sexta-feira, 15 de julho de 2022

Motorista cria videogame para crianças com deficiência a partir do Raspberry Pi

tudocelular.com

Um motorista escolar está dando boas doses de diversão para os seus passageiros, crianças com necessidades especiais, durante o trajeto. Isso porque o rapaz, que se identifica pelo nome SoranosEphesus no Reddit, compartilhou para o mundo o videogame que criou baseado em Raspberry Pi.

A partir da vontade de ajudar as crianças e dar uma boa dose de diversão no trajeto, ele trabalhou a partir do minicomputador, no caso, um Raspberry Pi Zero 2 W, e acoplou uma série de itens, como cabo HDMI, fonte de alimentação e cartão microSD. Além disso, junto uma tela LCD de 13,3 polegadas e um suporte, que na soma final custou cerca de R$ 550.


(Imagem: SoranosEphesus/Reddit)

Outros ajustes estruturais foram necessários para fazer a máquina rodar dentro do carro, como a instalação de um inversor de energia, enquanto um gamepad foi peça fundamental para os jogos conseguirem funcionar a partir de um sistema operacional retrogaming — dentre eles, há o Retropie, Batocera, Recalbox, entre outros.

Segundo o homem, Crash Team Racing, o clássico do PS1, é o favorito da garotada. Soranos diz que nunca teve que avisar as crianças quando terminar, pois elas já sabem. E para que não fiquem decepcionadas, ele também já ensinou os pequenos a usarem os “save states” do emulador para que possam retornar a um estado anterior sem perder o progresso.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Educador infantil pode agilizar o diagnóstico e diminuir as desigualdades de alunos com deficiência

Para professora da USP, além de políticas de acesso à tecnologias de apoio, educação dessas crianças depende de “caminho mais curto e ágil entre a creche e o serviço de saúde”

Por Vinicius Botelho / jornal.usp.br

Preparar o ambiente escolar para atendimento de crianças e adolescentes com deficiência é uma das maiores preocupações dos profissionais da educação atualmente. Segundo a professora Cristina Pedroso, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, a atuação de professores da educação infantil pode agilizar o diagnóstico e diminuir as desigualdades vividas hoje pelos alunos com deficiência no ambiente escolar.

Na avaliação da professora Cristina, a velocidade no acesso a tecnologias de apoio (cadeiras de rodas, aparelhos auditivos ou ferramentas de auxílio na comunicação) depende de um rápido diagnóstico da deficiência, e o professor que atua nas creches pode encurtar o caminho ao serviço de saúde. “As famílias normalmente fazem uma verdadeira peregrinação até o atendimento correto, até encontrarem um profissional que possa orientá-las da melhor maneira, perdendo muito tempo, o que tem impacto direto no desenvolvimento das crianças e no aproveitamento escolar”, destaca a professora. E, para superar as desigualdades sofridas por essas crianças nos espaços escolares, afirma Cristina, é preciso agilizar o diagnóstico de doenças e o acesso aos recursos de apoio.

Para combater o problema, além da implementação de políticas públicas de qualidade, que garantam informação e acesso para as famílias e para os que necessitam de tecnologias de apoio, a professora acredita que a formação ideal de profissionais da educação que atuam na base, já na creche, seja indispensável. Cristina informa que o acesso aos recursos e tratamentos no menor tempo possível, logo nos primeiros contatos escolares da criança com deficiência, pode fazer a diferença na diminuição das desigualdades.

Esses educadores, segundo a professora, precisam de mais treinamentos, já que “os cursos de formação de professores não tratam das questões com aprofundamento necessário e, historicamente, essas questões foram tratadas por profissionais da saúde e instituições especializadas”. Com a chegada dessas crianças e jovens com deficiência ao ambiente escolar, “o caminho entre escola e os serviços de saúde precisa ser mais curto e mais ágil”, diz.

Cristina indica a implementação de cursos de aprofundamento dessa temática nas licenciaturas de Pedagogia, para que os futuros professores possam colaborar nos encaminhamentos desses estudantes aos serviços adequados e no acesso às tecnologias de apoio. Assim, avalia a professora, a especialização em educação especial, a racionalização de recursos (com investimentos bem fundamentados) e rigorosas avaliações devem contribuir diretamente para que estudantes com deficiência recebam o aprendizado adequado e, consequentemente, não sofram com o déficit educacional ao longo da vida.

Acesso à tecnologia é “questão de classe social”

Relatório inédito divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo estão excluídas do acesso a tecnologias de apoio, como cadeiras de rodas, aparelhos auditivos ou ferramentas de auxílio na comunicação. No Brasil, segundo o Censo Escolar da Educação Básica, aproximadamente 1,3 milhão de crianças e jovens da educação básica possuem algum tipo de deficiência. Segundo a professora Cristina, mesmo sendo um direito básico no País, nem todos esses alunos brasileiros recebem o apoio e ferramentas necessárias para garantir a experiência escolar ideal, impedindo que esse estudante receba o mesmo aprendizado se comparado aos demais.

