quarta-feira, 1 de março de 2023

ATENDIMENTO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO SUS

 

Você sabia que o SUS tem dentista para atender pessoas com deficiência?

Publicado em 03/12/2019 13h14 Atualizado em 01/11/2022 11h39

Toda pessoa pode buscar o Sistema Único de Saúde (SUS) para cuidar dos dentes. São 1.178 Centros de Especialidades Odontológicas. Destes, 593 são para atender pacientes com necessidades especiais 

O Sistema Único de Saúde (SUS), além de ofertar atendimento ambulatorial e de internação em diferentes especialidades, também disponibiliza gratuitamente o acesso da população ao dentista. Esses profissionais estão bem pertinho de você e preparados para atender também pessoas com necessidades especiais. Mas como chegar até eles? Tudo começa nas 42 mil Unidade de Saúde da Família (USF), onde o paciente deverá ser avaliado por um dentista. Esses serviços contam com Equipes de Saúde Bucal, em 5.043 municípios brasileiros, que integram as Equipes de Saúde da Família e contam com cirurgião dentista, técnicos ou auxiliares em saúde bucal.

A pessoa com diagnóstico de cárie ou doenças periodontais (sangramento de gengiva, por exemplo) será atendida pelos profissionais da equipe de Saúde Bucal, que são responsáveis por realizar ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde. Caso seja necessário, as equipes podem encaminhar o paciente para a área especializada.

Há também os serviços especializados. Ao todo, são 1.178 Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) no país. Destes, 593 são aderidos à Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência (RCPD) no SUS. Ou seja, estão equipados e preparados para atender pacientes com deficiência. Cada um desses serviços destinam uma cadeira odontológica exclusiva para 40h de atendimento às pessoas com deficiência, dentre outros critérios. São atendidos pacientes com deficiência intelectual, demência, Doença de Parkinson, paralisia cerebral, Síndrome de Down e Transtorno do Espectro do Autismo, entre outras deficiências.

Nos serviços habilitados para atender essa população, os profissionais tratam os problemas bucais mais comuns, além de dar orientações sobre o uso de meios que facilitem a higienização bucal e que promovam a prevenção de problemas odontológicos. Para isso, além do atendimento humanizado, são utilizadas técnicas de manejo e estratégias de cuidados especiais, como, por exemplo, a técnica “dizer-mostrar-fazer”.

Nos CEO são realizados serviços de diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer de boca; tratamento endodôntico (canal); periodontia especializada (tratamento de gengiva); cirurgia oral; atendimento às pessoas com deficiência ou portadores de necessidades especiais permanentes ou provisórias (como gestantes, por exemplo), entre outros. Estes procedimentos permitem a salvação de muitos dentes que seriam extraídos.

O SUS VAI ATÉ VOCÊ

O SUS conta ainda com 302 Unidades Móveis Odontológicas (UOM) que prestam atendimento para as populações de locais com dificuldade de acesso aos serviços de saúde, como, por exemplo, em áreas rurais.

A rede de atendimento também conta com 2.468 Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD), que realizam serviço de prótese dentária total, prótese dentária parcial removível ou prótese coronária e fixa/adesivas. As próteses devolvem às pessoas um sorriso antes comprometido e promovem a saúde bucal do paciente.

Outra forma de obter o primeiro atendimento bucal no SUS é por meio dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que fazem visitas domiciliares e podem, inclusive, orientar sobre higienização adequada para evitar cáries e problemas mais graves. Os agentes também fazem a busca ativa de pessoas com deficiência que tenham dificuldade em manter o cuidado com a dentição e encaminham para o atendimento adaptado.

fonte:  https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2019/dezembro/voce-sabia-que-o-sus-tem-dentista-para-atender-pessoas-com-deficiencia

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Diferença entre o autismo e a apraxia de fala na infância

Saiba o que são e conheça ainda as características

Entender as diferenças entre apraxia da fala e o transtorno do espectro autista (TEA) é importante para um diagnóstico e tratamento correto. Ambas remetem a transtornos do neurodesenvolvimento, porém possuem distinções. Com base no Ministério da Saúde, no TEA, a criança tem déficits na comunicação e na interac¸ão social, além de padrões de comportamentos repetitivos.
 
O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento com mais prevalência no sexo masculino. O diagnóstico é clínico e feito a partir das observações da criança e entrevistas com os pais, bem como a aplicação de métodos de monitoramento do desenvolvimento infantil durante as consultas. Já a apraxia de fala na infância é definida como um "grave distúrbio motor na fala (neurológico) que afeta a habilidade da criança de sequencializar os sons da fala", segundo a Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância.

Diferença entre o autismo e a apraxia de fala

No autismo, a criança apresenta déficits de comunicação e interac¸ão social que também podem levar a dificuldade de desenvolvimento da fala. Já na apraxia de fala na infância, a criança entende o que quer comunicar, mas não consegue planejar os movimentos para emitir sons e formar as sílabas e frases. Nesses casos, existe um repertório de palavras limitadas e é difícil ter uma compreensão do que ela quer dizer.
 
diagnóstico de apraxia de fala na infância ocorre por volta dos 2 de idade. Os pais devem procurar um profissional de Fonoaudiologia com experiência em transtornos de fala e de linguagem, para um diagnóstico e elaboração de um plano de tratamento. Os resultados do processo de intervenção costumam aparecer a longo prazo.
 
diagnóstico de TEA também é feito por volta dos 2 a 3 anos de idade, mas os sinais podem ser percebidos ainda nos primeiros meses de vida. Apesar de não ter cura, com o diagnóstico precoce é possível trabalhar o desenvolvimento de práticas para estimular a independência da criança, promover mais acessibilidade, além de mais qualidade de vida.

Característica do autismo e a apraxia de fala na infância

Característica da apraxia de fala na infância
 
• Erros com as vogais;
• Atraso no desenvolvimento da fala;
• A criança tenta falar mas não consegue;
• Dificuldades para mastigar;
• Dificuldade motora na língua;
• Disparidade entre a compreensão e a produção de fala.
 
Características do TEA
 
• Ações repetitivas;
• Déficits no interesse no outro;
• Dificuldade de manter o contato visual;
• Dificuldade de interagir socialmente;
• Dificuldade de expressar as próprias emoções.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Organização lança cartilha sobre o diagnóstico de autismo

Desenvolvida pelo Instituto PENSI, por meio do Autismo e Realidade, a cartilha utiliza uma linguagem descomplicada para informar profissionais da saúde, pais e cuidadores sobre o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista; o material é gratuito e está disponível para download

Por Ana Clara Godoi para observatorio3setor.org.br

O Autismo e Realidade, instituição que promove conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), lançou a nova cartilha técnica “DSM-5 e o diagnóstico de TEA”, um material direcionado para profissionais da saúde, acadêmicos, pais e cuidadores. A cartilha é composta por cinco capítulos desenvolvidos pela neuropsicóloga e assessora científica do Instituto PENSI, Yasmine Martins.

O DSM-5 é a versão mais recente do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, um conjunto de critérios diagnósticos usado mundialmente para guiar o processo de investigação sobre transtornos psiquiátricos e do neurodesenvolvimento, como o autismo.

O DSM-5 nomeia os níveis de gravidade do autismo em três níveis. O Nível 1 é o autismo leve, em que as pessoas diagnosticadas apresentam dificuldade de interação e comunicação social, mas demonstram independência limitada para autocuidado, organização e planejamento. Já no Nível 2, autismo moderado, o indivíduo necessita de suporte considerável quanto aos déficits de comunicação, interação interpessoal e estereotipias. Por fim, no Nível 3, o indivíduo com autismo severo necessita de suporte nas tarefas da rotina diária, apresenta prejuízos graves na interação com o mundo e pode manifestar prejuízos intelectuais ou de linguagem.

Estima-se que há 2 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista no Brasil. Para Yasmine, o acesso à informação e políticas públicas relacionadas ao diagnóstico e intervenção de TEA ainda é precário. “O acesso à intervenção multidisciplinar ainda costuma ser demorado, o que não auxilia o desenvolvimento da criança e do adolescente, ou seja, a população necessita de mais vagas em ambulatórios especializados públicos e maior acesso ao atendimento pedagógico especializado nas escolas de educação infantil e fundamental”.

A neuropsicóloga ainda destaca que a linguagem descomplicada da cartilha facilita o entendimento universal dos leitores, contribuindo para que a mensagem seja entregue a mais setores da sociedade. “A linguagem acessível estimula a conclusão da leitura e a compreensão do conteúdo. O acesso à informação compreensível pode prevenir os interessados no tema de adquirirem informação equivocada e interpretarem erroneamente o que foi escrito. Além disso, eles ganham uma ferramenta adicional para auxiliar crianças, adolescentes e adultos autistas”.

O material gratuito está disponível para download no site. O conteúdo está alinhado ao ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) 3 da Agenda 2030 da ONU, meta universal que promove a saúde e o bem-estar da população.

O Autismo e Realidade passou a fazer parte da estrutura do Instituto PENSI (Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil) em 2015, quando foi incorporado à Fundação José Luiz Edygio Setúbal (FJLES). Em conjunto ao PENSI, a instituição realiza pesquisas científicas sobre o autismo e promove cursos para a capacitação de profissionais, cuidadores e familiares de pessoas diagnosticadas com TEA. A FJLES é uma organização da sociedade civil que atua em prol da saúde infantil e defesa dos direitos das crianças e adolescentes, com foco em três pilares: cobertura vacinal, segurança alimentar e saúde mental.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Estudo italiano acha novo gene ligado a casos raros de autismo

 Vive Bem Uol

Um estudo internacional liderado pela Universidade de Turim, na Itália, descobriu que mutações em um novo gene podem ser associadas a formas raras do transtorno do espectro do autismo (TEA). Além da instituição, participaram da pesquisa o hospital Cidade da Saúde e da Ciência da cidade e especialistas da Universidade de Colônia, na Alemanha.

Conforme os resultados publicados na revista Brain, a análise usou novas tecnologias de sequenciamento de DNA e o desenvolvimento de modelos in vitro de células neuronais que demonstraram que mutações no gene Caprin1 são responsáveis por alterações de mecanismos específicos que provocam uma espécie de distúrbio nos neurônios.

A pesquisa foi coordenada pelo professor de Genética Médica do Departamento de Ciências Médicas da Universidade de Turim e do mesmo setor do hospital, Alfredo Brusco, e conseguiu identificar 12 pacientes de TEA que têm essa alteração.

O grupo de pesquisa do Projeto NeuroWes atua, desde 2015, no estudo da genética do TEA, também com a colaboração de outros grupos italianos e do Mount Sinai de Nova York.

A análise de centenas de pacientes atendidos pelas instituições envolvidas permitiu individualizar o caso de um italiano de Piemonte em que havia sido perdida uma ampla região de um cromossomo que continha o gene Caprin1. Essa observação fez com que os pesquisadores questionassem o papel dessa mutação no caso do autismo da pessoa.

Então, foram rodadas análises em centenas de casos e 12 deram positivo para essa mutação específica. A pesquisa ainda mostrou que perder uma das duas cópias do Caprin1 causa uma alteração na organização e nas funções dos neurônios bem como em sua atividade elétrica.

A importância do estudo também recai na questão da definição do papel biológico do Caprin1, no que foi possível demonstrar que ele regula a síntese de muitas proteínas nos neurônios, regulando ainda a expressão de muitos genes no cérebro.

O Caprin1 em si é considerado uma proteína muito importante na interseção de inúmeros mecanismos biológicos dos neurônios e seu entendimento também ajudará a identificar outros numerosos genes ligados a diversos problemas no neurodesenvolvimento.

A identificação de novos genes associados a formas de TEA está em rápida evolução e é previsto que existam mais de mil deles implicados na causa dessa condição.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Você sabe identificar uma criança com superdotação?

 Por Luciana Brites / portalmatogrosso.com.br

Com talentos acima da média, os superdotados também precisam de estímulos para desenvolver toda sua potencialidade. Sem eles e a compreensão de suas características, estes alunos podem ficar desmotivados e se afastarem da vida acadêmica.

As pessoas com superdotação possuem uma potencialidade de aptidões, talentos e habilidades muito acima da média, que ficam demonstradas por meio do alto desempenho em diversas atividades que vão se apresentando no desenvolvimento da criança.

Um fator determinante é a constância: essas aptidões precisam ser constantes ao longo do tempo, já que nos primeiros anos de vida pode não ficar tão claro esse padrão de desempenho expressivo.

Superdotados possuem três traços predominantes. Primeiro, habilidade acima da média: raciocínio em leitura e matemática, relação espacial, memória e vocabulário. Segundo fator, comprometimento: motivação empregada ao desenvolver uma tarefa, um foco ou concentração na atividade, com perseverança e paciência. Terceiro, criatividade: pensamentos originais, criativos e flexíveis.

Embora careça de divulgação e investimentos, a educação especializada contribui não só para o desenvolvimento, mas inclusão desses jovens. Garantir os meios para que as escolas recebam e estimulem essas crianças é um dos desafios.

Um dos principais mitos relacionados às pessoas com superdotação é a de que não precisam de estímulo e são capazes de desenvolver suas habilidades por si só. Mas, segundo especialistas, o ambiente em que estão inseridas é tão importante quanto os fatores genéticos para exercerem o máximo de suas habilidades e competências.

Outro ponto que pode trazer dificuldade às crianças é o assincronismo. Ele se refere à área intelectual-psicomotora, quando a criança aprende a ler precocemente, mas não desenvolve a escrita tão rapidamente por conta da necessidade de maturidade psicomotora. Ou então no campo da linguagem e do raciocínio, quando o estudante demonstra grande capacidade de compreensão de um processo matemático, mas tem dificuldade em expressar seu conhecimento em palavras.

O assincronismo pode levar a serem excluídos entre seus pares ou serem mal compreendidos pelos pais e educadores quando não há a identificação de altas habilidades/superdotação e um ambiente em que sejam estimulados corretamente.

Outro mito é o de que sempre terão um bom rendimento escolar. Longe de serem tratados apenas como gênios, as crianças com altas habilidades/superdotação necessitam de um olhar especializado, de inclusão e acolhimento de pais e educadores para se desenvolverem plenamente.