por Ana Clara Oliveira para o leiturinha.com.br
Segundo pesquisa do IBGE, realizada em 2010, estima-se que 23% da população geral possui alguma deficiência. Além disso, ao menos 7,5% das crianças brasileiras até 14 anos de idade têm uma deficiência diagnosticada. E embora esses números sejam significativos, sabemos que ainda são poucas as pessoas que vivenciam ou conhecem de perto essa realidade.
Esse desconhecimento gera possíveis estigmas e preconceitos que cercam a vida de crianças, adolescentes e adultos com deficiência. Já conscientizar-se sobre a diversidade e a inclusão é o começo de uma sociedade mais empática, solidária e inclusiva para todos nós. Então, vamos conhecer as histórias de pessoas que vivenciam a luta pela inclusão de crianças com deficiência? Confira abaixo alguns depoimentos!
“O essencial é invisível aos olhos”
Rodrigo Galhardi tem 33 anos e adora estar com a família. Também gosta de sair com os amigos, ir a shows, ler, viajar, ir à praia, fazer trilha e ouvir música. Formado em Administração e pós-graduando em Projetos Sociais e Políticas Públicas, Rodrigo é Assistente Legislativo na Câmara Municipal de Poços de Caldas há 12 anos. Atualmente, também é Diretor de Cultura na Associação de Assistência aos Deficientes Visuais de Poços de Caldas (AADV). Uma entidade sem fins lucrativos, referência na prestação de serviços de reabilitação/habilitação, apoio pedagógico e educacional, social e familiar, para pessoas com deficiência visual.
Com essa rotina agitada, fica até difícil notar um outro detalhe da vida de Rodrigo. Mas aos nove anos, enquanto brincava, ele caiu e bateu a cabeça, o que acarretou o descolamento de sua retina. Levando-o, desta forma, a perder a visão. A partir daí, Rodrigo e sua família passaram por um momento de adaptação para viver em um mundo que não é preparado para pessoas com deficiência.
Rodrigo conta que sempre teve uma boa interação com os colegas, amigos e família, que procuravam oferecer condições para que ele sempre estivesse inserido no contexto deles e vice e versa. Portanto, as brincadeiras e interações ocorriam naturalmente. Brincadeiras de rua, jogos, entre outras atividades. Sempre com o auxílio e apoio para todos estarem juntos.
Rodrigo acredita que a conscientização sobre a existência e demandas das pessoas com deficiência tem evoluído, mas ainda não é o ideal. É um processo que está em andamento. O desafio maior ainda é romper com a barreira do preconceito e fazer com que a sociedade seja cada vez mais integrativa.
Para enfrentar e superar o preconceito que persiste e insiste em nossa sociedade, Rodrigo diz que o primeiro passo é refletir sobre a limitação de cada um e saber que diferentes todos somos. Quando vemos a limitação e compreendemos cada um com seus aspectos e características, assimilamos de uma forma mais humana, tornando a interação e a inclusão algo natural. Afinal, “a deficiência não define a personalidade ou caráter de ninguém, é apenas um aspecto, uma característica”.
Hoje, Rodrigo realiza palestras em que fala sobre sua vida, conquistas e motivação. Além de como prevenir acidentes, como o que o deixou cego. Para pessoas que não vivenciam essa realidade, Rodrigo deixa um recado:
“Cada um tem uma diferença, alguns explícita e outros implícita. Se entendermos que a sociedade não é homogênea e respeitar a diferença do outro, a harmonia se faz presente e o mundo se torna melhor.”
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