sexta-feira, 29 de abril de 2022

Criança com deficiência ganha prótese em 3D com estampa do Capitão América

istoe.com.br

O dia de uma criança de 5 anos fã do Capitão América foi duplamente feliz nesta terça-feira (26). Isso porque ela ganhou uma prótese desenvolvida em impressora 3D de um centro universitário de Brasília (DF). Além disso, o equipamento veio estampado com cores e símbolos do seu herói favorito.

O projeto que Raphael de Oliveira Batista participou monta e próteses de mão feitas em impressoras 3D e distribui gratuitamente. A criança nasceu sem a mão esquerda devido a uma deficiência causada pela síndrome de Poland.

Larissa Cayres, responsável pelo projeto na instituição, conta que existem algumas condições para que as próteses funcionem. “Elas abrem e fecham usando a flexão do punho ou cotovelo para criar a tensão para fechar os dedos. Portanto, o indivíduo que vai recebê-las deve ter um punho ou cotovelo funcional para poder tirar o máximo proveito na utilização dos dispositivos”.

“Só com a prescrição de prótese é iniciado o processo de modelagem e impressão do dispositivo de acordo com as medidas do paciente e necessidades de adaptação. Também é feita avaliação junto a família e ao futuro usuário da prótese, explicando como é feito o uso, indicando as possibilidades e limitações”, completa.

“Ela vai me ajudar a andar de bicicleta, a escalar nos brinquedos”, conta Raphael, animado. 

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Cresce adoção de crianças com deficiência no Brasil

Campanhas da Justiça e 'cegonhas' ajudam, mas ainda há desafios em processos mais difíceis, como de adolescentes ou grupos de irmãos

Júlia Marques para o terra.com.br

Taís, o marido e a menina. ‘Eu falo ‘filha’ e ela olha para mim porque sabe que sou a mãe dela'
Foto: Daniel Teixeira / Estadão

No ano passado, uma "cegonha" sobrevoou a vida de Taís Rodrigues, de 38 anos. Não trazia um bebê, mas uma mensagem: havia uma menina, de apenas um ano, sem lar. Fã do desenho da Galinha Pintadinha, como vários meninos e meninas na idade dela. E com atraso no desenvolvimento, como tantas crianças brasileiras. A cegonha, assim chamada por Taís, era uma voluntária em um grupo de apoio à adoção.

Taís já estava à espera de um filho por meio da adoção, mas quando entrou na fila para adotar havia descartado, inicialmente, a possibilidade de ser mãe de uma criança atípica. O contato com cursos online sobre o assunto começou a abrir os horizontes da família, até que ela recebeu a mensagem da cegonha. Maria (nome fictício), hoje com 2 anos e meio, foi adotada em setembro de 2021.

"Construímos o amor todos os dias. Começamos a criar vínculos e hoje a gente não vê mais a casa sem ela", conta a mãe, que mora em São Paulo. Maria nasceu com síndrome alcoólica fetal, causada pela exposição ao álcool durante a gravidez. Depois da adoção, passou por internações e cirurgias. Hoje, consegue sentar sozinha, ficar de pé e já ensaia os primeiros passos. "Eu falo 'filha' e ela olha para mim porque sabe que sou a mãe dela."

Em abrigos, é comum encontrar crianças com deficiências ou problemas de saúde. Já entre quem deseja adotar ainda são raros os pretendentes. Entre 2019 e o ano passado, o número de adoções de crianças com deficiências, doenças infectocontagiosas ou problemas de saúde cresceu, conforme o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento. Hoje, entre as adoções, 9,6% são de crianças com problemas de saúde. Dois anos atrás, o porcentual era de 2,3%. Em relação a deficiências, a taxa foi de 0,6%, em 2019, para 3% em 2021. E, para doenças infectocontagiosas, o porcentual no mesmo período avançou de 0,3% para 1,3%.

Os números ainda são considerados tímidos, mas, segundo especialistas, já refletem os resultados de ações de tribunais de Justiça e das "cegonhas", em grupos de apoio à adoção - há dezenas espalhados pelo Brasil. Além de ampliar essas taxas, o desafio agora é incentivar processos mais difíceis, como de adolescentes ou grupos de irmãos com deficiência. "Não é um processo rápido, mas temos visto cada vez mais a adoção de crianças maiores, crianças especiais e grupos de irmãos", diz a juíza Noeli Salete Tavares Reback, presidente do Colégio de Coordenadores da Infância e Juventude dos Tribunais de Justiça. Noeli cita normas que preveem agilidade na adoção de crianças com deficiência e outras diretrizes que estabelecem prazos para processos.

