sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Cristian, pessoa com deficiência visual e paralisia cerebral, se forma em direito

Formatura de Cristian Emanoel aconteceu neste fim de semana. Mãe do jovem, que acompanhava as aulas, também concluiu o curso.

“Desde pequeno, meu sonho é ser promotor de Justiça. Com o passar do tempo, fui tendo noção do sonho e fui seguindo passo a passo”. Cristian Emanoel, natural da Bahia, é deficiente visual e tem paralisia cerebral. Apesar de todas as dificuldades físicas, o jovem conseguiu se formar em direito em uma universidade privada de Natal neste fim de semana. Cristian disse que só conseguiu estudar por causa da ajuda de uma pessoa especial: sua mãe, que acompanhava as aulas e também se formou.

Nilda de Oliveira e Silva, mãe de Cristian, trabalhava de manhã e acompanhava o filho nas aulas durante a noite, mas acabou se matriculando e também se formou. “Era difícil acordar às 5 horas da manhã para sair, fazer o café e trabalhar. Sentar para estudar a tarde ou fazer estágio. Às vezes eu dormia na sala, mas a determinação dele era tão grande que eu estava cansada, mas não pensava em desistir. Pensava em continuar, pedia forças para continuar. Passei na primeira fase [da prova da OAB], infelizmente não passei na segunda fase. Mas o importante foi ele passar”, disse Nilda.

Ela disse que o filho nasceu prematuro, no quinto mês de gestação. Os médicos pensaram que Cristian tinha morrido. “Tinha momentos que ele tinha paradas respiratórias e o médico falou que ele já tinha morrido. Eu pedi a Deus, a Jesus, com muita fé, que desse vida para Cristian. Quando eu abri os olhos, ele já estava voltando à cor normal”, relatou.

Cristian e a mãe se formaram em direito (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
O filho de Nilda estava vivo, mas teria que conviver com algumas limitações. Com poucos meses de vida, Cristian perdeu a visão e, devido à paralisia cerebral, tem dificuldade de locomoção. “Uma médica disse ‘mãe, teu filho tem potencial. Cuida do potencial dele’.

Foi aí que esqueci que Cristian é cego, esqueci que ele tem paralisia cerebral e passei a investir nos estudos”, disse.

Aos seis anos, Cristian já sabia o que queria fazer. “Desde pequeno, meu sonho é ser promotor de Justiça. Com o passar do tempo, fui tendo noção do sonho e fui seguindo passo a passo até chegar aqui”, disse o jovem. Em fevereiro de 2011, ele ingressou no curso de direito de uma universidade particular da capital potiguar. Apesar das responsabilidades, a mãe de Cristian também conseguiu se formar.

Cristian reconhece o apoio da mãe. “Agradeço a ela porque ela foi e é uma verdadeira heroína. Se não fosse por ela, eu digo que dificilmente estaria aqui. Acredito que não estaria”. O jovem quer estudar para o concurso de promotor. “Tenho outros dois grandes sonhos, além de ser promotor de Justiça. Quero, um dia, voltar a caminhar e a enxergar. Tenho certeza que conseguirei”.

Fonte: G1

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Dia Internacional da Síndrome de Down

O dia 21 de março é uma data importante: é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Será que você tem algum amigo com Síndrome de Down? Já parou para pensar no que é isso?


A Síndrome de Down é um acontecimento genético natural e universal. Isso quer dizer que a síndrome não é resultado da ação ou do descuido de mães ou pais, como muitos pensam. E nem é uma doença. Ela é causada por um erro na divisão das células durante a formação do bebê (ainda feto). Só para você ter uma idéia, de cada 700 bebês que nascem, UM tem Síndrome de Down. Por isso, qualquer mulher, independente da raça ou classe social pode ter um bebê Down. Até hoje, a ciência ainda não descobriu os motivos que provocam essa alteração genética, portanto não há como evitar.

Genética

Você já deve ter ouvido falar que todas as características de uma pessoa - a cor da pele, dos olhos, o tipo e cor dos cabelos, a altura e tudo mais – são herdados (transmitidas) dos pais, certo? Como? Por meio dos genes. São os genes, presentes nos cromossomos, que carregam tudo o que somos. Cromossomos são pedacinhos do núcleo das células que contém as características que cada um de nós herda do pai e da mãe.


