Desenvolvida pelo Instituto PENSI, por meio do Autismo e Realidade, a cartilha utiliza uma linguagem descomplicada para informar profissionais da saúde, pais e cuidadores sobre o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista; o material é gratuito e está disponível para download
Por Ana Clara Godoi para observatorio3setor.org.br
O Autismo e Realidade, instituição que promove conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), lançou a nova cartilha técnica “DSM-5 e o diagnóstico de TEA”, um material direcionado para profissionais da saúde, acadêmicos, pais e cuidadores. A cartilha é composta por cinco capítulos desenvolvidos pela neuropsicóloga e assessora científica do Instituto PENSI, Yasmine Martins.
O DSM-5 é a versão mais recente do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, um conjunto de critérios diagnósticos usado mundialmente para guiar o processo de investigação sobre transtornos psiquiátricos e do neurodesenvolvimento, como o autismo.
O DSM-5 nomeia os níveis de gravidade do autismo em três níveis. O Nível 1 é o autismo leve, em que as pessoas diagnosticadas apresentam dificuldade de interação e comunicação social, mas demonstram independência limitada para autocuidado, organização e planejamento. Já no Nível 2, autismo moderado, o indivíduo necessita de suporte considerável quanto aos déficits de comunicação, interação interpessoal e estereotipias. Por fim, no Nível 3, o indivíduo com autismo severo necessita de suporte nas tarefas da rotina diária, apresenta prejuízos graves na interação com o mundo e pode manifestar prejuízos intelectuais ou de linguagem.
Estima-se que há 2 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista no Brasil. Para Yasmine, o acesso à informação e políticas públicas relacionadas ao diagnóstico e intervenção de TEA ainda é precário. “O acesso à intervenção multidisciplinar ainda costuma ser demorado, o que não auxilia o desenvolvimento da criança e do adolescente, ou seja, a população necessita de mais vagas em ambulatórios especializados públicos e maior acesso ao atendimento pedagógico especializado nas escolas de educação infantil e fundamental”.
A neuropsicóloga ainda destaca que a linguagem descomplicada da cartilha facilita o entendimento universal dos leitores, contribuindo para que a mensagem seja entregue a mais setores da sociedade. “A linguagem acessível estimula a conclusão da leitura e a compreensão do conteúdo. O acesso à informação compreensível pode prevenir os interessados no tema de adquirirem informação equivocada e interpretarem erroneamente o que foi escrito. Além disso, eles ganham uma ferramenta adicional para auxiliar crianças, adolescentes e adultos autistas”.
O material gratuito está disponível para download no site. O conteúdo está alinhado ao ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) 3 da Agenda 2030 da ONU, meta universal que promove a saúde e o bem-estar da população.
O Autismo e Realidade passou a fazer parte da estrutura do Instituto PENSI (Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil) em 2015, quando foi incorporado à Fundação José Luiz Edygio Setúbal (FJLES). Em conjunto ao PENSI, a instituição realiza pesquisas científicas sobre o autismo e promove cursos para a capacitação de profissionais, cuidadores e familiares de pessoas diagnosticadas com TEA. A FJLES é uma organização da sociedade civil que atua em prol da saúde infantil e defesa dos direitos das crianças e adolescentes, com foco em três pilares: cobertura vacinal, segurança alimentar e saúde mental.
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