sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Alerta aos pais: nem todo psicólogo tem capacitação para cuidar do seu filho com autismo

Alerta: nem todo psicólogo é capacitado para cuidar de criança autista

É de conhecimento geral da população que um médico cardiologista, oftalmologista, ginecologista, ou de qualquer outra especialidade tenha formação nas áreas de atuação. Não basta ele apenas ser médico, precisa de uma pós-graduação, se aprofundar na técnica, teoria para depois buscar experiência na prática, para então, estar apto a atender na especialidade.

Você sabia que na psicologia funciona da mesma forma? Todo o profissional que deseja tratar de crianças autistas e aplicar a terapia chamada ABA (Análise do Comportamento Aplicada), deve passar por um curso de especialização, após a formação acadêmica na área.

Se estivéssemos diante de um conselho médico e fosse relatado que um paciente passou por uma cirurgia cardíaca realizada por um clínico geral a comoção, sem dúvida, seria generalizada. Na Psicologia, entretanto, isso tem se tornado comum e, o que é mais grave, com pacientes altamente vulneráveis e que necessitam do tratamento correto e intensivo para que possam ter um melhor prognóstico no futuro.

Infelizmente muitos profissionais de psicologia não seguem o importante pré-requisito e têm oferecido o tratamento em ABA, sem ao menos ter o conhecimento profundo na área. Motivo para os pais ficarem atentos. Afinal, entregam o bem mais preciso que são os filhos, para serem tratados da melhor maneira por um profissional capacitado.

Tratamento para autismo indicado pela OMS

TEA (Transtorno do Espectro do Autismo Atualmente, tem crescido no país o número de casos de crianças e adolescentes diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro do Autismo). Por consequência, muitos pais têm procurado o tratamento a seus filhos e, muitas vezes, buscado judicialmente que o Estado ou planos de saúde custeiem o tratamento em ABA, prescrito pelo médico. Com a demanda crescente para Analistas do Comportamento Aplicados ao campo do Autismo, e a ampla oferta de psicólogos no mercado, cada vez mais, profissionais que não possuem qualquer titulação de pós-graduação ou experiência comprovada de atuação sob supervisão em Análise do Comportamento Aplicada, atuam com ABA ao autismo.

“ABA é uma Ciência aplicada do comportamento que pode ser utilizada para trazer soluções de problemas a fenômenos de relevância social, entre eles, o autismo. O clássico livro americano “Applied Behavior Analysis” de Cooper, Haron e Heward (2007), descreve cerca de 95 habilidades necessárias para a prática de tal profissional. Tais habilidades vão desde a realização de uma análise funcional apurada, passando por procedimentos de ensino e de mudança de comportamentos, até a forma de registro e avaliação de resultados. Portanto, o aprendizado de uma ciência além de complexo, tem de ser contínuo. A quem deseja atuar em uma ciência natural que se propõe a predizer comportamento e desenvolver repertórios comportamentais, cabe o enfrentamento de anos de estudo e dedicação que nunca devem se exaurir. Além disso, a atuação de modo competente é também resultado da experiência do profissional sob supervisão de um analista do comportamento experiente e esse quesito deve, também, ser considerado”, afirma a especialista em neuropsicologia e Analista do Comportamento Aplicada ao Autismo do Grupo Conduzir, Renata Michel.

Nos Estados Unidos, país com maior número de analistas do comportamento do mundo, foi criado há cerca de 30 anos a certificação denominada BCBA (Behavior Analyst Certification Board). Para obter esse certificado é exigido mestrado, horas de experiência (cerca de 1500), e, ao final, aprovação em um exame. O título do BCBA é reconhecido internacionalmente e tais critérios evidenciam a especificidade de conhecimentos necessários ao Analista do Comportamento. A adoção de um critério similar na realidade do nosso país faz-se cada vez mais necessária.

O que dizem os especialistas

Tendo isso em vista, associações como a ACBr (Associação Brasileira de Análise do Comportamento) e o LAHMIEI (Laboratório de Aprendizagem Humana), inserido na estrutura administrativa do Departamento de Psicologia da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) recomendam na procura do Analista do Comportamento o nível de pós-graduação, o que pode mais claramente atestar sua qualificação profissional para atuação.

“Como se trata de uma ciência, com produção de conhecimento ininterrupta, é também necessário que o Analista de Comportamento se mantenha constantemente atualizado. A Análise de Comportamento Aplicada (ABA) é a base para os tratamentos mais indicados para o TEA, segundo a Organização Mundial de Saúde. As mudanças recorrentes no campo da Educação Especial, principalmente a partir da década de 90, através das políticas de inclusão, deveriam fazer com que todos os profissionais refletissem sobre suas práticas e buscassem capacitação. É condição Sine Qua Non que os governos apoiem tais profissionais e auxiliem e oportunizem essas capacitações, pois não existe inclusão sem especialização”, afirma a Profa. Dra. Giovana Escobal, vice-coordenadora do Instituto LAHMIEI, da UFSCar.

Celso Goyos, cordenador do Instituto LAHMIEI, da UFSCar, afirma: “O melhor tratamento para o TEA, baseado em ABA, implica em início precoce, duração mínima de dois anos, intensidade de 30 a 40 horas por semana, e supervisão de um analista de comportamento capacitado e experiente. O tratamento é altamente complexo e exige uma integração dos recursos, envolvendo aplicadores (técnicos e profissionais da área da saúde ou educação), escolas e pais, e exige a supervisão capacitada e experiente”.

Tratamento na prática - caso mãe Rosane

Rosane Cardoso Lacerda, administradora de empresas, tem um filho de 4 anos, que é tratado pela abordagem ABA há um ano. Ela comenta que chegou a procurar por tratamento em vários locais, que diziam ter a especialização na área, mas que na verdade não possuíam habilitação. Ela decidiu, então, pesquisar a fundo, exigir comprovação até encontrar o lugar ideal para o tratamento do filho: “O progresso no meu filho só se deu após ingressarmos no tratamento correto, em um local verdadeiramente especializado em ABA. Após isso, a evolução foi notória, tanto na postura dele, quanto na linguagem. Sem contar que ele adora as terapeutas, já criou um vínculo e afinidade por todo o carinho dedicado a ele ao longo do tempo.”

Por isso é importante que os pais estejam atentos. Procure apenas profissionais que tenham a especialização ou supervisão e um especialista em ABA. Dessa maneira, a evolução no tratamento da criança com TEA pode ser realmente vista nos resultados apresentados.

Fonte: TarobaNews

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Fonoaudióloga aposta em games educativos para o tratamento de crianças com deficiências


Foi durante pesquisas para inovações para o consultório que a psicóloga Geórgia Pereira Nejaim conheceu a PlayTable, mesa digital interativa e multidisciplinar criada pela startup da área de negócios de impacto social, Playmove. Com games educativos que auxiliam a coordenação motora e psíquica, o produto já faz sucesso no país, em escolas, consultórios e ambientes comerciais: está em cerca de 800 instituições, atingindo mais de 300 mil crianças.

Através da ludopedagogia, que alia o brincar e a aprendizagem, ela trata pacientes como o Enzo Negreiros Pereira de Magalhães, 9 anos. Com diagnóstico de paralisia cerebral, ele encontrava bastante dificuldade na execução de movimentos ligados à coordenação motora fina, como pinça ou apreensão de objetos pequenos. “Dentre vários jogos usados na terapia, ele vem demonstrando excelentes resultados na alfabetização, com o uso do Papa Letras. Na atividade ele precisa arrastar as letras faltantes para formar/completar as palavras. Estamos obtendo excelentes resultados. Através de ferramentas lúdicas e divertidas, ele vem se superando, com melhora dos movimentos e aprimoramento dos aspectos que envolvem atenção, concentração e memória.” explica Geórgia.

“A cada dia vivemos mais inseridos no mundo digital e os pacientes sempre se sentem mais engajados quando optamos por oferecer terapia que contemple tal avanço. A fonoaudiologia é uma ciência muito vasta e ampla, que dá suporte do recém-nascido ao idoso. A PlayTable complementa as sessões trabalhando aspectos de coordenação motora, memória, noções espaciais, imaginação, criatividade, cálculos, aquisição fonêmica e principalmente, propiciando maior interação e trocas dialógicas”, avalia Geórgia, que hoje conta com 21 jogos do portfólio do produto disponibilizada em seu consultório.

Para a fonoaudióloga, a motivação que a tecnologia aliada ao universo lúdico traz, garante que os pacientes se sintam mais acolhidos nas consultas. “Tenho paciente que fica eufórico para entrar em terapia. É maravilhoso ver o avanço de cada pessoa, desde a criança aprendendo as primeiras palavras, ao idoso buscando resgatar as que perdeu”, ressalta.

Fotos: divulgação
Fonte: razoesparaacreditar.com

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Indiferença na própria família perante a pessoa com deficiência

PorJosé Deoclécio de Oliveira

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Durante muitos anos, tenho acompanhado a luta das instituições e dos órgãos de comunicação que defendem os direitos das pessoas com deficiência na questão da reabilitação e integração, do combate ao preconceito e da acessibilidade.

Hoje posso dizer que a consciência da sociedade evoluiu, compreendendo cada vez mais e criando oportunidades para as pessoas com deficiência viverem um dia a dia comum. Porém, existe ainda uma parcela da população que deveria dar o exemplo de cidadania, pois trata do assunto “inclusão” com indiferença. Por incrível que pareça, estou me referindo à própria família.

Muitos parentes até se afastam do convívio da casa que acabou de receber um bebê com deficiência ou alguém que a adquiriu. Por receio de se envolver, ficando expostos a prestar favores, ou pelo fator “vergonha” em ter um membro na família com deficiência.

Tenho um pensamento no meu e-mail que é permanente: “Não seja Indiferente com as Diferenças”, eu resolvi colocar esta frase quando um dia recebi alguns familiares para uma pequena reunião. Andreza, minha filha que tem paralisia cerebral, estava na sala assistindo televisão e algumas pessoas presentes não se deslocavam para a sala, preferiam ficar no mesmo local desde que chegaram. Elas apenas cumprimentaram Andreza na chegada e se despediram quando foram embora.

Estas atitudes, posturas, caracterizaram um comportamento de caráter preconceituoso e de indiferença com a pessoa que possui alguma limitação, pior ainda sendo da mesma família. Esses “familiares” não possuem um mínimo de conhecimento sobre a reabilitação e a determinação das pessoas com deficiência, que, com o incentivo dos pais e amigos, conseguem conquistar a independência, a socialização e uma vida praticamente “normal”, dentro de suas limitações.

Para quem tem paralisia cerebral, a interação com outros grupos sociais é mais difícil, por causa das suas dificuldades de locomoção e comunicação. É nesta hora que os familiares próximos têm um papel importante na integração, por isso a visita de tios e primos é importante para diversificar os assuntos e o contatos com o mundo lá fora.

Eu acredito que se todos os parentes agissem com solidariedade e boa vontade para interação, contribuiria muito para a minha filha, por exemplo, sentir-se amada e não rejeitada, tratada com indiferença. Assim, com ações simples de convívio estariam somando nas lutas pela inclusão social das pessoas com deficiência, que merecem todo o respeito.

Fonte: recantodasletras.com.br/cronicas/2766318

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Dentista se especializa em crianças e adultos com deficiência

No consultório, ela atende também pessoas com doenças crônicas e quem sofrem com algum tipo de fobia Quando se formou, há 25 anos, Katia Jara já sabia qual sua missão como dentista. Decidiu atender com excelência um público quase invisível na Odontologia, pessoas com necessidades especiais.

No consultório, crianças com paralisia cerebral tem excelência no atendimento

Buscou especializações e hoje é a única em Campo Grande a dedicar 100% do tempo às pessoas com algum tipo de deficiência permanente ou temporária e de síndromes. “Não existe nenhuma síndrome humana que não afete a parte dentária. Por isso, esses pacientes precisam de um acompanhamento permanente”, explica a dentista.

Além de técnicas e medicamentos bem específicos para quem sofre com algum desses problemas, a cirurgiã dentista tem a sensibilidade para atender pacientes que, na maioria das vezes, são colocados à margem do sistema de saúde.

As consultas são particulares, mas com valores acessíveis, já que muitos nessa situação sofrem duplamente com a deficiência e a vulnerabilidade financeira. Mas a garantia é de tratamento com especialista interessada em apresentar o que há de mais moderno na Odontologia e com cuidado redobrado na prevenção.

O consultório tem o nome que resume a ideia de Kátia: Sorriso Especial. Nas fotos de atendimentos, há muitas crianças com a felicidade estampada no rosto, apesar de terem passado pela cadeira da dentista. São meninos e meninas com Síndrome de Down, autismo ou paralisia cerebral.

“Quanto mais precoce for a intervenção, maior a qualidade de vida. Também trabalho muito de maneira integrada.”No caso de síndromes, deficiências motoras e comportamentais trabalhamos estímulos com fonoaudiologia, psicologia, medicina e outras áreas da saúde” comenta.

Pacientes que possuem malformações, deficiências motoras ou paralisias possuem maior dificuldade de higiene bucal, por isso é importante a intervenção precoce e a orientação aos familiares e cuidadores.


Além das crianças, adultos encontram no consultório um lugar preparado para procedimentos complexos e com segurança durante as intervenções. “Cardiopatas, por exemplo, precisam de cuidados diferenciados para o atendimento”, diz a dentista.

Depois de 6 anos também de experiência no CEM (Centro de Especialidades Médicas) da prefeitura de Campo Grande, Kátia não tem dúvidas sobre a falta de serviços direcionados às pessoas fragilizadas por algum tipo de problema crônico e até doenças como câncer.

“Senti a necessidade de direcionar o meu consultório para essas pessoas, porque estão fragilizadas e precisam de um cuidado especial em todos os sentidos. Todo ser humano, independente de suas capacidades físicas e intelectuais, merece ter um tratamento de excelência em saúde bucal”, justifica.


Fonte: campograndenews.com
Extraída de criancaespecial.com.br

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Crianças com deficiência: 5 dicas de integração

A inclusão de crianças especiais é uma tarefa que deve ser praticada em todos os âmbitos da vida de uma pessoa que tenha algum tipo de necessidade.

E isso deve começar desde a infância. A escola tem papel fundamental na hora de começar a integrar “crianças especiais” dentro da sociedade.

CRIANÇAS ESPECIAIS: CINCO DICAS DE INTEGRAÇÃO

Os professores são essenciais nessa integração, pois estarão lidando diretamente com os pequenos.

Em escolas comuns, ou seja, que são destinadas para qualquer criança, esse papel se torna ainda mais importante.

Ensinar sobre como todos têm suas diferenças e como cada um é especial de algum modo, é um dos pensamentos que os docentes devem ter em sala de aula.

Praticar a inclusão é muito mais do que falar sobre acessibilidade, é colocar frente a frente pessoas com e sem deficiência.

Como integrar “crianças especiais” nas aulas


Segundo o Censo Escolar 2015, existem cerca de 750 mil estudantes com deficiência convivendo com os demais alunos no ambiente escolar. Isso representa um aumento de seis vezes nos últimos dez anos.

Por conta disso é essencial que o professor saiba como lidar com esses estudantes.

Fale com um médico: É essencial que docente fale com um médico antes de começar a tentar integrar “crianças especiais” nas aulas de escolas comuns. Saber sobre os tipos de deficiência, os limites que elas impõem, e os termos corretos a serem usados é muito importante.

Oriente o resto da classe: Fale com a classe abertamente. O fato de uma criança com algum tipo de deficiência estar entrando na turma não deve ser um tabu na sala de aula.

Explique exatamente quais são as limitações que o aluno com deficiência tem, e que, apesar delas, ele continua sendo igual aos demais. Oriente os estudantes também sobre as maneiras corretas de agir com a criança.

Faça atividades acessíveis: A acessibilidade é indispensável tanto dentro da sala de aula, como na escola de modo geral. Crie atividades onde todos os alunos possam participar de maneira igualitária, sem distinção.

Além disso, discuta com os estudantes o que é acessibilidade e porque ela é importante.

Seu papel, como professor, é ensinar as crianças a serem cidadãos.

Converse com os pais: É essencial que o docente fale com os pais da criança antes de tomar qualquer atitude dentro da sala de aula. Descubra como é a personalidade dela, do que ela gosta e não gosta, se ela tem algum medo específico.

Além disso, peça para eles elaborarem algum material de orientação para quando a criança tiver uma crise. O autismo, por exemplo, é uma doença na qual as crises são muito comuns. Saiba como lidar com o pequenino nessa hora.

Converse com outros professores: Troque informações com outros professores sobre como integrar “crianças especiais” na sala de aula. As vezes um colega seu saberá coisas mais específicas, ou pode conhecer alguém que possa dar mais informações.

Além disso, busque falar com a direção da escola para que a inclusão seja uma prática de todos os funcionários. Das merendeiras até os professores, todos devem saber incluir as os pequenos no ambiente escolar. Integrar “crianças especiais” dentro da escola é uma tarefa que exige muito cuidado. Muitas vezes, algumas atitudes podem atrapalhar o processo de inclusão em vez de ajudar.

A inclusão de crianças especiais é uma tarefa que deve ser praticada em todos os âmbitos da vida de uma pessoa que tenha algum tipo de necessidade.

Tenha materiais específicos para crianças com deficiência


Cartilhas, livros, flyers, livretos, qualquer material sobre inclusão deve estar presente dentro do ambiente escolar, independente se há ou não crianças com algum tipo de deficiência.

É preciso se ter em mente que, mesmo que naquela escola não haja “crianças especiais”, em algum momento da vida os estudantes irão conhecer alguém com algum tipo de deficiência.

A instituição de ensino tem um grande papel na formação de cidadãos que saberão incluir essas pessoas na sociedade.

Estimule a inclusão em todos os ambientes


Não basta estimular a inclusão apenas na sala de aula, ela deve ser um hábito do dia a dia. Fale sobre o assunto com todo mundo, de colegas de trabalho até familiares. Todos precisam ter consciência da importância desse assunto. 

Integrar “crianças especiais” em salas de aula com outros alunos é uma tarefa que irá gerar bons frutos no futuro. A partir do momento que você ensina um estudante sobre a igualdade, ele levará isso para o resto da vida.

Fonte: casados7saberes.com.br

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A escola é inclusiva?

A escola é inclusiva?

Por Daniele Sant Anna Rego da Silva

Esta é uma indagação muito comum entre os pais de crianças com deficiência ou com necessidades escolares específicas. Teceremos alguns comentários para que os pais saibam o que é uma escola verdadeiramente inclusiva.

A Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos e liberdades humanas, primeiro passo para a construção da cidadania, deve ser incentivado. Educação inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar.

A escola inclusiva deve favorecer a diversidade, seria de forma simplista dizer que todos os alunos independentes de suas condições físicas, mentais e psicológicas irão estar juntos no contexto escolar, aprendendo e aprimorando seus conhecimentos. O ensino e a aprendizagem devem ser para todos.

Todavia, importante informar que existem alunos com necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola como, por exemplo, a utilização de recursos e apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos.

Uma escola verdadeiramente inclusiva não nega as dificuldades dos estudantes, pelo contrário, as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade.

Na educação inclusiva é necessária uma pratica pedagógica coletiva, onde os docentes deverão receber os alunos com necessidades especiais, perceber suas limitações e integrá-lo à turma, valorizando suas habilidades e facilitando sua dificuldade que pode ser através de adaptação de material escolar, bem como outros recursos.

A Escola tem desafio de inserir os alunos com necessidades especiais na sociedade através de medidas educativas. Sendo assim, a escola deve propiciar a oportunidade de convivência entre todos alunos independente de suas diferenças.

Deste modo, para uma escola ser efetivamente inclusiva deve-se haver utilização de recursos e apoios especializados, plano de ensino diferenciado, adaptações curriculares e de materiais, capacitação para os professores e a participação dos pais e terapeutas na escola.

Infelizmente, no Brasil são raras as escolas que promovem a efetiva inclusão, porém com o auxílio da Lei Brasileira de Inclusão e a participação ativa dos pais, seja lutando para efetivação dos direitos de seus filhos, seja auxiliando a escola e os terapeutas, acreditamos em um futuro melhor e mais inclusivo.

Importância dos pais na inclusão escolar

Os pais têm papel fundamental no processo de inclusão escolar. São eles que através de suas lutas diária pelos direitos dos seus filhos e conscientizando as escolas da necessidade de se tornar de fato inclusiva conseguem avanços na concretização desta inclusão. Dentre esses avanços citamos a adaptação de materiais e currículo, além da capacitação de professores por exemplo.

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A integração entre pais e profissionais é fundamental porque ninguém, além deles, conhece melhor o seu filho. São os pais que convivem 24 horas por dia e aglomeram informações valiosas para o aperfeiçoamento do processo. Esta colaboração traduz-se num incentivo muito grande aos profissionais, estimulando-os a lidar com as crianças. Este entrosamento é primordial para que ambas as partes (pais e profissionais) encontrem a melhor maneira de tratamento para a educação da criança. Esta, por sua vez, observando a união entre eles, vai se sentir melhor e terá maior confiança naqueles profissionais que a assistem. 

