quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Cuidar de uma criança especial é um grande aprendizado”, afirma a modelo e mãe Izabella Fiorentino

Com objetivo de promover troca de experiência entre diferentes mães, a revista Claudia Filhos e o portal Bebe.com.br realizaram em Campinas (SP), o evento “Histórias de Mães”. Conduzido pela jornalista Maria Flor Calil e com a participação da pediatra Ana Paula Moschione, Isabella Fiorentino, apresentadora do programa Esquadrão da Moda e mãe de trigêmeos prematuros extremos contou sua experiência como mãe de uma criança com dificuldades motoras.

Segundo Isabella, em razão de uma hemorragia cerebral ainda na UTI neonatal, seu filho Lorenzo hoje tem dificuldades motoras. E, para ela, cada dia é uma vitória! Com pensamento positivo, a apresentadora diz que só olha para o que o filho tem de bom e o que ele ainda não faz, um dia vai conseguir fazer! “Quem olha de fora pode ficar com pena. Mas meu foco não é o que o Lorenzo não faz. É o que ele consegue fazer. Cada conquista é uma vitória. E eu ganho uma Copa do Mundo por dia”, ela afirmou.


Confira abaixo o depoimento completo da apresentadora:

“Sou modelo desde os 13 anos e apresentadora do Esquadrão da Moda, no SBT, desde 2009. Olhando assim, de fora, ou naquelas fotos das revistas, a impressão é a de que eu alcancei um grande sonho. O que não deixa de ser verdade. Mas o que as pessoas talvez não saibam é que ser mãe sempre foi, pra mim, o sonho e a realização mais importantes. Então eu posso dizer que, hoje, sou muito realizada, porque tive trigêmeos univitelinos, gerados da forma mais natural possível – e por causa disso, a gestação também acabou ficando famosa.

Para vocês entenderem como o pensamento positivo realmente funciona: antes ser modelo, eu fechava os olhos (sonhando) e me imaginava casada e tendo filhos. E nestes meus devaneios, a gravidez não era qualquer uma não. Eu ia ter um barrigão de gêmeos! O que eu não podia imaginar era que meu sonho se tornaria tão real. Já estava casada há três anos, quando descobri que estava grávida. Assim que saiu o resultado do exame, corri para fazer logo o primeiro ultrassom. Então, lá na maca, o médico que fazia sorriu e me disse: ‘Isabella, parabéns, você tá grávida de gêmeos’. O relógio parou, uma música imaginária começou a tocar no consultório, eu e meu marido nos olhamos emocionados, uma lágrima ia escorr… O médico interrompeu meio assustado: ‘Peraí, Isabella’. A nossa emoção virou tensão e a lágrima nem caiu. ‘Que foi, doutor, é um só?’. ‘Não. São três’, ele respondeu. ‘Trigêmeos univitelinos. Você vai ter 3 meninos, ou 3 meninas, idênticos, com o mesmo DNA.’ Todo aquele cenário romântico saiu de cena imediatamente . Nem deu tempo de pensar ou sentir direito. Porque sonhar com gêmeos vestidos com a mesma roupa brincando na grama é uma coisa, mas gestar três bebês… O próprio obstetra foi o primeiro a alertar: ‘melhor não contar pra ninguém ainda porque você tem apenas uma placenta. Existe o risco de você perder um, dois ou mesmo os três bebês.’ Ninguém sai de casa, grávida, plena, ansiosa pelo primeiro ultrassom, pra ouvir isso.

Acho que esse foi o primeiro baque dos muitos que eu ainda iria enfrentar. Mas, apesar do susto, eu nunca sequer considerei que algo pudesse dar errado. A mente positiva, aquela mesma mente que imaginava as coisas dando supercerto desde menina, me dizia pra ir em frente, acreditando no melhor cenário. Foi o que eu fiz e é o que eu faço, todos os dias. Eu nunca tive medo. Meu médico disse que só tinha visto esse tipo de gestação na literatura. E que, provavelmente, morreria sem ver um novo caso do tipo. Simplesmente porque não é possível gerar em laboratório trigêmeos univitelíneos Essa gravidez rara e delicada me pediu o maior cuidado possível. E foi o que fiz. Enquanto todas as gestantes têm acompanhamento mensal, por exemplo, eu fazia ultrassonografias semanais. A partir da décima segunda semana, fiquei em repouso absoluto. A barriga cresceu e eu não conseguia respirar. Nenhuma grávida consegue respirar direito e todas sentem dores, mas eu chuto, assim por cima, que eu tinha três vezes mais dificuldade.

Até que o dia do nascimento chegou! Sabe aquele momento esperado do parto? Pra mim, foi tensão pura. Passei por uma cesárea, o tempo todo com aquele pano na minha frente e meu marido segurando a minha mão do lado. Não vi nenhum deles. E eu só perguntava: amor, eles são pequenininhos? ‘Muuuito pequenininhos’, ele respondia. Nicholas, o terceiro, pesava menos de um quilo. Juntos, os três alcançavam apenas 3 quilos. Eram prematuros extremos. Só pude ver meus filhos um dia depois do parto, de cadeira de rodas. Eles choravam tanto! Eu pensava: ‘não, eles tinham que estar quentinhos, tranquilos, sem serem incomodados. Eles foram arrancados da barriga! Eles deveriam ficar mais três meses. E o que eu fiz com tudo aquilo?’

Isabella e Lorenzo
Cheguei à conclusão, em poucos dias, de que tinha mais é que agradecer por eles estarem vivos e bem, num hospital bom. Porque, senão, não sei como teria sido. Essa orientação positiva me ajudou muito a enfrentar o que viria a seguir: no quarto dia, o Lorenzo teve uma hemorragia cerebral, o que realmente pode acontecer com prematuros. Ele só tinha 4 dias. E o médico explicou, que ele tinha risco de morte. Ou poderia ter sequelas gravíssimas. Ou então poderia sair dessa sem nenhuma sequela. Eu, óbvio, foquei no ‘nenhuma sequela’.

Não foram poucos os sustos nesses dias de UTI. Mas também houve momentos emocionantes, como a primeira vez que eu peguei os meninos no colo. Eles já tinham mais de 15 dias. E não é que eu simplesmente peguei: eles eram colocados em mim. E eram tão pequenos que dava pra colocar dentro do top; ficava só a cabecinha do bebê pra fora, e ainda plugado no oxigênio. Mas, ah, foi uma delícia… Primeiro o Bernardo, depois do Nicholas, depois o Lorenzo. A rotina durante esses três meses em que eles ficaram lá, era essa: eu chegava às 7 da manhã e ficava até as 10 da noite. Na UTI, tinha meu cantinho, onde ficavam as três incubadoras e a minha poltrona. Transformei o que podia ser um fase triste em dias muito alegres. Fiz até amigas por lá!

Qunado, finalmente, CHEGOU O GRANDE DIA DE ir pra casa… O dia mais esperado para toda mãe de prematuro… Primeiro o Nicholas, depois de uma semana o Lorenzo e mais uma outra semana inteira para o Bernardo. Uma logística maluca! Vocês podem imaginar o que foi essa loucura de idas e vindas entre casa e hospital? No dia que o Bernardo finalmente teve alta, foi o dia mais esperado. Eu finalmente estava em casa com meus 3 bebes, o quartinho deles estava completo, cada um no seu bercinho, aquela paz tão esperada, sem o barulho insuportável da UTI! Foi realmente muito emocionante!


Com o passar do tempo, a gente notou que o Lorenzo apresentava alguns atrasos, em decorrência da hemorragia que ele teve. Ele é uma criança quem tem dificuldades motoras, mas a parte cognitiva não foi afetada. Atualmente ele esta se desenvolvendo muito bem e no tempo dele. Inclusive já esta dando os primeiros passos com a ajuda de um andador. Uma vitória para nós! Cuidar de uma criança com necessidades especiais é um grande aprendizado. A gente se preocupa em estimular as conquistas dela com fisioterapia, terapia ocupacional, hidroterapia, equoterapia….Mas, é preciso se conter na vontade de ajudá-lo a fazer tudo imediatamente. Deixar ele se virar um pouco, sabe? E dar bronca e deixar de castigo, se preciso. Não é tão fácil assim…

Um dia, vendo os três brincando na praia, cada um com suas diferenças, o Bernardo e o Nicholas estavam correndo na areia, e o Lorenzo brincando sentadinho. Talvez alguém de fora poderia pensar : ‘poxa, ele ainda não corre como seus irmãos’. Mas pra mim o pensamento é:’ que maravilha que ele está se divertindo, brincando na areia, o que é um grande estimulo para ele usar as duas mãozinhas!’ Ou seja, meu foco não é no que o Lorenzo ainda não faz, mas sim nas suas grandes conquistas.

