Cientistas encontraram a diferença na resposta das pupilas à luminosidade, que é mais lenta em pacientes com o transtorno
Paula Felix para veja.abril.com.br
Um teste chamado reflexo pupilar à luz, que permite fazer a medição de mudanças nas pupilas dos olhos quando expostas à luminosidade, demonstrou ser um possível aliado para o rastreamento de casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças, segundo um estudo realizado pela Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos. A partir do exame, os cientistas perceberam que há diferenças significativas no tempo de resposta das pupilas para se contrair diante da luz e também para voltar ao normal com a remoção da fonte de luminosidade.
Na pesquisa, 36 crianças e adolescentes de 6 a 17 anos com diagnóstico de autismo, condição que afeta a comunicação e a interação social, foram submetidas ao teste de luz, e os resultados foram comparados a um grupo de 24 crianças típicas. Foi dessa forma que os cientistas encontraram a diferença na resposta das pupilas, que é mais lenta em pacientes com TEA. O achado foi publicado na revista Neurological Sciences.
“Sabemos que, quando intervimos em idades entre 18 e 24 meses, há um impacto em longo prazo nos resultados. Intervir durante essa janela crítica pode ser a diferença entre uma criança adquirir a fala verbal e permanecer não verbal”, explicou, em comunicado, Georgina Lynch, primeira autora do estudo. Nos Estados Unidos, a idade média para diagnóstico do transtorno é de 4 anos.
Agora, o grupo de Lynch pretende ampliar os estudos com 300 ou mais crianças de 2 a 4 anos para se chegar a um dispositivo portátil que agilize a triagem de pacientes pediátricos com suspeita do transtorno. A pesquisadora também elabora a solicitação da aprovação de pré-mercado da Food and Drug Administration (FDA) para permitir que o equipamento possa ser utilizado em clínicas pediátricas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário