Ao final, as crianças cantam a música “ser diferente é normal”, do cantor Lenine
O estudante da Escola Municipal São Rafael, da Terceira Linha, Arthur Alves Rosso, de sete anos, nunca imaginou assistir no colégio uma peça que retratasse algo que é bastante comum na sua rotina: a deficiência. O garotinho, que tem uma irmã de um ano e quatro meses com síndrome de down e também conviveu com a avó que era deficiente auditiva, acompanhou atentamente a apresentação “Ser diferente é normal”, realizada pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia de Içara em parceria com a Associação Amigos da Inclusão, de Içara.
Com bonecos que representam pessoas com deficiência física, auditiva e visual, além de pessoas portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Nono e a Nona, dupla de contadores de histórias da Educação de Içara, ilustraram cenas de preconceito, infelizmente vivenciadas por quem possui deficiências, e sobre como incluir e respeitar estes colegas.
De acordo com a coordenadora de Artes da Educação de Içara, Lilian Philippi, que interpreta a Nona, o projeto que tem como temática “ser diferente é normal”, objetiva conscientizar as crianças sobre o acolhimento para com os colegas com deficiência, além de contribuir com o hábito da leitura na escola, estimulando o aluno a tornar-se contador de histórias. Ao todo, 13 escolas receberão as apresentações até o final do mês. “Estamos falado sobre as deficiências mais comuns na escola: auditivo, visual, físico e autismo. As crianças convivem muito com as deficiências, e nosso enredo mostra como era na época do Nono e da Nona, nos anos 60, e como é atualmente, que é o período em que as crianças estão vivendo. Ser diferente é normal e muito legal”, declarou Lilian.
“É muito especial ter alguém assim na família, eu adorei o teatro e vou contar para minha família sobre o que vivemos hoje aqui na escola”, contou Arthur, que assistiu a contação ao lado dos colegas das séries iniciais. A ação é alusiva ao agosto laranja, mês de agosto, dedicado à conscientização sobre as deficiências.
Os bonecos com deficiência
Os bonecos com deficiência utilizados nas contações integram o primeiro projeto que está sendo desenvolvido pela Associação Amigos da Inclusão. “Estamos estruturando a Associação, não apenas para desenvolvermos ações e projetos para melhorar a vida das pessoas com deficiência e suas famílias, mas porque queremos despertar na sociedade a importância do respeito e da inclusão”, explica Geórgia Bolsoni Serafin, que coordena os trabalhos da Associação no Município.
Um dos bonecos utilizados na peça é de uma criança com deficiência visual, que percorre muitos caminhos com seu fiel cão guia. Batizado de Bernardo, o boneco, junto das outras peças, foi acolhido pelas crianças que também tiveram a oportunidade de trazer relatos sobre situações de intolerância e preconceito.
Ao final, junto dos Nonos, as crianças cantam a música “ser diferente é normal”, do cantor Lenine. Após a apresentação, os estudantes foram convidados para participarem como contadores do VI Festival de Contação de histórias 2019, que acontecerá entre os dias 27 a 29 de novembro junto com a Feira de livros “Colmeia literária”.
Agosto Laranja
O chamado Agosto Laranja é dedicado à realização de ações de conscientização e prevenção de deficiências. Conforme a Lei Municipal número 4.138, criada em 2017, as atividades desenvolvidas neste período objetivam a conscientização da sociedade sobre as necessidades específicas de organização social e políticas públicas para promover a inclusão social desta população, combatendo o preconceito e a discriminação. Para terminar o mês, acontecerá uma caminhada de prevenção no dia 27, com saída às 9 horas, da Apae de Içara, em direção as ruas do Centro do Município.
Fonte: engeplus.com.br