Conto essa história pra dizer que, sim: é uma batalha diária. Mas, eu faço questão de tomar as rédeas e transformar o cenário em algo positivo, animador. Isso foi um grande aprendizado, e foi essencial para lidar com todos os momentos de tensão e dor pelos quais eu, como mãe, passei desde a gestação. Aliás, é impossível não aprender alguma coisa com uma experiência intensa como essa. O amor, claro, que inunda a gente. Deixar de pensar em mim em primeiro lugar. Cuidar de uma criança com necessidades especiais. E eu, como mãe, percebi que temos de ser muito criativas e pacientes… Ao mesmo tempo, temos de nutrir o lado emocional das crianças, admitindo que raiva, medo e tristeza existem, mas que a gente tem que ensiná-los a administrar estes sentimentos e não simplesmente dizer que isto é certo ou errado.

Quando olho pra esses exatos 4 anos atrás, me vêm só as coisas boas, acreditam? Inclusive o período que eles passaram na UTI. E, quer saber? Eu fui muito feliz lá. É essa mensagem que eu quero deixar pra vocês: de positividade. Tudo passa! Então eu gostaria de fazer um convite: vamos deixar de focar apenas nas coisas ruins e passar a também a agradecer as coisas boas que a vida nos proporciona?”


Fonte: M de Mulher

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

As limitações da síndrome não intimidaram Davi Teixeira de surfar

As limitações da doença não intimidaram Davi. Além de surfar, ele ainda anda de skate.
Superação no dicionário quer dizer o ato de progredir, ultrapassar um limite, recuperar, mudar de uma situação ruim para uma melhor. Davi Teixeira, dez anos, nasceu com a Síndrome da Brida Amniótica, uma rara doença congênita ocasionada pelo aprisionamento de partes do feto, por anéis fibrosos do saco amniótico do útero, o que provocou o atrofiamento dos seus membros. Os médicos diagnosticaram a doença aos cinco meses de gestação, o que deixou toda a sua família em choque, principalmente Denise Teixeira, mãe e parceira. “Foi muito difícil saber que seu filho amado já nasceria com os membros atrofiados e que não se desenvolveriam. Os médicos me indicaram abortar, mas busquei forças na fé. Depois que ele nasceu, comecei a dar asas a ele.”, lembrou Denise.

Para os incrédulos, tais limitações condenariam Davi a uma rotina bem difícil, mas ele não se deixou intimidar pela doença. Influenciado pelo nosso campeão mundial Gabriel Medina, Davi decidiu que também iria desfrutar do “esporte dos reis” e assim o fez. “O que eu sempre digo às pessoas é que devemos superar nossos medos porque as oportunidades não se repetem”, comentou Davi, durante nossa entrevista após mais um dia de muito surf, no lambe-lambe do Canto do Recreio, zona oeste do Rio de Janeiro.

Pela forma serena como encara a vida, Davi participa de palestras motivacionais.
Superar a si próprio, sua mente, seu corpo, seus medos… Atitudes que tornaram o carioca torcedor do Vasco da Gama a se tornar atleta oficial paraolímpico de natação do clube de regatas. Inquieto, Davi divide seu tempo com a natação, surf e skate, além do quarto ano do ensino fundamental. Pelo seu exemplo de vida, determinação e forma serena como encara a vida, ele é constantemente convidado para discursar em palestras motivacionais e já falou para dezenas de funcionários de empresas, como a White Martins e Correios. “Eu parei de trabalhar para acompanhar meu filho, pois sei que ele precisa e merece curtir a vida. Deus me deu esse presente e vou fazer dessa missão a melhor possível”, comentou a mãe Denise.

Com o skate, Davi já ganhou algumas medalhas e adora o rolé na pista do Parque de Madureira, mas adrenalina mesmo ele sente quando o assunto é surf. “Quando estou na onda, eu penso que estou voando, a melhor sensação do mundo! Quero surfar profissionalmente dentro das minhas limitações, quero ser bom em tudo o que eu fizer e sei que para realizar os seus sonhos basta acreditar que você consegue”, concluiu.

