terça-feira, 29 de agosto de 2017

'Não é dificuldade', diz mãe sobre adoção de criança autista e deficiente visual

Francisca das Chagas superou as limitações do filho para encontrar a felicidade. Casos de adoção diferenciada são poucos, segundo CNJ



Aos poucos, famílias que desejam adotar uma criança percebem que não há limitações para encontrar a felicidade, mesmo que ela venha acompanhada de complexidades. É o caso da dona de casa Francisca das Chagas Costa, que superou todas as barreiras e adotou um menino com autismo, deficiente visual e retardo mental.

"Adotar uma criança especial não é dificuldade nenhuma. É só você aceitar. Não ter vergonha, sair e mostrar para o mundo que ele é um ser humano também", declarou.

Quem vê Raimundo Nonato anos oito atrás nem imaginava que ele se tornaria um adolescente ativo, feliz e cheio de energia. A não ser uma pessoa: Francisca das Chagas, que ignorou qualquer impossibilidade de uma relação maternal entre os dois e hoje são uma família.

Juntos, mãe e filho vencem a cegueira, o retardo mental e o autismo. "Eu falei que queria ele, me perguntaram se tinha certeza. Quando fui ao abrigo conhecê-lo e ao entrar lá, o Nonato ainda no berço abraçou o meu pescoço, me deu mais vontade de querer ele", contou Chagas emocionada.

Mas o que poderia ser um bom exemplo, infelizmente ainda é uma exceção. São poucas as pessoas interessadas em abraçar a causa da adoção 'diferenciada'. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, no Brasil para cada criança ou adolescente disponível há em média cinco pessoas interessadas em adotar, no entanto, apenas duas estão dispostas a trazer para suas famílias pessoas com algum tipo de deficiência.

O Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (Cria) acompanha três situações em que a adoção foi de uma criança com algum tipo de deficiência. Aqui a batalha contra o preconceito e a favor da conscientização.
"Nós temos o papel muito importante de sensibilizar, mostrar para as pessoas adoções de crianças especiais que deram certo e a família encontra-se feliz", comentou a coordenadora do Cria, Francimélia Nogueira.

Em um abrigo de Teresina para crianças e adolescentes que perderam o vínculo com a família, 10 dos 38 acolhidos têm alguma deficiência e aguardam a adoção. O desejo é que atitudes positivas possam transformar a angústia de uma espera por uma nova família em esperança.

"Uma criança especial precisa de uma família, tanto quanto qualquer outra. As especiais demandam um pouco de trabalho e as famílias muitas vezes não estão preparadas. Quem tiver o interesse de adotar, veja a possibilidade de buscar uma criança com deficiência para contribuir melhor para o interesse delas", destacou a assistente social Leonilda Sá.

Fonte: G1

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Autismo: os avanços científicos por trás de um grande enigma

Transtorno afeta 1 em cada 68 crianças. Em breve, uma tecnologia que ajuda na detecção precoce do transtorno estará disponível nos consultórios pediátricos

Por Natalia Cuminale


“O início foi muito difícil. Suspeitei que houvesse algo errado quando ele era ainda muito pequeno, com 1 ano e 6 meses. O Fred não falava. A pediatra, a fonoaudióloga e os professores na escola afirmavam que estava tudo bem. Comentei com meu terapeuta: ‘Acho que estou me sabotando, coloco defeito no meu filho e todos dizem que ele é perfeito’. Foi quando ele me aconselhou a procurar ajuda. O Fred foi diagnosticado com 2 anos e 3 meses por um neuropediatra. No começo, tive de me sacrificar financeiramente. Vendi tudo, mas valeu a pena. Comemorei cada avanço: as primeiras três palavras na mesma frase; as sete primeiras, que me pareceram um discurso. O irmão mais novo, o Eduardo, ajudou muito na evolução dele, na comunicação. Outro dia, eu estava no carro e o Fred falava tanto que eu quase virei para trás para pedir que ficasse quieto. Você imagina isso? Ele fala pelos cotovelos. Até pouco tempo atrás, eu não conseguia dizer a frase ‘meu filho é autista’ sem cair em prantos. Hoje, vibro e, com orgulho, lembro de tudo o que ele conseguiu sendo autista.” (Jonne Roriz/VEJA)

