar alertas. Além disso, outra característica frequente de crianças com TEA é a falta de interesses. “A criança explora pouco o ambiente, não sabe brincar e faz movimentos repetitivos, esses são sinais em que posso pensar que está acontecendo alguma coisa”, explica.

Em relação a possíveis confusões entre o diagnóstico do autismo e com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a especialista destaca que essa diferenciação pode demorar de 2 a 3 anos, dependendo do caso da criança. No entanto, ela ressalta que os pais precisam – desde o início dos sinais – buscar ajuda de um psicólogo ou neuropediatra para trabalhar no desenvolvimento da criança. Afinal, em muitos casos esses dois transtornos podem estar juntos em uma criança. “A criança precisa dessa estimulação adequada”, afirmou.

Envolvimento de todos


Família, escola e especialistas precisam trabalhar juntos para ajudar a criança. Foto: Pixabay

De acordo com o neuropediatra Anderson Nitsche, assim que houver a suspeita de que uma criança é autista, os pais precisam imediatamente procurar por um pediatra. No entanto, o tratamento dela deve passar por especialistas de diversas áreas, as evoluções vão possibilitar com que a criança tenha maior aproximação de uma vida normal.

Em caso de atraso na fala da criança ou para andar, ela é encaminhada para um fonoterapeuta, que vai trabalhar na linguagem. O psicólogo é quem vai cuidar do comportamento da criança e um terapeuta ocupacional trabalha especificamente na alteração de alteração de processamento sensorial, que é uma disruptura de perceber alguns sons, habilidades, alguns cheiros. “Entra em um lugar que tem muito barulho e a criança coloca as duas mãos no ouvido e reclama daquele barulho”, diz o médico sobre as crianças com TEA.

Maria Helena explica que a família também precisa estar muito envolvida no tratamento. Para isso, é necessário um trabalho de coaching familiar. As sessões de terapia de uma criança com TEA duram em torno de 60 minutos e podem ser diárias. Contudo, como o tempo da criança é dividido entre família, clínica e escola, a especialista ressalta que o trabalho dos três precisa ser em conjunto. “É a única forma de realmente dar suporte e fazer com que todos nós possamos atuar para ajudar essa criança”, reforça.

Autismo em tempos de pandemia

Desde o início da pandemia, o cotidiano das crianças mudou completamente. As aulas passaram a ser on-line, e as brincadeiras em casa, sem os amigos por perto. Para quem tem autismo, essa mudança é sentida de maneira ainda mais intensa. De acordo com Anderson Nitsche, o dia a dia das crianças precisa ser adaptado para os tempos de isolamento social.

“A manutenção das terapias previne regressos do desenvolvimento e organiza melhor a vida do paciente e da família”, diz Maria Helena.

Anderson ressalta que os pais precisam usar máximo de tempo possível para interagir com a criança e observar seus sentimentos. “Aproveitem para assistir a filmes juntos e tentar identificar emoções e comportamentos. Conversem, brinquem, sentem no chão. Tudo isso é absolutamente terapêutico e fundamental para o desenvolvimento”, afirma.

Para Maria Helena, a maioria das pessoas diagnosticadas com autismo precisam ter rotina. Segundo ela, a pandemia trouxe desorganização do tempo e isso era um fonte de segurança para muitas pessoas. A psicóloga afirma que as aulas online não trazem nenhum benefício para crianças com TEA. Segundo ela, o retorno presencial as pessoas é necessário para crianças com autismo, que sofrem com as inconsistências da rotina e com a necessidade de se trabalhar em frente a um computador.

A especialista aconselha os pais a estabelecer uma nova rotina para os filhos. Uma sugestão é elaborar um quadro de horários para as crianças visualizarem o que fazer depois que acordam e dormem. Segundo ela, crianças autistas são muito visuais, por isso, a recomendação é para que os pais reestruturem o dia a dia dos filhos. “Ter uma organização nova que favoreça o estabelecimento de uma nova rotina para a criança”, finaliza.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Cuidados com a saúde bucal do paciente com síndrome de Down

 ndmais.com.br

Segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD), estima-se que em um a cada 700 nascimentos ocorre o caso de trissomia 21. Isso totaliza cerca 270 mil pessoas com Síndrome de Down no País.