Fonte: Surfar.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

10 coisas que você precisa saber sobre síndrome de Down


A equipe do Movimento Down preparou para você uma lista bem bacana sobre algumas informações que todos precisam saber sobre a síndrome de Down. Na lista, falamos sobre alguns termos que podem ou não ser usados ao se referir a uma pessoa com a trissomia, assim como a garantia à inclusão e à cidadania, a relação do que não se deve dizer a respeito do assunto e a importância de se respeitar todas as pessoas, tenham elas deficiência ou não.

Por exemplo, algumas pessoas acham que não há mal em usar o termo “retardado” quando estão se referindo a elas mesmas ou a pessoas sem deficiência intelectual, mas essa expressão nunca deve ser usada, independentemente do contexto. Pais, amigos e pessoas com deficiência intelectual sentem-se desrespeitados com o uso da expressão “retardado” porque é sempre pejorativa e há forte ligação histórica com o tratamento desigual/segregador dado a pessoas com deficiência intelectual.

O uso de termos adequados é importante para enfrentar preconceitos, estereótipos e promover a igualdade e a inclusão de indivíduos com deficiência. Todos podemos fazer a diferença no processo de inclusão!

Confira a lista das 10 coisas que todo mundo precisa saber sobre síndrome de Down:

1) Síndrome de Down não é doença

A síndrome de Down ocorre quando, ao invés da pessoa nascer com duas cópias do cromossomo 21, ela nasce com 3 cópias, ou seja, um cromossomo número 21 a mais em todas as células. Isso é uma ocorrência genética e não uma doença. Por isso, não é correto dizer que a síndrome de Down é uma doença ou que uma pessoa que tem síndrome de Down é doente.

2) Pessoas com síndrome de Down não são todas iguais

Apesar de indivíduos com síndrome de Down terem algumas semelhanças entre si, como olhos amendoados, baixo tônus muscular e deficiência intelectual, não são todos iguais. Por isso, devemos evitar mencioná-los como um grupo único e uniforme. Todas as pessoas, inclusive as pessoas com síndrome de Down, têm características únicas, tanto genéticas, herdadas de seus familiares, quanto culturais, sociais e educacionais.

3) Pessoas com síndrome de Down têm deficiência intelectual

Deficiência intelectual não é o mesmo que deficiência mental. Por isso, não é apropriado usar o termo “deficiência mental” para se referir às pessoas com síndrome de Down. Deficiência mental é um comprometimento de ordem psicológica.

4) As pessoas têm síndrome de Down, não são portadoras de Síndrome de Down

Uma pessoa pode portar (carregar ou trazer) uma carteira, um guarda-chuva ou até um vírus, mas não pode portar uma deficiência. A deficiência é uma característica inerente a pessoa, não é algo que se pode deixar em casa. Diante disso o termo “portador” tanto para síndrome de Down quanto para outras deficiências caiu em desuso. O mais adequado é dizer que a pessoa tem deficiência.

5) A pessoa é um indivíduo, ela não é a deficiência

A pessoa vem sempre em primeiro lugar. Ter uma deficiência não é o que caracteriza o indivíduo. Por isso, é importante dizer quem é a pessoa para depois citar a deficiência. Por exemplo: o funcionário com síndrome de Down, o aluno com autismo, a professora cega, e assim por diante.

6) Pessoas com síndrome de Down têm opinião

As pessoas com síndrome de Down estudam, trabalham e convivem com todos. Esses indivíduos têm opinião e podem se expressar sobre assuntos que lhes dizem respeito. Em caso de entrevistas, procure falar com as próprias pessoas com deficiência, não apenas com familiares, acompanhantes ou especialistas.

7) Pessoas com síndrome de Down não devem ser tratadas como coitadinhas

Ter uma deficiência é viver com algumas limitações. Isso não significa que pessoas com deficiência são “coitadinhas”. Pessoas com síndrome de Down se divertem, estudam, passeiam, trabalham, namoram e se tornam adultos como todo mundo. Nascer com uma deficiência não é uma tragédia, nem uma desgraça, é apenas uma das características da pessoa.

8) De perto, ninguém é normal

No mundo não existem “os normais” e “os anormais”. Todos são seres humanos de igual valor, com características diversas. Se precisar, use os termos pessoa sem deficiência e pessoa com deficiência.