Mas mesmo sabendo que existem semelhanças entre as pessoas com Down, não há exames que determinem, no nascimento, como a pessoa (criança, depois adolescente e adulto) vai evoluir durante a sua vida.  Mas hoje, com as descobertas da medicina, sabe-se que para a criança down desenvolver todo seu potencial é importante que, desde cedo, seja amada e estimulada pelos pais, irmãos e profissionais habilitados.

A alteração genética das crianças com Down faz com que todas elas sejam muito parecidas e tenham as seguintes características:

1 - Hipotonia (flacidez muscular, o bebê é mais molinho);
2 - Comprometimento intelectual (a pessoa aprende mais devagar);
3 - Aparência física (uma das características físicas são os olhinhos puxados).

Aceitar as diferenças

Atualmente, a Síndrome de Down é mais conhecida, o que permite mais qualidade de vida, melhores chances e desenvolvimento para os portadores. Mas, infelizmente, esse avanço ainda não foi suficiente para acabar com um dos principais obstáculos que as pessoas com Down enfrentam: o preconceito.

O fim da exclusão

Joana Mocarzel - atriz downJá houve várias novelas e filmes que mostraram que os portadores da síndrome podem ter uma vida normal, embora necessitem de cuidados. Há alguns anos, a novela "Páginas da Vida" mostrou a menina Clara, uma criança com Síndrome de Down. Até alguns anos atrás, poucos sabiam que quem possui a síndrome é capaz de trabalhar e até de atuar como fez a atriz mirim Joana Mocarzel, que representou a Clara.

Sabia que existem ações para diminuir a exclusão social da pessoa com Down? Confira quais são:
- A transmissão das informações corretas sobre o que é a síndrome;
- O convívio social;
- A garantia de espaço para participar de programas voltados ao lazer, à recreação, ao turismo e à cultura;
- Capacitação de profissionais de Recursos Humanos para avaliar adequadamente pessoas com Síndrome de Down, entre outras.

A data

O dia 21 de março foi escolhido pela associação "Down Syndrome International" para ser o Dia Internacional da Síndrome de Down em referência ao erro genético que a provoca. Todo mundo tem 23 pares de cromossomos. Quem tem Down tem três cromossomos no par de número 21 (daí a data 21/03).

Fonte: Instituto Meta Social

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

5 fatos que você deveria saber sobre a comunidade surda

O mundo fica melhor quando as pessoas entendem as outras e isso não é tarefa fácil, porque as pessoas são diferentes. E com a comunidade surda é igual. Então para você já ter um primeiro contato, aí vão 5 fatos que você deveria saber:

1- A Libras é uma língua oficial do Brasil

Divulgação
Alunos do Centro de Educação para Surdos Rio Branco
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é língua oficial desde 2002 e, de acordo com a lei, possui o mesmo status que o português. É uma língua completa (e não linguagem), com estrutura gramatical própria. Na Libras, por exemplo, não existe conjugação verbal e artigos. Não só os sinais são importantes, mas também as expressões faciais e corporais podem mudar o sentido de uma frase.

2- Cerca de 70% dos surdos não compreendem bem o português.

A grande maioria dos surdos no Brasil não tem uma boa compreensão do português, ou seja,  não entendem ou têm dificuldades para ler e escrever. Por isso, dependem da língua de sinais para se comunicar e obter informação. A dificuldade de aprendizado da língua escrita pode estar ligada a diversos fatores, como a impossibilidade de aprender através da fonética e som, a aquisição de linguagem tardia, ou mesmo, a diferença da estrutura gramatical da língua de sinais e do português. Essa problemática também se repete em outros países do mundo.

3-  A língua de sinais não é universal

Como qualquer outra língua, cada local tem seu desenvolvimento próprio. Por exemplo, nos Estados Unidos a língua de sinais utilizada é a American Sign Language (ASL) e em Portugal é Língua Portuguesa de Sinais (LPS), ambas são diferentes da Libras. As línguas de sinais têm direito inclusive a regionalismos. Assim como temos aipim, macaxeira e mandioca, também há sinais diferentes para a mesma palavra dentro do mesmo país.

4- Surdo-mudo é um termo incorreto

O termo surdo-mudo é incorreto e nunca deve ser usado. A pessoa ser deficiente auditiva não significa que ela seja muda. A mudez é uma outra deficiência e é raro ver as duas acontecendo ao mesmo tempo. A realidade é que muitos surdos por não ouvir acabam não desenvolvendo a fala.