Hoje, para entrar na fila da adoção, é preciso fazer um curso sobre o tema. Algumas dessas formações são oferecidas pelos tribunais; outras, por grupos especializados na área. Durante o cadastro na Justiça, os pretendentes indicam qual o perfil de criança ou adolescente está disposto a receber (o que inclui etnia, idade e doenças). Esses critérios podem ser alterados durante o processo.

Para a advogada Cecília de Albuquerque Coimbra, vice-presidente do grupo de apoio à adoção Acolher, em Mairiporã, na Grande São Paulo, o acesso à informação pela internet estimula mudanças. "Temos conhecimento maior sobre autismo ou doenças relacionadas à gravidez, como a síndrome alcoólica fetal. Sabemos os tratamentos", diz Cecília, que atua há 20 anos como voluntária na área. "Hoje raramente encontramos um casal que não aceite uma criança HIV positivo", exemplifica.

No grupo Acolher, há rodas de conversa com encontros periódicos para pretendentes começarem a desenhar seus projetos de adoção. Histórias de quem adotou - percalços e alegrias - também são apresentadas. A troca de informações é fundamental. Aquele que fica em casa esperando o telefone tocar tem o perfil mais restrito. Até quem ainda nem está na fila de adoção, mas se interessa pelo tema, pode buscar palestras nas redes sociais.

Embora desejáveis, mudanças no perfil para receber crianças ou adolescentes com deficiência ou doenças devem ser avaliadas com cuidado. "Não pode ser algo para que o filho chegue antes", explica Jussara Marra, vice-presidente da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad). Como há poucos pretendentes no perfil, essas adoções costumam andar mais rápido. As famílias são orientadas a não dar um passo além da conta, sob risco para a criança. "Incentivamos que isso seja muito refletido, levado até para terapia, para que adoções que demandam preparação aprofundada sejam um sucesso."

A assistente social Erika Santos, de 38 anos, buscou o máximo de informações relacionadas ao transtorno do espectro autista (TEA) depois de receber a ligação do fórum, sobre um menino de 2 anos, com grau moderado a severo. Em um abrigo desde o primeiro mês de vida, no Vale do Jequitinhonha, já havia recebido a visita de uma pretendente que recusou seguir porque ele não fazia contato visual.

"Quando a gente engravida, não consegue prever quem vem", diz Erika. No início da aproximação com João (nome fictício), quando ele estava no abrigo, confessa ter sentido um "frio na barriga" por não conseguir arrancar um sorriso do bebê. Logo passou. "Entendi que não posso cobrar da criança. A cobrança tem de ser para o adulto", afirma.

Em janeiro deste ano, João ganhou um lar e hoje, quando caminha pela rua com a família, sabe reconhecer a casa onde vive. Na cozinha, pega o leite na geladeira e aponta para o micro-ondas. Acorda cantando. Também chama a "mamã", o "papá" e diz até "amo irmão" - Erika tem outro filho, de 11 anos. "O amor é idêntico. A dedicação é maior porque a necessidade é maior. Eu me sinto mãe demais, mãe de dois." Para Erika, os estímulos recebidos em casa têm ajudado João a avançar na comunicação.

Estudos internacionais já demonstraram que há dificuldade em criar vínculos duradouros nos abrigos, por melhor que sejam. "Muitos aspectos do desenvolvimento dependem de a criança se sentir segura, estabelecer relações de confiança. O que acontece muitas vezes nas instituições é que as pessoas (cuidadores) estão ali por determinado período", diz Elisa Altafim, doutora em saúde mental e especialista em parentalidade da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. A convivência familiar é direito da criança e adolescente.

Além de palestras e cursos para pretendentes, conhecer de perto a realidade de abrigos é importante, diz Silvana do Monte Moreira, presidente da Comissão de Adoção do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM). Hoje, há 29,8 mil crianças ou adolescentes acolhidos, ou seja, que não estão nas famílias de origem. A idade média das crianças e dos adolescentes disponíveis para adoção é de 9 anos e há mais adolescentes cadastrados no sistema do que pretendentes.

"É muito difícil amar o que não se vê", diz Silvana. O IBDFAM apoia iniciativas como o projeto Abrigo de portas abertas, que promove visitas de pretendentes a instituições de acolhimento no Rio. Outra ferramenta cujo uso é incentivado é a busca ativa: quando os perfis de crianças são apresentados aos pretendentes. Isso já é feito por alguns tribunais com a ajuda de "cegonhas" de grupos de apoio à adoção, mas se tornou regra após a publicação de portaria neste mês pelo Conselho Nacional de Justiça. Pretendentes poderão ter acesso à fotografia e a depoimentos de crianças ou adolescentes que tiveram esgotadas todas as possibilidades de buscas nacionais e internacionais. A busca ativa deve incluir meninos e meninas com deficiência.

Quando decidiu adotar uma criança, Arely Vieira, de 39 anos, não estabeleceu limites. A experiência com o caçula, diagnosticado com transtorno do espectro autista, já havia feito a família passar a enxergar com um olhar mais sensível a situação de crianças em desenvolvimento atípico. Aos 9 anos de idade, a Bete, uma menina com deficiências múltiplas, chegou para aumentar a família.

"Na casa de acolhimento não existe criança perfeita. Ela vem com dificuldades, traumas", afirma Arely, que mora com o marido, um motorista de ônibus, no interior paulista. A adoção da Bete foi feita com tempo e cuidado para que principalmente o caçula, Samuel, se adaptasse à irmã. Além de Samuel, Arely tem outros dois filhos biológicos, hoje com 22 e 16 anos.

Em 2018, a família decidiu voltar para a fila de adoção. Quase instantaneamente foi avisada sobre a presença de um adolescente de 14 anos com tetraplegia em um abrigo. "Imaginei um rapaz grande, mas era um menino muito pequeno, pesava 9 quilos, e tinha o corpo muito debilitado. Era surreal", lembra Arely. "Pedi para pegar no colo e, naquela hora, dei à luz o Henrique."

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Como preparar crianças com autismo para ler e escrever?

 Luciana Brites, Psicomotricista, para o neurosaber.com.br

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Nada mais essencial na vida de uma pessoa do que o domínio da leitura e da escrita. É inegável a importância que essas habilidades exercem no dia a dia, não só na questão pedagógica e profissional, mas até mesmo pela autoestima, algo tão necessário para todo ser humano. O foco deste artigo será um público específico: as crianças com autismo.

O ensino de leitura e escrita para esse público é de extrema necessidade como um passo para a autonomia os pequenos e adolescentes. Vale lembrar que quanto antes a criança for estimulada, mais fácil pode ser sua aprendizagem.

Não são poucas as dúvidas que permeiam a vida dos pais em relação ao aprendizado da leitura e da escrita. Sendo assim, vamos mostrar a vocês as principais informações que temos a respeito do tema.

Metodologia fônica: técnica que mostra eficiência

Tal método consiste em enfocar não só o nome das letras, mas o som delas também. Isso significa que as crianças com autismo, ao serem alfabetizadas, trabalham a sonorização das letras. Essa metodologia considera o fato de o som é assimilado de forma mais satisfatória no cérebro.

Como é o funcionamento da metodologia fônica?

As crianças com autismo precisam de um acompanhamento que seja efetivo no ensinamento da leitura e da escrita. Sendo assim, a metodologia fônica tem um papel fundamental no desenvolvimento de tais certas habilidades.

A técnica funciona da seguinte maneira: quando o professor vai apresentar o som das letras, peguemos como exemplo as vogais, o nome da letra já é o som que ela emite (a, e, i, o, u).

No caso das consoantes, precisamos fazer um pouco diferente e trabalhar não só o nome da letra, mas o som que ela faz. Por exemplo:

– Letra F

– Qual o som que ela faz? Mordemos levemente o lábio inferior e soltamos o ar entre os dentes (ffff…)

– Letra M

– Qual o som que ela faz? Juntamos o lábio superior e inferior, então soltamos a voz com a boca fechada (mmmm….)

Quais são as formas de estimular a alfabetização?

– Utilizando o visual

Os educadores podem trabalhar a necessidade visual do estudante usando uma série de imagens enquanto eles ensinam o conteúdo. Tudo isso sem abrir mão de conduzir discussões e explicações.

