sexta-feira, 22 de maio de 2015

História do Autismo (Parte I)

1908 – Eugen Bleuler, psiquiatra suíço usa pela primeira vez o termo “autismo” para descrever um grupo de sintomas que relaciona à esquizofrenia. A palavra tem raízes no grego “autos” (eu).
1943 – Leo Kanner, psiquiatra austríaco, radicado nos Estados Unidos e diretor de psiquiatria infantil do Johns Hopkins Hospital, publica a obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”. Nela, descreveu casos de onze crianças que tinham em comum “um isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação da mesmice, denominando-as autistas” e usou o termo “autismo infantil precoce”, pois sintomas já apareciam na primeira infância. Ele observou que essas crianças respondiam de maneira incomum ao ambiente, incluíam maneirismos motores estereotipados, resistência à mudança ou insistência na monotonia, bem como aspectos não usuais das habilidades de comunicação, tais como a inversão dos pronomes e a tendência ao eco na linguagem – ecolalia. Leo Kanner contextualiza essas observações no desenvolvimento, assim como enfatiza a predominância dos déficits de relacionamento social e dos comportamentos incomuns.
1944 – Hans Asperger, psiquiatra e pesquisador austríaco, quase ao mesmo tempo que Leo Kanner, escreve o artigo “A psicopatia autista na infância” que um ano depois é publicado. Ele observou que o padrão de comportamento e habilidades que descreveu, ocorria preferencialmente em meninos, que essas crianças apresentavam deficiências sociais graves – falta de empatia, baixa capacidade de fazer amizades, conversação unilateral, intenso foco em um assunto de interesse especial e movimentos descoordenados. Apesar da aparente precocidade verbal de seus assuntos, Asperger chamava as crianças que estudou de pequenos professores, devido à habilidade de discorrer sobre um tema de maneira detalhada. Em virtude de suas publicações terem sido publicadas em alemão e seu principal trabalho na época da guerra, seu relato recebeu reduzida atenção e só na década de 1980 seu nome foi reconhecido como um dos pioneiros no estudo do autismo. A Síndrome de Asperger deve seu nome a ele.
1952 – DSM-I – A Associação Americana de Psiquiatria publica a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais. Esse manual fornece uma nomenclatura e critérios padrão para o diagnóstico de transtorno mental. Nesta primeira edição, sintomas autísticos semelhantes eram classificados como um subgrupo da esquizofrenia infantil. Autismo não era considerado como um diagnóstico separado.
1950/1960 – Durante os anos 50, houve muita confusão sobre a natureza do autismo e sua etimologia, e a crença mais comum era de que o autismo era causado por pais não emocionalmente responsivos a seus filhos – a hipótese da “mãe geladeira” – e atribuíam a causa à falta de calor maternal. Leo Kanner cunhou o termo, mas foi o psicanalista Bruno Bettelheim que o popularizou. Após a 2ª Guerra Mundial, havia vários trabalhos psicanalíticos sobre autismo, onde pesquisadores analisavam apenas o impacto na vida das pessoas. “Eles não consideraram o papel da biologia ou genética, que agora entendemos ser a causa principal” – Fred Volkmar.
No início dos anos 60, um crescente corpo de evidências começou a se acumular, sugerindo que o autismo era um transtorno cerebral presente desde a infância e encontrado em todos os países e grupos socioeconômicos e étnico-raciais investigados. Leo Kanner posteriormente se disse mal compreendido e tentou se retratar no seu livro “Em Defesa das Mães”. Mais tarde a teoria mostrou-se totalmente infundada e na maior parte do mundo, tais noções foram abandonadas.
1965 – Temple Grandin, jovem americana que nasceu com autismo (Síndrome de Asperger), cria a “Máquina do Abraço”, um aparelho para lhe pressionar como se estivesse sendo abraçada e que a acalmava, assim como a outras pessoas com autismo. Ela revolucionou as práticas de abate para animais em fazendas e suas técnicas e projetos de instalação são usados no mundo todo. Além de prestar consultoria para a indústria pecuária em manejo, instalações e cuidado de animais, ela tornou-se uma profissional extremamente bem sucedida. Temple Grandin também ministra palestras pelo mundo todo, explicando a importância em ajudar as crianças com autismo a desenvolverem suas potencialidades.
1968 – DSM-II – É publicada a segunda edição do Manual Doenças Mentais, que refletia a predominância da psicodinâmica psiquiátrica. Sintomas não eram especificados com detalhes em determinadas desordens. Eram vistos como reflexos de grandes conflitos subjacentes ou reações de má adaptação aos problemas da vida, enraizados em uma distinção entre neurose e psicose.
1978 – Michael Rutter – Classifica o autismo e propõe sua definição com base em quatro critérios: 1) atraso e desvio sociais não só como deficiência intelectual; 2) problemas de comunicação e novamente, não só em função de deficiência intelectual associada; 3) comportamentos incomuns, tais como movimentos estereotipados e maneirismos; e 4) início antes dos 30 meses de idade. Ao classificar o autismo, Michael Rutter cria um marco divisor na compreensão desse transtorno mental.
1980 – DSM-III – a definição de Rutter e a crescente produção de trabalhos sobre o autismo, influenciaram a definição desta condição no DSM-III, quando o autismo, pela primeira vez foi reconhecido e colocado em uma nova classe de transtornos: os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento – TIDs. Esse termo foi escolhido para refletir o fato de que múltiplas áreas de funcionamento do cérebro eram afetadas no autismo e nas condições a ele relacionadas. – CID-10 – na época do DSM-III-R, o termo TID foi instaurado e utilizado também na décima revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – CID-10

(continua...)

terça-feira, 19 de maio de 2015

Jovem modelo com síndrome de Down muda as percepções de beleza

Uma adolescente com síndrome de Down está desafiando o pensamento conservador em relação à beleza ao acolher sua deficiência como um “presente”. Madeline Stuart, 18, posou para uma série de fotos impressionantes após mudar seu visual e perder mais de 18 kg. A modelo cortou todo tipo de comida que não é saudável e passou a fazer mais exercícios físicos para entrar em forma. Ela quer que as pessoas saibam que ela vê sua condição genética como uma “bênção”. A determinada jovem, de Brisbane, Austrália, posou de maneira confiante e glamorosa em frente às câmeras para celebrar sua beleza e desafiar atitudes preconceituosas em relação à deficiência. O ganho de peso é algo comum para pessoas com síndrome de Down, mas Madeline agora consegue correr sem ficar exausta. Madeline, que também tem um problema de coração, gosta de dançar, fazer ginástica e jogar basquete. Com o apoio da mãe, Rosanne, ela está determinada a entrar na indústria da moda para passar uma impressão positiva ao resto do mundo. A série de fotos de Madeline causou um grande furor nas redes sociais e ela é elogiada o tempo todo. Uma de suas fãs disse: “Você não se tornará apenas uma modelo, mas também será um exemplo para todas as crianças com síndrome de Down terem sucesso em qualquer área”.


Fonte: http://www.movimentodown.org.br/2015/05/jovem-modelo-com-sindrome-de-down-muda-as-percepcoes-de-beleza

quinta-feira, 14 de maio de 2015

“Desenvolvendo Habilidades Sociais Em Crianças e Adolescentes Do Espectro Autista”



Inscrições:"http://www.planetaaspie.com/workshop/
A Dra. Patricia Barros (Psicóloga CRP05/31383) traz o que tem de mais atual e cientificamente comprovado no treinamento de habilidades sociais.
SADHS®: Sistema de Aprimoramento e Desenvolvimento de Habilidades Sociais *Desenvolvido pela Dra. Patricia Barros*
PEERS®: Program for the Education and Enrichment of Relational Skills *Desenvolvido na UCLA pela Dra. Elizabeth Laugeson*
PÚBLICO ALVO: Profissionais da saúde, educação, pais e cuidadores.
ASA-RJ Associação de Sindrome de Asperger do Estado Do Rio de Janeiro
Email: planetaspie@gmail.com
URL: www.planetaspie.com

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Conade alerta que proposta da terceirização poderá impedir a contratação de pessoas com deficiência

Conselheiros e convidados presentes na 97a. Reunião Ordinária do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade), debateram na manhã desta quarta-feira (22), em Brasília, o PL 4330/2004, que regulamenta a terceirização. O Conselho considerou que a proposta representa uma ameaça aos avanços do segmento ao tornar sem efeito a Lei de Cotas e ao dificultar as ações inclusivas das políticas públicas.
Durante a reunião, foi aprovada a elaboração de uma moção de repúdio com base em princípios da legislação trabalhista internacional, brasileira e da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU, que fundamenta os princípios de igualdade e não - discriminação, incorporada à Constituição Brasileira em 2008.
Para o presidente do Conade, Flávio Henrique de Souza, que representa a Central Única dos Trabalhadores (CUT), conselheiros e conselheiras consideram que o PL precariza a qualidade de vida das pessoas, em especial, dos trabalhadores e trabalhadoras com deficiência.
"Há nessa proposta uma flexibilização perigosa na Lei de Cotas para a contratação de pessoas com deficiência. Hoje a lei abrange empresas com quadro de cem a mil funcionários, de 2% a 5%. Supondo os efeitos do PL para uma empresa de 1.010 funcionários, se ela contratar uma empresa pra terceirizar, tendo em média pouco mais de 300 funcionários para cada, o percentual de pessoas com deficiência contratadas já cai", explica.
Em casos extremos, a contratação de pessoas com deficiência pela Lei pode até não existir, segundo o dirigente, pois se a empresa terceirizar a contratação dos seus 1.010 funcionários, dividindo-os em um número de empresas que contrate menos de cem funcionários, ela está desobrigada, de acordo com a Lei de Cotas, a contratar pessoas com deficiência.
O representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Antonio José Ferreira, que é vice - presidente do Conade, criticou os prejuízos às políticas inclusivas.
"O PL 4330, sem dúvida, representa um retrocesso em pontos que as pessoas com deficiência levaram décadas para conquistar. O PL pode tornar a Lei de Cotas sem efeito e dificulta as políticas públicas  implementadas pelo governo federal que promovem a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, uma inserção importante que fez e faz tantos empregadores pelo país afora, por meio da convivência com estas pessoas, a perceberem estes profissionais e sua plena capacidade de produzir", disse Ferreira.
O que diz a legislação - A Lei 8.213/1991, chamada Lei de Cotas, prevê que toda empresa privada entre 100 e 200 funcionários destinem 2% das suas vagas para pessoas com deficiência;  entre 201 e 500 funcionários,  3%; entre 501 a 1.000 funcionários, 4% e empresas com mais de 1.001 funcionários,  5% das suas vagas.
LBI no Senado - A Lei Brasileira de Inclusão (LBI), antigo Estatuto da Pessoa com Deficiência, que está em tramitação no Senado, caso aprovada, poderá incluir na Lei de Cotas as empresas com 50 a 99 funcionários.


Fonte:  http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/noticias/conade-alerta-que-proposta-da-terceirizacao-podera-impedir-a-contratacao-de-pessoas-com-def

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Não escondam seus filhos


Não escondam seus filhos, pede judoca com síndrome de Down


Brasília – Em ato em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down, o judoca Breno Viola mandou um recado para os pais: “Eu sei que vocês têm medo de mostrar seus filhos para a sociedade, mas não tenham vergonha. Ao contrário, deem autonomia”, pediu. A fala emocionou mais de 500 pessoas que participavam do evento realizado pelo senador Romário, na tarde desta quinta-feira no Senado Federal.
Breno luta desde os três anos de idade, está com 34 e acumula vitórias. É faixa preta na modalidade, foi o primeiro atleta com Down a alcançar a graduação nas Américas, e já representou o Brasil nas Olimpíadas para Deficientes Intelectuais, na Grécia em 2011. Seu sonho é ver um atleta com a trissomia 21 disputar uma Olimpíada. “Nunca devemos duvidar dos nossos sonhos”, declarou. Além de atleta, Breno é ator, e já protagonizou o filme Colegas.
Esporte sem contraindicação – O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, defendeu a atividade esportiva para as pessoas com deficiência. “A síndrome de Down tem características específicas, e alguns esportes não são aconselháveis, mas com a devida orientação, todos os esportes são praticáveis, a exemplo do judô”, defendeu.

Portadores de vida
Durante o ato, Breno aproveitou para protestar contra o vocabulário que as pessoas usam para falar da característica genética. “Os médicos falam em risco de ter uma criança com síndrome de Down. Eles não podem dizer isso. Nós não somos um risco”, reclamou. Ele também disse que não gosta de ser chamado de portador da síndrome de Down. “Nós portamos vida. Essa lei que fala portador, me desculpe, é uma lei idiota”, corrigiu. O judoca encerrou o discurso elogiando o trabalho de Romário. Para ele, o nascimento de Ivy foi uma missão dada ao ex-jogador para acabar com o preconceito.

Fonte:  http://www.romario.org/news/all/nao-escondam-seus-filhos-pede-lutador-de-judo-com-sindrome-de-Down

sexta-feira, 1 de maio de 2015

ONG em ação - Gisele

Gisele Porto dos Santos também é portadora de Paralisia cerebral e esteve na Clínica Sorrir de novo neste mês de Março de 2015 para limpeza dentária e verificação de rotina, pelas mãos da Dra. Vania Letier. Mais uma iniciativa da Ong Sorriso Novo, em parceria com a Clínica Sorrir de novo, junto à população do Complexo da Maré.