quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Pessoas com deficiências superam desafios no dia a dia

Na Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, realizada entre 21 e 28 de agosto, a sociedade é conscientizada sobre os direitos destas pessoas


esbrasil.com.br

Foto: Reprodução

Um dia você acorda e descobre que vai ter um bebê. A partir dai, você começa a sonhar com o rostinho, com o jeitinho, quais serão as primeiras palavras e imagina o que ele vai querer ser quando crescer, quais serão os objetivos, entre outras coisas.

Quando o bebê nasce, você descobre que ele terá alguma deficiência. E agora? O que fazer? Muitos pais não sabem como lidar quando descobrem que o filho não terá o corpo ou desenvolvimento intelectual perfeitos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas tem algum tipo de deficiência no mundo e, em cada dez, uma é criança. No Brasil, 45,6 milhões de pessoas são portadoras de deficiência. Destas, 7,5% são crianças de até 14 anos de idade, segundo o último censo do IBGE, de 2010, ou seja, cerca de 3,5 milhões de crianças.

E entre 2000 e 2010, houve uma queda de 5,5% no número de crianças do grupo de 0 a 14 anos. Mas mesmo com a diminuição, o volume de crianças com deficiência dentro dessa faixa etária cresceu 3,2%.

Para debater e refletir, junto à sociedade, sobre o direito de igualdade para que a inclusão aconteça e combater o preconceito e a discriminação foi criada a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que acontece anualmente durante os dias 21 e 28 de agosto.

“A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência é um símbolo de mobilização. Um espaço que marca a luta das pessoas com deficiência intelectual na busca por garantia de direitos”, disse o presidente da Federação das Apaes do Espírito Santo, Vanderson Pedruzi Gaburo.

Neste ano, o tema escolhido é “Família e pessoa com deficiência, protagonistas na implementação das políticas públicas”, com a intenção de estimular as famílias a buscar os direitos e o cumprimento de políticas públicas que atendem a essas pessoas.

INCLUSÃO
E muitas vezes, as pessoas com deficiência sentem muita dificuldade em se sentir incluídas na sociedade. Mas não é o caso do Eduardo, 9 anos, que tem Síndrome de Down. Segundo a corretora de imóveis Camila Rosa, 41, o filho é bem quisto pelos colegas. Entretanto, ela aponta que uma das maiores dificuldades encontradas é nas escolas, que, na maioria das vezes, não estão preparadas para receber os alunos especiais.


A corretora de imóveis Camila Rosa, 41 anos, disse que o filho Eduardo, 9, é muito amado na escola que frequenta. – Foto: Renato Cabrini / Next Editorial

“A educação no Brasil não é das melhores, nós sabemos, então imagine colocar uma criança com deficiência dentro de uma classe com outras 30? É complicado para a escola e para nós, mães, pois queremos que nossos filhos evoluam. Por um período paguei uma pessoa para acompanhá-lo durante as aulas, mas, atualmente, ele frequenta uma escola em que houve uma adaptação muito boa, pois a parte da inclusão foi muito bem feita e nós, a família, também fomos muito bem recebidos”, disse Camila.

Ela destacou que houve uma parceria entre a escola e a família para que a adaptação do filho fosse efetiva. “A escola sempre me deu abertura, e sempre tivemos uma troca, para que ajudássemos aos professores a entender o que Dudu queria dizer, por exemplo, pois as crianças com Down processam as informações de forma diferente. Ainda assim, quando estão em período de férias ele fica inquieto querendo retornar”, finalizou a corretora.

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E MÚLTIPLA
A deficiência intelectual é uma limitação nas habilidades mentais gerais, e pode ser percebida quando há dificuldade em situações consideradas comuns, como a comunicação, interação social, leitura, escrita, memória, dentre outras.

Este tipo de deficiência exige, na maioria das vezes, um acompanhamento multidisciplinar em diversas áreas, como saúde, educação e assistência social, para que atenda à necessidade de cada um. Profissionais, como terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e outros especialistas são utilizados nos tratamentos.

A deficiência múltipla é quando há duas deficiências ou mais simultaneamente, sejam elas intelectuais, físicas ou ambas combinadas.

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