Para crianças de 0 a 2 anos, por exemplo, a sugestão é por brinquedos de ação e reação. Precisam ter cor e som para quem tem dificuldade de perceber e interpretar.
Há quem acredite que eles não interajam com os objetos, mas pelo contrário, um brinquedo adequado é fundamental para o desenvolvimento psicológico e social de uma criança diagnosticada com autismo.
Somente no Brasil estima-se que existam mais de 2 milhões de casos de TEA - Transtorno do Espectro Autista. O transtorno é identificado geralmente nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social.
Principalmente durante o tratamento para melhorar o processamento sensorial, os brinquedos infantis são grandes aliados, contudo, é importante serem adequados para cada perfil. Para a psicóloga, Maíra Ainhoren Meimes, da Clínica Interligar, a aceitação pode ser relativa.
"É importante conhecer um pouco a criança para saber um pouco quais as características cognitivas, somente a idade não é o suficiente para escolher. Conheço crianças com autismo que não suportam, por exemplo, ver balão, mas as bolinhas de sabão, normalmente, são bem aceitas", explica.
Ela conta também que crianças com autismo podem mostrar comportamentos imprevisíveis relacionados ao seu grau de hipo ou hipersensibilidade a certos estímulos. Em razão disso, é preciso cuidar para não assustá-los. Segundo Maíra, é importante cuidar na hora de apresentar um determinado objeto que possa ter um estímulo sensorial muito evidente, sob pena de gerar uma desorganização comportamental, provocando emoções ruins e gerar alguma forma de comportamento do corpo, que não é esperado socialmente. Na hora de apresentar um brinquedo é importante que haja previsibilidade, ou seja, que de alguma forma seja explicado anteriormente para a criança o que aquele brinquedo faz e manuseá-lo junto com ela.
"Acho que temos que cuidar os brinquedos que tenham muitos estímulos sensoriais, sonoros e visuais, porque não sabemos qual será a hipersensibilidade da criança. Temos um brinquedo aqui na clínica que serve para avaliação, uma bolinha que a criança aperta e ela vibra, faz um som e emite uma luz, é o tipo que não é legal, porque pode assustar e desorganizar. Essa desorganização é um problema, podem começar a chorar, se bater ou bater em outra pessoa", explica a psicóloga.
Segundo o terapeuta Ocupacional, Filipe Geyer, que também atua na Clínica Interligar, para a escolha do brinquedo, o mais importante é compreender como é o funcionamento da criança com autismo fica melhor.
"Para crianças de 0 a 2 anos, por exemplo, sugiro brinquedos de ação e reação. Precisam ter cor e som para quem tem dificuldade de perceber e interpretar. Para os que estão se aproximando dos 3 anos, uma sugestão, se a criança não apresenta sensibilidade tátil, a massinha de modelar é uma opção fantástica, ainda mais se forem coloridas e tiverem moldes para estimular o cérebro."
Para os maiores, que já passaram dos 4 anos, o profissional diz que é uma nova etapa no desenvolvimento. "Entram na fase do simbolismo, já precisam saber o que fazer. Coisas que exijam mais deles. Os famosos Pula Pirata e O Sr. Batata são ótimas opções", esclarece Filipe Geyer.
Fonte: Segs
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