9) Direito constitucional à inclusão e à cidadania

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi aprovada no Brasil em 2008 como norma constitucional. Ela diz que cabe ao Estado e a sociedade buscar formas de garantir os direitos de todas as pessoas com deficiência em igualdade de condições com os demais. A Convenção é uma importante ferramenta de acesso à cidadania e precisa ser mais difundida entre as próprias pessoas com deficiência, juristas e a população em geral.

10) A terminologia é importante

Referir-se de forma adequada a pessoas ou grupo de pessoas é importante para enfrentar preconceitos, estereótipos e promover igualdade.

Fonte: Movimento Down

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Garota com doença rara supera expectativa de vida e faz 15 anos de idade

Magali González Sierra, uma menina com progéria, comemorou no último fim de semana na zona rural do município de Candelaria, oeste da Colômbia, seus 15 anos, embora seu corpo aparente ser de uma idosa. Ela é responsável por uma façanha: as pessoas que sofrem com a rara doença costumam morrer na adolescência.


"Acho que sou bonita", disse à AFP a menina que, por não ter cabelo, se arrumou com uma longa peruca e uma coroa prateada para a comemoração, que ocorreu em um local chamado El Cabuyal, do município de Candelaria, departamento do Valle del Cauca.

O sonho de toda a vida, ser uma princesa, segundo sua mãe Nedy Sierra, foi alcançado na noite de sábado, em sua festa de 15 anos. Uma data que na Colômbia é celebrada em trajes de gala, para festejar a transição das meninas à maturidade.

Com um cuidado excessivo para não machucá-la, seus pais a prepararam para a celebração, o que incluiu todo um ritual prévio de maquiagem e escolha de vestuário, o que despertou na menina um sorriso que durou dois dias.


"A doença de 'Maggie'" começou aos 10 meses. A pele foi endurecendo, ficou rígida, caíram os cílios, as sobrancelhas, o cabelo", contou sua mãe, de 35 anos e dona de casa.

Os pais não sabiam o que ocorria com Magali, até que aos dois anos os médicos a diagnosticaram com a síndrome de Hutchinson-Gilford ou progéria, que faz com que as crianças envelheçam prematuramente e de maneira acelerada. "Magali tem 15 anos e os ossos têm cerca de 90", disse sua mãe.

A menina já sofreu no ano passado um infarto, mas seus pais esperam que possa continuar vivendo e que se torne enfermeira, "como ela quer".

Fonte: Catraca Livre

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O valor das crianças especiais

Portadores de deficiências podem ensinar lições como respeito e força

A maoiria das pessoas não imagina o quanto podemos aprender com os portadores de necessidades especiais, principalmente as crianças. Às vezes estamos tão presos à perfeição das formas físicas e aos aspectos materiais que esquecemos de observar a riqueza oculta na sua essência. Eu tive a felicidade de trabalhar, como educadora física, com crianças especiais, e posso afirmar que elas me ensinaram muito. Aprendi que a alegria de viver, a força interior, a determinação, a vontade de ser feliz e a capacidade de adaptação são mais evidentes nessas crianças. Cada obstáculo vencido na busca da realização de um objetivo era demonstrado através de explosões de alegria e felicidade.


As crianças portadoras de deficiência auditiva costumam adorar dançar, por exemplo. Sentem o som e acompanham o ritmo da música pela vibração do chão. Além disso, ainda são capazes de participar de coreografias de danças folclóricas, como se estivessem ouvindo perfeitamente cada acorde musical. Já as crianças portadoras da síndrome de Down podem gostar de apresentar peças teatrais. Eles se dedicam muito nos ensaios para realizar um trabalho quase profissional, representando com a emoção e a expressão de verdadeiros artistas. Os portadores de deficiência física, na maioria cadeirantes, são capazes de participar de competições esportivas adaptadas às suas condições físicas. Eles aprendem as regras com muita facilidade e buscam se aprimorar no desempenho das atividades com muita garra e determinação.

Certa vez, eu e meu marido, também educador físico, resolvemos passar alguns dias em um desses acampamentos para estudantes acompanhando um grupo de alunos formandos da 8ª série do ensino fundamental. Um desses alunos era cadeirante e totalmente dependente de alguém para ajudá-lo a superar suas necessidades físicas. Mesmo assim participou de todas as atividades, sempre se destacando de forma positiva, como árbitro, líder, ou participante extremamente dedicado nos jogos e brincadeiras intelectuais. Os companheiros de quarto se revesavam para auxiliá-lo no banho, na troca de roupas e nas idas ao banheiro. Na noite de despedida, quando todos se reuniram ao redor da fogueira para fazer os agradecimentos e prestar uma pequena homenagem a um dos componentes da turma, uma das pessoas mais homenageadas foi exatamente ele, o aluno cadeirante. Além de se tornar um amigo querido por todos, foi quem deu o depoimento mais emocionante ao agradecer o professor pela oportunidade que teve de se sentir realmente parte integrante e ativa do grupo. Foi uma experiência inesquecível para ele e para todos nós.

Esses pequenos podem nos ensinar lições valiosas como respeito, dignidade, força, determinação, perseverança, compreensão, compaixão, gratidão e, principalmente, amor. Infelizmente uma grande parte da sociedade prefere evitar um convívio mais próximo com pessoas portadoras de necessidades especiais. Na verdade, essa falta de um contato mais direto, seja por medo do desconhecido, desinteresse ou indiferença, impede o aumento dos ganhos recíprocos e da mútua aprendizagem que esses relacionamentos podem oferecer.

Acredito que um dos principais papéis dos portadores de necessidades especiais é o de nos ensinar a enxergar de verdade e a valorizar o conteúdo e não apenas a forma. Eles são como as flores, que mesmo nascendo e crescendo em vasos irregulares, conseguem nos presentear com a beleza de suas cores e o aroma de seu perfume.

Fonte: Personare

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Como lidar com pessoas com deficiência - Parte IV

Pessoas surdas ou com deficiência auditiva

Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, outras não.


Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela não estiver prestando atenção em você, acene para ela ou toque, levemente, em seu braço. Quando estiver conversando com uma pessoa surda, fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas não exagere. Use a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar mais devagar. Use um tom normal de voz, a não ser que lhe peçam para falar mais alto. Gritar nunca adianta. Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela. Faça com que a sua boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente à boca torna impossível a leitura labial. Usar bigode também atrapalha. Quando falar com uma pessoa surda, tente ficar num lugar iluminado. Evite ficar contra a luz (de uma janela, por exemplo), pois isso dificulta ver o seu rosto.

Como lidar com pessoas com deficiência - Parte I

Se você souber alguma linguagem de sinais, tente usá-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisará. De modo geral, suas tentativas serão apreciadas e estimuladas.

Seja expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de voz que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo serão excelentes indicações do que você quer dizer.

Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contato visual, se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou.

Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita. Geralmente, as pessoas surdas não se incomodam de repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas.

Se for necessário, comunique-se através de bilhetes. O importante é se comunicar. O método não é tão importante, o importante é a comunicação.

Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete, dirija-se à pessoa surda, não ao intérprete.

Fonte: Bengala Legal

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Lei Brasileira de Inclusão entra em vigor

Entrou em vigor no dia 02 o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que traz regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades dos deficientes com o objetivo de garantir a essas pessoas inclusão social e cidadania. A nova legislação, chamada de Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, garante condições de acesso a educação e saúde e estabelece punições para atitudes discriminatórias contra essa parcela da população.

Veja o conteúdo do Estatuto da Pessoa com Deficiência na íntegra

Hoje no Brasil existem 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. A lei foi sancionada pelo governo federal em julho e passa a valer somente agora, 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União.

Menos abusos

Fique de olho!  É preciso conhecer e entender a lei, a fim de exigir o cumprimento dos seus artigos!

Um dos avanços trazidos pela lei foi a proibição da cobrança de valores adicionais em matrículas e mensalidades de instituições de ensino privadas. O fim da chamada taxa extra, cobrada apenas de alunos com deficiência, era uma demanda de entidades que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência.

Quem impedir ou dificultar o ingresso da pessoa com deficiência em planos privados de saúde está sujeito a pena de dois a cinco anos de detenção, além de multa. A mesma punição se aplica a quem negar emprego, recusar assistência médico-hospitalar ou outros direitos a alguém, em razão de sua deficiência.

Veto

Um trecho que foi vetado pela presidenta Dilma Rousseff na época de sua sanção, porém, gerou críticas. O projeto de lei aprovado pelos parlamentares obrigava empresas com menos de 100 funcionários a contratarem pelo menos uma pessoa com deficiência. Atualmente, a obrigação vale apenas para as empresas com 100 trabalhadores ou mais. O veto foi considerado pela deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), relatora da proposta na Câmara, uma “perda irreparável”.