Os pais são agentes indispensáveis no processo educacional dos filhos. A família é a que melhor conhece a criança porque a acompanhou desde seu nascimento e, da mesma maneira, a criança sente-se mais segura estando próxima da sua família. Para Petean e Borges, a participação da família promove o desenvolvimento da criança e atua como agente mediador entre a escola e o meio social.

Os autores Barbosa, Rosini e Pereira afirmam que, se as atitudes dos pais forem positivas com relação à educação inclusiva, melhor e mais rápido será o processo de inclusão.

Assim sendo, pais precisam manter uma boa interação com a escola, pois isto representa um fator positivo para a inclusão escolar e são os pais que possuem conhecimentos e experiências para ensiná-los.

As crianças com necessidades especiais precisam de muito incentivo e atenção para vencer as dificuldades de aprendizagem que muitas vezes fazem com que elas desistam de estudar.

Os pais, algumas vezes, atribuem apenas à escola as dificuldades de aprendizagem de seu filho, culpam a professora pela demora nas aquisições. Os professores, por sua vez, dizem que não estão preparados para incluir, ou que os pais delegam exclusivamente a elas a responsabilidades de ensinar. No entanto, a verdade é que os resultados são a soma dos compromissos dos pais, da escola, da equipe terapêutica e da própria criança.

A inclusão não deve ser guerra, mas deve ser desafio. Não deve ser conspiração, mas sim intercâmbio de ideias. Não deve ser conflito, mas sim cumplicidade. Seu prêmio vai ser a aprendizagem real da criança diferente, como cada criança é, mas respeitada em suas características, com seu espaço reconhecido e aproveitado para que seja sempre ampliado, exercendo seu direito de estar com todos e sendo encarado como mais um aluno. 

Bibliografia
1 – Alonso D. Educação inclusiva: desafios da formação e da atuação em sala de aula [Internet]. 2013 Dez. [acesso em 04 de janeiro de 2018].Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/588/educacao-inclusiva-desafios-da-formacao-e-da-atuacao-em-sala-de-aula

2 – Carvalho R.E. Removendo barreiras para a aprendizagem. Educação inclusiva. 3ª edição. Porto Alegre: Mediação; 2003.

3 –  Brasil, Lei 13.146/2015. Institui a lei Brasileira de inclusão da pessoa com deficiência (Estatuto da pessoa com deficiência). 06 de julho de 2015.

4 – Figueira, Emilio. Conversando sobre Educação Inclusiva com a família. 2ª.Edição. São Paulo: Agbook; 2014

5 – Petean, E. B. L. e Borges, C. D.  Deficiência auditiva: escolarização e aprendizagem de língua de sinais na opinião das mães. Paidéia (Ribeirão Preto), 2002; vol.12, n.24, p.195-204.

6 – Barbosa, A. J. G.; Rosini, D. C. e Pereira, A. A. Atitudes parentais em relação à educação inclusiva. Rev. bras. educ. espec., 2007; vol.13, n.3, p. 447-458.

7 – Bibas JM; Valente MI. Alfabetização na Síndrome de Down. [Internet] . 2013 Mar [acesso 10 de dezembro de 2017]. Disponível em: https://inclusaoaprendiz.wordpress.com/author/jombibas/page/2/

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Inclusão: natação melhora a vida de crianças com deficiência

Desenvolvimento psicomotor, aumento da autoestima e interação social são os benefícios da natação por pessoas com deficiência

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Salvador Martins de Moraes foi aconselhado por amigos a matricular o filho Vanderlei, de 32 anos, portador de síndrome de down, em uma academia de natação. Na época, o rapaz tinha 10 anos e era uma criança agressiva e com dificuldades de relacionamento. O resultado agradou tanto a Moraes que ele começou a indicar o esporte para outros pais que havia conhecido na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

Os benefícios da natação para crianças com autismo
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''Fico feliz ao lembrar que outros pais trouxeram seus filhos também. O Vanderlei é bom de prato e o esporte ajuda a manter o peso. Ele tem um ótimo fôlego. Hoje, atravessa a piscina mergulhando.'' 

Júlio César Rodrigues pratica natação há 14 anos. Após uma cirurgia no joelho, o médico indicou o esporte para conter a hipotonia, a fraqueza muscular comum nos portadores da síndrome de down. Aos 32 anos, ele frequenta a academia de natação três vezes por semana e já ficou mais de uma vez em primeiro lugar nas competições internas.