5- Acessibilidade em Libras é obrigatória

Em janeiro desse ano entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão (LBI). A lei promove mudanças significativas em diversas áreas como educação, saúde, mobilidade, trabalho, moradia e cultura. Uma das conquistas importantes é do acesso a informação, agora que os sites precisam estar acessíveis. Além disso, também é exigido que os serviços de empresas ou órgãos públicos ofereçam acessibilidade para as pessoas com deficiência.

Se você se interessou pelo tema, não deixe de baixar o app gratuito da Hand Talk para aprender os primeiros sinais em Libras.

Fonte: CatracaLivre

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Autismo: preparando-se para a volta às aulas

A volta às aulas costuma ser um momento difícil para muitas crianças. Em especial para crianças com autismo, que têm dificuldades com mudanças na rotina.


Deixamos aqui algumas dicas para que a readaptação da rotina seja mais tranquila:

  • Durante as férias, mostre fotos da escola e dos amigos, rementendo a bons momentos que a criança tenha presenciado e citando que é apenas um período de descanso, que em breve as aulas voltarão.
  • Aponte em um calendário em que dia estamos, o dia em que as aulas acabaram e quanto falta para o início. Deixe em destaque o dia do retorno e vá riscando os dias que estão passando. aulas
  • Leve a criança para comprar alguns materiais, dando a ela opções de escolha. Se for possível, opte por algum personagem que ela goste na mochila ou estojo.
  • Volte gradativamente aos horários da antiga rotina de sono e alimentação. Faça isso ainda durante as férias.
  • Procure conhecer o professor antes das aulas iniciarem para explicar algumas particularidades da criança. Se não for possível, você pode entregar uma cartinha (aqui um exemplo, como sugestão) no primeiro dia de aula. Coloque-se à disposição para auxiliar em qualquer dificuldade e esclarecer dúvidas.
  • Caso seja um escola diferente do ano anterior, faça uma visita à escola nos dias que antecedem o início das aulas, para que a criança se familiarize com o novo ambiente.
  • Em alguns casos é bom evitar os primeiros dias, quando as crianças estão mais agitadas e os professores ainda não conhecem os alunos. Não ter pressa neste início é bom tanto para a criança (que chegará quando a turma estiver mais tranquila e adaptada), quanto para o professor (que também já estará mais familiarizado com os novos alunos e terá mais domínio da turma).
  • Converse sobre a escola e as atividades que serão realizadas como algo muito positivo, nunca como uma obrigação. Relacione com as coisas que a criança goste mais, como as musiquinhas, as atividades, a hora de brincar, etc.
  • No dia anterior ao início, mostre o uniforme, a mochila, os materiais. Deixe-os visíveis, sinalizando que no dia seguinte as aulas iniciarão.
É muito importante manter contato diário com o professor e/ou a coordenação da escola. O trabalho precisa ser em parceria durante todo o ano letivo! E estar sempre atento a possíveis mudanças no humor e no comportamento da criança.

Fonte: ClubeMaterno

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

‘Sou plena, feliz e existo porque minha mãe não optou pelo aborto’, diz jornalista com microcefalia

Por Ricardo Senra


Ana Carolina Cáceres, de 24 anos, moradora de Campo Grande (MS), desafiou todos os limites da microcefalia previstos por médicos. Eles esperavam que ela não sobrevivesse. Hoje, Ana tem 24 anos. Neste depoimento, ela defende uma discussão informada sobre o aborto.

“Quando li a reportagem sobre a ação que pede a liberação do aborto em caso de microcefalia no Supremo Tribunal Federal (STF), levei para o lado pessoal. Me senti ofendida. Me senti atacada.
No dia em que nasci, o médico falou que eu não teria nenhuma chance de sobreviver. Tenho microcefalia, meu crânio é menor que a média. O doutor falou: ‘ela não vai andar, não vai falar e, com o tempo, entrará em um estado vegetativo até morrer’.

Ele – como muita gente hoje – estava errado.

Meu pai conta que comecei a andar de repente. Com um aninho, vi um cachorro passando e levantei para ir atrás dele. Cresci, fui à escola, me formei e entrei na universidade. Hoje eu sou jornalista e escrevo em um blog.

Escolhi este curso para dar voz a pessoas que, como eu, não se sentem representadas. Queria ser uma porta-voz da microcefalia e, como projeto final de curso, escrevi um livro sobre minha vida e a de outras 5 pessoas com esta síndrome (microcefalia não é doença, tá? É síndrome!).

Com a explosão de casos no Brasil, a necessidade de informação é ainda mais importante e tem muita gente precisando superar preconceitos e se informar mais. O ministro da Saúde, por exemplo.

Ele disse que o Brasil terá uma ‘geração de sequelados’ por causa da microcefalia.

Se estivesse na frente dele, eu diria: ‘Meu filho, mais sequelada que a sua frase não dá para ser, não’.

Porque a microcefalia é uma caixinha de surpresas. Pode haver problemas mais sérios, ou não. Acho que quem opta pelo aborto não dá nem chance de a criança vingar e sobreviver, como aconteceu comigo e com tanta gente que trabalha, estuda, faz coisas normais – e tem microcefalia.

As mães dessas pessoas não optaram pelo aborto. É por isso que nós existimos.

Não é fácil, claro. Tudo na nossa casa foi uma batalha. Somos uma família humilde, meu pai é técnico de laboratório e estava desempregado quando nasci. Minha mãe, assistente de enfermagem, trabalhava num hospital, e graças a isso nós tínhamos plano de saúde.

A gente corta custos, economiza, não gasta com bobeira. Nossa casa teve que esperar para ser terminada: uma parte foi levantada com terra da rua para economizar e até hoje tem lugares onde não dá para pregar um quadro, porque a parede desmancha.

O plano cobriu algumas coisas, como o parto, mas outros exames não eram cobertos e eram muito caros. A família inteira se reuniu – tio, tia, gente de um lado e do outro, e cada um deu o que podia para conseguir o dinheiro e custear testes e cirurgias.

No total, foram cinco operações. A primeira com nove dias de vida, para correção da face, porque eu tinha um afundamento e por causa dele não respirava.

Durante toda a infância também tive convulsões. É algo que todo portador de microcefalia vai ter – mas, calma, tem remédios que controlam. Eu tomava Gardenal e Tegretol até os 12 anos – depois nunca mais precisei (e hoje sei até tocar violino!).

Depois da raiva, lendo a reportagem com mais calma, vi que o projeto que vai ao Supremo não se resume ao aborto. Eles querem que o governo erradique o mosquito, dê mais condições para as mães que têm filhos como eu e que tenha uma política sexual mais ampla – desde distribuição de camisinhas até o aborto.

Isso me acalmou. Eu acredito que o aborto sozinho resolveria só paliativamente o problema e sei que o mais importante é tratamento: acompanhamento psicológico, fisioterapia e neurologia.

Tudo desde o nascimento.

Também sei que a microcefalia pode trazer consequências mais graves do que as que eu tive e sei que nem todo mundo vai ter a vida que eu tenho.

Então, o que recomendo às mães que estão vivendo esse momento é calma. Não se desespere, microcefalia é um nome feio, mas não é esse bicho de sete cabeças, não.

Façam o pré-natal direitinho e procurem sobretudo um neurologista, de preferência antes de o bebê nascer. Procurem conhecer outras mães e crianças com microcefalia. No próprio Facebook há dois grupos de mães que têm um, dois, até três filhos assim e trabalham todos os dias tranquilas, sem dificuldade.

Caso o projeto de aborto seja aprovado, mas houver em paralelo assistência para a mãe e garantia de direitos depois de nascer, tenho certeza que a segunda opção vai vencer.

Se ainda assim houver pais que preferirem abortar, não posso interferir. Acho que a escolha é deles. Só não dá para fazê-la sem o mais importante: informação.

Quanto mais, melhor. Sempre. É o que me levou ao jornalismo, a conseguir este espaço na BBC e a ser tudo o que eu sou hoje: uma mulher plena e feliz.


*Este depoimento é resultado de uma conversa entre o repórter da BBC Brasil Ricardo Senra e Ana Carolina Cáceres. E começou com um comentário da jovem no perfil da BBC Brasil no Facebook.

Fonte: BBC.com

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Como lidar com pessoas com deficiência - Parte V

Pessoas com deficiência de oralização

Algumas pessoas mudas preferem a comunicação escrita, algumas usam linguagem em código e outras preferem códigos próprios. Estes métodos de comunicação alternativa podem ser lentos, requerem paciência e concentração. Talvez você tenha que se encarregar de grande parte da conversa.


Tente lembrar que a comunicação é importante. Você pode ir tentando com perguntas cuja resposta seja sim/não. Se possível ajude a pessoa muda a encontrar a palavra certa, assim ela não precisará de tanto esforço para passar sua mensagem. Mas não fique ansioso, pois isso pode atrapalhar sua conversa.

Como lidar com pessoas com deficiência - Parte I
Como lidar com pessoas com deficiência - Parte II
Como lidar com pessoas com deficiência - Parte III
Como lidar com pessoas com deficiência - Parte IV
10 termos e conceitos sobre deficiência que deveriam ser abolidos

Se a dificuldade de comunicação for extrema, como na surdocegueira, conheça as dicas no link abaixo: Como lidar com um surdocego?

Pessoas com deficiência intelectual

Você deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência intelectual. Trate-as com respeito e consideração. Se for uma criança, trate como criança. Se for adolescente, trate-a como adolescente. Se for uma pessoa adulta, trate-a como tal. Não trate como criança aquelas pessoas que não o sejam.


Não as ignore. Cumprimente e despeça-se delas normalmente, como faria com qualquer pessoa. Dê atenção a elas, converse e vai ver como será divertido. Seja natural, diga palavras amistosas.

Não superproteja. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessário. Não subestime sua inteligência. As pessoas com deficiência intelectual levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.

Lembre-se: o respeito está em primeiro lugar e só existe quando há troca de ideias, informações e vontades. Por maior que seja a deficiência, lembre-se da eficiência da pessoa que ali está.

As pessoas com deficiência intelectual, geralmente, são muito carinhosas. Deficiência intelectual não deve ser confundida com doença mental.

Fonte: Bengala Legal

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

10 direitos da criança com deficiência na escola

Com a volta às aulas, a continuidade da vida escolar das crianças com deficiência muitas vezes se torna uma dor de cabeça. Por isso, a equipe do Movimento Down resolveu separar 10 direitos relacionados à educação da pessoa com deficiência que nem sempre são cumpridos, assim como três sugestões para lidar com eventuais problemas.

Várias garotas aparecem na imagem. Elas estão em fila, usam o uniforme da escola e fazem pose para a foto. Quase todas as meninas não têm deficiência, apenas uma tem síndrome de Down, mostrando que ela tem os mesmos direitos à educação que as demais.
Várias garotas aparecem na imagem. Elas estão em fila, usam o uniforme da escola e fazem pose para a foto. Quase todas as meninas não têm deficiência, apenas uma tem síndrome de Down, mostrando que ela tem os mesmos direitos à educação que as demais.

1) Negar matrícula em escolas públicas ou particulares é crime, assim como cobrar taxas extras dos pais por conta de falta de estrutura ou profissional de apoio pedagógico;

2) Matrícula em classes de ensino regular com todo o apoio necessário;

3) Professores preparados para receber as crianças e incluí-las;

4) Materiais didáticos acessíveis;

5) Transporte acessível;

6) AEE (Atendimento Educacional Especializado) para complementar o ensino regular, no turno contrário ao que a criança está matriculada. Exemplo: se a criança estudar de manhã, o AEE será de tarde;

7) Acesso ao mesmo material que as outras crianças usam;

8) Vários instrumentos de avaliação, já que a avaliação escrita tradicional não é suficiente para medir o desenvolvimento de todos os alunos;

9) Participação das atividades na escola;

10) A nova lei da inclusão menciona ser obrigatória a formação e a disponibilização dos professores para o atendimento educacional especializado, assim como de profissionais de apoio*. Essas são:

X – adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial e continuada de professores e oferta de formação continuada para o atendimento educacional especializado;

XI – formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional especializado, de tradutores e intérpretes de Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio;

Três dicas para caso de dificuldades com a aplicação da Lei

– O melhor caminho sempre é o diálogo. Busque informar a direção da escola e apresentar a Lei Brasileira de Inclusão;

– Caso a escola se recuse a alterar sua postura, busque apoio de um advogado devidamente inscrito na OAB, ou se for o caso à Defensoria Pública, para que apresente um Termo de Ajuste de Conduta à escola;

– Se a decisão da escola permanecer inalterada, denuncie ao Ministério Público de sua cidade ou Disque 100 – Direitos Humanos.

* No Art. 28º, em seus incisos X e XI

Fonte: Movimento Down