Bicicleta adaptada para criança com deficiência foi o projeto de conclusão de curso da turma do curso de técnico em eletromecânica
Texto e fotos: FIEMG para a Agência CNI de Notícias
Formandos do curso técnico em eletromecânica do SENAI criaram a bicicleta adaptada
Os formandos do técnico em eletromecânica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) decidiram criar um projeto social de conclusão de curso: uma bicicleta adaptada para quem não tem condição de conduzir sozinho o equipamento, e que simula, ao mesmo tempo, a experiência de pedalar e guiar.
A ideia do projeto começou com o instrutor do SENAI, Marcos Soares, que encontrou uma família em um supermercado da cidade e viu uma criança com o sonho de andar de bicicleta. Mas, como ela tem diparesia espástica, um tipo de paralisia cerebral que acomete os membros inferiores, não consegue fazer isso sozinha.
A história comoveu Soares, que trouxe a situação para a turma.
De acordo com o instrutor, a criança tem força nos membros inferiores, mas, não tem equilíbrio. Além de fazer fisioterapia, pedalar pode estimular os músculos e fortalecer as pernas, possibilitando a caminhada e melhorando o equilíbrio.
A fisioterapeuta Natália Virgínia também contribuiu no desenvolvimento do projeto. Ela fez um relatório sobre a situação da criança e deu suporte e sugestões de peças ergonomicamente adequadas para a construção da bicicleta.
Desde o ano passado, o equipamento está sendo elaborado e construído pela turma, com o acompanhamento de Soares. A bicicleta foi projetada para que a criança esteja com os pés fixos no pedal e as mãos no guidom na parte dianteira. A diferença das bicicletas comuns é que essa, possui outro guidom e outros pedais na parte traseira que serão conduzidos por outra pessoa, que andará na companhia da criança, sem privá-la, porém, do prazer de sentir-se pedalando e guiando o equipamento.
A ideia do projeto começou com o instrutor do SENAI, Marcos Soares, que levou o desafio para os alunos
O instrutor Marcos Soares ficou satisfeito com o resultado. “O projeto deu certo e agora poderemos melhorar a vida social e a condição física dessa criança que poderá passear pelas ruas de Valadares na bicicleta. Só de saber que o trabalho começou a partir de um sonho de ter uma bicicleta adaptada e, após visitas à casa da criança e conversas com a fisioterapeuta, o sonho foi realizado”, disse.
O projeto de inovação foi apresentado à comunidade. Ao final, uma grande surpresa: os alunos entraram com a bicicleta no auditório, arrancando emoções e aplausos dos presentes.
A pedagoga do SENAI, Michelle Araujo, destacou a importância da inclusão por meio da educação profissional. “Os alunos do curso técnico em eletromecânica apresentaram de forma brilhante os projetos de conclusão de curso, com soluções inovadoras, aliadas à inclusão social. O projeto Bicicleta Acessível demonstrou um nível de qualidade muito avançado e conseguiu emocionar a todos, já que transcendeu o conhecimento técnico. Projeto de inclusão social é o primeiro passo de qualquer empresa que quer inovar e ser mais competitiva. Fiquei muito feliz com o resultado”, pontuou.
Para a gerente do SESI/SENAI, Jacqueline Iamin, o projeto sensibiliza e emociona a todos que conhecem a proposta. “Desde que assumi a unidade, meu objetivo tem sido sensibilizar a equipe de que o SENAI existe para transformar a vida das pessoas. A indústria precisa que os novos empregados tenham a percepção do que as pessoas precisam. Esse projeto vai além da sala de aula: vai promover felicidade a uma criança que tem um sonho, mas ainda via distante a possibilidade de realizá-lo. Os novos técnicos em eletromecânica, acompanhados do instrutor Marcos, tornaram possível essa realização. Estou muito feliz e parabenizo aos alunos e ao instrutor por esse projeto”, concluiu.
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