Em 9 de setembro de 1930, nasceu Donald Triplett, no Mississipi, Estados Unidos. Ele foi a primeira pessoa que recebeu o diagnóstico oficial de autismo. O garoto tinha 4 anos quando, em uma carta de 33 páginas, o pai, Beamon, relatava o comportamento peculiar, desconectado dos familiares, com indícios de uma inteligência fora do padrão e alta capacidade de memorização de seu filho ao psiquiatra Leo Kanner, chefe do departamento de psiquiatria infantil do Hospital Johns Hopkins, um dos mais respeitados especialistas daquele tempo. “Ele nunca demonstra alegria quando vê o pai ou a mãe. Parece fechado em sua concha e vive dentro de si”, escreveu. Algum tempo depois, Kanner apontava para um distúrbio até então desconhecido, caracterizando uma síndrome específica. As crianças observadas, segundo ele, tinham “lampejos de brilhantismo”, “uso distintivo de linguagem” e “desejo básico de solidão e mesmice”. Era o transtorno do espectro autista, como é chamado atualmente pelos cientistas.

Calcula-se que, nos Estados Unidos, uma a cada 68 crianças tem autismo, com proporção de uma menina para quatro meninos. Desde que o ‘caso 1’ foi descrito, em 1943, o conhecimento sobre o transtorno, ainda misterioso, avançou muito. Na área da prevenção, uma tecnologia conhecida como rastreamento ocular (eye-tracking) deverá estar disponível nos consultórios pediátricos em breve. O equipamento será capaz de verificar a direção do olhar da criança e observar mais de perto se há risco para o desenvolvimento do autismo. A ferramenta será tão essencial quanto a balança para acompanhar o ganho de peso ou a régua para medir o crescimento infantil.  Hoje, o diagnóstico do distúrbio é clínico, feito a partir de questionários e observação do comportamento do paciente. Os principais sintomas são dificuldade de comunicação e interação, além de padrões restritivos e repetitivos de comportamento. Os sinais surgem até os três anos de idade, sendo que podem ser detectados a partir dos 18 meses de vida.

Diz Guilherme Polanczyk , psiquiatra da infância e adolescência da USP: “O reconhecimento da doença e a intervenção precoce podem fazer a diferença na vida de uma criança com autismo”. Durante os primeiros anos de vida, o cérebro é ainda um órgão de enorme plasticidade. Tem a capacidade de se adaptar a novos mecanismos de funcionamento mediante os estímulos recebidos. Portanto, as terapias têm potencial de melhorar a comunicação, estimular o relacionamento afetivo e reduzir os comportamentos repetitivos.

Fonte: Veja

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Casal adota 88 crianças especiais ao longo de 40 anos


Mike e Camille e alguns dos 88 filhos do casal
Créditos: Reprodução/Facebook

Um casal adotou 88 crianças com necessidades especiais ao longo das últimas quatro décadas, na Geórgia, Estados Unidos. Mike e Camille Gerardi são da cidade de Ellijay e se conheceram em 1973 no Hospital da Criança de Miami, na Flórida, onde Camille trabalhou como enfermeira e Mike como pediatra.

Desde então, juntos, eles resolveram ajudar as crianças que lá eram deixadas por causa de doenças ou deficiências. "Quando Mike me pediu em casamento, eu disse a ele que queria fazer uma casa para crianças e ele disse: 'Eu quero seguir seu sonho'", contou Camille à rede norte-americana CNN.

A primeira adoção do casal aconteceu em 1986. No total, 17 crianças diagnosticadas com síndrome de Down, síndrome de Zellweger, com deformações no crânio, deficiências de desenvolvimento, autismo, lesões e outros distúrbios críticos, foram levadas para o lar do casal. Muitas delas, tiveram doenças terminais. "As crianças que eu levei eram desacreditadas. Mas muitos deles sobreviveram".

