Por NeuroSaber
Pais e professores de crianças com Deficiência Intelectual costumam encarar o processo de alfabetização como um desafio. Afinal, as pessoas com DI aprender a ler e a escrever? Saiba mais, neste artigo.
É muito comum escutar essa pergunta de pais e professores de crianças com Deficiência Intelectual. Elas serão capazes de aprender a leitura e a escrita? Se sim, como se dá o processo de alfabetização?
Seguramente, são muitos os desafios encontrados na aprendizagem, mas é papel da escola encontrar os melhores métodos para que todos os alunos aprendam a ler e escrever. Inclusive aqueles com DI. Eles podem demorar mais tempo para se alfabetizar, mas com as estratégias adequadas, irão aprender.
A Deficiência Intelectual não significa impossibilidade. É muito importante que os professores saibam disso e busquem as melhores práticas pedagógicas para ensinar seus alunos com DI a escrita e leitura. Focar nas potencialidades do aluno e não em suas debilidades, é o primeiro passo para o sucesso do processo de alfabetização. Entenda melhor.
Definição de Deficiência Intelectual (DI)
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais — DSM-5 — define a Deficiência Intelectual como “um distúrbio com início no período de desenvolvimento que inclui déficits de funcionamento intelectual e adaptativo conceitual, social e domínios práticos”.
Em outras palavras, é um distúrbio que afeta o desenvolvimento intelectual e a capacidade de usar com eficácia as habilidades para a vida. O termo Deficiência Intelectual substituiu o termo retardo mental, uma nomenclatura negativa que dava margens para preconceitos e equívocos.
A Deficiência Intelectual pode ocorrer isoladamente ou em comorbidade com outras síndromes e transtornos do neurodesenvolvimento, como a Síndrome de Down e o Transtorno do Espectro Autista — TEA.
Deficiência Intelectual na escola
A Deficiência Intelectual tem suas causas em fatores biológicos, mas historicamente as pessoas com DI carregam os preconceitos que giram em torno da sua condição. A escola precisa estar atenta a isso para desfazer equívocos que impeçam a inserção social do sujeito, além de propiciar o desenvolvimento da criança, inclusive a alfabetização.
A criança com DI pode aprender a ler e escrever, mas possui uma forma de aprender diferenciada. Ou seja, o jeito que ela constrói conceitos é diferente das crianças neuro típicas, por isso ela precisa de estratégias pedagógicas que respeitem essa característica.
No processo de ensino aprendizagem da criança com DI, o professor precisa considerar as lacunas em seu desenvolvimento. É muito comum, que ela tenha dificuldades na comunicação, linguagem e outras funções, o que significa que precisa de mais tempo para aprender, assim como de repetição e estímulo.
As estratégias de aprendizagem devem ser aplicadas de acordo com as demandas e necessidades da criança, inclusive a maneira como ela será avaliada. Assim, devem ser elaboradas de forma que possibilite o aprendizado da criança com DI, contemplando também as suas habilidades.
O aluno com Deficiência Intelectual precisa de ações que o ajude em sua autonomia e interação social. Os conteúdos trabalhados na escola precisam ter impacto ou fazer sentido em sua vida cotidiana, para que sejam melhor assimilados. Se a criança com DI consegue conectar o conteúdo aprendido com as situações do cotidiano, ele se torna muito mais significativo.
Flexibilização do currículo
A flexibilização do currículo é muito importante no processo de aprendizagem das crianças com DI. O professor precisa contar com o apoio da coordenação pedagógica e da família do aluno, para que juntos possam identificar as dificuldades e potencialidades da criança. Esse conhecimento é fundamental para as adaptações curriculares.
Da mesma forma, o apoio de profissionais que atendam a criança fora da escola (fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, entre outros) ajuda o professor a conhecer a fundo seu aluno e a elaborar as melhores estratégias pedagógicas.
O processo de alfabetização da criança com Deficiência Intelectual
A criança com DI é perfeitamente capaz de aprender a leitura e escrita. No entanto, o professor precisa saber que ela precisa de um tempo maior para a alfabetização. Dessa forma, ela nunca deverá ser comparada com os colegas em relação ao seu desenvolvimento.
O professor precisa adequar a sua prática pedagógica ao nível em que se encontra seu aluno com DI. Isso porque uma aprendizagem depende da outra, há uma hierarquia, sem a experiência da percepção, não se forma a imagem.
A alfabetização depende da imagem mental e a sua formação se refere à informações e sensações já percebidas, já aprendidas e está relacionada a memória. O professor deve construir estratégias que atendam as necessidades dos seus alunos, criando situações de aprendizagem num contexto educativo.
O processo de alfabetização de crianças com DI é um desafio, mas é fundamental que o professor aceite esse desafio. Esse é o primeiro passo, depois é despertar em seus alunos a vontade de aprender a ler e escrever.
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