Como desenvolver o turismo de aventura e educação para pessoas com deficiência PcD e necessidades especiais
Marina Magalhães com sua cadeira especial de treinamento começando sua carreira esportiva. Foto Paula Reis Magalhães.
Pessoas com PcD, (que significa pessoa com deficiência cadeirantes, cegos, surdos etc. Termo utilizado segundo a Convenção sobre dos Direitos da Pessoa com Deficiência das Nações Unidas e conforme o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015)), têm direitos ao Lazer, aprendizado e sua acessibilidade garantida a todos os locais.
No Brasil, segundo o IBGE (2010), 24% da população, cerca de 45 milhões de pessoas tem alguma deficiência ou incapacidade, sendo que 58% têm deficiências visuais, 16% possuem deficiência auditiva e pouco mais de 4% apresentam comprometimentos mentais e/ou intelectuais. A maioria conhecida como PCD, representam 21%. Com base nesses dados, a maioria das pessoas com deficiências auditivas, deficiências mentais / intelectuais e deficiências visuais que, juntas, representam 78% do total, não têm o direito de cumprir suas necessidades.
Para isso as trilhas e caminhos devem ser preparados para serem acessíveis ou terem instrumentos para facilitar o acesso aos locais, ou seja, devem permitir a utilização de todos os usuários, devendo ser implantadas sem comprometer a integridade do local, causando o mínimo possível de impacto em especial para a fauna e flora.
A acessibilidade é garantida por lei, mas, como sabemos, não é colocada em prática tanto quanto deveria, o que dificulta, e muito, a vivência das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida (como é o caso de alguns idosos).
No Brasil já existem leis e normas da ABNT que regem em função da acessibilidade, porém nem sempre são respeitadas ou cumpridas.
É importante destacar que um projeto de trilha em que pessoas com PcD e necessidades especiais possam usufruir, tem destaque atualmente à um crescente público, que tendo apoio e equipamentos especiais, torna seu atrativo acessível aberto a mais um esse grupo de pessoas querendo aventuras e conhecimento, gerando renda.
Trilhas com obstáculos e a falta de equipamentos podem limitar o acesso para apenas aqueles que tem uma cadeira de rodas especial para esporte ou aventuras. A sugestão é que com a disponibilidade desses equipamentos sempre com uns acompanhantes preparados para evitar as quedas, ou que algumas melhorias nos caminhos e estas realmente em sua totalidade tenham a segurança necessária para os cadeirantes, possamos abrir novos rumos para melhoria na qualidade de vida dessas pessoas e todos os envolvidos, geração de renda e novos empregos no ecoturismo de inclusão.
EQUIPAMENTOS "RADICAIS" PARA PESSOAS COM PCD
Marina Magalhães com sua bike especial para treinamento.
Para praticar esportes e fazer trilhas com acessibilidade devem ter equipamentos como Cadeiras de rodas especiais, como uma cadeira de rodas "todo-terreno" que permite a prática de caminhada ou corrida para qualquer pessoa com mobilidade reduzida ou com deficiência, criança ou adulto, mesmo em alguns casos muito dependente, com a ajuda de pelo menos dois acompanhantes, as trilhas podem ser praticadas com segurança.
Cadeira especial para trilhas.
TRILHA NATURAL EM BRAILLE
A primeira trilha Braille Nature Trail foi implantada em 1967 próximo a Aspen, Colorado. Por um professor de ciências chamado Bob Lewis. O alfabeto Braille, acessível aos deficientes visuais e com sinais informativos em Braille que envolveriam os visitantes em experiências sensoriais, aproximando os as pessoas da natureza. O conceito "Braille Nature Trail" nasceu, e está se difundindo no mundo todo.
Com a simples colocação de placas com sinais informativos ao longo dos caminhos guiados por uma corda as trilhas passam a ter acesso a esse grupo de pessoas, carente por aventuras.
TRILHAS SENSORIAIS
Trilha sensorial é aquela que faz com que o indivíduo passe por uma experiência dando ênfase aos sentidos e as sensações, como o toque, sons, e cheiros por exemplo.
As trilhas sensoriais foram pensadas para gerar uma experiência enriquecedora e para proporcionar um momento inesquecível, principalmente pelo fato de estimular o contato entre objeto e participante, estimulando sentidos. Podendo ser aplicada a todas as pessoas.
Estima-se que 30 milhões de brasileiros apresentam alguma forma de deficiência física, sensorial ou mental, é importante lembrar que estas pessoas não são incapazes, apenas necessitam valorizar suas habilidades, e aceitar suas limitações, escolhendo as atividades em que possam participar e realizar.
Trilhas ecológicas são uma excelente opção, mas estas devem ser acessíveis sempre. Abrindo assim novos caminhos para inclusão de pessoas especiais, educando, divertindo e desenvolvendo a sustentabilidade para todos.
Conhecer para conservar, com um super agradecimento a Paula Reis Magalhães, Tom Magalhães e Marina Magalhães pelas fotos, muitas trilhas e aventuras para vocês meus grandes amigos.
Marcelo Tonini