Logo depois, o casal criou a 'Fundação Possível Sonho', que ajuda crianças deficientes e suas famílias desde educação até o treinamento profissional. Até 2016, o casal já havia adotado ou se tornado tutores legais de 88 crianças ao longo dos anos. Trinta e um sobreviveram.

Em 2016, Mike faleceu aos 73 anos após ser diagnosticado com um câncer agressivo. Mas Camille continuou comprometida com a causa e, em sua casa, na Geórgia, ainda moram 20 filhos. Os demais atingiram a vida adulta, trabalham e construíram suas famílias.

Matéria extraída do CatracaLivre

domingo, 20 de agosto de 2017

Conheça expressões não adequadas para tratar das pessoas com deficiência

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A diversidade humana em seus vários aspectos tem sido pautada em veículos de comunicação dos mais variados. Nas mídias sociais, na impressa, no rádio, na TV,  o que se percebe é uma mobilização  para estabelecer termos, normas e expressões linguísticas que possam designar pessoas com suas respectivas deficiências, sem com isso, embutir termos ou expressões discriminatórias ao se referir a elas.

Ao se reportar às pessoas com limitações física, intelectual, auditiva, visual ou sensorial , é necessário utilizar termos adequados e atuais, para não corrermos o risco  da escolha de  expressões que inconscientemente possam denotar algum tipo de discriminação por meio de termos que já estão em desuso.

Até a década de 80, quando se falava dessas diferenças físicas, se utilizava os termos: aleijado, incapacitado, inválido. Desde o Ano internacional da Pessoa com Deficiência, em 1981, passamos a adotar a expressão “Pessoa deficiente”, enfatizado com isso a pessoa com uma limitação. Passou-se então para a expressão: “pessoa portadora de deficiência”, que logo caiu em desuso, por se entender que só se porta aquilo que se pode deixar de portar, fato que não ocorre com uma deficiência. Na década de 90, a expressão: “pessoa com deficiência” foi a estabelecida como mais adequada e permanece até hoje.

Formas pejorativas para falar como: ceguinho, surdinho, surdo mudo, deficiente mental leve, moderado ou severo, criança excepcional para designar uma Síndrome de Down, doente mental, vítima de paralisia infantil, vítima de pólio, ele sofre de paraplegia, doente de lepra, pessoa deficiente, são termos que embutem sentido discriminatório, tornam a pessoa com deficiência uma vítima ou transformam a deficiência em doença.

Não que os termos cego, surdo, deficiente intelectual, sejam considerados discriminatórios, pois eles ainda continuam sendo usados para se referir a estas pessoas, que somam cerca de 45 milhões de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O correto é dizer: pessoa cega ou pessoa com deficiência visual; pessoa surda ou pessoa com deficiência auditiva, pessoa com deficiência mental; pessoa com deficiência física; pessoa com hanseníase. A Lei Federal nº 9.010 de 23/03/1995, proíbe a utilização do termo lepra e derivados.

Anormal, mongoloide, menos inteligente ou pessoa normal, não distingue limitações de qualquer natureza, deixam o cidadão confuso, além de apresentarem duplo sentido em certas particularidades. Ao se referir a uma pessoa que não possui limitação física de qualquer natureza, deve-se dizer: criança sem deficiência e não criança normal, pois assim sendo, deixar subtender que a criança com deficiência é anormal.

Ao se referir às pessoas com epilepsia, devemos evitar o termo: o epilético, pois isso faz a pessoa inteira parecer deficiente. O correto é dizer: a pessoa que tem epilepsia ou a pessoa com epilepsia. O paralisado cerebral, nunca deve ser usado, mas sim: a pessoa com paralisia cerebral. Prefira sempre destacar a pessoa. Para se referir a uma pessoa em cadeira de rodas, evitar o termo: confinada, presa em cadeira de rodas e sim: pessoas que andam, usam cadeira de rodas.

