quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Pedagoga fala sobre estratégias de ensino para crianças com deficiência intelectual

Danúbia Silvestre explica que adaptar práticas pedagógicas e trabalhar o emocional é essencial

Por Lucas França com Tribuna Independente

A inclusão de crianças com necessidades especiais na escola é um direito já garantido por lei. Mas muita gente acredita que o aluno com deficiência intelectual (DI) não é capaz de aprender. Porém a pedagoga Danúbia Silvestre afirma que isso não é verdade. Ela ressalta que há estratégias de ensino que facilitam a aprendizagem desses alunos.

“Mesmo que esses alunos tenham atrasos cognitivos, eles são capazes de aprender, desde que a escola e os professores considerem suas dificuldades. Existem práticas pedagógicas que possibilitam maior interação trabalhando o emocional e mostrando que são capazes – podem até demorar mais para aprender e se alfabetizar do que outras crianças da mesma idade, no entanto elas precisam estar nesse espaço de ensino para se desenvolver”, comenta Danúbia Silvestre.

De acordo com a pedagoga, as crianças com deficiência intelectual têm dificuldades nas interações por não compreendem bem os códigos sociais.

“Um fato que chamamos a atenção é que, na maioria das vezes, essas crianças são muito dependentes dos pais ou de pessoas adultas que lhe ajudam a decifrar os sinais sociais. Mas cabe ressaltar que deficiência intelectual não é uma doença – e, por isso, não tem cura e sim níveis. É uma condição que pode ter diferentes causas. Ou seja, a escola e o professor devem inserir práticas para as diferentes necessidades desses alunos. E o trabalho multidisciplinar, com apoio do corpo escolar e contato direto com a família, é essencial”, ressalta a pedagoga.

Para Silvestre, um desafio na educação é justamente incluir esses alunos nas escolas regulares.

“Infelizmente ainda existe preconceito por parte da comunidade escolar e, às vezes, na verdade, a própria família dessas crianças, no intuito de proteger, acaba atrasando ainda mais o aprendizado que elas podem adquirir dentro de uma sala de aula e também o contato com outros estudantes. Há desafios que precisam ser superados. Muitas escolas acabam limitando ou até não aceitando esses alunos, infelizmente faltam meios e projetos pedagógicos, pois a inclusão de alunos com deficiência intelectual requer adaptações curriculares, ou mesmo das práticas pedagógicas para que seja efetiva”, pontua.

Danúbia afirma que é essencial desenvolver um plano de aula que considere as características do aluno. “Qualquer criança, com DI ou não, consegue aprender melhor quando encontra significado no que está sendo ensinado’’.

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