Os portadores dessa ocorrência genética devem ter o mesmo tratamento de qualquer outra pessoa. No entanto, quando o assunto é saúde bucal do paciente com síndrome de Down, é necessário certa atenção. Por isso, Eduardo Castro, dentista da rede OdontoCompany, separou algumas informações e dicas. Confira!

  • Visitas ao dentista

A primeira abordagem sobre saúde bucal do paciente com síndrome de Down deve ser feita antes dos seis meses de vida. Depois, vale realizar visitas periódicas de três em três meses. “Uma boa dica é, quando for ao dentista, levar a escova de dentes do seu filho. Assim, o profissional pode observar como ele realiza a higienização e será capaz de fazer uma demonstração de como deve ser a escovação, além de dar conselhos sobre como mudar ou melhorar a técnica utilizada”, explica Eduardo.

  • Interferências na saúde bucal do paciente com síndrome de Down

Hipotireoidismo, diabetes e hepatite são alguns exemplos de patologias autoimunes, cuja incidência tende a ser maior em pessoas com Síndrome de Down. Elas, inclusive, podem afetar a saúde bucal. Por isso, é fundamental o diagnóstico precoce, para que sejam intensificados os cuidados com a boca do paciente.

  • Alteração na composição saliva

O fluxo salivar de pacientes com síndrome de Down é, em média, 50% menor do que em pacientes sem a ocorrência genética. Esta redução está vinculada, principalmente, ao metabolismo da glândula parótida. Essa condição pode facilitar a aparição de doenças bucais. Sendo assim, é importante contar com avaliação profissional para definir tratamentos, como a necessidade de saliva artificial.

  • Aparelhos ortodônticos

Um dos fatores que costumam aparecer com frequência na saúde bucal do paciente com síndrome de Down são os dentes tortos. Desta forma, o uso de aparelhos ortodônticos pode ser fundamental. Além da correção dentária, eles permitem melhorar a função mastigatória e evitam machucados ao mordiscar bochechas e lábios. Todos os modelos podem ser utilizados por pessoas com a síndrome. Os mais indicados, no entanto, são os alinhadores ortodônticos, por conta da praticidade e simplicidade na sua mecânica.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Inclusão on-line: os desafios educacionais dos alunos especiais

Aprender a estudar a distância foi um dos inúmeros desafios impostos pela pandemia. E, quando se trata de alunos especiais, eles se tornam ainda maiores

Bruna Yamaguti para o correiobraziliense.com.br
 

Quando o alarme do despertador toca, é hora de acordar, lavar o rosto, escovar os dentes e ir para a escola, mas sem sair de casa. Para boa parte dos estudantes, assim tem sido a rotina desde que a pandemia começou. Ligar o computador ou o celular virou a forma de se encontrar com os professores e os colegas, e o aviso de “gravação iniciada” tornou-se o novo sinal de que uma aula começou. Para alguns alunos, porém, o desafio de se adaptar a esse novo contexto é ainda maior, uma vez que é preciso ter que lidar com um outro obstáculo, para além dos impostos pelo isolamento: a acessibilidade.

Estudantes com algum tipo de deficiência, seja física, intelectual, visual, auditiva ou múltipla, enfrentam uma luta diária no caminho para a aprendizagem. É que, na escola, existiam profissionais capacitados para atender cada tipo de especificidade e para criar laços, pedagógicos e afetivos, com o aluno. Em casa, nem sempre os familiares têm a mesma sensibilidade para ensinar as crianças ou tempo para despender com elas. Além disso, era no ambiente escolar que a maioria desses alunos tinha a chance de vivenciar os mais diversos tipos de experiências, fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e social.

“Meu filho fica ocioso em quase todo o horário que deveria estar na escola. Esse tempo, na maioria das vezes, ocasiona comportamentos inadequados, fica ainda mais sozinho e não busca outras pessoas da família para interagir ou brincar”, relata a assistente social Marcíria Castellani, de 44 anos, mãe do Pedro, 7, com o laudo de Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Ele é uma criança não verbal, com baixo nível de autonomia, necessitando de supervisão constante. Por mais que os pais busquem informações e que a escola se esforce para realizar a orientação à família, não se compara ao olhar e à atuação do professor no processo de ensino.”

