sexta-feira, 30 de setembro de 2022

7 livros para crianças aprenderem a respeitarem pessoas com deficiência

Obras para ensinar aos pequenos sobre representatividade e respeito ao próximo

Por Alice Arnoldi para o bebe.abril.com.br

No Brasil, 21 de setembro é conhecido como Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência desde 2005. O objetivo da data é manter acesa a discussão sobre a importância de criar recursos de inclusão na sociedade.

Junto com a elaboração de políticas públicas para que a inclusão saia do papel e aconteça na prática, cada família também tem a sua missão de repensar os diálogos inclusivos com os filhos, especialmente para que eles não repercutam expressões ou frases preconceituosas. E para aqueles que são deficientes, é essencial que se tenha em mãos materiais de representatividade, reforçando que não há nada de errado com quem eles são.

Pensando nisso, selecionamos sete livros em que os personagens principais são deficientes. Entre eles, dois ganham um toque ainda mais especial por serem baseados em fatos reais.

Clique aqui e confira!

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

‘Autismo virtual’: realidade ou mito?

 Por Nathalia Barreto para o canalautismo.com.br

O uso de telas aumenta a cada dia na população. Seja em celular, tablet, TV ou computadores, essa é uma situação que cresce à medida que o acesso à internet e telas fica mais fácil. Com a pandemia, isso acelerou ainda mais, visto que as crianças não tinham com quem interagir — reflexo da suspensão das aulas nas escolas e distanciamento social. Com isso, assistir vídeos, desenhos e acessar jogos era o resultado da rotina.

Com o excesso de consumo de telas, muitos pais passaram a perceber como esse “vício” estava gerando comportamentos diferentes nos filhos: como distanciamento, falta de conversa, atrasos nos desenvolvimentos, entre outros. Esse assunto gerou um debate em relação ao “autismo virtual”, que seria causado pelo uso exagerado das telas. Mas será que ele existe mesmo? Vamos entender!

Em primeiro lugar, precisamos falar sobre estudos e pesquisas sobre o autismo, o que há de comprovado sobre esse transtorno. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de alteração do neurodesenvolvimento, de base genética, ou seja, a criança já nasce autista e não desenvolve o transtorno com o passar do tempo. Por isso, é impossível existir autismo virtual.

O que pode acontecer nesses casos de uso excessivo de telas é um atraso no desenvolvimento da criança pela falta de estímulos ou interação social, ficando a maior parte de seu tempo apenas na TV e celular. Sendo assim, é natural que ela absorva apenas aquilo que ela assiste e isso passa a ser sua visão de mundo.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Hospital para Crianças Doentes da Universidade de Toronto, no Canadá, 30 minutos de uso diário desses aparelhos aumenta em 49% as chances de atraso no desenvolvimento da fala de bebês. Já outro estudo realizado por uma companhia de tecnologia infantil, a SuperAwesome, concluiu que crianças de 6 a 12 anos, nos EUA, passaram ao menos 50% do seu tempo mexendo em telas diariamente durante a quarentena do coronavírus.

Recomendação do uso de telas

Um manual divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) contém normas e recomendações que debatem o uso de telas e outras tecnologias para as crianças. De acordo com o documento, as mídias digitais, como aplicativos de vídeos, televisão, sites de jogos, entre outros, preenchem alguns vazios nas crianças, como o ócio, tédio, abandono efetivo ou a ocupação excessiva dos pais em outras áreas.

Nele existe a recomendação do uso de telas direcionadas para diversas faixas etárias. Confira:

  • de 0 a 18 meses: não deve ter contato com telas;
  • de 2 a 5 anos: é recomendado o uso de no máximo 1h por dia com supervisão;
  • de 6 a 10 anos: sempre com supervisão, limitar o tempo de 1 ou 2 horas por dia;
  • de 11 a 18 anos: com supervisão, limitar o uso de celulares, videogames ou televisão por 2 a 3 horas por dia.
  • nada de telas durante as refeições;
  • criar regras saudáveis para controlar o uso de aplicativos e outros dispositivos digitais;
  • denunciar conteúdos criminosos ou que podem gerar danos psicológicos para as crianças, como conteúdos sexuais, violência, abuso, entre outros.

O manual aponta também alguns dados importantes sobre o uso de telas pelas crianças e adolescentes, revelados pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). De acordo com ele, 86% das crianças e adolescentes brasileiros, entre 9 e 17 anos, estão conectados na internet, número que corresponde a 24,3 milhões de usuários.

Cerca de 20% dos participantes do levantamento relataram contato com conteúdos sensíveis sobre alimentação ou sono:

  • 16% com formas de machucar a si mesmo;
  • 14% com fontes que informam sobre modos de cometer suicídio;
  • 11% com experiências com o uso de drogas;
  • cerca de 26% foram tratados de forma ofensiva (discriminação ou cyberbullying);
  • 16% relataram acesso às imagens ou vídeos de conteúdo sexual.
  • De acordo com o manual da SBP, as experiências geradas nas crianças e adolescentes por conta do uso de telas, principalmente em conteúdos violentos, jogos que exploram a violência, entre outros, podem ter impactos importantes na questão do comportamento dessas pessoas durante a vida adulta, e por isso precisam ser controladas.

Entre esses impactos, estão transtornos de sono, dependência de uso digital, sedentarismo, transtornos da imagem corporal e da autoestima, comportamentos violentos, problemas visuais, entre outros.

A SBP ainda lançou um vídeo educativo sobre esse assunto, que você pode assistir clicando aqui.

Afinal, crianças autistas podem usar telas?

Não existe nenhuma recomendação exclusiva que isole o uso de telas e autismo. Entretanto, existem especialistas, psicólogos e médicos que falam sobre essa questão e apontam que, muitas vezes, o uso da tecnologia de maneira controlada pode ser um ótimo aliado no aprendizado de crianças autistas.

Essas tecnologias podem servir como uma ferramenta de conexão entre crianças autistas e outras crianças. Hoje existem softwares e aplicativos de celulares que foram criados exclusivamente para crianças autistas, como aplicativo de jogos, de vídeos interativos e outras soluções criativas para trabalhar a socialização e a comunicação.

A verdade é que as telas podem ajudar sim às crianças, mas é necessário controle dos pais e responsáveis quanto ao tempo de uso e ao que está sendo consumido pelas crianças e jovens que as usam. Nada em excesso é saudável e é dever do adulto definir como a tecnologia será usada nesses casos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Escolas não podem cobrar taxas adicionais de alunos com deficiência

Luciana Peña para cbnmaringa.com.br

Os alunos com deficiência matriculados em escolas particulares regulares têm direito a um plano individualizado de estudos, e em alguns casos de um tutor, mas sem cobrança extra. É o que explica o advogado Luis César Esmanhotto, especialista em Direito Educacional. A escola deve incluir a despesa na planilha geral de custos. “Toda a sociedade está pagando um pouco mais para que as escolas tenham infraestrutura necessária para receber essa criança com deficiência”, diz o advogado. Há muitos conflitos em função do entendimento equivocado da legislação, mas pouca judicialização.

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Aos 11 anos de idade, brasileiro com síndrome de Down expõe no Museu do Louvre

Rebeca Bulcão para o notaterapia.com.br

João Elyo Araújo Castro, de 11 anos, natural da cidade de Esperantina, no Piauí, foi convidado em 2021 para participar de uma exposição especial no Salão Internacional de Arte Contemporânea ‘Le Carrousel du Louvre’, em Paris, na França. A exposição de duas de suas obras aconteceu em abril de 2022. Com a campanha da vaquinha virtual, foi possível custear os gastos da família para acompanhá-lo.

No Museu do Louvre, também participou do lançamento do livro ‘Vivemos Arte’, que reúne histórias de diversos artistas brasileiros inspiradores, incluindo a biografia de João Elyo. Autodidata e ambidestro, o menino começou a pintar aos 9 anos e já teve quadros em exposição pelo Brasil. Suas obras seguem a técnica do ‘expressionismo abstrato e geométrico’, investindo numa criação espontânea e colorida.

“Levar a arte do João Elyo para Paris é uma forma de incentivar todos os artistas e, principalmente, uma vitória para promover a integração e acessibilidade de pessoas com deficiências, para que elas sejam cada vez mais inseridas na sociedade e não desistam de seus sonhos”, destacou a mãe do garoto.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Laramara relança livro sobre deficiência visual em crianças

A obra conta com ilustrações para facilitar a interação social das crianças com deficiência, desde o nascimento até a inclusão escolar

por Julia Bonin para o observatorio3setor.org.br


Foto: Awachirac | Creative Commons

Na próxima quarta-feira, 21 de setembro, é celebrado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Para enfatizar a importância da data, a Laramara (Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual) realizará o relançamento do livro “O Desenvolvimento da Criança com Deficiência Visual – Da Intervenção Precoce à Inclusão na Educação Infantil”, fundamental para a inclusão social dessas crianças. 

Laramara é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos e sem vínculos políticos ou religiosos, que tem como objetivo promover o desenvolvimento integral da pessoa com deficiência visual para a sua autonomia e inclusão social. O grupo desenvolve ações que buscam o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, a autonomia e a participação plena na sociedade. Estas ações são realizadas com base em serviços, programas e projetos, oferecidos gratuitamente às pessoas com deficiência.

Escrito pela pedagoga e educadora Marilda Moraes Garcia Bruno, o livro aborda temas diversos, desde um compilado de sugestões de brinquedos e objetos adequados para a criança até a orientação da família e dos profissionais para lidar com as fases do desenvolvimento infantil. No relançamento, a obra conta com ilustrações que auxiliam nessa orientação. 

Além disso, o livro também acompanha uma Avaliação Funcional da Visão e do Desenvolvimento, que deve ser realizada por meio de um processo cuidadoso de observação de todas as atividades da criança em casa, na escola e na comunidade. Ao final, a autora faz uma reflexão sobre a aprendizagem de crianças cegas e com baixa visão.

“A obra é fundamental para a interação com a pessoa com deficiência visual e o sucesso da sua inclusão em casa, escola e sociedade. Ela deve estar sempre presente no trabalho do educador e família”, afirma Mara Siaulys, Fundadora e Presidente da Laramara.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Startup brasileira cria “mouse de cabeça” para pessoas com deficiência

Pensado para crianças e adultos sem movimento de membros superiores, dispositivo já faz parte de terapias de reabilitação da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD)

Gabriela Garcia para revistagalileu.globo.com


O aparelho é capaz de se conectar a computadores, smartphones ou tablets através do Bluetooth (Foto: Reprodução/Tix )

Com a tecnologia avançando a cada dia, é possível ter acesso a diversos serviços utilizando apenas o smartphone. Mas o que para muitos é uma facilidade, para outros é um grande desafio. Pessoas tetraplégicas ou que por algum motivo não possuem o movimento dos membros superiores não têm a mesma praticidade no manuseio desses aparelhos.

Por isso, a startup brasileira TiX, especializada em tecnologia assistiva, desenvolveu um aliado na acessibilidade digital para pessoas com deficiência (PCD) motora. O produto, chamado Colibri, é um dispositivo sem fios que funciona como um mouse de cabeça para celulares, computadores e tablets.

Segundo Adriano Assis, engenheiro eletricista e sócio-fundador da startup, a empresa já está há algum tempo no mercado buscando lançar produtos que atendam a necessidade do público PCD. “Já tinha outros produtos de tecnologia assistiva para outras deficiências motoras, mas não tínhamos nenhuma solução para pessoas que especificamente não tivessem nenhum movimento ou muito pouco movimento do pescoço para baixo”, explica Assis a GALILEU.

A inspiração para o Colibri foi Mikael Monteiro, um menino de 10 anos com síndrome artrogripose múltipla – uma condição congênita caracterizada pela deformidade e rigidez das articulações, limitando os movimentos. Devido a essa deficiência, o garoto utilizava a boca para jogar e mexer no celular, o que é pouco funcional.

Leia a matéria completa em revistagalileu.globo.com

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Estudo aponta ganhos cognitivos em novo tratamento da Síndrome de Down

Resultados da terapia baseada na reposição de um hormônio ainda são considerados preliminares

 GZH
 

Baseado na reposição de um hormônio, um novo tratamento apresentou boas expectativas de ganho às pessoas com Síndrome de Down. A terapia melhorou o desempenho cognitivo e as conectividades cerebrais de pacientes um estudo recém-publicado na revista científica Science. Os resultados são ainda considerados preliminares, encarados como esperançosos, segundo informações de O Globo.

O trabalho foi realizado por pesquisadores do Laboratório de Neurociência e Cognição da Universidade de Lille, na França, e do Hospital da Universidade de Lausanne, na Suíça, e teve início com a identificação em modelos animais de que a disfunção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) estava ligada aos impactos cognitivos da Síndrome de Down. De acordo com os cientistas, essa neurodegeneração leva 77% das pessoas com a condição a apresentarem sintomas semelhantes aos da doença de Alzheimer com o tempo.

— Existem vários níveis de comprometimento cognitivo, com quadros mais leves e outros mais graves, mas à medida que as pessoas com a síndrome envelhecem, para todos existe uma piora da cognição basal, com um acúmulo de patologias de fato muito semelhantes aos do Alzheimer. Então qualquer medicação que consiga melhorar a cognição ou ao menos retardar a neurodegeneração é muito bem-vinda, o estudo é um passo bastante importante para isso — diz a neurologista da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) Sonia Brucki, coordenadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) em entrevista ao O Globo.

Os pesquisadores desenvolveram um teste clínico piloto com sete homens com Down, de idades entre 20 e 50 anos. Os participantes receberam uma dose do hormônio GnRH a cada duas horas, durante um período de seis meses, por meio de um dispositivo colocado no braço. Antes e após o período, foram realizados testes de cognição e de olfato, além de ressonâncias magnéticas cerebrais.

Os testes mostraram que a performance cognitiva aumentou em seis dos sete pacientes, com melhorias em fatores como  raciocínio, atenção e memória.  Não houve efeito nas deficiências olfativas dos participantes. Para os pesquisadores, os dados sugerem que o tratamento fortalece a comunicação entre certas regiões do córtex, beneficiando habilidades como cognição e memória.

"A manutenção do sistema GnRH parece desempenhar um papel fundamental na maturação do cérebro e nas funções cognitivas. Na síndrome de Down, a terapia com GnRH parece promissora, especialmente porque é um tratamento que já existe sem efeitos colaterais significativos", afirma o diretor de pesquisa do laboratório da Universidade de Lille, Vincent Prévot, um dos autores do estudo, em comunicado.

Expectativa de vida
Décadas atrás acreditava-se que a população com Down não poderia evoluir além do início da fase adulta, mas com o avanço das terapias, isso vem mudando. De acordo com o estudo publicado no periódico European Journal of Public Health, que analisou a longevidade das pessoas com Down, nas duas últimas gerações a expectativa de vida subiu de 12 para 60 anos.

— Hoje a estimulação cognitiva e a física são muito importantes nas pessoas com a síndrome, são fatores que aumentaram muito a expectativa de vida. Existem outras questões, como problemas cardiológicos, que são altos nessa população, mas que hoje recebem mais atenção. Então nos últimos anos são pessoas que têm tido uma longevidade muito maior — explica Sonia, da ABN.

Os cientistas pretendem agora lançar um novo estudo, em maior escala, para avaliar o tratamento também em pessoas com outras doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

— Os mecanismos da perda cognitiva da Síndrome de Down e do Alzheimer são muito semelhantes, então o estudo realmente abre também uma porta para novas pesquisas de tratamento do Alzheimer — afirma a neurologista.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

O teste que pode detectar o autismo em crianças pelos olhos

Cientistas encontraram a diferença na resposta das pupilas à luminosidade, que é mais lenta em pacientes com o transtorno

Paula Felix para veja.abril.com.br

Um teste chamado reflexo pupilar à luz, que permite fazer a medição de mudanças nas pupilas dos olhos quando expostas à luminosidade, demonstrou ser um possível aliado para o rastreamento de casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças, segundo um estudo realizado pela Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos. A partir do exame, os cientistas perceberam que há diferenças significativas no tempo de resposta das pupilas para se contrair diante da luz e também para voltar ao normal com a remoção da fonte de luminosidade.

Na pesquisa, 36 crianças e adolescentes de 6 a 17 anos com diagnóstico de autismo, condição que afeta a comunicação e a interação social, foram submetidas ao teste de luz, e os resultados foram comparados a um grupo de 24 crianças típicas. Foi dessa forma que os cientistas encontraram a diferença na resposta das pupilas, que é mais lenta em pacientes com TEA. O achado foi publicado na revista Neurological Sciences.

“Sabemos que, quando intervimos em idades entre 18 e 24 meses, há um impacto em longo prazo nos resultados. Intervir durante essa janela crítica pode ser a diferença entre uma criança adquirir a fala verbal e permanecer não verbal”, explicou, em comunicado, Georgina Lynch, primeira autora do estudo. Nos Estados Unidos, a idade média para diagnóstico do transtorno é de 4 anos.

Agora, o grupo de Lynch pretende ampliar os estudos com 300 ou mais crianças de 2 a 4 anos para se chegar a um dispositivo portátil que agilize a triagem de pacientes pediátricos com suspeita do transtorno. A pesquisadora também elabora a solicitação da aprovação de pré-mercado da Food and Drug Administration (FDA) para permitir que o equipamento possa ser utilizado em clínicas pediátricas.