A mãe de Júlio, Maria Angélica Rodrigues, entusiasma-se ao contar as mudanças que percebe no comportamento do filho desde que ele aprendeu a nadar. Ela cita uma melhor postura, o aumento da autoestima e, principalmente, o modo como ele trata as pessoas. ''A convivência social, a integração com os outros alunos e os professores fizeram-no amadurecer e ser mais calmo. Na academia ele interage com outros jovens portadores de down ou não. O mais importante é que todos são tratados de forma igual.'' 

Desafios 

A professora de natação, Natalie Ito, explica que o ensino desse esporte em casos como o do Júlio são iguais a todos os outros. ''A medida de atenção é sempre a mesma para cada aluno. A paciência é a mesma e corrijo os exercícios de todos de forma igual. A única variação é que portadores de síndrome de down são mais corajosos, não têm medo. Aceitam os desafios com vontade de superação'', relata. 

Luciano Rodrigues de Mello, também professor de natação, explica que o esporte é integrador e garante o desenvolvimento psicomotor das pessoas com necessidades especiais. ''Eu atendo jovens com esquizofrenia e autistas. Nesses casos é necessário mais paciência. Precisamos fazer o que eles querem para conseguir ganhar sua confiança. Como é difícil a comunicação com eles, os avanços são lentos, mas são possíveis.'' 

Nos casos de down o atendimento é coletivo e pode ser realizado com outros alunos. Autistas e pessoas com esquizofrenia são atendidos individualmente. 

Natação infantil é aconselhada a partir dos três meses 


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Água quentinha e riso das crianças. Brincadeiras, desafios e cantigas. Exercícios que ajudam a desenvolver a relação de confiança da criança com os pais. A natação infantil é aconselhada a partir dos três meses. A professora de Educação Física, Ariane Duarte Borges, aponta o aumento do equilíbrio do tônus muscular como um dos principais benefícios. ''Principalmente na região cervical, possibilitando uma melhor sustentação da cabeça, o que facilita o manuseio da criança.'' 

''Através do ato de brincar na água, a criança desenvolve o sistema motor, sensorial e até o afetivo. Há um crescimento no relacionamento de confiança com o adulto que o trás para a aula e muitos pais relatam como o sono da criança se torna mais tranquilo'', acrescenta a professora Cristiane Baricati, que há 14 anos trabalha com natação infantil. 

A presença dos pais na hora da atividade é fundamental. Dessa forma o processo inicial de aprendizagem se torna mais eficaz. A proximidade afetiva entre pais e filhos, na hora dos primeiros contatos com as posições horizontais na água, vão evitar maiores traumas e os ''chorinhos'' comuns ao enfrentamento do novo. ''A criança sente a segurança que a presença dos pais transmite e tem mais condições de se lançar às novas sensações que a natação vai lhe proporcionar'', explica Cristiane. 

Eliane Cotrin, mãe de Rafael, dois anos, matriculou o filho quando ele tinha cinco meses. Ela percebeu que o menino ficou menos agitado e aproveitou do apetite após as aulas para caprichar na alimentação. ''Para uma criança da sua idade, o Rafael fica muito pouco gripado. Ele não é de comer muito e após brincar na água sente mais fome. Eu já trago o almoço.

Pediatra dá orientações aos pais 

O pediatra e pneumologista José Osmar Minetto explica que os pais devem tomar alguns cuidados ao matricular os filhos em uma escola de natação. Ele observa que a prática é aconselhada para crianças com asma. ''Qualquer exercício para esses casos são bem-vindos. A natação é um exemplo, porque aumenta a capacidade cardiorrespiratória. É aquele processo onde percebemos um cansaço ao praticar exercícios, que vai desaparecendo com a rotina da atividade.'' 

Já nos casos de rinite a prática é desaconselhada. O médico explica que o cloro presente na água irrita a mucosa do nariz e provoca um processo inflamatório. ''É altamente prejudicial. Os pais podem perceber isso nos primeiros contatos dos filhos com o esporte. O quadro pode evoluir para uma rinossinusite e o tratamento para isso é lento, faz a criança sofrer muito'', alerta.

Bruno Maffi - Equipe Folha
Matéria extraída do bonde.com.br