sexta-feira, 27 de março de 2020

Fundação Dorina disponibiliza gratuitamente livros infantis acessíveis para entretenimento de crianças com deficiência visual

Grandes clássicos da literatura, como 'Os três porquinhos' e 'Peter Pan', estão disponíveis gratuitamente em formatos acessíveis na Dorinateca


Por Fernando Freitas para o fundacaodorina.org.br


Para evitar a propagação do novo coronavírus, as aulas têm sido temporariamente suspensas em todo o país. A medida, importante para conter o avanço da epidemia, deixou muitos papais e mamães de cabelo em pé. Afinal, como distrair as crianças agora? Uma boa solução são as atividades que estimulam o cérebro e a criatividade.

Nesse sentido, a leitura de clássicos infantis é uma ótima opção de entretenimento para os pequenos. E para aqueles que têm deficiência visual, a Fundação Dorina Nowill para Cegos pode ajudar, já que a sua biblioteca virtual, a Dorinateca , dispõe gratuitamente de um vasto acervo com opções de livros acessíveis nos formatos falado, digital acessível e braille para impressão.

“Entre os diversos gêneros que temos disponíveis, estão os clássicos que toda criança gosta. Desde contos de fada, como da Branca de Neve até aventuras como as de Robin Hood, que sempre estiveram no imaginário infantil e são atemporais”, explica Kely Magalhães, gerente de Serviços de Apoio à Inclusão da Fundação Dorina.


A gestora também reforça a importância do acesso aos formatos acessíveis de leitura para as crianças cegas e com baixa visão. “Ler proporciona condições de acesso à formação educacional e cultural, além de ampliar as possibilidades de trilhar um futuro mais independente, de maneira autônoma e plenamente cidadã”, afirma.

Vale ressaltar que a Fundação Dorina já distribuiu 3.000 unidades da Coleção Clássicos para diversas escolas e bibliotecas do país, beneficiando pelo menos 30.000 crianças. Confira abaixo a lista dos títulos da Coleção Clássicos e saiba como ter acesso a eles pela Dorinateca .

Coleção Clássicos:
1 – Bela Adormecida, de Simone Bibian
2 – Branca de Neve, de Jacira Fagundes
3 – Chapeuzinho Vermelho, de André Luiz P. Alves
4 – Cinderela, de Anna Claudia Ramos
5 – João e Maria, de Roberto de Carvalho
6 – Os três porquinhos, da Editora Globo
7- Peter Pan, de Julio Lira
8 – Pinóquio, de Viviane Brasil e Mary Aparecida Marques
9 – Rapunzel, de Regina Drummond
10 – Robin Hood, de Maurício Veneza

quarta-feira, 25 de março de 2020

Crianças com Síndrome de Down: a luta por uma educação efetivamente inclusiva

Ana Clara Oliveira para o leiturinha.com.br

Resultado de imagem para sindrome de down escola

Segundo dados do Ministério da Saúde, de acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 270 mil pessoas com síndrome de Down no Brasil. No entanto, o caminho para uma inclusão efetiva ainda é longo e a busca por informação e conhecimento é a melhor forma de alcançá-la e desconstruir possíveis preconceitos. Para compreender melhor o tema e refletir sobre a inclusão de crianças com síndrome de Down, conversamos com a enfermeira e mestre em Bioética, Tânia Mayrink que, além de atuar há 24 anos pela inclusão de pessoas com deficiência, na APAE de Poços de Caldas, é mãe de Arthur Mayrink, de 30 anos, que tem síndrome de Down.

O que é a síndrome de Down?

A síndrome de Down é também chamada de trissomia do cromossomo 21. É uma condição genética causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso faz com que as pessoas com síndrome de Down tenham 47 cromossomos em suas células. Ao invés de 46, como a maior parte da população.

Assim como todo mundo, as pessoas com síndrome de Down têm características únicas. Tanto genéticas, herdadas de seus familiares, quanto culturais, sociais e educacionais. No entanto, existem algumas características comuns entre elas. Como, por exemplo, olhos amendoados, maior propensão ao desenvolvimento de algumas doenças, hipotonia muscular e deficiência intelectual. Além disso, em geral, as crianças com síndrome de Down são menores em tamanho. Seu desenvolvimento físico e mental são mais lentos do que o de outras crianças da sua idade.

