quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Uma reflexão sobre as crianças com autismo que vai abrir seus olhos

Uma atriz argentina surpreendeu com um texto sobre o autismo que destaca a importância de aceitar as diferenças para alcançar uma inclusão social real. O que diz este artigo?


Uma reflexão sobre as crianças com autismo que vai abrir seus olhos
“A verdadeira igualdade pressupõe o reconhecimento das diferenças”
-Inés Estevez-

“Olhe para ela, toque-a, aproxime-se, interaja “, destacou a reconhecida atriz argentina Inés Estevez no último 02 de abril, dia da Conscientização do autismo. Através dessas palavras, ela convidava a sociedade a refletir sobre as crianças com autismo.

Suas palavras sobre o autismo

Embora a artista nunca tivesse falado sobre sua vida privada, através de uma carta profunda e impactante, ela se referiu às generalidades do autismo a partir do caso de uma de suas filhas do coração. As palavras dela comoveram e abriram os olhos de seus seguidores.
“Está me matando um pouco isso de ‘não diga o autista, é uma pessoa com autismo'”
No entanto, no artigo, ela mostra como a sociedade tende a repudiar as diferenças quando, na verdade, somos todos diferentes.

Além disso, manifesta-se contra os rótulos e eufemismo que definem as crianças com autismo. Pois a inclusão e contenção não fica simplesmente na semântica, mas sim em uma mudança de atitude na população que realmente seja efetiva.

“Mudar a semântica não necessariamente melhora a consciência da convivência com todos aqueles que são diferentes”, diz a atriz que esclarece que não tem uma filha com autismo, mas sim uma filha com um estado de maturidade ainda mais complexo que é inclassificável e diz que “não existe um manual que acompanha o caso. ”

A artista diz que todos nós temos diferentes habilidades, porque “somos todos diferentes” e inclusive relata que a sua filha de 6 anos é incapaz de falar, comer, fazer xixi, beber, expressar sentimentos e colocar os tênis sozinha.

crianças com autismo

“Somos muito ignorantes se não aceitarmos que a criança tem uma deficiência. Mas agora a tendência é não falar”, disse Inés através das redes sociais, a fim de destacar a importância sobre a conscientização em relação aos problemas e às dificuldades das pessoas. Uma vez conscientes disso, deve-se integrar e dar amor.

Uma visão sobre a pedagogia para crianças com desordens do espectro autista

Outro aspecto a se pensar tem a ver com a escolarização e educação de crianças com autismo, a causa das dificuldades associadas a encontrar uma instituição que aceite crianças com capacidades distintas e que incluam aquelas que possuem patologias que ainda não são conhecidas profundamente.

“Ela não poderia ter ingressado em uma escola comum, porque tinha 3 anos e meio e não andava nem falava, e nem sabíamos o quanto ela compreendia”, disse a atriz, que também questionou a formação pedagógica de alguns professores.

“Não diga ‘deficientes’, mas três escolas para crianças com necessidades especiais a rejeitaram porque não se encaixava em nenhuma das patologias com as quais trabalhavam ali: Não é deficiente auditiva, não é autista, não tem paralisia cerebral, nem TGD”, relatou Inés.

Autismo: O renascer de uma sociedade

Por outro lado, a artista latina contribuiu com seu grão de areia em relação a conscientização, inclusão e dedicação necessárias para o desenvolvimento das crianças com autismo, além de apelar à um maior compromisso social.

crianças com autismo
“Inclua. Compartilhe. Observe. Compreenda. Para uma maior consciência da realidade das pessoas diferentes. Para uma maior consciência do autismo”
-Inés Estevez-

“Meu único objetivo é e vai continuar sendo, colaborar no sentido de tornar visíveis as deficiências de um sistema que tem feito mudanças e avanços na inclusão, mas que ainda tem muito a resolver, melhorar e conseguir”, disse, esclarecendo que não busca dramatizar sua situação, mas sim tornar visível a causa da qual não é alheia.

Para a atriz, o pontapé inicial nesta “luta pela igualdade” é serem compassivos e não usarem nomes de maneira pejorativa, como modo de insulto ou estigmatização.

E que, para além de focar em como chamá-las da forma adequada, o importante é ocupar-se com o que realmente é necessário: reconhecer essas minorias, aceitá-las e, portanto, incluí-las.

Além disso, Estevez refere-se ao clássico e tão errado ‘essa criança tem problemas, não olhe para ela porque ela vai se sentir desconfortável’: “Olhe para ela, toque-a, aproxime-se, interaja”. Para ela, você também é diferente, mas se você a acaricia ela vai te dar um beijo, se você contar uma piada ela vai rir, e se você quiser e ela também podem brincar juntos um pouco. ”

Fonte: Sou Mamãe

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