Por exemplo, quando os alunos estão estudando sobre um filme, o professor pode fornecer às crianças com autismo (e talvez a toda a classe) uma linha de tempo dos eventos na história do filme. Essa tática ajuda não só no estabelecimento de um raciocínio, mas da comunicação oral também.

– Unindo as letras e formando palavras

Quando os educadores trabalham o som da letra, a criança com autismo passa a ter a percepção de unir as letras e formar as sílabas. Importante ressaltar que o processo de alfabetização se torna mais simples e mais adequado. Além disso, alfabetizá-las passa também a ser algo mais efetivo para essas crianças, contribuindo para o aprendizado da leitura e da escrita.

A importância de uma equipe voltada para o desenvolvimento

A questão da leitura e escrita direcionada para crianças com autismo é algo que depende de muito preparo por parte dos profissionais. O acompanhamento feito por uma equipe multidisciplinar é necessário.

Profissionais como analistas comportamentais, psicopedagogos, fonoaudiólogos e neuropediatras são imprescindíveis; principalmente por envolver uma área tão sensível como a comunicação e a linguagem dos pequenos.

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Dicas de festa junina para crianças com autismo

Junho significa fogueira, bandeirinhas, dançar quadrilha, pé de moleque, pipoca, bombinhas, fogos de artifícios e roupas de caipira.

A maioria dos pais de crianças com autismo adorariam ver seus filhos participando da quadrilha da escola e da Festa Junina. No entanto, sabemos que para essas crianças muitos obstáculos podem aparecer e impedir que este momento seja feliz e livre de problemas.

Devemos considerar que as crianças com autismo e outros transtornos podem apresentar sensibilidade a certos estímulos, como texturas, cores, cheiros, ruídos altos, os quais tornam difícil tanto vestir a roupa de caipira, quanto participar da Festa Junina.

Veja algumas dicas para tornar esta festa uma experiência gostosa e sem dificuldades para as crianças com autismo e seus pais:

▪ Colocar a roupa de caipira dias antes da festa. Certifique-se de que seu filho se sinta bem com a textura da roupa. Caso a criança fique incomodada com a fantasia, improvise usando camisa xadrez e calça ou saia jeans. Treine antes, também, colocar a maquiagem e o chapéu. Deixe seu filho usar a roupa de caipira em casa para se acostumar bem antes do dia especial. Caso o seu filho não tolere permanecer com o chapéu na cabeça ou prender o cabelo, não insista!

▪ Praticar em casa a dança ou quadrilha. Coloque a música e treine com seu filho os passos da dança. Caso a criança tenha acompanhante terapêutico (A.T.), combine com a equipe da escola como será no dia. Ajustes podem ser feitos para melhor adequar a situação para a criança. Por exemplo, a criança ficará com a A.T. desde o início da festa para evitar recusa na hora da dança, ou é melhor ficar com os pais até a hora da dança?

▪ Mostrar imagens sobre a festa junina e o que irá acontecer no dia pode ser muito útil. Peça para a equipe da escola tirar fotos da criança ensaiando a dança. Monte uma história com as imagens descrevendo o que irá acontecer no dia da Festa Junina. Lembre-se de explicar na história que a criança irá para escola no dia da festa não para estudar, mas para dançar, brincar nas barraquinhas e comer várias coisas gostosas. Por isso, ela não irá usar uniforme. Mudanças na rotina podem ser complicadas. As crianças podem não entender porque estão indo para a escola no final de semana e sem uniforme. O aglomerado de gente pode ser difícil para a criança e comportamentos inadequados podem ocorrer em decorrência da mudança da rotina.

▪ Assistir vídeos de fogos de artifícios. O barulho alto pode ser um estímulo aversivo para algumas crianças. Se este for o caso, inicie com o vídeo em volume baixo e, aumente gradualmente o volume à medida que a criança for aceitando o ruído dos fogos. Treine também, as bombinhas (estalinhos). Explique para a criança que a bombinha é apenas um barulho alto, mas que não machuca.

▪ Não há problema em ficar em casa. Se você achar que o seu filho não vai aproveitar a Festa Junina, você pode fazer a sua própria festa. Decore a sala com bandeirinhas, faça pipoca e dance ao ritmo da música caipira.

A Festa Junina deve ser um momento divertido para toda a família! Por isso, sempre que necessário, considere as alternativas para o seu conforto e do seu filho.

Fonte: Stimulus ABA

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Tênis da Nike, que pode ser calçado sem uso das mãos, chega ao Brasil

Por Monique de Carvalho para o sonoticiaboa.com.br


O tênis é vendido no Brasil por valores a partir de R$ 500 - Foto: divulgação

Em fevereiro de 2021 a Nike anunciou o lançamento do primeiro tênis “hands-free”, para que pessoas com algum tipo de deficiência pudessem ter mais acessibilidade também com calçados.

Na época, a novidade se tornou a sensação da web, mas o tênis só estava disponível nas lojas dos Estados Unidos. A notícia boa é que os brasileiros agora poderão adquirir o GO FlyEase sem precisar importá-lo!

A Nike anunciou a chegada do tênis em nosso país. Ele custa R$ 850 para adultos e R$ 500 para crianças, em média.

A inspiração

A ideia de criar um tênis para pessoas com deficiência surgiu após a empresa receber uma carta bastante comovente, de um jovem chamado Walzer.

O jovem contava que a maior dificuldade que tinha na vida era amarrar os tênis. Por ter paralisia cerebral, Walzer perdeu algumas capacidades motoras.

Ele escreveu:

Meu sonho é ir para a faculdade de minha escolha sem ter que me preocupar com alguém que vem amarrar meus tênis todos os dias. Usei tênis de basquete Nike a vida toda. Só posso usar esse tipo de tênis, porque preciso de apoio de tornozelo para andar. Aos 16 anos, sou capaz de me vestir completamente, mas meus pais ainda precisam amarrar meus sapatos. Como um adolescente que está se esforçando para se tornar totalmente autossuficiente, acho isso extremamente frustrante e, às vezes, embaraçoso”.

A carta de Walzer inspirou o designer da Nike, Tobie Hatfield, a criar um calçado que atendesse às necessidades específicas do jovem. Ele cria designs para atletas paraolímpicos e entrou em contato com o adolescente.

“Trabalhei com Matthew como faria com qualquer atleta. Foi um prazer trabalhar com ele”, disse Tobie.

Durante vários meses, o designer enviava protótipos para Walzer experimentar e dar o feedback, até que a versão final do tênis ficou pronta.

Mercado brasileiro

O Nike GO FlyEase hands-free chegou ao Brasil e pode ser adquirido nas principais lojas de tênis ou no site da própria marca.

São diversos modelos, todos com o mesmo padrão de acessibilidade – a flexibilização que “abre” o tênis para facilitar o encaixe no pé.

A Nike também informou que novos modelos e cores serão implementados no mercado ao longo dos meses.


Matthew e o designer da Nike, Tobie Hatfield Foto: Divulgação

Com informações de Nike

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Dia Mundial do Autismo pede inclusão em todos os aspectos

Campanha nacional de 2022 diz: “Lugar de autista é em todo lugar!” com a hashtag #AutistaEmTodoLugar

Francisco Paiva Jr. para o canalautismo.com.br

Cartaz da campanha 2022 do Dia Mundial de Conscientização do Autismo - Canal Autismo / Revista Autismo
Instituto Mauricio de Sousa / Canal Autismo / Revista Autismo

A campanha nacional de 2022 para celebrar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo traz o tema “Lugar de autista é em todo lugar!” (com a hashtag #AutistaEmTodoLugar), pedindo inclusão em todos os aspectos, em todos os âmbitos, em todo lugar. A data é celebrada todo 2 de abril, criada em 2007 pela ONU (Organização das Nações Unidas), quando cartões-postais de todo o planeta se iluminam de azul — no Brasil, o mais famoso é o Cristo Redentor — para lembrar a data e chamar a atenção da mídia e da sociedade.