Diante de uma massa de pessoas com deficiência cada vez mais presente na sociedade, consumidores de comunicação que buscam informações através das mídias sociais e outros meios, na era da informação instantânea e do conhecimento sempre disponível, não podemos deixar de atualizar os termos que são usados para designar pessoas com alguma deficiência, quando precisamos nos referir, escrever, comentar ou citar algo referente a 45 milhões de pessoas.

Matéria extraída do G1

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Tomada de decisões compartilhadas com famílias de crianças com deficiência

Matéria extraída do Blog Saúde Infantil

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Famílias de crianças com deficiência enfrentam muitas decisões sobre tratamento médico. A natureza e a complexidade dessas decisões podem variar amplamente e podem envolver diagnóstico, avaliação, tratamento, gerenciamento de cuidados e serviços de suporte. Discutir e chegar a um consenso sobre essas decisões pode ser estressante para a criança, a família e os clínicos envolvidos e é importante que as vozes de todas as partes interessadas sejam ouvidas. Muitas vezes, na discussão dos planos de tratamento, existem lacunas entre os valores da família, as prioridades e a compreensão das “melhores escolhas” percebidas e das do clínico.

Para ajudar a orientar os clínicos a abordar exitosamente essas discussões, a Academia Americana de Pediatria emitiu um novo relatório clínico, ” Tomada de decisão compartilhada e crianças com deficiência: caminhos para o consenso “, publicado na revista Pediatrics de junho de 2017.

As principais características da tomada de decisão compartilhada incluem a garantia de que a informação seja trocada em ambas as direções, de que todas as partes estão conscientes das opções de tratamento e que todos trazem suas prioridades relacionadas ao conhecimento e aos valores igualmente no processo de tomada de decisão.

Os autores observam que é melhor começar cedo com o desenvolvimento de consensos sobre decisões de rotina, de modo que, no caso de precisar tomar decisões mais importantes, já foi estabelecida uma estrutura. Eles também observam que é importante incluir as crianças nessas discussões e fornecer-lhes informações (com base na idade do desenvolvimento) sobre sua condição. Isso pode ajudá-los a entender suas condições e opções de tratamento, reduzir o medo, aumentar a autoconfiança, bem como a aceitação e melhorar a colaboração com as decisões de tratamento.

Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: Pediatrics – June 2017, VOLUME 139 / ISSUE 6
From the American Academy of Pediatrics
Clinical Report: Shared Decision-Making and Children With Disabilities: Pathways to Consensus
Richard C. Adams, Susan E. Levy,
COUNCIL ON CHILDREN WITH DISABILITIES

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Como algumas crianças autistas conseguem escrever mas não falar?

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A pergunta do colega:
Como você pode escrever tudo isso, mas não pode lê-lo em voz alta ou conversar?

Resposta de Philip:
Falar não é o mesmo que pensar. Eu sou capaz de escrever os meus pensamentos, porque é muito mais fácil apontar para eu fazer do que falar. Você consegue falar sem precisar pensar muito. Parece tão fácil para você. Eu acho que falar é tão difícil. É uma grande luta para mover meus lábios e língua para fazer as palavras que eu quero dizer, sairem. Eu quero ser capaz de dizer o que penso, mas o que sai são geralmente palavras “Stim” como “potty” ou pedidos de alimentos. Estas palavras faladas me colocam em um lugar que as pessoas pensam que eu só sou capaz de pensamento simples. Nenhuma vida é completa sem pensamentos das pessoas, sentimentos e amor. As pessoas muitas vezes pensam que os autistas são incapazes de relacionamentos, amor e empatia. O que está muito longe da verdade. Pessoas como eu também querem amigos. Mas eu não sou capaz de juntar-se facilmente porque eu não posso falar. Eu gostaria de poder. A língua é um problema para mim. É por isso que eu posso escrever bem. As pessoas precisam saber que o autismo é bem difícil de se conviver. Ele me separa dos outros, fazendo minha comunicação difícil. Mas se você puder ser paciente comigo e me colocar em suas vidas, eu posso ser feliz vivendo com autismo. As pessoas fazem a minha vida significativa.”