Cotas

De acordo com o estatuto, as empresas de exploração de serviço de táxi deverão reservar 10% das vagas para condutores com deficiência. Legislações anteriores já previam a reserva de 2% das vagas dos estacionamentos públicos para pessoas com deficiência, mas a nova lei garante que haja no mínimo uma vaga em estacionamentos menores. Os locais devem estar devidamente sinalizados e os veículos deverão conter a credencial de beneficiário fornecida pelos órgãos de trânsito.

A legislação exige também que 10% dos dormitórios de hotéis e pousadas sejam acessíveis e que ao menos uma unidade acessível seja garantida.

Mais direitos

Outra novidade da lei é a possibilidade de o trabalhador com deficiência recorrer ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço quando receber prescrição de órtese ou prótese para promover sua acessibilidade.

Ao poder público cabe assegurar sistema educacional inclusivo, ofertar recursos de acessibilidade e garantir pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, de acordo com a lei. Para escolas inclusivas, o Estado deve oferecer educação bilíngue, em Libras como primeira língua e português como segunda.

Fonte: Deficiente Ciente / Agência Brasil

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Mãe cria campanha de volta às aulas para incluir filha deficiente

As fotos viralizaram na internet e o resultado foi surpreendente

Katie Driscoll fez uma parceria com mais de 100 empresas que se comprometeram a incluir crianças com deficiência em seus anúncios “Back to school”. (Foto:Divulgação)
O esforço de uma mãe para que sua filha com Síndrome de Down também se sentisse incluída na volta às aulas ganhou força e repercutiu internacionalmente. O objetivo era aumentar a visibilidade de crianças e adultos com deficiência na mídia.

A filha de Katie Driscoll, Grace, tem a síndrome e sente dificuldade para se relacionar na escola, o que não acontece com nenhum de seus cinco irmãos. Para Katie, um dos motivos pelos quais isso acontece é o fato de não haver uma representação adequada de crianças com deficiência em veículos de comuniação, como os anúncios publicitários.

Além dos obstáculos para a socialização na escola, a mãe de Grace enxerga mais adiante e teme pelo futuro da filha. Para ela, essas dificuldades podem gerar problemas em relação à confiança e à autoestima. A longo prazo, isso pode até influenciar negativamente a capacidade de encontrar emprego e de buscar independência na vida adulta.

“As crianças com qualquer tipo de diferença permanecem praticamente invisíveis nos meios de comunicação”, disse Katie, em entrevista à emissora de televisão norte-americana ABC News. Não há uma campanha publicitária de volta às aulas que mostre crianças deficientes em meio aos grupos de alunos.


Katie cansou de esperar que esse “buraco” fosse coberto pelas empresas e resolveu arregaçar as mangas sozinha. Ela, que é fotógrafa, organizou uma sessão de fotos com o tema “volta às aulas” e reuniu várias crianças em uma livraria, para fazer os cliques. As imagens foram compartilhadas pelas redes sociais, sem nenhum objetivo financeiro. A ação recebeu o nome de Changing the face of Beauty (“Mudando a cara da beleza”, em uma tradução livre) e é uma tentativa de chamar atenção dos anunciantes, para estimulá-los a usar mais pessoas com deficiência em propagandas. Tudo isso aconteceu em 2014.

Agora, um ano depois, o movimento, que começou com o ideal de uma mãe, se propagou para o mundo inteiro. Tanto, que Katie já firmou parceria com cerca de 100 empresas, que se comprometeram a incluir crianças com deficiência em seus anúncios de volta às aulas. “Eles querem que os consumidores saibam que eles valorizam cada criança. Eles valorizam a mensagem de que todas as crianças são importantes”, comemora Katie.

Foi daí que surgiu a hashtag para a campanha deste ano, #ImGoingToSchoolToo. De acordo com Katie, as empresas com quem ela tem parceria ficaram surpresas por não terem pensado na ideia antes.

Apesar do sucesso, a mãe de Grace tem os pés no chão. Ela ressalta que ainda há um longo caminho a ser percorrido até o dia em que a visibilidade de crianças deficientes chegar a um nível igualitário. Ela imagina um mundo no qual a publicidade inclusiva venha naturalmente. “O melhor cenário seria se não houvesse necessidade disso. Não seria ótimo se nós não precisássemos ter essa conversa?”, encerra.

Fonte: DeficienteCiente / Revista Crescer