quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Projeto com cães ajuda crianças com deficiência e autismo em Olinda

Reprodução / TV Jornal
Em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, um projeto está transformando a vida de crianças deficientes e com necessidades especiais: os cães doutores do 'Bolinha de Pelo'. O trabalho é desenvolvido em cinco escolas de Rede Municipal para ajudar crianças com algum tipo de deficiência ou transtornos, e os animais são os grandes “médicos”dos pequenos cidadãos.

A iniciativa funciona duas vezes ao mês, em dois turnos. A sala da Tia Kennedy, no Colégio Pró-menor, no bairro de Rio Doce, se preparou para receber os convidados especiais para uma aula diferente. “Uma criança que tinha dificuldade motora de segurar uma bolinha e fazer um arremesso, hoje já consegue fazer a atividade”, explica a professora Kennedy Rocha. O projeto atende mais de 70 estudantes.


O projeto e o seu resultado

É assim que o projeto tem mudado a vida das crianças. Os resultados desse trabalho, que vem sendo desenvolvido desde abril deste ano, já são vistos pelos professores. “Max [um dos cachorros usado no tratamento] começou a mudar o comportamento e cuidar de mim, até que eu tive a ideia, já que ele me ajudava tanto, de escrever um projeto para ajudar outras pessoas. Como eu trabalho na Secretaria de Educação de Olinda, pensei no público de pessoas com deficiência e foi em cima disso que nasceu o ‘Bolinha de Pelo’”, explica a funcionária pública Cássia Leôncio.


Entenda mais


Como ajudar?

Quem quiser ajudar várias crianças com o Projeto Infância Cidadã, realizado pela TV Jornal, basta doar alimentos, roupas e brinquedos até o dia 14 de outubro. A iniciativa tem como objetivo resgatar os direitos dos pequenos.

As doações podem ser entregues na Loja Vazia do Shopping Patteo, em Olinda, ou mesmo na sede do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, na rua Capitão Lima, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. Tudo será encaminhado para a Instituição Casa de Passagem.

Reprodução / TV Jornal

Fonte: TV Jornal

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Sucatas viram brinquedos que estimulam crianças com deficiência

Ao separar e destinar nossos resíduos com responsabilidade, nossa empresa não só contribui com a preservação do meio ambiente, mas pode ajudar a fazer a diferença na área social. Por meio de uma parceria com a Universidade de Vila Velha, estudantes de Engenharia Mecânica e Psicologia transformaram sucatas, provenientes das nossas operações, em brinquedos que contribuem com o processo de reabilitação de crianças com deficiência.

Este é um dos brinquedos criados pelos estudantes da UVV

Com as sucatas da Vale foram desenvolvidos 11 brinquedos pedagógicos doados para a APAE de Vila Velha e que serão utilizados em atividades que estimulam as habilidades sensório-motoras, de raciocínio e atenção. De acordo com a diretora pedagógica da APAE, Cláudia Moura de Santa Anna, os novos brinquedos contribuirão com o processo de ensino e aprendizagem dos usuários da instituição. “A utilização desses brinquedos contribui para o aprimoramento da coordenação motora de pessoas com deficiência e já trazem grandes resultados”, pontua.

Para Raphael Silva, um dos estudantes envolvidos no desenvolvimento dos brinquedos, o projeto é uma oportunidade de conciliar os conhecimentos adquiridos em sala de aula para uma ação que gera benefícios para a sociedade. “A nossa maior satisfação é o prazer de ajudar quem está em real necessidade e entender que a Engenharia é uma área muito extensa e extremamente útil e necessária para a sociedade”, comenta entusiasmado.

"Fazer a diferença pode ser simples. Só é preciso estar atento e conciliar demandas. E foi isso que fizemos por meio dessa parceria. Por meio de uma ação simples, fortalecemos um projeto de uma universidade que gera conhecimento e traz benefícios para a comunidade.” 
Mônica Avancin, analista de Relações com Comunidades da Vale
De acordo com Mônica, esta parceria é importante para demonstrar a proximidade e a disponibilidade da nossa empresa no atendimento às demandas das comunidades que estão próximas às nossas operações.

Fonte: Vale.com

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Com tecnologia, crianças com deficiência auditiva ouvem e falam normalmente

Jane E. Brody Do New York Times


Documentário de pediatra mostra como modernos aparelhos auditivos e treinamento ajudam pessoas nascidas com perda auditiva severa
Documentário de pediatra mostra como modernos aparelhos auditivos e treinamento ajudam pessoas nascidas com perda auditiva severa

Jane R. Madell, consultora de audiologia pediátrica e fonoaudióloga nos Estados Unidos quer que todos os pais de crianças que nascem com deficiência auditiva saibam que agora é possível que seus filhos aprendam a ouvir e a falar como se a audição fosse completamente normal.

"As crianças cuja deficiência auditiva é identificada no nascimento, e que recebem a tecnologia nas primeiras semanas de vida, convivem tão bem com todas as outras que as pessoas nem percebem que são surdas."

Com o aparelho e o treinamento auditivo adequados para durante os anos pré-escolares, mesmo as crianças nascidas surdas "terão a capacidade de aprender com seus colegas quando entrarem na escola. Oitenta e cincos por cento se integram com sucesso. Os pais precisam saber que ouvir a linguagem falada é uma possibilidade para seus filhos", afirmou Madell.

Determinada a passar essa mensagem para todos os que descobrem que o filho não tem a audição normal, Madell e Irene Taylor Brodsky produziram um documentário, "The Listening Project", para demonstrar a ajuda disponível através de aparelhos modernos e treinamento.

Entre os "astros" do filme, que cresceram surdos ou com severas deficiências auditivas, estão a Dra. Elizabeth Bonagura, ginecologista e cirurgiã; o músico Jake Spinowitz, Joanna Lippert, assistente social médica, e Amy Pollick, psicóloga. Tudo começou com aparelhos auditivos que os ajudaram a aprender a falar e a compreender a linguagem falada.

Mas agora todos têm implantes cocleares. "Eles realmente revolucionaram meu mundo", diz Lippert que, aos 11 anos, se tornou a primeira pré-adolescente a conseguir um aparelho no Centro Médico da Universidade de Nova York.

"De repente, em um jogo de futebol, conseguia ouvir o que minhas companheiras estavam dizendo", recorda-se ela, hoje com 33 anos. "Minha mãe praticamente chorou quando ouvi um grilo cantando em casa. Antes, em não conseguia falar ao telefone; agora, no meu trabalho no Hospital dos Veteranos em Manhattan, passo o dia nele. O implante foi um presente maravilhoso."

Pollick, 43 anos e surda desde o nascimento, vive em Washington com o marido e dois filhos pequenos, todos com audição normal. Seus pais, surdos, mas determinados a fazê-la falar, lhe deram um aparelho auditivo aos seis meses, além de anos de terapia auditiva. Formada na prestigiada Escola de Ensino Médio Stuyvesant e na Universidade Wesleyan de Nova York, Pollick estava na pós-graduação pesquisando vocalizações de primatas quando recebeu um implante coclear.

Ela me disse: "Quanto mais cedo você consegue o implante, melhor, porque a audição no cérebro começa em uma idade precoce, por isso vai desenvolver boas habilidades auditivas".

Bonagura, 34 anos, que mora em Alameda, Califórnia, conseguiu o seu aos 22 anos. Ela afirmou que o procedimento facilitou seus estudos e permitiu que trabalhasse com obstetrícia, um campo que envolve emergências, salas de operação barulhentas e o uso de máscaras faciais que impossibilitam a leitura labial.

"Nenhum outro campo da medicina se compara à alegria de trazer bebês ao mundo", disse ela.

Spinowitz, guitarrista de 27 anos que vive em San Francisco, nasceu com uma profunda perda auditiva e usou próteses até os 15 anos, quando elas de repente deixaram de funcionar porque não havia nada para amplificar – ele havia perdido toda a audição residual.

Quando recebeu o implante, disse: "Comecei a ouvir todo tipo de música, tentando compensar o tempo perdido". Ele tocou em bandas durante o ensino médio e a faculdade e agora trabalha no YouTube, ajudando gravadoras a se destacarem.

"O implante facilitou a comunicação em todos os tipos de situações. Possibilitou meus estudos e meu trabalho." Sua mensagem aos pais das crianças com perda auditiva profunda é: "O som faz do mundo um lugar melhor; se você pode tê-lo, vá em frente".

Um implante coclear ignora as células não funcionais do sistema auditivo e transmite o som diretamente para o nervo auditivo, para que o cérebro possa processá-lo. Pode ser inserido em bebês com menos de um ano. De acordo com o Instituto Nacional de Surdez e Outros Transtornos de Comunicação, bebês com perda auditiva profunda que recebem implantes antes de um ano e meio, "desenvolvem habilidades linguísticas a uma taxa comparável às das crianças com audiência normal".

Como Bonagura diz no documentário: "É incrível essa possibilidade de hoje de colocar implantes em bebês. Eles crescem com o som, crescem ouvindo tudo. O som é uma dádiva: risos, vozes, natureza. Como privar alguém disso?".

Ainda assim, muitos surdos resistem à tecnologia atual e insistem que as crianças com perda auditiva profunda devem aprender apenas a linguagem gestual. Rejeitam a ideia de que a surdez precisa ser corrigida.

Mas, como aponta Madell, apenas 0,1 por cento da população conhece a linguagem gestual, e 95 por cento das crianças surdas nascem de pais que ouvem, que então tem que passar um longo tempo aprendendo a linguagem dos sinais em um período em que as crianças estão normalmente aprendendo a falar.

"A surdez hoje não é o que era há 20 anos. A tecnologia é tão melhor que praticamente todas as crianças com perda auditiva serão capazes de ouvir com os dispositivos certos, sejam aparelhos auditivos e implantes cocleares", disse ela.

Supostamente, toda criança nascida nos Estados Unidos tem sua audição examinada no nascimento. Um bebê em mil acabar registranso perda auditiva moderada, grave ou profunda que, se não for pronta e adequadamente tratada, pode atrasar sua capacidade de aprender a falar e entender o discurso.

A tecnologia de hoje possibilita que esses bebês sejam equipados com um dispositivo que lhes permite ouvir e, com treinamento auditivo, poderão desenvolver habilidades linguísticas tão boas quanto as das crianças com audição normal.

Sem o exame dos recém-nascidos, os meses críticos de aprendizado da língua falada podem ser perdidos. É comum que as crianças com a perda auditiva séria não detectada no nascimento, ou logo depois disso, não tenham a audição verificada até muitos meses mais tarde, quando os pais percebem que não respondem apropriadamente aos sons e à fala, ou mesmo mais tarde, quando não começam a falar na época habitual.

A Academia Americana de Pediatria estabeleceu as diretrizes 1-3-6 que determinam que todos os bebês devem ter sua audição examinada ao completarem 1 mês de idade, receber um diagnóstico de perda auditiva aos 3 meses e iniciar os serviços de intervenção precoce aos 6. No entanto, atualmente apenas 67 por cento dos bebês que apresentam o quadro recebem a intervenção adequada até os 6 meses de idade.

Fonte: Bol Notícias

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Atypical: a vida de um jovem com autismo dentro e fora da escola

Sucesso dos novos episódios da série que retrata a vida de um aluno com autismo no ensino médio revela o interesse e a carência de produções que retratem minorias de forma inclusiva


Por Alexandre Moreira para o diversa.org.br

Sam conversa com uma colega no corredor da escola. Fim da descrição.
Na 2ª temporada da série, o jovem Sam precisa encarar mudanças em sua rotina. Foto: Beth Dubber/Netflix.
Em setembro, chegou ao catálogo da Netflix a 2ª temporada de Atypical. A série conta a história de Sam, um adolescente com autismo que está prestes a terminar o ensino médio e busca construir sua independência. A produção foi a mais vista do mundo na semana de lançamento da nova temporada, segundo um levantamento feito pelo aplicativo TV Show Time — que considera canais de TV e serviços de streaming. Não à toa, a série é quase pioneira no sentido de apresentar um tema importante de forma delicada e para o público jovem.

Nos novos episódios temos Sam passando por diversas transformações em sua vida: seus pais se separando após a descoberta da traição da mãe, a necessidade de buscar um novo terapeuta e também a mudança de escola da irmã. O que a princípio pode parecer banal, para Sam são questões complicadas. Afinal, ele gosta de seguir uma rotina bem definida e não gosta muito de mudanças.

Atypical mostra como a família, a escola e os amigos apresentam esses fatos como naturais. Trabalhando de forma muito sutil que certas mudanças precisam ocorrer para a melhoria de uma situação.

O autismo em segundo plano

A mudança de eixo central da narrativa foi muito elogiada e receptiva. Se na primeira temporada o autismo e a vida de Sam eram o centro no qual todos os outros personagens orbitavam, na segunda temporada, muitos ganham seu próprio foco. É o caso de Casey (irmã de Sam). Ao sair da escola onde o irmão estuda, ela precisa desenvolver novos laços e estabelecer um novo grupo de amigos bem diferentes dos quais ela estava habituada na escola pública onde sempre esteve.

Esse amadurecimento da produção foi muito bem recebido também pela comunidade de familiares e pessoas autistas que reconhecem que o autismo não precisa ser o foco de todos os desdobramentos na vida de quem o cerca, nem um recurso de roteiro para inserir o humor ou desenvolver tramas paralelas.

Na 1ª temporada, o principal alvo das críticas foi a romantização do espectro autista e a “desconexão” com a realidade apresentada por Sam e sua família. No entanto, é importante considerar a amplitude do espectro e a diversidade de pessoas dentro dele. O caso de Sam (alta funcionalidade e sociabilização) se localiza enquanto um perfil possível numa vasta variável de possibilidades. Lembrando sempre que um sujeito é composto por diversas características e as pessoas dentro do espectro não são diferentes: nem todas apresentam problemas severos de comunicação ou socialização, embora sejam traços comuns nesse caso.

Representatividade


Um grupo de jovens está sentado em cadeiras, em formato de círculo, em uma sala escolar. Fim da descrição.
Muitos dos atores do grupo de atendimento têm autismo. Foto: Beth Dubber/Netflix.

Como forma de contornar esse problema e principalmente melhorar a qualidade da produção, a diretora Robia Rashid fez uma série de mudanças na trama nessa nova temporada.

Um grupo de jovens está sentado em cadeiras, em formato de círculo, em uma sala escolar. Fim da descrição.Muitos dos atores do grupo de atendimento têm autismo. Foto: Beth Dubber/Netflix. Para começar: atores que estão no espectro autista. Ao longo da temporada, Sam começa a frequentar um grupo de apoio aos alunos com autismo em sua escola. A proposta é fazer um atendimento focalizado nas especificidades do público e fazer orientações mais direcionadas. Nesse grupo, muitos jovens vivem no espectro por trás das câmeras.

Nos bastidores a diversidade também é valorizada com a equipe de diretores, produtores e roteiristas técnica que conta com mulheres, negros e pessoas LGBTIs.

Como sabemos, mais do que falar sobre é importante dar voz a quem nunca teve ou é sistematicamente excluído dessas produções. Garantir na equipe e no elenco esse espaço é um passo fundamental quando falamos em representatividade na mídia, seja das pessoas com deficiência, seja de outros grupos minoritários.

Novos rumos

O sucesso de Atypical talvez resida na forma leve e delicada de contar a história de Sam. Enquanto na primeira temporada a trama foi focada no primeiro amor do jovem — um tema tabu para muitas pessoas com deficiência, TEA ou TGD — nos novos episódios a narrativa explora outros pontos importantes na construção da autonomia desse público.

Um desses pontos é a independência financeira. Tendo uma mãe superprotetora, Sam nunca pode administrar o seu próprio dinheiro (ele trabalha como vendedor em uma loja de eletrônicos). Em conversas com amigos e colegas ele começa a enxergar esse ponto como mais um passo rumo a sua autonomia completa para vida adulta.

No que tange à educação, a temporada 2 dá um passo importante sobre a inclusão de pessoas com autismo nos sistemas de ensino. Em seu último ano no ensino médio, Sam e seus colegas precisam pensar em seu futuro: qual carreira seguir e principalmente onde irá continuar seus estudos. Junto à isso o planejamento para sair de casa e dormir fora.

Nesse sentido a trama apresenta a discussão de forma tranquila e com muita maturidade, afinal, Sam também é um jovem de 18 anos, é natural que comece a pensar na sua vida longe dos pais para variar.

Em um novo contexto a série retrata também o bullying e a falta de compreensão sobre o tema por parte da comunidade do bairro onde Sam vive endossando, mais uma vez, a necessidade de informação e convivência com pessoas de diferentes perfis.

Esse ponto é magistralmente representado no episódio em que Sam é parado pela polícia. Em meio à uma crise ou ataque Sam repete incansavelmente as quatro espécies de pinguins que vivem na Antártida. Esse recurso ajuda ele focar a atenção para se acalmar. O completo despreparo do militar ao se deparar com a situação levou-o a entender a postura do jovem como desacato ou reação pelo uso de drogas.

Entra em cena, então, a família: principais agentes que podem contribuir para a disseminação de informação à respeito dessas situações para seus colegas de profissão, vizinhos e amigos.

Pontos fortes prevalecem

Considerando as críticas feitas à primeira temporada, fiquei com receio de que a leveza e a naturalidade da narrativa perdessem espaço para discussões e apontamentos mais profundos sobre a questão do autismo. A equipe de direção, produção e roteiro, no entanto, provou ser muito eficiente em conduzir as duas coisas em paralelo.

Sam, seu pai e sua mãe conversam na cozinha de casa.
Foto: Beth Dubber/Netflix.

Sam, seu pai e sua mãe conversam na cozinha de casa.Foto: Beth Dubber/Netflix. Do riso ao choro — da emoção à reflexão — em cada episódio passamos por uma verdadeira montanha-russa de sensações de forma muito orgânica. A construção das personagens jovens principalmente com Casey (irmã de Sam) corrobora o acerto da linguagem pensando nesse público. Tramas e situações enfrentadas cotidianamente por crianças e adolescentes como a separação dos pais, a mudança de escola e o afastamento dos amigos de infância contribui para o envolvimento mais profundo com as personagens.

Outro ponto marcante na série é o distanciamento da terapia individual — muito presente na primeira temporada e responsável pelos maiores desdobramentos da trama. O atendimento individualizado com a terapeuta dá espaço a momentos de troca com outras pessoas próximas a Sam, seja no grupo de apoio conduzido pela professora, seja no trabalho com seu amigo Zahid.

Assim, foi fundamental o posicionamento de Sam em recusar (ainda que temporariamente) o apoio constante da mãe e da terapia para aprender, sozinho, como lidar com questões do dia a dia — desde preparar o café da manhã até controlar suas crises.

A voz das pessoas com autismo

Atypical apresenta uma segunda temporada com alto grau de comprometimento no que diz respeito à representatividade de pessoas com autismo. Na evolução da trama, Sam e personagens com outras neuroatípicas favorecem uma produção ainda mais plural e madura sem perder a sutileza e o comprometimento de divertir o público enquanto educa e informa.

A equipe da série investiu em ouvir e dar voz às pessoas com autismo, tanto no elenco quanto nos bastidores. O resultado foi, senão outro, um sucesso comprovado pelos níveis de audiência. O que nos mostra, portanto, o interesse e principalmente a carência de produções que retratam minorias de forma coerentes e inclusivas.

Alexandre Moreira é licenciado em Educomunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Atua na área de formação do Instituto Rodrigo Mendes (IRM).