Original

Classmate’s question: How can you write all of that down, but can’t read it out loud or talk?

From Philip:
Talking is not the same as thinking. I am able to write my thoughts because pointing is much easier for me to do than talking. You can talk without thinking very hard. It seems so easy for you. I think talking is so hard. It is a major struggle to move my lips and tongue to make the words I want to say come out. I want to be able to say what I think but what come out are usually stim words like “potty” or requests for food. These put me in a place of people thinking I am only capable of simple thought. No life is complete without thoughts of people, feelings, and love. People often think autistics are incapable of relationships, love, and empathy. That is furthest from the truth. People like me also want friends. But I am not able to join in easily because I can’t talk. I wish I could. Language is no problem for me. That’s why I can write well. People need to know that autism is pretty hard to live with. It separates me from others by making my communication difficult. But if you can be patient with me and put me in your lives, I can be happy living with autism. People make my life meaningful.

Fonte: http://faithhopeloveautism.blogspot.com.br/2015/06/why-i-can-type-but-not-talk.html
Matéria extraída de A Criança e a Infância

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Mãe de bebê com síndrome de Down registra queixa após ofensas na web: ‘dói muito'


Acostumada a contar a rotina do filho, o pequeno Luiz Henrique, de um ano e 11 meses, que tem Síndrome de Down, a digital influencer Rafaela Monteiro, de 27 anos, tomou um susto quando abriu sua página no Instagram, na última sexta-feira (21). Ela relata que se deparou com um perfil que usava o nome do filho, e o chamava de Luiz Ridículo. Em uma das fotos, o perfil fake ofende o menino chamando-o de 'monstro' e 'aleijado'.

Rafaela diz que sabia que no decorrer da vida poderia sofrer algum tipo de preconceito por ter um filho com Down, mas afirma que ficou chocada com a página e com o comentário que o dono deixou para ela na publicação. Ela, então, resolveu prestar queixa na delegacia para que a polícia investigue e chegue até o culpado.

“Esse menino é ridículo, o rosto dele com esse olho, parece que tá tendo um ataque epilético, esse andado dele que mim dar (sic) nojo parece um aleijado com essas pernas tortas, o jeito de mastigar parecendo um lerdo. Nunca ser (sic) alguém na vida não vai sair do lugar vai ser sempre esse monstro”, dizia a mensagem.

Diante da ofensa gratuita, a mãe de Luiz lembra que ficou em estado de choque e disse que nunca imaginou que um comentário pudesse mexer tanto com ela e a desestruturar psicologicamente.

“Quando comecei a ler, vi que chamou meu filho de monstro, me deu uma crise muito forte, comecei a chorar. Quando meu marido chegou em casa, perguntou o que aconteceu, falei que queria ir na delegacia", diz.

Rafaela ainda tenta entender porque alguém agiria de maneira tão cruel e cobra justiça.


“Decidimos ir na delegacia fazer um BO, fomos logo no sábado [22] de manhã, mas quando chegamos lá o sistema tinha caído, então, fizemos um BO offline. Fizemos isso para que essa pessoa pense antes de agredir alguém, então, que sirva de lição para ela. Vamos ainda nesta segunda-feira na delegacia especializada neste tipo de crime para oficializar tudo, queremos justiça o mais rápido possível”, completou.

A digital influencer, que tem uma página com quase 65 mil seguidores, contou que após a repercussão que o post gerou, a pessoa excluiu a conta. Ela diz que as pessoas começaram a denunciar e, automaticamente o Instagran deve ter excluído ou a prória pessoa retirou a página do ar.

"A pessoa quis atingir diretamente meu filho, ela criou uma página com o nome do meu filho ‘luizridículo’ por maldade mesmo. Entrei na página e vi que tinham 15 pessoas e dessas tinham crianças com síndrome e tinham três pessoas aqui do Acre, então, creio eu que seja alguém daqui. O perfil seguia um restaurante famoso daqui, a filha da pediatra do meu filho, e uma lojinha virtual que eu inclusive fechei uma parceria”, acrescentou.

Novo perfil pede perdão
Rafaela relata que após a repercussão do caso, e depois de dizer que iria na delegacia, a pessoa criou um novo perfil com o nome ‘perdão8693’ onde pedia perdão e dizia que estava arrependida pelo que havia escrito no post anterior.

“No sábado [22], ela [dona da página] fez um outro perfil e foi na mesma postagem e escreveu um texto dizendo que sabia da gravidade que tinha acontecido e que tinha um problema com depressão e que no dia do post tinha brigado com o marido”, detalha.



Na mensagem deixada para Rafaela, a postagem dizia o seguinte: “Oi aqui foi a pessoa quem (sic) criou o perfil fake para poder ter (sic) falado aquelas coisas, do fundo do meu coração estou muito arrependida não queria terfalado aqueles (sic) barbaridades, eu sei o que você está sentindo amesma dor que eu sentir (sic) quando meu filho morreu após ele sair da minha barriga ele tinha as mesas coisas que seu filho...”, escreveu.

Rafaela diz que resolveu procurar a polícia porque acha que nada justifica uma agressão feita a uma criança. “Acredito que seja uma mulher e que seja daqui de Rio Branco. A Polícia Civil tem um perito nessa área que vai investigar o caso. Eu e meu marido vamos ainda hoje [segunda, 24] na delegacia especializada falar com o delegado. A página que pediu desculpa também já foi excluída, mas eu também tirei print, tenho todas”, acrescentou.

Rafaela não esconde que seu maior medo é que a pessoa seja do seu convívio e que possa tentar fazer mal para seu filho em algum momento.

A pessoa que fez isso tinha muito ódio no coração. Meu filho não fez nada para ninguém, é uma criança, eu quero justiça e respeito, ele não é doente. Por isso quero e preciso saber quem foi, não quero dinheiro, quero justiça", finalizou.

Matéria extraída do CidadeVerde.com
Fonte: G1

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Mãe garante a filha autista professor especial e busca direito para mais 170

Andrea Dul, de Poá, conseguiu professor exclusivo para Andressa, de 9 anos. Sua filha e outras quatro crianças já conquistaram o direito


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A advogada Andrea Dul, de Poá, é mãe da Andressa Dul, de 9 anos. Quando a menina tinha 2 anos e 8 meses, foi diagnosticada com autismo. Desde então a mãe sempre buscou informações e cuidados que pudessem ajudar no desenvolvimento da menina.

Em 2013 foi avisada pela escola particular onde a filha estudava que a menina não poderia mais frequentar as aulas na unidade de ensino por causa de suas necessidades especiais. Andrea usou seus conhecimentos e conquistou na Justiça o direito ao professor exclusivo. Desde então, ela ajuda outras mães. Já conseguiu o mesmo direito para mais quatro famílias e preparou a documentação para outras 170.

“Desde pequeninha ela já ia para a escola porque eu precisava trabalhar. Quando ela completou um ano já falava e andava, de repente ela regrediu. Eu percebi que a fala dela estava mais comprometida”, comenta.

Em busca de um diagnóstico, foram várias consultas com neurologistas e psiquiátricas, até que veio a resposta. A falta de conhecimento sobre o autismo – reconhecido como deficiência apenas em 2013 – fez com que a escola (particular) onde ela estudava avisasse para Andrea que a menina não poderia mais frequentar as aulas, já que a sala contava com 25 crianças e apenas uma professora. “Eu apenas disse que em uma semana voltaria com a liminar da Justiça para que a milha filha continuasse estudando lá e tivesse os cuidados que ela precisa e foi o que eu fiz.”

Apesar de todo o conhecimento técnico-jurídico que possui, Andrea diz que redigiu com uma “grande dose de emoção” o texto que foi apresentado na Justiça. A advogada conquistou o direito para a filha e conta que, desde então, sua filha Andressa não só se desenvolveu na escola, como também passou a ajudar outras mães a conquistarem o mesmo direito para os seus filhos.