Para Marcíria Castellani, o fato de Pedro não estar indo à escola dificultou o processo de socialização do filho.
(Foto: arquivo pessoal)

Antes da pandemia, Pedro frequentava a escola pública diariamente, com algumas terapias no contraturno. Segundo a mãe, ele estava bem adaptado e era possível perceber aprendizados significativos, como a intencionalidade na comunicação, o reconhecimento de alguns números, cores, letras e, principalmente, um avanço no aspecto social, percebido por meio da relação com os outros. “Pegava a mochila em sinal de satisfação”, conta Marcíria.

“Esse momento de ausência de aula presencial tem comprometido muito o desenvolvimento do Pedro e, acredito, de outras tantas crianças com autismo, que, por vários motivos, não conseguem participar e ter o devido aproveitamento de aulas remotas. Espero que a vacina chegue logo a todas as pessoas e que o retorno presencial seja seguro e o mais breve possível”, completa a assistente social.

Adenildes Lacerda precisa ajudar a filha Emanuelle nas aulas on-line: esforço para não prejudicar o aprendizado.
(Foto: arquivo pessoal)

Ensino especial no DF

Nas escolas públicas do Distrito Federal, os alunos com deficiência são matriculados nas classes especiais ou nas classes comuns inclusivas. Nas primeiras, há um número bem reduzido de estudantes e o conteúdo é direcionado às especificidades de cada aluno. Nas segundas, o número de estudantes também é reduzido e eles contam com um Atendimento Educacional Especializado, realizado pelas salas de recursos, onde os profissionais elaboram e organizam recursos pedagógicos e de acessibilidade dos estudantes à aprendizagem.

Desde que o ensino remoto foi instituído para conter a disseminação do novo coronavírus, esses alunos continuam recebendo o apoio especializado por meio de vários canais, como

WhatsApp, contatos telefônicos, e-mail e aulas on-line pelo Google Meet. Os que não têm acesso à internet ou não conseguiram se adaptar às atividades remotas podem buscar o material impresso preparado pelos professores na escola.

No entanto, algumas perdas em relação ao presencial, infelizmente, são perceptíveis. “Os estudantes com deficiência encontravam nas unidades escolares oportunidades de interações sociais e aprendizados, muitas vezes vivenciadas quase exclusivamente nesses espaços”, explica Vera Barros, psicóloga e subsecretária da Educação Inclusiva e Integral.

O papel da escola, que sempre foi fundamental na formação de qualquer pessoa, agora se faz ainda mais necessário. Além de educar, ensinar e acolher, é preciso também entender as necessidades de cada aluno e adaptá-las ao cenário que estamos vivendo. Segundo Vera, uma das grandes questões vivenciadas pelos profissionais de educação é sobre atingir todos os estudantes, considerando suas individualidades e dentro de seus contextos sociais e domésticos, para elaborar estratégias pedagógicas adequadas às suas condições.

A boa notícia é que, apesar da carência gerada pelo ensino a distância, os resultados alcançados têm sido satisfatórios, na medida do possível, o que mostra um verdadeiro interesse e determinação, tanto dos alunos quanto das famílias e dos professores. “A adesão às atividades remotas tem sido extremamente favorável, atingindo índices de participação de quase 98% dos estudantes com deficiência”, pontua Riane Vasconcelos, diretora de Educação Inclusiva.

Luís Eduardo Fonseca diz que ganhou autonomia com as aulas on-line e chegou a criar um canal no YouTube.
(Foto: Bruna Yamaguti/CB/D.A.Press)

Driblando a saudade

Assim como Pedro, que tem autismo, para a aluna Emanuelle Lacerda Ferreira, 12 anos, com síndrome de Down, ir para a escola significava muito mais do que só a sala de aula. No Centro de Ensino Fundamental 08 de Taguatinga, ela fazia aulas de balé, as quais adorava e podia estar perto das amigas e da professora. A mãe da menina conta que esse tipo de contato, junto com o atendimento do ensino especial, tem deixado um grande vazio na rotina da filha.

