sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Alunos aprendem sobre inclusão por meio de bonecos com deficiência

Ao final, as crianças cantam a música “ser diferente é normal”, do cantor Lenine


Alunos aprendem sobre inclusão por meio de bonecos com deficiência

O estudante da Escola Municipal São Rafael, da Terceira Linha, Arthur Alves Rosso, de sete anos, nunca imaginou assistir no colégio uma peça que retratasse algo que é bastante comum na sua rotina: a deficiência. O garotinho, que tem uma irmã de um ano e quatro meses com síndrome de down e também conviveu com a avó que era deficiente auditiva, acompanhou atentamente a apresentação “Ser diferente é normal”, realizada pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia de Içara em parceria com a Associação Amigos da Inclusão, de Içara.  

Com bonecos que representam pessoas com deficiência física, auditiva e visual, além de pessoas portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Nono e a Nona, dupla de contadores de histórias da Educação de Içara, ilustraram cenas de preconceito, infelizmente vivenciadas por quem possui deficiências, e sobre como incluir e respeitar estes colegas.  

De acordo com a coordenadora de Artes da Educação de Içara, Lilian Philippi, que interpreta a Nona, o projeto que tem como temática “ser diferente é normal”, objetiva conscientizar as crianças sobre o acolhimento para com os colegas com deficiência, além de contribuir com o hábito da leitura na escola, estimulando o aluno a tornar-se contador de histórias. Ao todo, 13 escolas receberão as apresentações até o final do mês. “Estamos falado sobre as deficiências mais comuns na escola: auditivo, visual, físico e autismo. As crianças convivem muito com as deficiências, e nosso enredo mostra como era na época do Nono e da Nona, nos anos 60, e como é atualmente, que é o período em que as crianças estão vivendo. Ser diferente é normal e muito legal”, declarou Lilian.

“É muito especial ter alguém assim na família, eu adorei o teatro e vou contar para minha família sobre o que vivemos hoje aqui na escola”, contou Arthur, que assistiu a contação ao lado dos colegas das séries iniciais.  A ação é alusiva ao agosto laranja, mês de agosto, dedicado à conscientização sobre as deficiências.  

Os bonecos com deficiência

Os bonecos com deficiência utilizados nas contações integram o primeiro projeto que está sendo desenvolvido pela Associação Amigos da Inclusão.   “Estamos estruturando a Associação, não apenas para desenvolvermos ações e projetos para melhorar a vida das pessoas com deficiência e suas famílias, mas porque queremos despertar na sociedade a importância do respeito e da inclusão”, explica Geórgia Bolsoni Serafin, que coordena os trabalhos da Associação no Município. 

Um dos bonecos utilizados na peça é de uma criança com deficiência visual, que percorre muitos caminhos com seu fiel cão guia. Batizado de Bernardo, o boneco, junto das outras peças, foi acolhido pelas crianças que também tiveram a oportunidade de trazer relatos sobre situações de intolerância e preconceito. 

Ao final, junto dos Nonos, as crianças cantam a música “ser diferente é normal”, do cantor Lenine. Após a apresentação, os estudantes foram convidados para participarem como contadores do VI Festival de Contação de histórias 2019, que acontecerá entre os dias 27 a 29 de novembro junto com a Feira de livros “Colmeia literária”. 

Agosto Laranja

O chamado Agosto Laranja é dedicado à realização de ações de conscientização e prevenção de deficiências. Conforme a Lei Municipal número 4.138, criada em 2017, as atividades desenvolvidas neste período objetivam a conscientização da sociedade sobre as necessidades específicas de organização social e políticas públicas para promover a inclusão social desta população, combatendo o preconceito e a discriminação. Para terminar o mês, acontecerá uma caminhada de prevenção no dia 27, com saída às 9 horas,  da Apae de Içara, em direção as ruas do Centro do Município. 