Multiplicação 

No final de 2015 ela organizou o grupo das Mães de Azuis. Ao todo, são cerca de 200 mães que convivem com os mesmos problemas de atraso no desenvolvimento de seus filhos e buscam ajuda. “Primeiro nós acolhemos as mães que chegam assustadas tentando entender o que se passa com seus filhos. Depois disso, nós explicamos para elas quais direitos elas têm, como o professor exclusivo na sala de aula e outros benefícios previstos para os deficientes.”

Foi assim que Andrea já assegurou para quatro famílias o direito do professor exclusivo na sala de aula. Outros dois casos aguardam a decisão e ela já elaborou o documento para mais 170 famílias.

O filho de Claudete Correia da Silva, por exemplo, já tem 12 anos, mas, apenas no ano passado ela soube do direito da professora auxiliar. Sem nenhum outro tipo de tratamento, o menino que até então não era alfabetizado, hoje consegue acompanhar as atividades da turma. “Ele tinha o diagnóstico de que era hiperativo. Tinha 30 alunos na sala e a professora deixou bem claro que não ia dar atenção só para ele. Nessa época ele perdeu muito no aprendizado, mas desde o ano passado foi muito positiva essa mudança. Agora ele interage e, dentro das limitações dele, está aprendendo.”

Outro benefício previsto em lei, que muitas famílias desconhecem, é o auxilio de um salário mínimo por mês para aqueles que têm a renda inferior a um salário mínimo.

Graças a advogada, a família de Luan conquistou esse direito. Kelen Luisa França tem 41 anos e está desempregada. Seu filho de 5 anos foi diagnosticado com autismo no ano passado. Além de não ter um emprego fixo, ela precisa cuidar da mãe, que está doente, e o pai do menino também está desempregado. “Eu tinha feito o pedido duas vezes e tinha sido indeferido, agora saiu. Com esse dinheiro, eu vou investir diretamente no Luan: vou colocar ele para fazer algum esporte, proporcionar mais bem estar para pagar uma condução quando for preciso levá-lo até uma consulta, por exemplo”, conta.

Toda a assistência dada pela advogada é gratuita, mas, como a demanda tem crescido, ela estuda firmar uma parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que os casos sejam encaminhados para a Defensoria Pública.

Matéria extraída do DeficienteCiente.com.br
Fonte: G1

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Nova rede social conecta pessoas com deficiência para ampliar interação e troca de informações

deficiência

Segundo a ONU, existem cerca de 1 bilhão de pessoas com algum tipo de deficiência no mundo. Muitas vezes, elas utilizam fóruns na internet para trocar informações entre si. Pelo menos é o que constatou a professora Fabiana Faleiros Santana Castro ao criar a D+eficiência, uma rede social que conecta pessoas com deficiência para ampliar a interação entre eles.

O projeto tem o intuito de reunir também familiares, cuidadores, instituições e profissionais da área, que atuam junto à essa parcela da população, para compartilhar experiências, debater desafios cotidianos, conhecer gente nova e ter acesso à informação de qualidade. A utilização é semelhante a outras redes do tipo, no qual é feito um cadastro no site e criado um perfil.

A plataforma também colabora para ampliar o conhecimento e o auxílio no processo de reabilitação, inclusão social e autonomia. Tudo isso ajuda na qualidade de vida das pessoas com deficiência e de todos os que as cercam, formando uma comunidade integrada que pode resultar até mesmo em avanços nas áreas de atuação envolvidas.


A ideia surgiu a partir da tese de doutorado da professora da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, que foi defendida na Alemanha. No país, Fabiana focou seus estudos no tratamento de pessoas com espinha bífida, condição que resulta na má formação das vértebras, e assim notou o uso constante de fóruns para esclarecimento de dúvidas e troca de ideias. Então veio a motivação para implementar algo parecido no Brasil, com a supervisão de profissionais de saúde, que ajudam a mediar e levar conhecimento de qualidade aos usuários.

A iniciativa foi viabilizada em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e a Universidade de Dortmund, na Alemanha.


Fotos: Divulgação e Pixabay
Matéria extraída do Razões para Acreditar