terça-feira, 29 de setembro de 2015

10 termos e conceitos sobre deficiência que deveriam ser abolidos

    Há quem diga que trocar as expressões por outra de nada adianta, se a pessoa com deficiência não for respeitada e tratada como qualquer outra pessoa. Concordo. No entanto, o consultor de inclusão social, Romeu Sassaki, afirma que há termos e conceitos contaminados de preconceitos, estigmas e estereótipos. De acordo com Sassaki, “o maior problema decorrente do uso de termos incorretos reside no fato de os conceitos obsoletos, as idéias equivocadas e as informações inexatas serem inadvertidamente reforçados e perpetuados”.

    Diante disso Sassaki propõe o uso da terminologia correta, a fim de  desencorar práticas discriminatórias e construir uma verdadeira sociedade inclusiva. A seguir 10 termos e conceitos errados:

    1- Aleijado; defeituoso; incapacitado; inválido
      Defeituoso, aleijado e inválido são palavras muito antigas e eram utilizadas com frequência até o final da década de 70. TERMOS CORRETOS: Pessoa com deficiência ou pessoa deficiente

      2- Retardo mental, retardamento mental, retardado
        São pejorativos os termos retardado mental, mongolóide, mongol, pessoa com retardo mental, portador de retardamento mental, portador de mongolismo, retardado etc. TERMOS CORRETOS: deficiência intelectual ou deficiência mental.

        3- Pessoa presa [confinada, condenada] a uma cadeira de rodas
          TERMOS CORRETOS: pessoa em cadeira de rodas; pessoa que anda em cadeira de rodas; pessoa que usa cadeira de rodas. Os termos presa, confinada e condenada provocam sentimentos de piedade. No contexto coloquial, é correto o uso do termo cadeirante.

          4- “Ela sofre de paraplegia” [ou de paralisia cerebral ou de sequela de poliomielite]
            A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: “ela tem paraplegia” [ou paralisia cerebral ou sequela de poliomielite].

            5- Criança excepcional
              TERMOS CORRETOS: criança com deficiência intelectual, criança com deficiência mental. Excepcionais foi o termo utilizado nas décadas de 50, 60 e 70 para designar pessoas com deficiência intelectual. Com o surgimento de estudos e práticas educacionais nas décadas de 80 e 90 a respeito de altas habilidades ou talentos extraordinários, o termo excepcionais passou a referir-se tanto a pessoas com inteligências múltiplas acima da média [pessoas superdotadas ou com altas habilidades e gênios] quanto a pessoas com inteligência lógico-matemática abaixo da média [pessoas com deficiência intelectual] daí surgindo, respectivamente, os termos excepcionais positivos e excepcionais negativos, de raríssimo uso.

              6- Mongolóide; mongol
                TERMOS CORRETOS: pessoa com síndrome de Down, criança com Down, uma criança Down. As palavras mongol e mongolóide refletem o preconceito racial da comunidade científica do século 19. Em 1959, os franceses descobriram que a síndrome de Down era um acidente genético. O termo Down vem de John Langdon Down, nome do médico inglês que identificou a síndrome em 1866. A síndrome de Down é uma das anomalias cromossômicas mais freqüentes encontradas e, apesar disso, continua envolvida em idéias errôneas…

                7-  “Paralisia cerebral é uma doença”
                  FRASE CORRETA: “Paralisia cerebral é uma condição.” Muitas pessoas confundem doença com deficiência.

                  8- “Pessoa normal”
                    TERMO CORRETO: pessoa sem deficiência; pessoa não-deficiente. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado.

                    10- Cadeira de rodas elétrica
                      Trata-se de uma cadeira de rodas equipada com um motor. TERMO CORRETO: cadeira de rodas motorizada.

                      Fonte: Deficiente Ciente

                      terça-feira, 22 de setembro de 2015

                      21 de Setembro: Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência

                        O debate sobre a inclusão e a acessibilidade está em pauta no país.  Não há como negar a evolução no tratamento das pessoas com deficiência por parte do Estado e da sociedade organizada. A legislação brasileira sobre o tema evoluiu muito nos últimos anos, sendo considerada uma das mais avançadas do mundo.

                        O atendimento ao direito básico de acesso à educação para as pessoas com deficiência vem expandindo nos últimos tempos no Brasil.  Já conseguimos importantes conquistas nas áreas de educação, saúde, lazer, no acesso ao trabalho e nos meios de transporte. Mas, ainda falta muita coisa. Falta respeito, falta acessibilidade, faltam políticas públicas inclusivas.

                        Os dados (nem sempre confiáveis) do Censo 2010 apontaram que 45 milhões e 600 mil pessoas possuem algum tipo de deficiência no país, ou seja, 24%  da população brasileira.  A realidade mostra que ainda somos um país pouco acessível e nem sempre inclusivo.  É necessária uma mudança estrutural na sociedade, e no modo como ela percebe, vê e trata os diferentes.

                        Mais do que um dia de luta, esse é um dia de refletir e buscar novos caminhos para inclusão social.

                        A gente não quer só rampa, banheiro adaptado, vaga reservada e piso podotátil.  A gente quer cultura, diversão e arte.  Teatro acessível, audiodescrição, closed caption, respeito à diversidade, escola bilingue, reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e muito, muito mais…

                        Fonte: Prograd

                        A história de Carlinhos, um educador físico com síndrome de Down

                        Apaixonado por esportes desde pequeno, Carlos Vasconcelos Filho não teve dúvidas sobre qual faculdade cursar na hora de fazer o Enem. Graças à sua dedicação e ao apoio da família, o rapaz estudou Educação Física na Faculdade dos Guararapes, em Jabotão dos Guararapes, Pernambuco, e hoje trabalha como educador físico na Amil. Carlos, carinhosamente chamado de Carlinhos, tem síndrome de Down e é apaixonado por aquilo que faz.

                        Para a mãe, Vania Vasconcelos, a prática de atividades físicas sempre foi importante para estimular a coordenação motora do filho. Ele começou a nadar aos três meses de idade, fez equoterapia, judô, basquete, tênis de quadra, tênis de mesa, vôlei, frescobol e xadrez. Esforçado desde pequeno, Carlinhos buscou fazer diferentes atividades ao mesmo tempo, como curso de matemática e português, curso básico de informática e hardware e curso de inglês e espanhol por oito anos.

                        Assim que entrou na faculdade, a vontade de Carlinhos de aprender e participar ativamente da sociedade só aumentou. Já no primeiro ano, o jovem atuou como voluntário em um projeto social voltado à prática de esportes (como arremesso de dardo, de peso e de atletismo) por pessoas com deficiência. Carlinhos também sempre buscou seu lugar no mercado de trabalho. Seu primeiro estágio foi auxiliando em uma aula de hidroginástica para pessoas da terceira idade e em seguida estagiou em uma academia de musculação. Em todos esses espaços, o jovem sempre foi muito respeitado e incentivado por seus colegas de trabalho e alunos.

                        De acordo com Vania, a faculdade foi um bom momento para o filho. “O relacionamento dele com os professores, funcionários e outros alunos foi muito positivo”, conta. “As pessoas sempre o respeitaram muito. Alguns souberam conviver melhor com ele do que outros, como sempre acontece, mas foi uma época muito boa de uma forma geral”. Carlinhos logo formou um grupo de amigos que sempre ia à sua casa estudar para as provas ou fazer trabalhos em grupo.

                        Hoje, depois de formado, Carlinhos trabalha na Amil e está feliz com o que faz. Ele ingressou na empresa como digitador e hoje é assistente do professor de ginástica laboral, trabalhando quatro horas por dia. “Mesmo quando a ginástica termina, ele continua presente para poder ajudar no que puder”, diz Vania. Mesmo nos dias em que não tem ginástica laboral, Carlinhos está sempre por perto, seja montando algum material ou arquivando documentos.

                        Vania conta que o filho sempre demonstrou muita maturidade e independência. Ele foi alfabetizado aos oito anos, começou a trabalhar aos 23 e se formou aos 25. Com o apoio da família, participava de todas as atividades escolares quando criança e conviveu intensamente com os seus colegas de escola. Desde cedo aprendeu a arrumar a sua mochila de escola, seu uniforme e a tomar banho sozinho. Hoje, aos 25 anos, fica sozinho em casa se precisar e sabe preparar a própria comida.

                        “É claro que também enfrentamos vários desafios ao longo do caminho”, aponta Vania. “Muitas vezes precisávamos explicar o que era inclusão aos profissionais que trabalhavam com Carlinhos e fazê-los acreditar no potencial dele, sem transformar tudo em um faz de conta. O Carlinhos não é um bichinho ou coitadinho“. Vania sempre buscou conversar com o filho sobre todos os assuntos, explicando tudo de forma acessível. “O mais importante é que o Carlinhos se aceita como é e sabe que não tem nenhum problema em ter síndrome de Down”, conclui.

                        Fonte: Movimento Down

                        terça-feira, 15 de setembro de 2015

                        Chefs Especiais foca em inclusão de jovens com Síndrome de Down por meio da gastronomia

                        Autonomia, respeito, auxilio mútuo, o dividir, o despertar do mundo gastronômico para essa turma que veem os ingredientes se transformarem em pratos lindos, que eles mesmos degustam.

                        Fundado em 2006 por Simone e Márcio Berti, o Instituto Chefs Especiais é um projeto pioneiro e inovador, que tem como objetivo a inclusão de jovens com Síndrome de Down, por meio da gastronomia. Com sede em São Paulo (SP), o projeto tem a Friboi, uma das marcas da JBS, como um patrocinador master desde 2013. A marca entrou visando o crescimento do trabalho para beneficiar cada vez mais pessoas.

                        Jovens com Síndrome de Down que participam do “Chefs Especiais”. Foto: Aguinaldo Pedro.
                        O que inicialmente era apenas um desejo do casal de dedicar seu tempo e energia a uma causa social, tornou-se missão realizar muito mais por essas pessoas, facilitando-lhes a autonomia já que atualmente sobrevivem aos seus cuidadores.

                        De 2006 a 2012 Chefs Especiais sobreviveu de mobilização social sem nunca ter aceitado contribuições pecuniárias. Tornou-se conhecido e respeitado no mundo da gastronomia e conquistou o mesmo respeito no mundo da inclusão social.

                        Os benefícios para os jovens atendidos gratuitamente são inúmeros: entre eles a autonomia e valorização da pessoa e de sua família, mostrar que as pessoas com SD tem suas características e todas elas, desde que estimuladas e respeitadas, podem e devem se tornar independentes para serem inseridas no meio social, seja no lazer ou no trabalho, respeitando suas limitações, mas estimulando o seu melhor.

                        O convívio entre iguais tem se mostrado muito importante para o grupo. Autonomia, respeito, auxilio mútuo, o dividir, o despertar do mundo gastronômico para essa turma que veem os ingredientes se transformarem em pratos lindos, que eles mesmos degustam. Ambiente alegre onde a terapia se faz de forma natural, sem que se perceba.

                        Atualmente os projetos foram ampliados, com aulas que extrapolam o nicho gastronômico, como dança, canto e teatro. A expectativa do Instituto é dar oportunidade a cada vez mais pessoas, capacitá-las de forma adequada a cada momento de vida e estender o trabalho para as principais Capitais do Brasil. Desde março de 2015 o nome Chefs Especiais também é usado em Portugal.

                        Saiba mais em www.friboi.com.br/chefsespeciais

                        Fonte: G1 / Fantástico

                        Aplicação de alunos para facilitar comunicação com autistas vence competição nacional

                        Uma aplicação móvel para facilitar a comunicação com crianças autistas ficou em primeiro lugar na competição nacional de “Apps for Good”, destinada a alunos dos ensinos básico e secundário, anunciou a organização.

                        O app, “EBSSA mais especial”, foi concebido por estudantes do Agrupamento de Escolas de Santo António, no Barreiro, que se socorreram de imagens para desenvolverem um software para smartphone que ajuda crianças, jovens e adultos, nomeadamente com autismo, síndrome de Down e vítimas de acidente vascular cerebral, a superarem dificuldades de comunicação.O app pode ser personalizada de acordo com as características do utilizador.

                        A final da competição, à qual concorreram 16 aplicações de 16 escolas básicas e secundárias do país, avaliadas por um júri, realizou-se na sexta feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde os apps estiveram expostos.



                        A segunda melhor aplicação foi a “SOS Sénior”, da Escola D. Sancho II, de Alijó, que possibilita aos idosos acederem a contactos de emergência, como bombeiros, e de apoio, como a Linha Saúde 24, e receberem alertas sobre a toma de medicamentos.

                        No terceiro lugar ficou a aplicação “O meu curso”, criada por alunos da Escola Secundária Seomara da Costa Primo, na Amadora, que visa gerir melhor os módulos de disciplinas de um curso profissional.

                        Na categoria “a escolha do público”, feita por votação na internet, a “SOS Sénior” foi eleita a melhor aplicação. Este app e a “”EBSSA mais especial” também foram premiadas na categoria “Jovens empreendedoras no digital”.

                        A iniciativa “Apps for Good”, que se realizou este ano pela primeira vez em Portugal, teve origem no Reino Unido e desafia alunos dos ensinos básico e secundário a conceberem aplicativos (app) para telemóveis, ou outros suportes tecnológicos móveis, com intuitos sociais: que ajudem a resolver um problema do dia-a-dia da sua comunidade. Ao todo, 300 alunos, dos 10 aos 18 anos, de 16 escolas, orientados por 32 professores, desenvolveram 56 aplicações, das quais foram selecionadas 16 para a final.

                        O projeto que ficou em primeiro lugar vai, no próximo ano, à final internacional e tem assegurado o apoio de uma empresa de engenharia informática.

                        Em Portugal, a “Apps for Good” envolve vários parceiros, incluindo a Direção-Geral de Educação, a Associação Nacional de Professores de Informática, a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação EDP e a Microsoft (estas três últimas entidades são as principais fontes financiadoras).

                        Fonte: Educare