O que é a Paralisia Cerebral?
A Paralisia Cerebral é uma perturbação do controle da postura e movimento que resulta de uma lesão ou anomalia cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
Não há dois casos semelhantes e não é progressiva.
Algumas pessoas têm perturbações ligeiras, quase imperceptíveis, que as tornam desajeitadas no andar, falar ou usar as mãos. Outras são gravemente afetadas com incapacidade motora grave, impossibilidade de andar e falar, sendo dependentes nas atividades da vida diária. Entre este dois extremos existem os casos mais variados. De acordo com a localização das lesões e áreas do cérebro afetadas, as manifestações podem ser diferentes. Como você pode ajudar o desenvolvimento do seu filho?
• A motricidade
• A alimentação
• Os cuidados de higiene e a autonomia
• A comunicação e linguagem
• A educação e o desenvolvimento da criança
A colaboração dos Pais no tratamento é indispensável.
Ao lidarmos com uma criança com Paralisia Cerebral damo-nos conta de uma variedade de problemas, tais como: não segurar a cabeça, não se manter sentada, não andar ou então mover-se de uma maneira descontrolada e insegura.
O Fisioterapeuta, ao longo de várias sessões de tratamento, vai ajudar os pais a compreender melhor os problemas do seu filho e a lidar com ele de uma forma mais adequada.
Ao manejar e posicionar o seu filho é importante movimentá-lo devagar, dando-lhe oportunidade de se ajustar às mudanças de posição.
Só o tratamento que a criança faz no Centro não chega.
A Alimentação
No primeiro ano de vida um dos problemas que se coloca aos pais é a alimentação.
Ao nascer algumas crianças apresentam uma sucção tão fraca que têm muita
dificuldade em chupar o peito ou o biberão, principalmente se estiverem
muito tempo com sonda.
Os movimentos dos lábios, língua, palato e mandíbula podem estar afectados dificultando a mastigação e o engolir (deglutição).
Quando é tempo de modificar a alimentação o problema torna-se maior,
pois a mãe, não sabendo como ultrapassar as dificuldades, continua a dar
papas em vez de alimentos mais sólidos.
Dê atenção à posição em que se dá de comer ao seu filho.
A posição durante a alimentação deverá
ter em conta a idade da criança e deve permitir um bom controlo da
postura e dos movimentos, impedindo sobretudo o atirar a cabeça para
trás. Tanto ao colo, como numa almofada ou num banco especial é
importante que a mãe e o filho se sintam confortáveis, a fim de que a
hora da refeição seja agradável para ambos.
Os Pais devem introduzir, pouco a pouco, alimentos mais sólidos, de acordo com a idade e as possibilidades da criança.
Como dar de comer ao seu filho
Os Pais serão orientados pelo Terapeuta de Fala quanto ao melhor tipo de colher e copo a utilizar e qual a melhor forma de o fazer.
Quando o seu filho está aprendendo a comer sozinho, só lhe sê ajuda
naquilo que for mesmo necessário. Manifeste o seu contentamento, quando
ele é capaz de fazer qualquer coisa bem. Peça ajuda para saber se é
necessário adaptar talheres, pratos, copos, etc. Se a criança se suja ou
suja o chão com a comida, ponha-lhe um avental e um plástico no chão.
Os cuidados de higiene e a autonomia
A hora do banho, além de ser a oportunidade de a criança ficar limpa, poderá ser também hora de brincadeira. Aproveite esta oportunidade para brincar com o seu filho, peça ao seu terapeuta informações sobre os melhores brinquedos assim como tudo aquilo que existe para sentir que a criança fica em segurança e bem instalada na banheira. Assim irá proporcionar momentos de satisfação e de independência.
Os cuidados de higiene e a autonomia
A hora do banho, além de ser a oportunidade de a criança ficar limpa, poderá ser também hora de brincadeira. Aproveite esta oportunidade para brincar com o seu filho, peça ao seu terapeuta informações sobre os melhores brinquedos assim como tudo aquilo que existe para sentir que a criança fica em segurança e bem instalada na banheira. Assim irá proporcionar momentos de satisfação e de independência.
Não se esqueça que é importante lavar os dentes, principalmente depois
das refeições principais. Evite dar açúcar e doces entre as refeições.
Não é fácil habituar qualquer criança a utilizar o penico, mas não deixe
de o tentar. O seu terapeuta dar-lhe-á indicações sobre que tipo de
adaptações existe para que este treino seja bem sucedido.
Estimule o seu filho a vestir-se e a despir-se sozinho e, enquanto o faz, lembre-o das partes do corpo. Converse com ele sobre as peças do vestuário, para que servem e quais as suas cores. Pergunte ao terapeuta qual o tipo de roupa mais adequada e conveniente.
A tecnologia (computadores,
comunicadores, cadeiras de rodas eléctricas, etc.) pode ajudar as
crianças a melhorar a sua autonomia e a terem experiências
enriquecedoras. Por exemplo, o computador pode produzir som, música,
pinturas coloridas, assim como letras e palavras de diferentes tamanhos
ajudando o seu filho a brincar, a comunicar e a escrever,
proporcionando-lhe mais possibilidades de realização, de independência e
de auto-confiança.
Comunicação e Linguagem
Existem várias formas de comunicar: pelo olhar, sorriso, expressão da face, movimentos do corpo, palavra, desenho ou escrita.
Como ajudar a se desenvolver
• enquanto bebê, estimule e participe nos seus jogos vocais.
• proporcione-lhe um ambiente estimulante, falando-lhe mesmo que ele não responda
• aproveite para lhe falar de tudo o que o rodeia, das pessoas, das coisas, dos animais. Contribui deste modo para aumentar o seu vocabulário
• não continue a falar-lhe em linguagem infantil, como se fosse um bebê, dê-lhe a possibilidade de crescer. Se lhe falar normalmente ajuda-o a desenvolver a linguagem
• não adivinhe os desejos do seu filho. Estimule-o e tente que ele se exprima por sons, palavras, gestos ou por qualquer outro meio, de modo que não se isole, desista ou se acomode no seu silêncio.
A educação e o desenvolvimento da criança
As primeiras relações são muito importantes para o desenvolvimento da criança. O seu bebê pode ter dificuldade em, por si só, chamar a atenção do adulto.
Serão os Pais os primeiros a procurar a melhor forma de interagir com ele.
Os vários técnicos poderão ajudá-los na descoberta do brincar, sorrir, olhar, falar, olhar/comunicar.
A esta primeira interação segue-se toda uma fase de experiências
sensoriais, através do brincar por vezes com o recurso a brinquedos
adaptados às necessidades de cada criança.
A avaliação contínua irá ajudar a definir
as necessidades específicas e capacidades de cada criança, em cada
momento, encaminhando-a para várias estruturas de apoio - Escola regular
com ou sem apoio, Centros e Escolas de apoio especializado.
A criança deficiente frequentará sempre
que possível o ensino regular, no entanto, por vezes, poderá ter
necessidade de frequentar, por maior ou menor tempo, Centros mais
especializados onde equipas transdisciplinares intervindo junto da
criança e da família, garantem um melhor desenvolvimento e a
continuidade de cuidados específicos do que ela necessita, de forma a
tornar possível uma maior autonomia e uma futura integração na escola e sociedade.
(continua...)