sexta-feira, 31 de março de 2017

9 técnicas para lidar com as crises em crianças com autismo

Muitas crianças autistas não são agressivas, mas tantas outras têm colapsos e fazem birras incríveis quando são expostas a circunstâncias complicadas ou não conseguem o que querem. Elas não reagem desse jeito “só para dar trabalho”, mas porque não sabem como reagir. Com algumas técnicas simples, você conseguirá reduzir essas crises e melhorar o autocontrole da criança autista.

1. Pense na causa do colapso

Um colapso acontece quando a criança autista não consegue mais lidar com algum fator estressante que tem sido contido de alguma forma, gerando uma crise de birra. O colapso costuma ser causado por frustrações também. Crianças autistas não fazem birra de propósito, mas porque algo as estressa. Essa é uma forma de expressarem que não conseguem lidar com a situação, estímulo ou alteração na rotina. Elas têm um ataque como recurso de comunicação, especialmente quando todas as outras tentativas não deram certo.

A birra tem muitas faces. Ela pode ocorrer em forma de gritos, choros, a criança pode cobrir as orelhas com as mãos, se machucar propositalmente ou agressão.

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2. Tente fazer a vida doméstica da criança mais confortável

Já que as birras são causadas pelo acúmulo do estresse, criar um ambiente harmonioso e amigável pode minimizar tais fatores na vida dela.

• Desenvolva uma rotina para a criança sentir estabilidade. Fazer uma agenda com imagens pode ajudar a criança a visualizar e entender a rotina.

• Caso as mudanças sejam necessárias, prepare a criança para o que acontecerá com imagens e histórias sociais. Explique por que essas mudanças são necessárias, isso a ajudará a a entender o que está acontecendo e o que esperar. Assim, ela ficará mais calma quando as alterações ocorrerem.

• Permita que a criança se retire das situações estressantes quando for necessário.

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3. Ensine-a técnicas para lidar com o estresse

Algumas crianças autistas simplesmente não sabem como lidar com suas emoções e podem precisar de uma mãozinha extra. Parabenize-a quando ela mostrar que está usando as técnicas corretamente.

• Crie alternativas para determinados fatores estressantes (som muito alto, lugares muito cheios, etc.).

• Ensine técnicas para se acalmar: respirar fundo, contar, se afastar, etc.

• Desenvolva um método para a criança conseguir comunicar que algo a está incomodando.

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4. Perceba quando a criança está estressada e dê importância aos sentimentos dela

Saber que as necessidades dela são normais e importantes como as de qualquer um é importante para ela se expressar adequadamente.

• “Seu rosto está todo tenso. O barulho está incomodando você? Posso falar para suas irmãs brincarem lá fora.”

• “Você parece irritado hoje. Quer me contar o que está lhe aborrecendo?”

5. Demonstre bons exemplos de comportamento

A criança vê quando você está estressado e aprende a imitar o seu jeito de lidar com as coisas. Manter a calma, expressar seus sentimentos com clareza e tirar um momento para se acalmar ensinarão a criança a fazer o mesmo.

• Tente verbalizar suas decisões: “Estou aborrecido, vou parar um pouco e respirar fundo algumas vezes, depois eu volto”.

• Depois que você repetir um comportamento algumas vezes, a criança provavelmente tentará fazer o mesmo por conta própria.

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6. Crie um ambiente calmo para a criança

É importante reconhecer que ela pode ter dificuldades em processar e absorver muitos estímulos visuais, sons, odores e texturas. Todos esses fatores podem ser estressantes e sobrecarregá-la, gerando crises de birra. Sendo assim, um ambiente tranquilo pode ajudá-la a se acalmar.

• Ensine a criança a expressar que quer ir para o quarto da calma. Pode ser apontando para o cômodo, mostrando uma imagem que represente quarto, linguagem de sinais e pedir verbalmente.

7. Faça um registro dos colapsos

Anotar cada vez que a criança tem um ataque pode ajudar a entender as razões para o comportamento dela. Tente responder as seguintes perguntas quando escrever sobre a próxima ocorrência:

• O que a chateou? (Talvez ela esteja segurando o estresse há horas).

• Quais sinais de estresse ela demonstra?

• Quando/Se você percebeu que ela estava aborrecida, o que fez? Deu certo?

• Como você poderia prevenir um colapso futuro?

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8. Converse com a criança sobre agressões e mau comportamento

Lembre-se, autismo não é uma desculpa para a criança ser agressiva e maldosa. Caso ele exiba esse comportamento, converse com a criança assim que ela se acalmar. Explique qual atitude específica é inaceitável e ofereça uma alternativa.

• “Não foi legal bater no seu irmão. Eu entendo que você esteja bravo, mas bater nas pessoas machuca e não é legal fazer isso. Quando estiver irritado, respire fundo por um tempo e conte para mim o que aconteceu. Você não pode sair batendo nas pessoas.”

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9. Ligue para alguém responsável pela criança além de você durante uma crise

Existem casos em que pessoas autistas foram traumatizadas ou assassinadas pela polícia. Caso a situação seja urgente, peça ajuda de outro responsável.

• Ligue para a polícia em casos extremos ou situações potencialmente perigosas para a saúde. Eles podem ser violentos com a criança, o que pode desencadear o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e piorar a situação.

TEXTO ORIGINAL DE MODAKGSTORE

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