Fonte: engeplus.com.br

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Pessoas com deficiências superam desafios no dia a dia

Na Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, realizada entre 21 e 28 de agosto, a sociedade é conscientizada sobre os direitos destas pessoas


esbrasil.com.br

Foto: Reprodução

Um dia você acorda e descobre que vai ter um bebê. A partir dai, você começa a sonhar com o rostinho, com o jeitinho, quais serão as primeiras palavras e imagina o que ele vai querer ser quando crescer, quais serão os objetivos, entre outras coisas.

Quando o bebê nasce, você descobre que ele terá alguma deficiência. E agora? O que fazer? Muitos pais não sabem como lidar quando descobrem que o filho não terá o corpo ou desenvolvimento intelectual perfeitos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas tem algum tipo de deficiência no mundo e, em cada dez, uma é criança. No Brasil, 45,6 milhões de pessoas são portadoras de deficiência. Destas, 7,5% são crianças de até 14 anos de idade, segundo o último censo do IBGE, de 2010, ou seja, cerca de 3,5 milhões de crianças.

E entre 2000 e 2010, houve uma queda de 5,5% no número de crianças do grupo de 0 a 14 anos. Mas mesmo com a diminuição, o volume de crianças com deficiência dentro dessa faixa etária cresceu 3,2%.

Para debater e refletir, junto à sociedade, sobre o direito de igualdade para que a inclusão aconteça e combater o preconceito e a discriminação foi criada a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que acontece anualmente durante os dias 21 e 28 de agosto.

“A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência é um símbolo de mobilização. Um espaço que marca a luta das pessoas com deficiência intelectual na busca por garantia de direitos”, disse o presidente da Federação das Apaes do Espírito Santo, Vanderson Pedruzi Gaburo.

Neste ano, o tema escolhido é “Família e pessoa com deficiência, protagonistas na implementação das políticas públicas”, com a intenção de estimular as famílias a buscar os direitos e o cumprimento de políticas públicas que atendem a essas pessoas.

INCLUSÃO
E muitas vezes, as pessoas com deficiência sentem muita dificuldade em se sentir incluídas na sociedade. Mas não é o caso do Eduardo, 9 anos, que tem Síndrome de Down. Segundo a corretora de imóveis Camila Rosa, 41, o filho é bem quisto pelos colegas. Entretanto, ela aponta que uma das maiores dificuldades encontradas é nas escolas, que, na maioria das vezes, não estão preparadas para receber os alunos especiais.


A corretora de imóveis Camila Rosa, 41 anos, disse que o filho Eduardo, 9, é muito amado na escola que frequenta. – Foto: Renato Cabrini / Next Editorial

“A educação no Brasil não é das melhores, nós sabemos, então imagine colocar uma criança com deficiência dentro de uma classe com outras 30? É complicado para a escola e para nós, mães, pois queremos que nossos filhos evoluam. Por um período paguei uma pessoa para acompanhá-lo durante as aulas, mas, atualmente, ele frequenta uma escola em que houve uma adaptação muito boa, pois a parte da inclusão foi muito bem feita e nós, a família, também fomos muito bem recebidos”, disse Camila.

Ela destacou que houve uma parceria entre a escola e a família para que a adaptação do filho fosse efetiva. “A escola sempre me deu abertura, e sempre tivemos uma troca, para que ajudássemos aos professores a entender o que Dudu queria dizer, por exemplo, pois as crianças com Down processam as informações de forma diferente. Ainda assim, quando estão em período de férias ele fica inquieto querendo retornar”, finalizou a corretora.

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E MÚLTIPLA
A deficiência intelectual é uma limitação nas habilidades mentais gerais, e pode ser percebida quando há dificuldade em situações consideradas comuns, como a comunicação, interação social, leitura, escrita, memória, dentre outras.

Este tipo de deficiência exige, na maioria das vezes, um acompanhamento multidisciplinar em diversas áreas, como saúde, educação e assistência social, para que atenda à necessidade de cada um. Profissionais, como terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e outros especialistas são utilizados nos tratamentos.

A deficiência múltipla é quando há duas deficiências ou mais simultaneamente, sejam elas intelectuais, físicas ou ambas combinadas.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

22 de agosto: o dia do educador especial

Profissional se dedica a aprimorar o aprendizado de pessoas com deficiência, transtornos do desenvolvimento ou superdotação


Andréa da Luz para o ndmais.com.br

Em Florianópolis, 1.100 estudantes com deficiência são atendidos nos níveis infantil, fundamental e EJA (Educação de Jovens e Adultos) – PMF/Divulgação

Nesta quinta-feira (22) se comemora o Dia do Educador Especial, uma homenagem aos profissionais que se dedicam à formação dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

Esses especialistas incluem professores formados em educação especial, educadores físicos, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, entre outros. Eles trabalham em conjunto para proporcionar melhor aprendizado, interação nas atividades escolares e convívio social, tanto em sala de aula quanto nas salas de recursos multifuncionais.

Entretanto, para que essa inclusão ocorra de forma institucionalizada, o Brasil criou em 2008 a Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da educação inclusiva. Além disso, a LBI (Lei Brasileira de Inclusão – 13.146/2015) também é referência no serviço de educação especial. Essa legislação, também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência, permitiu alguns avanços relacionados à conquista da autonomia dos deficientes nas áreas de saúde, educação, trabalho, assistência social, esporte, previdência e transporte.

No caso específico da educação, a LBI assegura a oferta de sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades de ensino; estabelece a adoção de um projeto pedagógico com atendimento educacional especializado e profissionais de apoio; e proíbe as escolas particulares de cobrarem valores adicionais por esses serviços.

O dia a dia nas escolas

A educadora especial Jéssica Brites atua nessa área há três anos. Atualmente, trabalha na Escola Básica Municipal José do Valle Pereira, no bairro João Paulo, onde 24 estudantes – entre autistas, pessoas com outras síndromes e deficiência intelectual – são atendidos por três professoras especializadas. “Trabalhamos junto com professores regentes e auxiliares, atuando na questão comportamental e de adaptação curricular e, se necessário, fazendo alguma intervenção no ambiente para favorecer o desenvolvimento do aluno”, afirma Jéssica.

Segundo a professora, a maior dificuldade não é lidar com o aluno, mas vencer a resistência da inclusão em sala de aula. “Ela ainda está em processo, tanto nas escolas quanto em algumas famílias e o apoio de ambos é importante para o trabalho dar certo”, afirma.

A atuação desses educadores é de fundamental importância não apenas para quem tem deficiência, mas também para ajudar a vencer a estranheza que as diferenças causam nos companheiros de classe. “Temos três alunos com autismo nas turmas do 1º ano do fundamental e os primeiros contatos geram um estranhamento, mas logo os demais aceitam, aprendem a lidar e a reconhecer as dificuldades do estudante com deficiência”, diz a professora.

Nas salas multifuncionais, o foco é no atendimento individual. Realizado no contraturno escolar para aprimorar o processo de aprendizagem e interação social, o serviço conta com jogos,computadores e play table (mesa com jogos educativos) que estimulam o raciocínio lógico, a coordenação motora, a memória e a concentração. Nesses espaços também são produzidos e adaptados materiais que ajudam na alfabetização, de acordo com as necessidades específicas de cada estudante.

Capital catarinense é modelo nacional

Em Florianópolis, a rede municipal de ensino recebe alunos com todos os tipos de deficiência intelectual, física, sensorial (como cegos e de baixa visão, surdos e com audição parcial), autismo e altas habilidades/superdotação, desde o ano 2000. Mas a inclusão começou antes dessa data, com o atendimento de surdos e cegos na rede escolar.

Atualmente, 1.100 estudantes com deficiência são atendidos por 67 professores  nos níveis infantil, fundamental e EJA (Educação de Jovens e Adultos) nas salas de aula e nas salas multifuncionais, disponíveis em 35 polos instalados em determinadas escolas, atendendo alunos oriundos de várias unidades no entorno. Já dentro das salas de aula, o professor regente conta com o educador especial e professores auxiliares para atender casos específicos, como o autismo e deficiências físicas graves.