“Ela gostava muito de ir para o colégio. A maior dificuldade é que a criança com síndrome de Down não consegue acessar a plataforma sozinha. Fica complicado, porque eu trabalho fora e, para fazer as tarefas, preciso ficar sentada do lado dela, ajudando-a”, desabafa a técnica de enfermagem Adenildes Lacerda, que diz estar fazendo o possível, junto com a professora, para que o aprendizado de Emanuelle não seja prejudicado. “Ela está aprendendo, não igual aprendia antes, mas está conseguindo no próprio ritmo.”

A médica Natália Clarice Meneghel, especialista em neurologia infantil, explica que, no período de pandemia, houve um aumento de transtornos neuropsiquiátricos nas crianças, como ansiedade, tíques motores, agressividade e depressão. Além disso, o tempo excessivo em telas pode ocasionar prejuízos variados, tanto na concentração quanto na qualidade do sono, por exemplo.

“Durante o período fora das telas, o ideal é que a criança vá brincar ao ar livre. Correr, jogar bola, brincar de esconde-esconde, ler gibis, etc. As brincadeiras infantis ajudam no desenvolvimento motor, social e emocional das crianças. No caso dos adolescentes, estar em contato com a natureza ajuda muito também”, acrescenta a profissional.

Outro olhar

Para o estudante Luís Eduardo Fonseca, de 14 anos, com perda total da visão, lidar com o ensino remoto não tem sido tão difícil, uma vez que o recurso do leitor de tela o ajuda a realizar todas as atividades da plataforma de ensino. No entanto, ele sente falta da interação com os professores, dos momentos com os amigos e de tudo o que o ambiente escolar proporcionava.

“Antes da pandemia, eu sempre tentava participar de tudo. Minha vida era bem ativa, participava de torneios de xadrez, do grupo da igreja, dos atendimentos de altas habilidades de manhã e ficava na sala de recursos à tarde”, relata Luís, que estuda no Centro de Ensino Fundamental 15 (CEF 15) de Taguatinga. “Em geral, a plataforma on-line é bem acessível, mas, para a gente que é cego, esse contato com as pessoas é muito importante e faz muita falta”, desabafa.

Para a mãe de Luís Eduardo, Janaína Chaves Fonseca, de 47 anos, apesar de todas as dificuldades impostas pelo ensino remoto, ela e o filho estão fazendo de tudo para que os dias sejam mais leves. “O ideal seria o presencial, mas, no ano passado, todas as notas do Eduardo foram de 8 para cima”, diz a mãe, com orgulho. “Eu falo para ele que as notas devem ser de acordo com o potencial que ele tem, nem mais nem menos, e que ele dê o melhor de si. De vez em quando, tenho que dar uma apertada, porque sabe como é adolescente, deixa tudo para a última hora”, brinca. Além de se esforçar para manter o bom rendimento escolar, Luís Eduardo é um jogador de xadrez nato. Foi campeão juvenil em 2017 e, hoje, participa de vários torneios on-line, ao lado de competidores com ou sem deficiência visual.

Estar mais tempo em casa também abriu caminhos para que o estudante descobrisse um novo hobby: youtuber. No canal Olhar de um cego, Luís Eduardo fala sobre temáticas variadas e se mostra animado para continuar produzindo conteúdo: “Visão e olhar são coisas diferentes. Olhar é algo muito mais aprofundado sobre qualquer tema”, explica o jovem, sobre a escolha do nome com que batizou o canal. “No futuro, quero ser um comunicador”, diz.

Janaína explica que o filho se adaptou rápido ao novo contexto e muitas coisas boas aconteceram na vida dele nesse meio tempo. Por exemplo, antes, todo o material do estudante era em braile; hoje, ele consegue usar o notebook e o celular para realizar as tarefas com total independência.

O jovem também tenta assimilar o saldo positivo que o ensino remoto trouxe: “Antes, se eu precisasse mandar alguma coisa por e-mail eu não saberia, e agora eu sei. Também consegui vários amigos on-line, que também são cegos e que também gostam de tecnologia, como eu, e isso me ajudou muito. Hoje, eu tenho mais preparo, porque antes temia muito não conseguir”, avalia Luís Eduardo.