Outro ponto importante de ressaltar, é que não existem graus de síndrome de Down. Na realidade, o desenvolvimento de pessoas com a síndrome está intimamente relacionado ao estímulo e incentivo que recebem, desde cedo. Por isso, é fundamental que os pequenos com síndrome de Down recebam, desde os primeiros anos de vida, o acompanhamento de uma rede de profissionais que irão colaborar com seu desenvolvimento. Como por exemplo, fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo, terapeuta ocupacional e psicólogo. Sobre o trabalho desenvolvido na instituição em que trabalha, Tânia Mayrink conta que as crianças com Síndrome de Down são atendidas por uma equipe multidisciplinar, tendo acompanhamentos nas diversas áreas. Em todo o ciclo de vida. “Oferecemos os serviços de estimulação precoce, promoção social, atendimentos clínicos, escolarização e tudo mais que se faz necessário para atendê-los”, afirma.

Uma escola inclusiva é uma escola melhor para todos

O acesso à educação é um direito constitucional de todas as crianças que vivem no Brasil. Portanto, crianças com qualquer tipo de deficiência têm o direito de estarem matriculadas em escolas regulares. Até mesmo, porque essa é a melhor maneira de torná-las mais independentes e autônomas. Por outro lado, estimular as demais crianças a conviver e respeitar as diferenças. Com o objetivo de garantir esse direito e promover a inclusão efetiva dos pequenos com deficiência, o artigo 7 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o compromisso com a adoção de medidas necessárias. Isso, para assegurar às crianças com deficiência o pleno exercício de todos os direitos humanos. Também, liberdades fundamentais em igualdade de oportunidade com as demais, com sistemas educacionais inclusivos, em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino.

Embora a inclusão no ensino regular seja um direito garantido por lei, ainda existem muitos desafios a serem enfrentados e superados. Em relação à inclusão de crianças com síndrome de Down nas escolas, Tânia afirma: “a melhora durante esses anos foi considerável, já que as instituições educacionais se propuseram, de certa forma, a proporcionar um ambiente inclusivo. Porém ainda falta muito a caminhar. Principalmente no que diz respeito à capacitação profissional e adequação de currículos”.

Tânia ressalta que, para que a inclusão seja de fato eficaz, tanto no ambiente escolar, quanto acadêmico e profissional, é preciso investir na capacitação dos profissionais para que possam trabalhar com as pessoas com síndrome de Down. Na adequação de práticas para atender as pessoas com deficiência, sejam elas de espaço físico ou das formas de aprendizagem. “No que se refere ao mercado de trabalho, as empresas devem realizar capacitações profissionais, para desenvolver as potencialidades, habilidades e competências dessas pessoas”, afirma.

A realidade é que ao olhar para as individualidades e especificidades de cada criança, as escolas e instituições só têm a ganhar. Afinal, uma educação inclusiva é uma educação que se preocupa com a singularidade de cada indivíduo. Se adaptando para explorar o maior potencial de cada um dos pequenos!

A literatura e a tecnologia auxiliando no desenvolvimento dos pequenos com síndrome de Down

Os livros infantis e a tecnologia são ferramentas que podem colaborar muito com o desenvolvimento de crianças com síndrome de Down. Seja no acompanhamento profissional ou no dia a dia da família. O estímulo relacionado à ludicidade da literatura e interatividade da tecnologia podem ser ótimas formas de desenvolver os pequenos. Tânia afirma que o hábito da leitura desperta as potencialidades das crianças com síndrome de Down. Por meio de livros voltados para a estimulação de diversas áreas. Como livros coloridos, lúdicos, sensoriais, interativos e que despertem o interesse das crianças. Por isso, é importante que a família introduza o hábito da leitura, desde cedo, em casa, lendo para seu pequeno, colocando-o em contato com os livros e dando a oportunidade de manuseá-los.

Da mesma forma, a tecnologia também pode auxiliar no acompanhamento e desenvolvimento de crianças com síndrome de Down. Na instituição em que trabalha, Tânia conta: “utilizamos equipamentos (computadores e tablets) como recursos  terapêuticos. Tornando a terapia lúdica e interativa para a criança, além de técnicas de estimulação neuro sensorial, como mesas interativas e Snoezelen. Que é uma sala multissensorial com o objetivo de estimulação sensorial e/ou a diminuição dos níveis de ansiedade e de tensão”.

Para as famílias com pequenos com síndrome de Down, a profissional orienta:
utilizar as diversas formas de brincar proporciona o desenvolvimento integral das crianças. Portanto, lançar mão de equipamentos eletrônicos, de forma criteriosa, e outras atividades, como os livros para interação familiar de forma lúdica, estimula a linguagem, o vocabulário, o desenvolvimento cognitivo e a interação social das crianças.
Leia mais: Reprovação ou progressão escolar: dilema de pais de crianças com deficiência
Síndrome de Down não muda comportamentos ligados ao aprendizado
A escola é inclusiva?

sexta-feira, 20 de março de 2020

A criança com deficiência e o coronavírus: prevenção e cuidados especiais

Por clínica GRHAU


Nós, da Clínica GRHAU estamos pesquisando, lendo e nos informando sobre o impacto do Coronavírus na criança com deficiência.

Preparamos este material para orientar pais, terapeutas e cuidadores sobre medidas importantes de prevenção e cuidados especiais.

É importante ressaltar que a criança com deficiência faz parte do grupo de risco, incluindo:

  • Paralisia Cerebral;
  • Microcefalia;
  • Síndrome de Down;
  • Transtorno do Espectro Autista (TEA)
  • Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA);
  • Atrofia Muscular Espinha (AME);
  • Esclerose Múltipla;
  • Distrofias Musculares;
  • Demais síndromes;
  • E outras condições semelhantes.

Além disso, a presença destas dificuldades pode agravar os casos:

- Traqueostomia;
- Gastrostomia;
- Usuário de ventilador mecânico;
- Restrições respiratórias;
- Dificuldades de comunicação;
- Necessidade de aspirações;
- Histórico de sistema imunológico fraco;
- Pneumonia, principalmente de repetição;
- Outras condições que afetem a saúde como um todo.

Se você tem dúvidas sobre seu filho estar ou não no grupo de risco, você deve entrar em contato com o médico que o acompanha para saber quais as medidas e os cuidados específicos em cada caso.

As crianças com deficiência podem ter piora brusca no quadro geral de saúde, com comprometimento em mobilidade, força e aumento da fadiga.

Algumas crianças com deficiência nem sempre conseguem comunicar com clareza como estão se sentindo, o que pode comprometer o diagnóstico em tempo. É preciso ficar atento a qualquer mudança no comportamento. 

Segundo o Dr Guilherme Olival, Coordenador Médico da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, quando o paciente com deficiência contrai o Coronavírus, o corpo direciona energia para combater a infecção e o quadro neurológico em geral tende a se agravar.

O que fazer nestes casos?


Antes de tudo, converse com os médicos e terapeutas que acompanham a criança para orientações individuais sobre como cuidar e prevenir o coronavírus.

De forma geral, os tratamentos e as medicações não devem ser abandonados ou interrompidos, a não ser que tenham indicação médica para isso. 

É preciso ficar alerta e redobrar os cuidados e as ações de prevenção.  

Como prevenir?


Algumas crianças com deficiência costumam levar as mãos e alguns objetos à boca, é preciso se certificar de que a mão está constantemente higienizada, assim como os objetos.

Além disso, as crianças com déficits cognitivos nem sempre conseguirão manter os cuidados com a higiene. A atenção deve ser redobrada sempre.

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco, entre as medidas estão:

- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool;

- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;

- Evitar contato com pessoas doentes; 

- Ficar em casa;

- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo;

- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.

Como é feita a transmissão do Coronavírus?


A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:

- Gotículas de saliva;
- Espirro;
- Tosse;
- Catarro;
- Contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
- Contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Quanto tempo o vírus sobrevive nas superfícies?


Plástico: 5 dias
Papel: 4 a 5 dias
Vidro: 4 dias
Alumínio: 2 a 8 horas
Luvas cirúrgicas: 8 horas
Madeira: 4 dias
Aço: 48 horas

As investigações sobre as formas de transmissão do coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por gotículas respiratórias ou contato, está ocorrendo.

Qualquer pessoa que tenha contato próximo (cerca de 1m) com alguém com sintomas respiratórios está em risco de ser exposta à infecção.

Atenção com o Ibuprofeno!


A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) informou que o Ibuprofeno deve ser evitado, pois o composto facilita a entrada do vírus nas células.

Quais os principais sintomas do Coronavírus?


Os principais sintomas são febre, cansaço e tosse seca. Ainda podem ocorrer coriza, dor no corpo, congestão nasal, dor de garganta e diarreia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada seis pessoas sentem dificuldade para respirar.

O que fazer se os sintomas aparecerem?


Converse com o médico imediatamente e leve ao hospital. 

Proteja seu filho e sua família, fique em casa.

Converse com os médicos e os terapeutas sobre as melhores maneiras de passar por este momento crítico e quais as orientações específicas para seu filho.

Juntos vamos vencer este desafio.

quarta-feira, 18 de março de 2020

Vans lança coleção voltada para pessoas com espectro do autismo

A Autism Awareness Collection inclui opções de calçados para todas as idades, com elementos sensoriais, e camisetas infantis


Ilca Maria Estevão para o metropoles.com


A Vans criou uma coleção com elementos inclusivos e sensoriais voltada para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A Autism Awareness Collection traz camisetas infantis e tênis para todas as idades. Os calçados incluem cores e texturas calmantes, para estimular os sentidos da visão, do tato e da audição. O melhor é que a linha também é beneficente!


Entre as silhuetas, a linha traz os modelos clássicos Old Skool e Slip-On. Para adaptar a tecnologia ComfyCush às necessidades das pessoas com autismo e garantir mais conforto, a marca californiana desenvolveu as peças em conjunto com o International Board of Credentialing and Continuing Education Standards (Conselho Internacional de Normas de Credenciamento e Educação Continuada).

Um dos elementos sensoriais dos sneakers é o cabedal de camurça do modelo ComfyCush Old Skool, na cor azul, decorado com estampa xadrez e corações vermelhos. Na parte detrás, o par de tênis forma a mensagem “Vans Loves You” (Vans ama você, em tradução livre).

O ComfyCush New Skool V é voltado especialmente para crianças e bebês, com tecido aveludado, biqueira reforçada com borracha, para maior durabilidade, e tiras com velcro. A marca criou duas colorways deste modelo para o projeto.

A coleção inclui ainda duas opções do ComfyCush Slip-On PT. A primeira tem acabamento acolchoado em xadrez na parte superior, na cor cinza, e uma pequena alça no calcanhar para facilitar o uso. O revestimento superior da segunda é feito com material holográfico, enquanto as laterais são de sarja azul.

Tênis da Vans, modelo Old Skool, com tecido aveludado
Modelo ComfyCush Old Skool, em camurça, com estampa xadrez e corações vermelhos. No site da Vans nos EUA, este também está disponível em tamanho adulto

Tênis da Vans, modelo Old Skool, com tecido aveludado
Na parte detrás, o par forma a mensagem “Vans Loves You” (Vans ama você)

Tênis da Vans, modelo Old Skool, em verde-menta
Colorway do modelo ComfyCush New Skool V em verde-menta

Tênis da Vans modelo Old Skool
Outro esquema de cores, com tons de cinza

Tênis acolchoado da Vans, modelo Slip-On
Modelo ComfyCush Slip-On PT, com detalhe em xadrez acolchoado

Tênis da Vans, modelo Slip-On, para bebês, com efeito holográfico
Esta é a versão holográfica do ComfyCush Slip-On PT

Com os lucros da coleção, a Vans pretende doar pelo menos US$ 100 mil à Fundação A.skate, que conecta crianças com autismo ao mundo social por meio do skate. Para isso, mantém clínicas que trabalham a aceitação através de terapia e educação, sem custo para as famílias. A faixa etária vai dos 3 anos até a idade adulta.

Fundada em 2009, no Alabama, a instituição fornece bolsas para que crianças com o espectro tenham acesso a equipamentos de skate, que agora é um dos esportes presentes nas Olimpíadas. Além disso, educa as famílias a respeito dos benefícios terapêuticos do universo skater.
“Os produtos desta coleção permitem que a A.skate ensine 4 mil crianças com autismo a andarem de skate e desenvolvam ainda mais a cultura inclusiva e criativa do esporte”, informa a Vans.
Detalhes acolchoados do tênis da Vans
Os elementos da coleção são sensoriais, pensados para estimular tato, visão e audição

Detalhe holográfico do tênis da Vans
Parte holográfica do ComfyCush Slip-On PT

Camiseta da Vans em verde-menta
Uma das camisetas infantis da coleção

Camiseta de manga longa da Vans na cor branca
Opção com mangas longas

Camiseta da Vans
As cores e texturas das peças são calmantes

As peças da coleção estão disponíveis nas lojas e no site da marca nos Estados Unidos, que não entrega no Brasil. A Vans não informou se a linha será comercializada no país. Por lá, vários tamanhos já esgotaram.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, uma a cada 160 crianças no mundo tem autismo. O espectro, cujos transtornos costumam ser identificados na infância, afeta questões como linguagem, comunicação e comportamento, que pode incluir dificuldades de socialização. Comportamentos repetitivos e o interesse por atividades únicas e específicas também estão entre as características do TEA.

Pessoas em foto da Fundação A.skate
Parte dos lucros da coleção será revertida para a Fundação A.skate, organização sem fins lucrativos que leva terapia, educação e aceitação para crianças com autismo. A Vans se comprometeu a doar pelo menos US$ 100 mil

Vans

Fundada em 1966, na Califórnia, a marca oferece calçados, acessórios e vestuário. Os produtos são vendidos em mais de 75 países, incluindo o Brasil. Cultura jovem e o lifestyle dos action sports, como o skate, são as referências da Vans.

sexta-feira, 13 de março de 2020

Alunos do SENAI criam bicicleta adaptada para pessoas com deficiência

Bicicleta adaptada para criança com deficiência foi o projeto de conclusão de curso da turma do curso de técnico em eletromecânica


Texto e fotos: FIEMG para a Agência CNI de Notícias

Formandos do curso técnico em eletromecânica do SENAI criaram a bicicleta adaptada

Os formandos do técnico em eletromecânica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) decidiram criar um projeto social de conclusão de curso: uma bicicleta adaptada para quem não tem condição de conduzir sozinho o equipamento, e que simula, ao mesmo tempo, a experiência de pedalar e guiar.

A ideia do projeto começou com o instrutor do SENAI, Marcos Soares, que encontrou uma família em um supermercado da cidade e viu uma criança com o sonho de andar de bicicleta. Mas, como ela tem diparesia espástica, um tipo de paralisia cerebral que acomete os membros inferiores, não consegue fazer isso sozinha.

A história comoveu Soares, que trouxe a situação para a turma.

De acordo com o instrutor, a criança tem força nos membros inferiores, mas, não tem equilíbrio. Além de fazer fisioterapia, pedalar pode estimular os músculos e fortalecer as pernas, possibilitando a caminhada e melhorando o equilíbrio.

A fisioterapeuta Natália Virgínia também contribuiu no desenvolvimento do projeto. Ela fez um relatório sobre a situação da criança e deu suporte e sugestões de peças ergonomicamente adequadas para a construção da bicicleta.

Desde o ano passado, o equipamento está sendo elaborado e construído pela turma, com o acompanhamento de Soares. A bicicleta foi projetada para que a criança esteja com os pés fixos no pedal e as mãos no guidom na parte dianteira. A diferença das bicicletas comuns é que essa, possui outro guidom e outros pedais na parte traseira que serão conduzidos por outra pessoa, que andará na companhia da criança, sem privá-la, porém, do prazer de sentir-se pedalando e guiando o equipamento. 


A ideia do projeto começou com o instrutor do SENAI, Marcos Soares, que levou o desafio para os alunos

O instrutor Marcos Soares ficou satisfeito com o resultado. “O projeto deu certo e agora poderemos melhorar a vida social e a condição física dessa criança que poderá passear pelas ruas de Valadares na bicicleta. Só de saber que o trabalho começou a partir de um sonho de ter uma bicicleta adaptada e, após visitas à casa da criança e conversas com a fisioterapeuta, o sonho foi realizado”, disse.

O projeto de inovação foi apresentado à comunidade. Ao final, uma grande surpresa: os alunos entraram com a bicicleta no auditório, arrancando emoções e aplausos dos presentes.

A pedagoga do SENAI, Michelle Araujo, destacou a importância da inclusão por meio da educação profissional. “Os alunos do curso técnico em eletromecânica apresentaram de forma brilhante os projetos de conclusão de curso, com soluções inovadoras, aliadas à inclusão social. O projeto Bicicleta Acessível demonstrou um nível de qualidade muito avançado e conseguiu emocionar a todos, já que transcendeu o conhecimento técnico. Projeto de inclusão social é o primeiro passo de qualquer empresa que quer inovar e ser mais competitiva. Fiquei muito feliz com o resultado”, pontuou.

Para a gerente do SESI/SENAI, Jacqueline Iamin, o projeto sensibiliza e emociona a todos que conhecem a proposta. “Desde que assumi a unidade, meu objetivo tem sido sensibilizar a equipe de que o SENAI existe para transformar a vida das pessoas. A indústria precisa que os novos empregados tenham a percepção do que as pessoas precisam. Esse projeto vai além da sala de aula: vai promover felicidade a uma criança que tem um sonho, mas ainda via distante a possibilidade de realizá-lo. Os novos técnicos em eletromecânica, acompanhados do instrutor Marcos, tornaram possível essa realização. Estou muito feliz e parabenizo aos alunos e ao instrutor por esse projeto”, concluiu.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Criança com deficiência adota cachorro vira-lata sem uma pata, em Londrina

Garoto Enzo nasceu sem parte do braço esquerdo; neste sábado (7), ele junto à família, resolveu dar um novo lar ao 'Branco', um cão que teve a pata direita amputada após uma infecção.


Por Por RPC Londrina para o g1.globo.com

Cão, chamado de "Branco", teve uma infecção na pata direita que precisou ser amputada — Foto: Reprodução/RPC
Cão, chamado de "Branco", teve uma infecção na pata direita que precisou ser amputada — Foto: Reprodução/RPC

Uma criança que nasceu sem parte do braço esquerdo adotou um cachorro vira-lata que não tem uma das patas, em Londrina, no norte do Paraná, na tarde deste sábado (7).

O garoto Enzo tem cinco anos, e a mãe conta que foi uma gravidez de risco. Ela teve duas infecções nos rins, início de pneumonia, contrações antes do tempo, e quase perdeu o Enzo.

Já o cão, chamado de "Branco", foi encontrado na rua ainda filhote. Há um ano e meio, ele teve uma infecção na pata direita que precisou ser amputada.

Durante todo o tempo não surgiu nenhuma pessoa interessada em adotá-lo. A cuidadora do Branco, Aline Dias, se emocionou com a nova história que começou neste sábado.
"A adoção responsável é muito difícil hoje em dia, então quando você acha uma família legal, que dá tão certo, a gente fica muito contente. Agora a minha missão está cumprida", comentou ela.
A mãe de Enzo, Jéssica Tavares de Andrade, disse que será importante o Enzo ver o cachorrinho conseguindo fazer as coisas e saber que pode fazer também.
"Um mostra para o outro que tem mais amor. Um mostra para o outro que é capaz de fazer as coisas", disse ela.

Criança com deficiência adota cachorro vira-lata sem pata, em Londrina — Foto: Reprodução/RPC
Criança com deficiência adota cachorro vira-lata sem pata, em Londrina — Foto: Reprodução/RPC

sexta-feira, 6 de março de 2020

Crianças com deficiência e o desafio da superproteção

Laura Martins para o realmaternidade.com.br

Crianças com deficiência e o desafio da superproteção

Quando uma mamãe ou um papai têm um filho com deficiência, às vezes pode parecer, para eles, que o mundo vai acabar. O choque é grande, e se inicia um período de luto. E não há nada de errado nisso. Quando esperamos um filho, fazemos muitos planos para ele ou ela, e nenhum deles inclui problemas ou desafios, não é mesmo? O ser humano é assim mesmo, cheio de expectativas de felicidade.

Aos poucos, os pais vão fazendo o luto, aprendendo a lidar com a criança e a amá-la como ela é. Muitos desafios estarão presentes no cotidiano dessa família, mas certamente ela vai amadurecer muito com o aprendizado.

Estreando minha coluna no Real Maternidade, hoje gostaria de conversar com vocês sobre um conflito muito presente nas famílias que têm crianças com deficiência: querer evitar, a todo custo, que o filho viva situações que vão deixá-lo triste. Vamos combinar: quem é que quer ver tristeza na carinha do filho, tenha ele uma deficiência ou não? Não, eu não sou mãe de uma criança com deficiência, mas tenho uma deficiência e senti na pele quanto foi difícil para meus pais, principalmente para minha mãe, abrir mão da superproteção. Definitivamente, eles dariam qualquer bem para evitar que eu sofresse.

Uma situação comum é a criança enfrentar preconceito na escola, o que pode evoluir até mesmo para bullying. E isso, é importante dizer, não ocorre exclusivamente com a criança que tem deficiência, mas com todas as crianças marcadas por alguma diferença, seja na cor da pele, na forma de viver sua afetividade ou outra qualquer. Talvez a situação fique mais desafiadora se a criança tiver uma deficiência que comprometa sua comunicação com os coleguinhas, ou se estiver enfrentando dificuldades de fortalecer a autoestima.

Aceitar o diferente é um grande desafio para a espécie humana. Nosso aprendizado ancestral é de desconfiar daquele pertencente a outra tribo, a outro povo, que nos primórdios era visto como concorrente na luta pela sobrevivência. Não era amigo e estava longe de ser considerado irmão de humanidade.

Os tempos passaram, mas a desconfiança e a animosidade continuam coladas ao nosso comportamento. E acredito que será preciso uma longa desconstrução/des-formação para que aprendamos que o diferente não é inimigo. Jung foi além: falou do diferente que está dentro de cada um — e ao qual é ainda mais difícil amar. Porque o desafio está muito mais dentro do que fora.

Acredito que eu aprendi a não discriminar sentindo na pele a discriminação. Fui olhada com desconfiança durante anos. Tinha colegas de faculdade que me pediam carona, mas tinham medo de que eu não soubesse dirigir “aquele troço” direito (eles se referiam à adaptação do carro). Uma vez fui síndica no meu condomínio, e um advogado que assistiu a uma das reuniões me parabenizou, porque não achava que uma pessoa com deficiência fosse capaz de se sair tão bem naquele papel.

É claro que esses comportamentos me entristeceram. Mas cedo aprendi que eu não iria longe se não cuidasse da minha autoestima — e que autoestima não é verniz. É profunda construção de se respeitar e se amar como se é, ou como se está.

Precisamos ajudar nossas crianças, com deficiência ou não, a ter uma autoestima fortalecida. Superprotegê-las e evitar a qualquer custo expô-las a circunstâncias que vão desafiá-las não será uma boa forma de colaborar para isso. Pelo contrário: poderá levá-las a desconfiar das próprias capacidades.

Não é possível impedir que os pequenos experimentem frustração e tristeza. É humano ter emoções e sentimentos, e eles têm utilidade; ajudam-nos a amadurecer e ficamos mais fortes ao conseguir elaborá-los. Querer impedir que nossos queridos sofram é abortar o processo de desenvolvimento que levaria a larva a se transformar em borboleta.

Crianças com deficiência
Crédito Foto: Marta Alencar – Alta Estima Fotografia Inclusiva

A psicanalista Evelin Pestana nos ajuda a compreender a situação ainda por outro ângulo: “Criamos nossos filhos buscando evitar, de todas as formas, que eles sofram. O que buscamos, na verdade, é não termos que lidar com certas dores que, ao longo da vida, fomos evitando sentir em nós mesmos. Quando exigimos de nossos filhos que eles sejam fortes, vitoriosos, que não sejam fracos, ‘moles’, estamos ao mesmo tempo ensinando a eles que não somos capazes de acolhê-los caso eles precisem de nós. São muitas, entretanto, as dores que, uma vez reconhecidas como tais, se tornam o fundamento de relações confiáveis, genuinamente humanas. A dor pode aproximar pais e filhos. A necessidade de ser sempre forte, não. Fomenta a solidão”.

Está nos cinemas um filme de animação que me parece muito útil para nossas reflexões sobre o tema: Divertida Mente. Ele mostra o que acontece quando uma garota tem que enfrentar uma mistura de sentimentos e emoções. A história se passa na mente de Riley, “onde Alegria – narradora do filme – trabalha para manter a menina sempre feliz. É ela que apresenta seus colegas de trabalho. O Medo a protege dos muitos perigos do mundo. A Nojinho previne que seja envenenada (‘tanto física como socialmente’). Raiva garante que a menina não sofra injustiças. E há também a Tristeza, que ninguém sabe muito bem para que serve”. Clique aqui para ler o bom texto de Daniel Martins de Barros e, claro!, veja o filme. Animações não são apenas para crianças…

Afinal, o que acontece quando nos impedimos de ficar tristes? Seria esta uma conduta geradora de saúde? Tudo que nossos filhotes precisam é ter pais humanos e amorosos ao seu lado, não pais perfeitos. A tristeza passa; o aprendizado e o vínculo permanecem. Para sempre.

#DICAREAL

Em todos os meus textos, vou deixar dicas sobre o universo da pessoa com deficiência, combinado?

Evite se referir à criança com deficiência como “criança especial”. Especiais são todas as crianças! A que tem uma deficiência se distingue por suas características singulares, mas, ainda aí, que criança não tem singularidades? Diga apenas “criança que não tem deficiência” em contraposição à que tem, e que não deveria ser chamada de criança “normal”. Afinal, quem é que decide o que é normal? E assim vamos construindo uma sociedade com menos exclusão, já que nossa maneira de nos referir às pessoas carrega nossos valores e nossas crenças!

quarta-feira, 4 de março de 2020

"Meu filho autista se expressa através da pintura e quero que o mundo o conheça", diz pai orgulhoso

Depois que ele criou algumas pinturas, percebemos que elas eram únicas e bastante especiais. Decidimos criar um perfil no Instagram para mostrar seus trabalhos.


Por JCS para o Sensível Mente

Abaixo segue uma história linda e emocionante, pois relata belas publicações de um pai que tem orgulho de compartilhar nas redes sociais as pinturas de seu filho. O menino tem autismo e uma genialidade incrível para a arte de pintar.

1 2 8 - Pai postou com orgulho: “Meu filho tem Autismo e se expressa através da pintura, e eis aqui algumas obras de arte dele”.
Foto: Reprodução Instagram

“Tristan é meu filho de cinco anos que foi diagnosticado com um distúrbio do espectro do autismo aos três anos de idade. Apesar desse diagnóstico de mudança de vida, ele ainda é uma criança muito brincalhona.”

O pai informou que certa vez Tristan observou sua irmã mais velha fazendo algumas pinturas. “Um dia, Tristan viu sua irmã mais velha pintando. Depois de um tempo, ele mostrou grande interesse e perguntou a nós, seus pais, se ele também podia pintar algumas vezes. Eu me encontrei em uma situação um pouco embaraçosa porque não sabia o que responder ao meu amado filho, que está tendo dificuldades com as habilidades motoras finas.”

E assim o papai foi iluminado: "Então, tive a ideia de que Tristan podia pintar, mas de uma maneira e estilos diferentes. No dia seguinte, Tristan conseguiu seu primeiro conjunto de cores acrílicas e imediatamente começou a espirrar, pingar e pintar as fotos.”

2 2 6 - Pai postou com orgulho: “Meu filho tem Autismo e se expressa através da pintura, e eis aqui algumas obras de arte dele”.
Foto: Reprodução Instagram

“Depois que ele criou algumas pinturas, percebemos que elas eram únicas e bastante especiais. Decidimos criar um perfil no Instagram para mostrar seus trabalhos. Durante suas sessões de pintura, eu o gravo e, depois que ele termina, Tristan observa e analisa suas criações de volta com um grande sorriso no rosto. ” Disse o pai no menino.

3 1 7 - Pai postou com orgulho: “Meu filho tem Autismo e se expressa através da pintura, e eis aqui algumas obras de arte dele”.
Foto: Reprodução Instagram

O papai todo orgulhoso continuou com suas observações e disse: “A pintura serve como uma terapia e ainda ajuda no desenvolvimento da criança”. Foi uma grande ideia onde Tristan produz pinturas realmente maravilhosas e cheias de vida.

4 5 - Pai postou com orgulho: “Meu filho tem Autismo e se expressa através da pintura, e eis aqui algumas obras de arte dele”.
Foto: Reprodução Instagram

“Para Tristan, como uma criança autista, criar essas pinturas em seu próprio estilo e para nós apreciarmos é inestimável e acreditamos ser muito terapêutico para ele. Seus movimentos e ações quando ele se expressa e seus pensamentos através de sua arte são realmente bastante mágicos. ”

5 1 4 - Pai postou com orgulho: “Meu filho tem Autismo e se expressa através da pintura, e eis aqui algumas obras de arte dele”.
Foto: Reprodução Instagram

Tristan tem um perfil no Instagram incrível veja seu trabalho: Perfil do Tristan
Texto traduzido e adaptado de: Tendencee