Os professores recebem formação do município sobre a educação inclusiva. “Este ano, capacitamos os professores da rede para sensibilizar e fundamentar a concepção da educação inclusiva, oferecendo estratégias e recursos que desmistificam o estudante com deficiência. Essa formação é reforçada pelo especialista em educação especial dentro das escolas, junto com o professor”, diz a gerente de Educação Especial do município, Ana Paula Felipe.

De acordo com a gerente, todo esse trabalho serviu como referência para os documentos legais que resultaram na Política Nacional de Educação Especial. “Florianópolis é uma referência nacional nessa questão da educação inclusiva, que complementa e suplementa a escolarização dos estudantes”, afirma.

Professores especializados como Jessica Brites e Marilene Büttenbender (foto) dão suporte a alunos em salas multifuncionais e nas classes regulares – PMF/Divulgação

Inclusão aumentou quase 500% em dez anos

Segundo dados do Censo Escolar do MEC (Ministério de Educação), o número de alunos com deficiência matriculados em turmas regulares de escolas públicas aumentou 493% em dez anos, saltando de 81.695 estudantes no ano 2000 para 484.332 em 2010. Também em nível nacional, foram implantadas salas de recursos multifuncionais em 83% dos municípios e 42% das escolas públicas, de 2005 a 2010.

Em Santa Catarina, a educação especial é regulamentada pela Resolução 100/2016 do Conselho Estadual de Educação. São considerados público alvo dessa modalidade, as pessoas com deficiência, autismo, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e altas habilidades/superdotação.

Dados levantados pela Secretaria estadual de Educação em junho apontam que 842 escolas oferecem o Atendimento Educacional Especializado. O serviço envolve 6.527 segundos professores que atuam nas classes regulares e contraturno escolar, os quais prestam assistência a 15.034 estudantes com deficiência. A rede estadual conta atualmente com 523,9 mil estudantes matriculados.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Práticas pedagógicas para Deficiência Intelectual

Luciana Brites para o neurosaber.com.br


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Receber alunos com diferentes necessidades simboliza um aprendizado enorme para qualquer educador. Mas, além desse aspecto, podemos afirmar que contar com crianças de perfis variados em um mesmo espaço também significa um desafio considerável. Vamos imaginar, então, o que e quais são as estratégias pedagógicas adotadas pelos professores de estudantes que convivem com a deficiência intelectual (DI).

Se você já trabalha na área de educação especial, o que será tratado neste artigo apenas reforçará o papel desempenhado por toda a sua equipe. Essas práticas visam ao desenvolvimento dos alunos de forma que eles possam adquirir uma autonomia considerável para o cotidiano de todos eles. Antes de mostrar aos leitores algumas das práticas que podem ser aplicadas na rotina dos estudantes, é importante relembrar algumas informações.

O que é Deficiência Intelectual?
A deficiência intelectual é caracterizada pelo funcionamento cognitivo que não corresponde à média esperada, ou seja, que esteja abaixo do que é considerado normal.

Ao longo das décadas, a denominação de deficiência intelectual foi sendo alterada de acordo com a concepção que os estudiosos passavam a ter acerca da doença. Para se ter uma ideia, os profissionais já mencionaram a DI como desenvolvimento cerebral incompleto/ desenvolvimento mental incompleto. Isso há aproximadamente 60 anos.

Práticas pedagógicas para deficiência intelectual: o que considerar?
É imprescindível levar em consideração muitos fatores que dizem respeito às práticas pedagógicas voltadas para os alunos com deficiência intelectual. Afinal, pode haver muita diferença entre eles. Sendo assim, quais quesitos os especialistas devem priorizar na elaboração de currículos?

Bom, a flexibilização curricular é algo que precisa ser pensado tendo em vista a demanda de cada estudante. Diante dos aspectos multifatoriais do corpo discente, vamos enfocar o que deve ser feito sob um aspecto mais geral.

