quarta-feira, 11 de maio de 2022

Crianças com deficiência: ainda precisamos falar sobre inclusão

 por Ana Clara Oliveira para o leiturinha.com.br

Segundo pesquisa do IBGE, realizada em 2010, estima-se que 23% da população geral possui alguma deficiência. Além disso, ao menos 7,5% das crianças brasileiras até 14 anos de idade têm uma deficiência diagnosticada. E embora esses números sejam significativos, sabemos que ainda são poucas as pessoas que vivenciam ou conhecem de perto essa realidade.

Esse desconhecimento gera possíveis estigmas e preconceitos que cercam a vida de crianças, adolescentes e adultos com deficiência. Já conscientizar-se sobre a diversidade e a inclusão é o começo de uma sociedade mais empática, solidária e inclusiva para todos nós. Então, vamos conhecer as histórias de pessoas que vivenciam a luta pela inclusão de crianças com deficiência? Confira abaixo alguns depoimentos!

“O essencial é invisível aos olhos”  

Rodrigo Galhardi tem 33 anos e adora estar com a família. Também gosta de sair com os amigos, ir a shows, ler, viajar, ir à praia, fazer trilha e ouvir música. Formado em Administração e pós-graduando em Projetos Sociais e Políticas Públicas, Rodrigo é Assistente Legislativo na Câmara Municipal de Poços de Caldas há 12 anos. Atualmente, também é Diretor de Cultura na Associação de Assistência aos Deficientes Visuais de Poços de Caldas (AADV). Uma entidade sem fins lucrativos, referência na prestação de serviços de reabilitação/habilitação, apoio pedagógico e educacional, social e familiar, para pessoas com deficiência visual.

Rodrigo Galhardi (foto de arquivo pessoal)

Com essa rotina agitada, fica até difícil notar um outro detalhe da vida de Rodrigo. Mas aos nove anos, enquanto brincava, ele caiu e bateu a cabeça, o que acarretou o descolamento de sua retina. Levando-o, desta forma, a perder a visão. A partir daí, Rodrigo e sua família passaram por um momento de adaptação para viver em um mundo que não é preparado para pessoas com deficiência.

Rodrigo conta que sempre teve uma boa interação com os colegas, amigos e família, que procuravam oferecer condições para que ele sempre estivesse inserido no contexto deles e vice e versa. Portanto, as brincadeiras e interações ocorriam naturalmente. Brincadeiras de rua, jogos, entre outras atividades. Sempre com o auxílio e apoio para todos estarem juntos.

Rodrigo acredita que a conscientização sobre a existência e demandas das pessoas com deficiência tem evoluído, mas ainda não é o ideal. É um processo que está em andamento. O desafio maior ainda é romper com a barreira do preconceito e fazer com que a sociedade seja cada vez mais integrativa.

Para enfrentar e superar o preconceito que persiste e insiste em nossa sociedade, Rodrigo diz que o primeiro passo é refletir sobre a limitação de cada um e saber que diferentes todos somos. Quando vemos a limitação e compreendemos cada um com seus aspectos e características, assimilamos de uma forma mais humana, tornando a interação e a inclusão algo natural. Afinal, “a deficiência não define a personalidade ou caráter de ninguém, é apenas um aspecto, uma característica”.

Hoje, Rodrigo realiza palestras em que fala sobre sua vida, conquistas e motivação. Além de como prevenir acidentes, como o que o deixou cego. Para pessoas que não vivenciam essa realidade, Rodrigo deixa um recado:

“Cada um tem uma diferença, alguns explícita e outros implícita. Se entendermos que a sociedade não é homogênea e respeitar a diferença do outro, a harmonia se faz presente e o mundo se torna melhor.”

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