O número de referência mundial da prevalência de autismo é do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA, que aponta 1 criança com autismo a cada 44 nascimentos nos números divulgados no fim de 2021. O Brasil não tem números oficiais e, neste ano, pela primeira vez teremos uma pergunta sobre autismo no Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

André e a Turma da Mônica

O cartaz oficial da campanha é estrelado pelo André, o personagem autista da Turma da Mônica, graças à parceria da Revista Autismo com o Instituto Mauricio de Sousa. “Criamos o André inicialmente para participar de vídeos e revistas institucionais e conscientizar os pais sobre os sinais do autismo. Hoje, ele integra as historinhas da Turma da Mônica, mostrando às crianças como podemos aprender com as diferenças. Eu mesmo tenho aprendido muito desde a criação do personagem. Ficamos muito satisfeitos de ter o André na campanha”, diz Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica e presidente do Instituto Mauricio de Sousa.

Em 2019, Mauricio de Sousa fez uma tirinha especial para o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, que é muito usada até hoje. O objetivo da data é alertar adultos e crianças sobre a importância de se informar a respeito do autismo, cada vez mais diagnosticado em todo o mundo por conta de maior disseminação de informação. Em parceria com a revista, toda edição da publicação traz uma história em quadrinhos inédita do André e a Turma da Mônica, já foram publicadas 5 histórias na revista, além da tirinha especial.

Tirinha exclusiva da Turma da Mônica e o André para o Dia Mundial de Conscientização do Autismo - Revista Autismo

#AutistaEmTodoLugar

O tema deste ano — com a frase da mãe e ativista Fátima de Kwant: “Lugar de autista é em todo lugar!” — vem mostrar a importância de incluir as pessoas autistas nos mais diversos “lugares” da sociedade. O autismo tem um grande espectro de variedade e diversidade de pessoas e da maneira como o autismo caracteriza suas vidas, porém, todas elas, sem exceção tem seu lugar e o direito de estar e fazerem o que quiserem.

Mais conteúdo sobre autismo e o “2 de abril” podem ser obtidas no site da Revista Autismo (CanalAutismo.com.br/DiaMundial), publicação gratuita, impressa, distribuída em todos os estados do Brasil, e também digital. No site da ONU (www.un.org/en/events/autismday) também há mais informações sobre a data.

Autismos

Pode-se dizer que há vários tipos ou subtipos de autismo, pois o transtorno é caracterizado por déficits, de qualquer nível, em duas importantes áreas do desenvolvimento: comunicação social (socialização e comunicação) e comportamento (movimentos repetitivos e interesses restritos). O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), portanto, afeta cada pessoa de maneira única. Não há um autista igual ao outro — nem em gêmeos idênticos.

Estudos recentes (principalmente uma grande pesquisa científica publicada em 2019, com mais de 2 milhões de indivíduos, em cinco países) têm demonstrado que fatores genéticos são os mais importantes na determinação de suas causas (estimados entre 97% e 99%, sendo 81% hereditário), além de fatores ambientais (de 1% a 3%). Existem atualmente mais de 900 genes já mapeados e implicados como fatores de risco para o transtorno.

No Brasil, a “Lei Berenice Piana” — Lei 12.764, de 2012, que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, regulamentada pelo Decreto 8.368, de 2014 —  garante os direitos dos autistas e os equipara às pessoas com deficiência. A legislação, porém, saiu minimamente do papel até agora.

Estimativa: 2 milhões

EUA publica nova prevalência de autismo: 1 a cada 44 crianças, com dados do CDC — Canal Autismo / Revista Autismo

Apesar da prevalência norte-americana de 1 a cada 44 crianças, que são referentes a uma pesquisa de 2018, com número de homens quatro vezes maior que o de mulheres, a ONU, através da Organização Mundial da Saúde (OMS), considera uma estimativa conservadora, de que aproximadamente 1% da população mundial esteja dentro do espectro do autismo, a maioria sem diagnóstico ainda. No Brasil não sabemos a prevalência de autismo, temos apenas um estudo de prevalência de TEA até hoje, um estudo-piloto, de 2011, em Atibaia (SP), de 1 autista para cada 367 habitantes (ou 27,2 por 10.000) — a pesquisa foi feita apenas em um bairro de 20 mil habitantes daquela cidade. Segundo a estimativa da OMS, o Brasil pode ter mais de 2 milhões de autistas. O Censo 2022 poderá dizer o número de diagnósticos do país, não o número total de pessoas autistas.

Sinais de autismo

A seguir, relacionamos alguns sinais de autismo. Apenas três deles presentes numa criança de um ano e meio já justificam uma suspeita para se consultar um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da juventude.

  • Não manter contato visual por mais de 2 segundos;
  • Não atender quando chamado pelo nome;
  • Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
  • Alinhar objetos;
  • Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;
  • Não brincar com brinquedos de forma convencional;
  • Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
  • Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
  • Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia);
  • Não compartilhar seus interesses e atenção apontando para algo, ou não olhar quando apontamos algo;
  • Girar objetos sem uma função aparente;
  • Interesse restrito ou hiperfoco;
  • Não imitar;
  • Não brincar de faz-de-conta.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

No Dia do Autismo, mães lamentam ausência de educação inclusiva

Em Vitória, Serra, Vila Velha, Cariacica e na rede estadual, direitos dos autistas continuam letra morta

FERNANDA COUZEMENCO para o seculodiario.com.br

No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado todo dia 2 de abril, mães de crianças e adolescentes com essa condição de saúde lamentam que um dos principais direitos garantidos a seus filhos, a educação inclusiva, continua sendo letra morta, dez anos após a legislação específica sobre o assunto, a Lei Federal n° 12.764/2012 (Lei Berenice Piana), que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista [TEA]. 

O TEA é caracterizado por um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta principalmente a comunicação e o comportamento. Segundo o Ministério da Educação, atinge cerca de dois milhões de pessoas no Brasil e 70 milhões no mundo, atualmente. Por meio da Lei Berenice Piana, "o gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa de três a 20 salários mínimo". 

A punição legal expressa para a negativa de matrícula foi fundamental para que as crianças e adolescentes pudessem integrar formalmente as redes de ensino. Na prática, no entanto, o que infelizmente as famílias relatam é que, apesar da presença física nas salas de aula, a inclusão efetiva está longe de acontecer, o que faz com que muitas cheguem a abandonar os estudos por absoluta falta de condição de continuar a frequentar o ambiente escolar, que torna-se excessivamente tóxico, em muitos casos, levando até a tentativas de suicídio

"É frustrante para uma mãe levar seu filho na escola sabendo que ele vai ficar jogado, sem interagir com a aula, com as outras crianças. E tem os casos das crianças mais arredias, como o Samuel, em que ou a mãe fica lá com a criança dentro da sala, ou não leva para escola. Nossos filhos são invisíveis", desabafa Fátima Neves, mãe de uma criança autista de quatro anos, matriculada na Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI) Normília da Cunha, em Jabaeté, Vila Velha.

No município canela-verde, o coletivo Mães Eficientes Somos Nós (MESN) começa a fazer suas primeiras mobilizações, depois de um histórico de luta na rede municipal da Serra, onde a maioria das mães reside e já conseguiu audiência com o prefeito, Sergio Vidigal (PDT), além da rede estadual de educação, que também tem sido debatida em Grupos de Trabalho com encontros quinzenais, agendados após audiência das mães com o governador Renato Casagrande (PSB) e seus secretários de Educação e Saúde, Vitor de Angelo e Nésio Fernandes. Em todas, a situação de descaso e improviso é a mesma.

 Leia a matéria completa em seculodiario.com.br

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Alunos com deficiência sofrem com a falta de apoio nas escolas de São Paulo, dizem pais

Segundo a prefeitura, há 18,2 mil estudantes com deficiência e 4.000 funcionários para auxiliá-los

 
Sheila e o filho Felipe, um dos 18,2 mil alunos com deficiência matriculados na rede municipal de São Paulo - Bruno Santos/ Folhapress
 
São Paulo - Pais de alunos com deficiência relatam que os filhos estão com dificuldades de acompanhar as aulas, neste começo de ano letivo, em razão da falta de agentes que os auxiliem durante atividades, locomoção, higiene e alimentação na rede municipal de São Paulo.
 
Os responsáveis dessas crianças e adolescentes, matriculados em escolas situadas nas regiões oeste, norte e sul da cidade, têm relatado estas situações por meio de carta ou abaixo-assinado.
 
Em nota à reportagem, a Secretaria Municipal de Educação (SME) diz que está com processo seletivo para recrutar até 6.000 estagiários —estudantes de pedagogia e licenciaturas como letras, matemática, geografia, história, educação física, inglês e artes— para auxiliarem os professores nas turmas em que há estudantes com deficiências ou transtornos do espectro autista (TEA).
 
Leia a matéria completa em folha.uol.com.br