– Currículo adaptado
Isto não significa que o estudante deva ser excluído do restante da turma. Muito pelo contrário, é preciso adequar o currículo de forma que ele possa acompanhar o que é dado. No entanto, não podemos desmerecer o fato de que a criança ou o jovem precise de uma ajuda para tal. O professor pode encontrar alternativas ao que está sendo lecionado.

– Qual a forma de aprendizagem do aluno?
É preciso considerar que um estudante com deficiência intelectual pode ser cinestésico, visual ou auditivo. Isso significa que dependendo da forma mais usual da pessoa alcançar o conhecimento, maiores devem ser as chances de os professores utilizarem tais recursos, a saber:

– Alunos cinestésico: é preciso que eles tenham materiais pedagógicos em que possam ser tocados;

– Alunos visuais: a disponibilização de imagens em cartões e outros suportes são excelentes para propiciar o conhecimento;

– Alunos auditivos: neste caso, as gravações de áudio são muito boas por permitir que os estudantes consigam concatenar melhor o conteúdo.

Avaliações
Assim como citado acima, as avaliações dos alunos que convivem com a deficiência intelectual devem e precisam ser adaptadas de acordo com a habilidade que mais lhes apetecem.

Tempo para avaliações e atividades
A adaptação também é uma prerrogativa dos alunos nessa situação. Há que se ressaltar o seguinte aspecto: o professor nunca apressar o estudante. É preciso deixar a criança ou jovem no seu próprio tempo. O importante é que ele demonstre evolução.

Deficiência intelectual e comportamento adaptativo
Pelo menos desde 2010, o conceito de deficiência intelectual abrange mais a população que vive sob os sintomas do transtorno. Além disso, a partir do ano mencionado, tem-se o conhecimento acerca de um detalhe importante: o teste de inteligência serve para medir o funcionamento intelectual da pessoa. No entanto, o comportamento adaptativo também passou a ser considerado. Dentro desse aspecto estão também as habilidades sociais, conceituais e práticas.


sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Fisioterapia auxilia na inclusão de pessoa com deficiência

Fisioterapeuta e professora da UNINASSAU explica como a área ajuda essas pessoas e quais são algumas das atividades realizadas com eles


Por Berg Braga para o UNINASSAU | uninassau.edu.br

Entre os dias 21 e 28 deste mês, é vivenciada a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. Nesse contexto, a Fisioterapia se destaca como uma das áreas que vem, ao longo das últimas décadas, trabalhando para o bem-estar de pessoas com deficiências. Com suas diversas atividades, o profissional fisioterapeuta colabora na conscientização das diferenças, assim como na diminuição de complicações e no incentivo de uma vida mais independente.

Imagem mostra criança em cima de bolas
Nessas atividades fisioterapêuticas são usados diversos instrumentos e materiais como bolas

A professora do curso de Fisioterapia da Faculdade UNINASSAU Caruaru, Pollyanna Brandão, aponta que um dos objetivos é diminuir a segregação e incluir os pacientes na sociedade. “Pela Fisioterapia, as pessoas com deficiências são acolhidas e as diferenças são trabalhadas. Assim, fazemos um papel de inclusão social, de desenvolver uma melhor funcionalidade trabalhando as deficiências motoras”, destaca a docente, mestre em Saúde da Criança e do Adolescente.

“Para as crianças com deficiência, especificamente, as atividades são voltadas sobretudo para melhorar a qualidade de vida e desenvolver as atividades diárias. Com isso, os pequenos ficam mais independentes, o que evita que as complicações da deficiência aumentem ou venham a ser ainda mais prejudiciais”, informa.

Nessas atividades fisioterapêuticas são usados diversos instrumentos e materiais como bolas suíças, rolo, malhas, além de métodos como o Bobath – um procedimento mais comumente utilizado no atendimento fisioterapêutico de pessoas com problemas neurológicos - e o Parapodium - equipamento utilizado para auxiliar a criança na manutenção da postura em pé, por exemplo.

“Entre essas atividades estão exercícios voltados para promoção de alongamento e fortalecimento de músculos dos membros e do tronco, além da musculatura respiratória”, completa a professora.

Semana Nacional 

A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla acontece todos os anos durante o período de 21 a 28 de agosto, com objetivo de abrir debates e colocar a sociedade em reflexão no dever da igualdade para inclusão. O tema deste ano é "Família e pessoa com deficiência, protagonistas na implementação das políticas públicas."

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Qual a importância da estimulação precoce para os alunos com deficiência que iniciam sua escolaridade nos primeiros anos de vida?

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De acordo com estimativas aceitas mundialmente e divulgadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 10% da população, mundial, apresenta algum tipo de deficiência. Essa porcentagem varia de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das cidades. Portanto, as condições de pobreza, desnutrição e precariedade do atendimento primário à saúde e exclusão social influenciam significativamente este quadro. Essa falta de estímulos, de alimentação adequada, bem como alguns aspectos específicos da família, leva muitas dessas crianças a apresentarem atrasos no desenvolvimento. Atrasos estes que poderiam ser amenizados, em muito, caso fossem detectados precocemente.

O desenvolvimento é um processo de mudanças complexas e interligadas das quais participam todos os aspectos de crescimento e maturação do organismo humano. O movimento implica a elaboração e desenvolvimento de todas as funções mentais e motoras que estão em uma relação dialética constante. Um bom desenvolvimento motor repercute na vida futura da criança nos aspectos sociais, intelectuais e culturais, pois quando alguma dificuldade motora se manifesta, poderá afetar sua autoestima, fazendo com que a criança se retraia ou crie formas compensatórias de interagir com seu meio e seus pares e consequentemente, deixa de realizar ou realiza com pouca frequência determinadas atividades, compatíveis com sua faixa etária.

A capacidade do organismo em se adaptar ao meio e a plasticidade cerebral estão relacionadas diretamente à qualidade, duração e a forma de estimulação que o indivíduo recebe. Ainda, os conceitos de plasticidade sugerem que o sistema nervoso central pode suprir uma função exercida por uma área lesada do encéfalo por outra não lesada ou menos lesada. Pesquisas mostram que se um trabalho de estimulação for realizado de maneira adequada, nos primeiros anos de vida, poderá causar significativas modificações no desenvolvimento global de crianças com deficiência, principalmente quando a intervenção terapêutica é associada ao comprometimento familiar. Quanto mais tarde a criança for exposta a estimulação, mais defasado estará o seu desenvolvimento motor, acarretando perdas irreparáveis de ordem sensorial, espacial, cognitiva etc.

Fonte: Instituto Paradigma | iparadigma.org.br

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Projeto Sorriso Especial - Nazaré

No último mês, estendemos o nosso atendimento odontológico a uma das mães de nossas crianças.

Nazaré e Felipe em 2013

A Nazaré é mãe do Felipe. O pequeno foi abandonado ainda bebê na porta de Nazaré, que prontamente o adotou, abandonando seu trabalho e desde então dedica sua vida exclusivamente ao bem-estar de Felipe.

A rotina da família não é fácil. Com a ajuda de seu companheiro, Nazaré luta diariamente para atender as necessidades de Felipe, que possui encefalopatia crônica, distúrbio que provoca  retardo mental, fraqueza muscular generalizada, dificuldade respiratória, transtorno de humor, problemas com linguagem e no desenvolvimento motor.

Destinando quase todo seu tempo a Felipe, Nazaré acabou descuidando de sua saúde bucal. Em uma de suas visitas a ONG Sorriso Novo, acabamos nos sensibilizando com a história dessa mãe, que mostrava uma autoestima abalada devido a perda de dentes. Nazaré nos contou que evitava sorrir.

Encaminhamos a Nazaré para uma avaliação dentária. Após um breve tratamento clínico, ela já estava pronta para a colocação de uma prótese, a fim de recuperar o sorriso que tanto lhe fazia falta.

A protética Juciane de Lourdes ficou extremamente emocionada com a história de Nazaré e se ofereceu para lhe confeccionar uma ponte móvel, trazendo de volta o seu sorriso e restaurando sua autoestima, até então fragilizada durante anos.

Após a entrega da prótese, Nazaré estava radiante, sua alegria era nítida. Depois de anos insegura com sua aparência, Nazaré pode finalmente sorrir sem medo.

Nazaré após a colocação da prótese

Protética Juciane e Nazaré

Gostaria de ajudar no tratamento de pessoas como Nazaré e das centenas de crianças e adolescentes carentes com deficiência do Complexo da Maré? Saiba como ajudar aqui.

Conheça o Projeto Sorriso Especial aqui.

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

‘Escuta Ativa’ e a musicalidade corporal dos surdos

Documentário mostra ensaios de crianças e adolescentes surdos para sua primeira apresentação. Curta está redes sociais da Orquestra Moderna, projeto que ensina música para pessoas com deficiência auditiva.

Luiz Alexandre Souza Ventura para o Vencer Limites / Estadão


‘Escuta Ativa’, documentário lançado nesta quinta-feira, 1, mostra a preparação de pessoas com deficiência auditiva para sua estreia em apresentações musicais. A primeira parte do curta já está nas redes sociais da Orquestra Moderna (YouTube, Instagram e Facebook) e a apresentação completa chega em novembro.

O filme tem o mesmo nome do projeto desenvolvido dentro da Orquestra Moderna, fundada por Daniel Valeriano, que ensina música a crianças e adolescentes surdos (10 a 16 anos). A ideia surgiu após o diretor observar as mudanças na autoestima dos integrantes a partir do envolvimento com ritmos, vibrações e tempo.

“O registro do processo educativo é importante para marcar o histórico do projeto, para acompanhar a evolução intelectual dos participantes e também para identificar os melhores métodos de inserção de novas linguagens no cotidiano desses meninos e meninas”, diz o diretor da Orquestra Moderna.


“Um dos aspectos que mais emociona é a dedicação e alegria dos garotos por terem a oportunidade de fazer algo que a maioria não imaginava ser possível. Todos ficamos surpresos em ver no dia a dia a forma como eles transpunham barreiras e se engajavam com o que era proposto”, comenta Valeriano.

A viabilidade de ensinar música para surdos era sempre questionada, ressalta o diretor. A equipe de filmagem acompanhou a rotina de ensaios com Charles Raszl e André Venegas, que são artistas e pedagogos especialistas em percussão corporal. Foram seis meses desde o primeiro encontro até a apresentação no Auditório do MASP (Museu de Arte de São Paulo), em novembro de 2018.

Todos os participantes são alunos da Derdic, entidade sem fins lucrativos que atua na educação de surdos e no atendimento clínico a pessoas com alterações de audição, voz e linguagem. A instituição é mantida pela Fundação São Paulo e vinculada à PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Parte dos ensaios foi feita da Derdic, com acompanhamento pedagógico.

O projeto Escuta Ativa convida um novo artista a cada semestre para coordenar e desenvolver trabalhos musicais diferentes com os alunos.

FICHA TÉCNICA – O documentário ‘Escuta Ativa’ foi produzido pela Frontera Filmes, com direção e roteiro de Marcela Chamlian, produção executiva de Luiza Marques da Costa, e direção de fotografia Tiago Pinheiro.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Conheça Georgia Furlan, modelo e influencer com síndrome de Down

Recentemente, a adolescente brasileira foi capa da revista australiana Katwalk Kids Fashion Magazine


Ilca Maria Estevão para o metropoles.com

Adalberto Rodrigues/Reprodução/Instagram/@georgiafurlan.oficial
ADALBERTO RODRIGUES/REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/@GEORGIAFURLAN.OFICIAL

Aos 15 anos, Georgia Furlan já acumula conquistas e adora encarar novos desafios. A brasileira tem síndrome de Down, mas isso nunca foi um empecilho. Com apoio da família, tornou-se modelo e também influencer digital. Em junho, a adolescente comemorou mais uma novidade: foi capa da revista australiana Katwalk Kids Fashion Magazine, da Austrália.

Vem comigo saber mais sobre ela!


Na publicação australiana, Georgia aparece em clima leve e descontraído. A manchete pede mais inclusão e diversidade na moda. Os cliques são do fotógrafo Eduardo Guilhon.

A brasileira adorou o resultado. “Gratidão é a palavra que dorme e acorda comigo! E tudo flui na minha vida com naturalidade”, comemorou nas redes sociais.

O dinheiro arrecadado com as vendas da revista será destinado à instituição Katwalk for Kids, que presta apoio social a crianças carentes e com deficiência, além de promover eventos.



Divulgação/Katwalk Kids Fashion Magazine
Georgia Furlan foi capa da revista australiana em junho
DIVULGAÇÃO/KATWALK KIDS FASHION MAGAZINE

Durante a gestação, Rubia Furlan, mãe de Georgia, não sabia que a filha tinha síndrome de Down. A família só descobriu um dia após o nascimento
“Depois que passou o susto, meu marido me abraçou e falou que não importava o que ela tinha, pois era fruto no nosso amor e íamos lutar juntos. Acredito que essas palavras foram definitivas naquele momento para nos reerguermos e lutarmos pela nossa filha”, destacou Rubia ao portal G1.

Georgia mora em Santa Catarina. Desde pequena, é muito vaidosa e se dá bem com as câmeras. Por isso, teve facilidade para seguir os passos da mãe, que foi modelo de passarela e participou de concursos de beleza.

“Gosto de ser fotografada, gosto de roupa chique e fashion. Adoro maquiagem. Também gosto muito do mundo artístico, de cantar, de atuar”, contou a adolescente.

A carreira como modelo teve início há sete anos, com posts despretensiosos nas redes sociais. Começou por acaso e deu muito certo. Em 2015, a adolescente já havia sido contratada por cinco agências de modelos.

Adalberto Rodrigues/Reprodução/Instagram/@georgiafurlan.oficial
Georgia tem todo o apoio da mãe, que também foi modelo na adolescência
ADALBERTO RODRIGUES/REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/@GEORGIAFURLAN.OFICIAL

Reprodução/Instagram/@georgiafurlan.oficial
Ela adora posar para as câmeras desde criança
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/@GEORGIAFURLAN.OFICIAL

Atualmente, Georgia tem mais de 131 mil seguidores no Instagram. A conta é administrada pela mãe. Além de compartilhar shootings e momentos do dia a dia, ela usa a plataforma para postar mensagens motivacionais.

Neste ano, ela foi finalista do Global Social Awards, na categoria Rising Star. Voltada para influenciadores digitais, a premiação foi realizada em Praga, na República Tcheca.

Reprodução/Instagram/@georgiafurlan.oficial
Georgia faz sucesso nas redes sociais
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/@GEORGIAFURLAN.OFICIAL

Reprodução/Instagram/@georgiafurlan.oficial
Ela divide momentos do dia a dia com os seguidores
e também posta frases motivacionais no Instagram

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/@GEORGIAFURLAN.OFICIAL

Adalberto Rodrigues/Reprodução/Instagram/@georgiafurlan.oficial
“Quero fazer uma novela aqui no Brasil e uma capa de revista aqui também.
Só estou esperando o convite”, disse Georgia ao G1

ADALBERTO RODRIGUES/REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/@GEORGIAFURLAN.OFICIAL

Reprodução/Instagram/@georgiafurlan.oficial
Georgia com a família, no Global Social Awards
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/@GEORGIAFURLAN.OFICIAL

Ao que tudo indica, o sucesso de Georgia Furlan só vai aumentar. Cheia de sonhos e metas, a modelo pretende ganhar cada vez mais visibilidade. Além de modelo, ela quer ser atriz e participar de uma novela no Brasil.

Colaborou Rebeca Ligabue