Duwesley Nogueira Chaves aprendeu a dominar parte da tecnologia: mais difícil do que no ano passado.
(Foto: Bruna Yamaguti/CB/D.A.Press)

Estimular sempre

De acordo com a psicóloga Ana Amélia Ribeiro de Almeida, especialista em TEA e comportamento, para que o desenvolvimento da criança com deficiência seja o melhor possível, é preciso ter, primeiro, uma boa equipe terapêutica, e isso vai depender de cada deficiência. Segundo a profissional, a família e a escola são partes fundamentais dessa equipe, uma vez que a criança ou o adolescente sempre estão inseridos num contexto, expostos o tempo todo a estímulos. Por isso, todos devem seguir o mesmo objetivo e falar a mesma linguagem, para que esses estímulos tornem-se habilidades concretas.

“A estimulação, quanto mais precoce, mais eficiente será. Colocar a educação como prioridade é fundamental quando se trata de desenvolvimento, principalmente o desenvolvimento atípico, que é o caso das crianças com deficiência. É preciso ter um olhar bem direcionado e muito cuidadoso para minimizar os prejuízos do ensino a distância”, explica Ana Amélia.

Para a psicóloga, a retomada ao ensino presencial, quando acontecer, no caso da rede pública, também deverá ser cautelosa e individualizada. “Alguns acabaram se acostumando com a rotina em casa, então vamos precisar de um período de adaptação progressiva, respeitando a resposta de cada aluno e sempre focando no bem-estar dele. As crianças autistas, por exemplo, têm uma necessidade de rotina muito grande e são muito rígidas a essas rotinas. Qualquer mudança, se não for bem antecipada, pode causar um sofrimento enorme”, pontua.

Por fim, a profissional ressalta a importância da inclusão no ensino: “A pandemia escancarou que, ou a gente faz uma inclusão bem-feita, ou precisamos nos questionar sobre o que estamos fazendo. Não é nenhum favor fazer inclusão de crianças e adolescentes com deficiência, é um direito que eles têm”.

Vantagens tecnológicas

A professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) do Centro de Ensino Fundamental nº 12 de Taguatinga, Larissa Mitsue, conta que o período de pandemia foi e está sendo um momento de muitos desafios, mas também de muitos aprendizados. Para ela, é gratificante perceber o desenvolvimento dos estudantes que tinham inúmeras dificuldades em se adaptar ao ensino a distância e, de repente, já conseguem responder às atividades, preencher formulários, anexar arquivos, assistir a aulas pelo Google Meet e tirar dúvidas por mensagens de texto.

Foi o caso de Duwesley Nogueira Chaves, de 14 anos, com deficiência intelectual. Em 2020, todos os materiais do jovem eram impressos, já este ano, ele consegue acessar a plataforma com facilidade, acompanha algumas aulas on-line e comparece aos atendimentos remotos da Sala de Recursos. “Eu não acho tão difícil este ano, mas ano passado, sim. Faço meus deveres no final da tarde ou de manhã. As aulas no computador a pessoa não aprende muito, não. E não sou só eu, todo mundo. Era melhor estar no colégio com todos, mas a pessoa tem que assistir”, afirma o estudante.

“De uma certa forma, eles foram forçados a lidar com essas ferramentas que, com certeza, farão parte de toda a sua vida acadêmica daqui pra frente e que, também, serão necessárias neste mundo tecnológico”, explica a professora. “Estamos todos juntos e vamos passar por isso. Apesar de todas as perdas que a pandemia nos trouxe, sinto-me honrada em fazer parte desse processo de aquisição de conhecimento coletivo”, reitera.

Segundo Larissa, é preciso que a escola trabalhe de forma integrada, acolhendo tanto os estudantes quanto as famílias, para que ninguém se sinta desmotivado ou desassistido. Nos atendimentos individualizados da Sala de Recursos, ela procura manter conversas informais com os alunos para estabelecer vínculos, além de trabalhar as habilidades que são importantes para os conteúdos de sala de aula. Jogos, formulários com dicas e vídeos explicativos com linguagem simples são algumas das metodologias acessíveis utilizadas pelos professores regentes para atingir os estudantes com maiores comprometimentos cognitivos.

“É necessário que reconheçamos que todos os estudantes, independentemente de suas necessidades e dificuldades, têm potencial para aprender. Para que eles tenham uma aprendizagem significativa, é importante que tenhamos a sensibilidade de entender que cada um tem o seu ritmo e maneiras diferenciadas de aprender”, completa a professora. 

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte