sexta-feira, 29 de julho de 2016

Os benefícios da equoterapia para crianças especiais

A equoterapia é uma das modalidades de tratamento para crianças portadoras de necessidades especiais. Realizada com a criança sentada sobre o cavalo, o fisioterapeuta usa dos movimentos multidirecionais, realizados pelo animal, para que a criança consiga atingir os objetivos terapêuticos.

equoterapia criança e saúde

A criança locomovendo-se sobre o cavalo é submetida a uma série de movimentos em múltiplos planos (para cima e para baixo, para um lado e para o outro, para frente e para trás) que vão estimular seu sistema neurológico e esquelético, permitindo inúmeros benefícios. O cavalo é o estimulador motor e sensorial para a criança.

Como é feito a terapia com o cavalo?

É necessário sempre ter um auxiliar guia para conduzir o cavalo, que fique em pé para puxar e conduzir o animal pela rédea.


O fisioterapeuta pode estar a pé (acompanhando ao lado do cavalo) ou montado junto com a criança, para a correta execução dos diversos exercícios programados.

Quais os benefícios para a criança especial?

– Melhora da postura, pois, permite o alinhamento, controle e equilíbrio do tronco;

– Melhora a coordenação motora e a integração sensorial;

– Melhora o tônus muscular;

– Estimula as reações de ajuste corporal;

– Melhora a autoestima da criança;

– Durante o tratamento, os fisioterapeutas estimulam a linguagem da criança, o tato, memória e concentração, orientação no espaço, percepção visual e auditiva;

– Diminui agressividade e torna a criança mais sociável.

equoterapia 1

equoterapia 2

Quais as principais indicações?

A equoterapia é indicada para crianças portadoras de:

– Paralisia cerebral;

– Autismo;

– Crianças com atraso do desenvolvimento motor;

– Síndrome de Down;

– Déficit de atenção e hiperatividade.

Existem contraindicações ao método?

Como todas as modalidades de tratamento existentes, sempre existem contraindicações sendo as principais:

– Subluxação e luxação dos quadris;

– Escoliose estrutural acima de 30 graus;

– Alergia ao pelo do cavalo;

– Medo excessivo que coloque em risco a segurança da criança.

Fonte: criancaesaude.com.br

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Filme conta a história do primeiro dia de aula de uma menina com paralisia cerebral; Assista

A história de Heloísa começou no livro e agora ganha movimento em um curta-metragem em animação.


Em “Por que Heloísa?”, a autora Cristiana Soares se baseou numa história real para levar o espectador a repensar o conceito de deficiência.

Educação Inclusiva: Possibilidades
Cristian, pessoa com deficiência visual e paralisia cerebral, se forma em direito
10 direitos da criança com deficiência na escola

O curta-metragem dá continuidade à trajetória de Heloísa, uma menina com paralisia cerebral, a partir do seu primeiro dia de aula em uma escola comum. Mostra também outros aspectos da primeira infância como suas relações familiares.

O vídeo apresenta recursos acessíveis para pessoas com deficiência. Veja:



Fonte: https://catraquinha.catracalivre.com.br/

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Sobre o orgulho (e a voz) autista

orgulho autista erika andrade maternidade azul parents like me

Recentemente, no dia dezoito de junho, foi comemorado o dia do “orgulho autista”. Nesta, como em outras datas importantes, tais como o dois de abril, é comum que sejam abertos espaços para especialistas falarem sobre seus estudos ou mães como eu dividirem suas vivências, mas, em muitas das vezes, se esquece o principal: O próprio indivíduo com autismo para falar sobre sua trajetória, potencialidades, dificuldades, conquistas… Afinal, quem poderia falar melhor do que eles mesmos? Se os organizadores de tais eventos não acham isso possível, acredito que eles mesmos possuem uma visão estereotipada sobre as pessoas com TEA. Alguns conseguem se expressar lindamente.

Este tipo de paradoxo infelizmente não é raro, já vivi situações semelhantes e vou citar uma delas: Há alguns anos, durante uma aula de LIBRAS ( Linguagem Brasileira de Sinais), a intérprete explicou demoradamente para a turma sobre a importância de o sujeito surdo ser incluído. O discurso foi lindo, só havia um problema: Ela se esqueceu de transmitir a mensagem, em LIBRAS, para a professora surda que estava dentro da sala e ficou totalmente excluída da comovente conversa sobre inclusão. Para piorar, a intérprete estava de costas para a professora, minando qualquer possibilidade de leitura labial ou outra forma de contato.

Quando damos oportunidade e voz a quem realmente precisa ser escutado, muitas vezes até o próprio foco das discussões muda. Voltando ao autismo, é comum, por exemplo, que pais montem grupos e promovam eventos que tenham por objetivo uma suposta cura ou “amenização dos sintomas” de autismo dos filhos (a qualquer preço). Se estes filhos fossem escutados, será que este seria o desejo deles, serem curados?  A quem tal “cura” interessaria? Aos sujeitos com autismo ou aos pais?

Até o momento tive o prazer de ouvir e ler relatos de algumas pessoas no espectro e  nunca vi partindo DELES nada que remetesse a algum desejo de ser curado ou radicalmente transformado, pelo contrário. Temple Grandin, que foi diagnosticada com autismo na infância, diz que “se por alguma mágica, o autismo tivesse sido erradicado da face da Terra, então, os homens ainda estariam se socializando na frente de uma fogueira na entrada de uma caverna” e que o mundo precisa de todos os tipos de mente.

Para mim, tal colocação é brilhante.  Entretanto, quando trago essa provocação, de maneira alguma estou negando os percalços, as dificuldades e propondo uma glamourização do autismo, onde tudo seriam flores e eu teria sido escolhida por Deus… Nada disso. Apenas ressalto que, muitas vezes, as próprias associações e instituições que lutam pela causa não dão voz aos indivíduos com autismo e não é raro que as batalhas que são travadas por aí não sejam de fato as lutas deles.

Ainda sobre a Temple Grandin, aprendi muito mais sobre alterações sensoriais táteis lendo sobre sua “máquina do abraço” que com os livros técnicos. Por mais que nos debrucemos em pesquisas e artigos sobre o assunto, nada é tão esclarecedor quanto ouvir uma pessoa com autismo falar sobre suas questões. Estamos, de fato, abertos a escutá-los?

Um grande abraço e até a próxima!

Érika Andrade, mãe do Bernardo, Psicóloga e administradora do instagram @maternidadeazul.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Medicamentos para TDAH e o sono das crianças


Especialistas discordam sobre se os estimulantes comumente prescritos medicamentos para déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) podem afetar o sono das crianças.

Resultados de uma meta-análise (uma análise de vários trabalhos científicos sobre um determinado assunto), publicada em dezembro de 2015 na revista Pediatrics, no entanto, sugerem que os medicamentos podem reduzir a quantidade e a qualidade do sono para muitos dos cerca de 3,5 milhões de crianças norte-americanas que tomam medicamentos para tratamento do TDAH. Os pesquisadores analisaram ​​os dados de nove estudos anteriores que avaliaram um total de 246 crianças e que, individualmente, apresentaram conclusões contraditórias.

Alguns estudos concluíram que os estimulantes causam insônia, enquanto outros sugeriram que os medicamentos podem melhorar o sono reduzindo comportamento resistente ao sono. O novo estudo determinou que, em geral, medicamentos estimulantes levam as crianças a terem mais problemas e a manterem o sono.

Medicamentos estimulantes levaram a uma maior latência de sono, piora de qualidade e menor duração do sono. Em geral, os jovens referiam que tinham sono de pior qualidade sob o uso de medicamentos estimulantes. É recomendável que os pediatras, cuidadosamente, monitorem problemas de sono e ajustem o tratamento, para promover o sono ideal. Os pais podem ajudar as crianças a dormirem, incentivando rotinas noturnas, tais como histórias de ninar, banhos quentes e atividades relaxantes.

Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte:  Pediatrics. Dezembro 2015
“Stimulant Medications and Sleep for Youthwith ADHD: A Meta-analysis,”

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Adoção: Casal que adotou bebê com síndrome de down garante que ela é a alegria da casa


O casal Érika Benetti, 45 anos, e Carlos Benetti, 33 anos, estavam desde 2009 na fila de espera para adoção na Vara da Infância e Juventude.

Quando, finalmente, uma ligação de uma psicóloga do Lar de Miriam colocou Natália, um bebê de 6 dias com Síndrome de Down, na vida deles e tudo mudaria para sempre.

Após três filhas de um outro casamento (21, 24 e 26 anos), Érika que fez laqueadura, optou juntamente com seu marido pela adoção.

“A psicóloga nos ligou uma quarta-feira, mas na sexta-feira já queria uma resposta se ficaríamos ou não com a criança. Pensei muito, não conseguia nem trabalhar direito. A Érika me apoiaria em qualquer decisão”, explica Carlos.

“Neste curto espaço de tempo, uma noite o Carlos me convidou para jantar e me levou pra comprar um par de brincos para a Natália. Logo no dia seguinte fomos buscar ela, era 20 de dezembro de 2013”, conta Érika.

Hoje, com 2 anos, toda a família diz que ela é a alegria da casa. “Tudo na Natália é um aprendizado, ela nos ensina muito, só distribui amor”, diz a mãe.

“Talvez senão tivéssemos adotado, a Natália estaria ainda no Lar de Mirian. Hoje, se precisasse, faria tudo novamente, sem pensar duas vezes. Tem muito tabu em cima das crianças com síndrome de down”, conta o pai, que é técnico em mecânica.

 “Existe um preconceito das pessoas, infelizmente. A Natália faz tudo que qualquer outro bebê faz, é extremamente carinhosa. Tudo de bom que está acontecendo na nossa vida é por causa da nossa filha”, ressalta Érika, auxiliar de enfermagem no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM).

Fonte: A Razão

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Menino emociona ao entrar no casamento de fisioterapeuta que o auxiliou a andar


Quando a fisioterapeuta Eduarda Borghezan, de 25 anos, e o Davi, de seis anos, iniciaram o protocolo com o equipamento PediaSuit, na Apae de Orleans, em janeiro deste ano, não imaginavam que protagonizariam uma história tão emocionante. De acordo com o Portal Sul in Foco, o pequeno fazia fisioterapia desde um ano e seis meses, mas, mesmo assim, ficava apenas sentado. Tudo mudou desde então e, em apenas seis meses, ele já conseguia andar com o auxílio de um andador.

No início, Davi apresentou resistência e não tinha autoconfiança, repetindo sempre que não conseguiria. Entretanto, após acompanhamento com demais profissionais da Apae, incluindo psicológico, a perspectiva começou a mudar. Foi aí que a ideia surgiu. Uma semana antes de iniciar a terapia intensiva, a profissional e o noivo, ⁠Antonio Bianco, de 32 anos, haviam marcado a data do casamento, realizado no último sábado, dia 2 de julho.

Convite - “Ele progrediu muito rápido. Pensei então em convidá-lo para ser pajem do casamento. Eu comentei com o Antonio e com a Scheila, mãe do Davi, e eles concordaram. Nós não imaginávamos que teria essa repercussão. Deixamos para contar para ele apenas um mês antes da data, para que ele não ficasse muito ansioso. Neste tempo, fomos treinando para o dia e ele se dedicou bastante e fez bonito", contou.

O vídeo do momento foi postado no Facebook pelo presidente da Apae de Orleans, Lorenço Ascari Junior, e não demorou muito para que repercutisse. “Demonstrando grande gratidão, entrou na igreja para entregar uma rosa ao seu anjo, emocionando todos os presentes, que não seguraram as lágrimas”, descreveu a cena. Já Eduarda descreve o momento com uma palavra. “A sensação foi de realização, por poder ajudá-lo a caminhar, que era o que ele e a família queriam”, disse.

Amizade - Dessa forma, ambos construíram uma relação que vai além muito além da comumente vista entre fisioterapeutas e pacientes. “Como nós passamos muito tempo juntos, fui criando uma ligação com ele", disse Eduarda. "É que é impossível não se apaixonar pelo Davi", acrescentou Antonio. De acordo com a mãe do menino, Scheila de Sousa Marcos, de 34 anos, o diagnóstico dele é paralisia cerebral. O pequeno, contudo, não possui nenhuma deficiência intelectual, apenas atraso no desenvolvimento motor.

“Quando soube que ele estava caminhando, foi um momento de muita emoção. Nós sabíamos que ele andaria, mas não imaginávamos que seria tão rápido. Quando eu vi, foi muito emocionante, eu nem acreditava”, relembrou a mãe. Contudo, a evolução e os desafios não param por aí. “O próximo passo é ele conseguir andar sem o auxílio do andador. Para estimulá-lo a evoluir sempre, propomos outro desafio para ele. Ele participará do desfile cívico no dia 7 de setembro, ao lado do Lorenço”, planejou.

Veja a entrada de Davi na igreja no vídeo abaixo:







Fonte: Engeplus

quinta-feira, 7 de julho de 2016

O que ensinar a seus filhos sobre crianças especiais

Por Ellen Seidman, do blog “Love That Max“


02-624x415.jpg (800×466)

Eu cresci sem conhecer nenhuma outra criança com necessidades especiais além do Adam, um visitante frequente do resort ao qual nossas famílias iam todos os verões. Ele tinha deficiência cognitiva. As crianças zombavam dele. Fico envergonhada de admitir que eu zombei também; meus pais não faziam ideia. Eles eram pais maravilhosos, mas nunca pensaram em ter uma conversa comigo sobre crianças com necessidades especiais. E, então, eu tive meu filho Max; ele teve um AVC no nascimento que levou à paralisia cerebral. De repente, eu tinha uma criança para quem outras crianças olhavam e cochichavam a respeito. E eu desejei tanto que seus pais falassem com elas sobre crianças com necessidades especiais. Já que ninguém recebe um “manual de instruções da paternidade”, algumas vezes, pais e mães não sabem muito o que dizer. Eu entendo totalmente; se eu não tivesse um filho especial, eu também me sentiria meio perdida. Então, eu procurei mães de crianças com autismo, paralisia cerebral, síndrome de down e doenças genéticas para ouvir o que elas gostariam que os pais ensinassem a seus filhos sobre os nossos filhos. Considere como um guia, não a bíblia!

Pra começar, não tenha pena de mim 

“Sim, algumas vezes, eu tenho um monte de coisas pra lidar — mas o que eu não tenho é uma tragédia. Meu filho é um menino brilhante, engraçado e incrível que me traz muita alegria e que me enlouquece às vezes. Você sabe, como qualquer criança. Se você tiver pena de mim, seu filho vai ter também. Aja como você agiria perto de qualquer outro pai ou mãe. Aja como você agiria perto de qualquer criança.”

— Ellen Seidman, do blog “Love That Max”; mãe do Max, que tem paralisia cerebral.

Ensine seus filhos a não sentir pena dos nossos 

“Quando a Darsie vê crianças (e adultos!) olhando e encarando, ela fica incomodada. Minha filha não se sente mal por ser quem ela é. Ela não se importa com o aparelho em seu pé. Ela não tem autopiedade. Ela é uma ótima garota que ama tudo, de cavalos a livros. Ela é uma criança que quer ser tratada como qualquer outra criança — independente dela mancar. Nossa família celebra as diferenças ao invés de lamentá-­las, então nós te convidamos a fazer o mesmo.”

 — Shannon Wells, do blog “Cerebral Palsy Baby”; mãe da Darsie, que tem paralisia cerebral.

Use o que eles tem em comum

“Vai chegar uma hora em que o seu filhinho vai começar a te fazer perguntas sobre por que a cor de uma pessoa é aquela, ou por que aquele homem é tão grande, ou aquela moça é tão pequena. Quando você estiver explicando a ele que todas as pessoas são diferentes e que nós não somos todos feitos do mesmo jeito, mencione pessoas com deficiências também. Mas tenha o cuidado de falar sobre as similaridades também — que uma criança na cadeira de rodas também gosta de ouvir música, e ver TV, e de se divertir, e de fazer amigos. Ensine aos seus filhos que as crianças com deficiências são mais parecidas com eles do que são diferentes.”

 — Michelle, do blog “Big Blueberry Eyes”; mãe da Kayla, que tem Síndrome de Down.

Ensine as crianças a entender que há várias formas de se expressar

“Meu filho Bejjamin faz barulhos altos e bem agudos quando ele está animado. Algumas vezes, ele pula pra cima e pra baixo e sacode os braços também. Diga aos seus filhos que a razão pela qual crianças autistas ou com outras necessidades especiais fazem isso é porque elas tem dificuldades pra falar, e é assim que elas se expressam quando estão felizes, frustradas ou, algumas vezes, até mesmo por alguma coisa que estão sentindo em seus corpos. Quando Benjamim faz barulhos, isso pode chamar a atenção, especialmente se estamos em um restaurante ou cinema. Então, é importante saber que ele não pode, sempre, evitar isso. E que isso é, normalmente, um sinal de que ele está se divertindo.”

— Jana Banin, do blog “I Hate Your Kids (And Other Things Autism Parents Won’t Say Out Loud)”; mãe de Benjamin, que é autista.

Saiba que fazer amizade com uma criança especial é bom para as duas crianças 

“Em 2000, quando meu filho foi diagnosticado com autismo, eu tive muita dificuldade em arrumar amiguinhos para brincar com ele. Vários pais se assustaram, a maior parte por medo e desconhecimento. Fiquei sabendo que uma mãe tinha medo do autismo do meu filho ser “contagioso”. Ui. Treze anos mais tarde, sou tão abençoada por ter por perto várias famílias que acolheram meu filho de uma forma que foi tão benéfica para o seu desenvolvimento social. Fico arrepiada de pensar nisso. A melhor coisa que já ouvi de uma mãe foi o quanto a amizade com o meu filho foi importante para o filho dela! Que a sua proximidade com o RJ fez dele uma pessoa melhor! Foi uma coisa tão bonita de se dizer. Quando tivemos o diagnóstico, ouvimos que ele nunca teria amigos. Os amigos que ele tem, agora, adorariam discordar. Foram os pais deles que facilitaram essa amizade e, por isso, serei eternamente grata.”

 — Holly Robinson Peete, fundadora (com o marido Rodney Peete) da Hollyrod Roundation; mãe do RJ, que é autista

Encoraje seu filho a dizer “oi” 

“Se você pegar seu filho olhando pro meu, não fique chateada — você só deve se preocupar se ele estiver sendo rude, mas crianças costumar reparar umas nas outras. Sim, apontar, obviamente, não é super educado, e se seu filho apontar para uma criança com necessidades especiais, você deve dizer a ele que isso é indelicado. Mas quando você vir seu filho olhando para o meu, diga a ele que a melhor coisa a fazer é sorrir pra ele ou dizer “oi”. Se você quiser ir mais fundo no assunto, diga a ele que crianças com necessidades especiais nem sempre respondem da forma como a gente espera, mas, ainda assim, é importante tratá­-las como tratamos as outras pessoas.”

 — Katy Monot, do blog “Bird On The Street”; mãe do Charlie, que tem paralisia cerebral

Encoraje as crianças a continuar falando 

“As crianças sempre se perguntam se o Norrin pode falar, especialmente quando ele faz seu “barulhinho alto corriqueiro”. Explique ao seu filho que é normal se aproximar de outra criança que soa um pouco diferente. Algumas crianças podem não conseguir responder tão rápido, mas isso não significa que elas não tem nada a dizer. Peça ao seu filho para pensar no seu filme favorito, lugar ou livro — há grandes chances da outra criança gostar disso também. E a única forma dele descobrir isso é perguntando, da mesma forma que faria com qualquer outra criança.” 

— Lisa Quinones­Fontanez, do blog “Autism Wonderland”; mãe do Norrin, que é autista 

Dê explicações simples

 “Algumas vezes, eu penso que nós, pais, tendemos a complicar as coisas. Usando alguma coisa que seus filhos já conhecem, algo que faça sentido pra eles, você faz com que a “necessidade especial” se torne algo pessoal e fácil de entender. Eu captei isso uns anos atrás, quando meu priminho me perguntou “por que o William se comunicava de forma tão diferente dele e de seus irmãos”. Quando eu respondi que ele simplesmente nasceu assim, a resposta dele pegou no ponto: “Ah, assim como eu nasci com alergias”. Ele sabia como era viver com algo que se tem e gerenciar isso para viver diariamente. Se eu tivesse dito a ele que os músculos da boca de William tem dificuldade em formar palavras, o conceito teria se perdido na cabeça dele. Mas alergia fazia sentido pra ele. Simplicidade é a chave.”

 — Kimberly Easterling, do blog “Driving With No Hands”; mãe do William e da Mary, ambos com Síndrome de Down

Ensine respeito às crianças com seus próprios atos

 “Crianças aprendem mais com suas ações que com suas palavras. Diga “oi” para a minha filha. Não tenha medo ou fique nervosa perto dela. Nós realmente não somos tão diferentes de vocês. Trate minha filha como trataria qualquer outra criança (e ganhe um bônus se fizer um comentário sobre o lindo cabelo dela!). Se tiver uma pergunta, faça. Fale para o seu filho sobre como todo mundo é bom em coisas diferentes, e como todo mundo tem dificuldades a trabalhar. Se todo o resto falhar, cite a frase do irmão de Addison: “bem, todo mundo é diferente!”.” 

— Debbie Smith, do blog “Finding Normal”; mãe de Addison, que tem Trissomia 9 

Ajude as crianças a ver que, mesmo crianças que não falam, entendem 

“Nós estávamos andando pelo playground e a coleguinha da minha filha não parava de encarar o meu filho, que é autista e tem paralisia cerebral. Minha filha chamou a atenção da colega rapidinho: “Você pode dizer “oi” pro meu irmão, você sabe. Só porque ele não fala, não significa que ele não ouve você”. Jack não costuma falar muito, mas ele ouve tudo ao redor dele. Ensine aos seus filhos que eles devem sempre assumir que crianças especiais entendem o que está sendo dito, mesmo sem poderem falar. É por isso que eles não vão dizer “o que ele tem de errado?”, mas poderão até dizer “Como vai?”.” 

— Jennifer Byde Myers, dos blogs “Into The Woods” e “The Thinking Person’s Guide To Autism”; mãe do Jack, que tem autismo e paralisia cerebral.

Inicie uma conversa

“Nós estávamos no Children’s Museum e um garotinho não parava de olhar para Charlie com seu andandor, e a mãe dele sussurrou em seu ouvido para não encarar porque isso era indelicado. Ao invés disso, eu adoraria que ela tivesse dito “esse é um andador muito interessante, você gostaria de perguntar ao garotinho e à sua mãe mais a respeito dele?”.”

 — Sarah Myers, do blog “Sarah & Joe (And Charlie Too!)”; mãe do Charlie, que tem paralisia cerebral

Não se preocupe com o constrangimento

 “Vamos combinar de não entrar em pânico caso seu filho diga algo embaraçoso. Você sabe, tipo se nós estivermos na fila do Starbucks e o seu filho olhar para a Maya e pra mim e disser algo como “Eca! Por que ela está babando?” ou “Você é mais gorda que a minha mãe”. Embora esses não sejam exemplos ideais de início de conversa, eles mostram que o seu filho está interessado e curioso o suficiente para fazer contato e perguntar. Por favor, não gagueje um “mil desculpas” e arraste seu filho pra longe. Vá em frente e diga baixinho o pedido de desculpas, se você precisar, mas deixe-­me aproveitar a oportunidade: vou explicar a parte da baba e apresentar Maya e contar da paixão dela por crocodilos, e você pode ser a coadjuvante no processo, dizendo “lembra quando nós vimos crocodilos no zoológico?” ou coisa parecida. Quando chegarmos ao caixa, o constrangimento vai ter passado, Maya terá curtido conhecer alguém novo, e eu terei esperanças de que seu filho conseguiu ver Maya como uma criança divertida, ao invés de uma “criança que baba”. (E eu irei simplesmente fingir que não ouvi a parte do “mais gorda que a minha mãe”).” 

— Dana Nieder, do blog “Uncommon Sense”; mãe da Maya, que tem uma síndrome genética não diagnosticada

Gostou? Segue o link para o texto original em inglês: https://www.babble.com/babble-voices/what-to-teach-your-children-about-kids-with-special-needs/