“O acesso a esse tipo de tecnologia no Brasil ainda é uma questão definida pela condição socioeconômica e cultural, e o País não conta com políticas públicas que garantam a informação e o amplo acesso aos recursos de tecnologias de apoio para todos”, afirma a professora. O que garante a acessibilidade para essas tecnologias “é a questão de classe social, já que a grande parte desses recursos acabam sendo adquiridos pelas famílias com recursos financeiros próprios, implicando desigualdade”, afirma. 

sexta-feira, 8 de julho de 2022

Datafolha: Maioria apoia inclusão de crianças com deficiência em escolas comuns

 Por Folhapress: Andreza de Oliveira, Felipe Nunes e Claudia Cristiane de Araújo

A empresária Patricia Falquete, 42, tem tido dificuldade para manter o filho, Leonardo, 7, que tem autismo, em escolas públicas da sua cidade, São José do Rio Preto (interior de São Paulo).

Desde maio, ela vinha sendo convocada para buscá-lo mais cedo sob a justificativa da falta de funcionários para acompanhar o filho. “Mãe de criança com deficiência não tem um dia de paz”, diz.

Apesar das dificuldades encontradas por Patricia, a inclusão de alunos com deficiência em colégios convencionais tem apoio de 80% dos brasileiros, de acordo com levantamento do Datafolha.

Em São José do Rio Preto, as escolas de ensino público dispõem de estagiários para ajudar professores com alunos que têm deficiência. Patricia diz ter sido avisada pela direção da escola que três estagiários da unidade haviam pedido demissão.

Em 15 de junho, ela se reuniu com a Secretaria de Educação da cidade para que o filho voltasse à escola, e a prefeitura disponibilizou um profissional de apoio para a criança.

Em nota, a Secretaria de Educação do município disse que o caso da mãe é isolado e que ocorreu em uma semana em que diversos profissionais da unidade foram afastados por motivos de saúde. O departamento ainda afirmou que uma apuração foi aberta para averiguar a postura adotada pela direção da escola.

Joyce de Melo Dias Galvão, 23, e Gustavo Henrique Silva do Nascimento, 24, pais de Christian, 3, tiveram que trocar o menino de colégio, após o diagnóstico precoce de transtorno do espectro autista. Ele estudava em instituição privada no Butantã, em São Paulo.

“O colégio tinha uma boa estrutura, mas não tinha um cuidado com relação à condição do Christian”, diz Gustavo.

A criança se adaptou bem à nova escola, também particular, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). “Ele fica mais tranquilo e está aprendendo a fazer coisas que não tinha desenvolvido na outra escola, como acenar com a cabeça quando entende alguma coisa.”

Segundo Luciana da Cruz Nogueira, professora de psicologia da educação e chefe do departamento de Educação Especial do campus da Unesp em Rio Preto, a inclusão só traz benefícios. “Nessas duas décadas em que foi efetivada a política de educação especial, temos pesquisas em que vemos o quão famílias, alunos deficientes e não deficientes se beneficiam.”

Vera Cappelini, presidente da comissão de inclusão e acessibilidade da Unesp, concorda. Ela cita o exemplo de alunos com síndrome de Down que, há cerca de 30 anos, iam a escolas para pessoas com deficiência. “Biologicamente, a síndrome de Down é a mesma, mas a crença que tinham sobre as crianças com a deficiência naquela época era diferente.”

Para ela, a confiança na capacidade desses alunos é decisiva para mudar o conceito de desenvolvimento humano, que não é só biológico, mas também cultural. “Melhorou, mas ainda temos muito que melhorar. E não adianta colocar esses alunos na classe comum e ignorar a deficiência.”

De acordo com Rodrigo Hübner Mendes, fundador do Instituto Rodrigo Mendes, o atual governo tem encampado retrocessos na inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares. O exemplo mais emblemático foi um decreto presidencial, de 2020, que propunha a retomada do modelo de escolas segregadas. Após protestos de entidades que defendem a educação inclusiva, o decreto foi suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

“Os últimos ministros têm demonstrado uma visão extremamente anacrônica, preconceituosa, de certa forma destruidora do que foi conquistado, o que confunde ainda mais as famílias”, diz.

Segundo ele, a restrição de convívio é extremamente prejudicial. “A criança precisa ser desafiada para que ela explore o seu potencial e seja constantemente estimulada num ambiente de diferença, que é um reflexo da sociedade.”

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Superação do audismo: 5 informações que você deve saber

 agazeta.com.br

Você sabia que no Brasil, há quase 11 milhões de pessoas com deficiência auditiva? Qualquer indivíduo pode ter perda de audição, isso não exclui mesmo você que lê minha coluna. Curioso e risível é falar de inclusão em um panorama cheio de exclusão, onde você, querida pessoa que ouve num mundo feito para você, pode passar a fazer parte dos 5% da população que está no silêncio.

Se te comove o fato que poderia ser você, eu trago 5 informações que você deve saber sobre essa minoria que deve sim ser ouvida (sim, o texto de hoje terá muitas dissonâncias).

Nem toda pessoa com deficiência auditiva é surda

Em geral, a pessoa com perda parcial é chamada pessoa com deficiência auditiva e a pessoa com perda total é chamada surda. A comunidade surda não utiliza o termo deficiência auditiva, já que entendem que não existe um déficit, e usam apenas outra forma de comunicação, substituindo a fala pelos sinais.

Língua de sinais não é mímica

As línguas de sinais são línguas utilizadas pelas comunidades surdas. As línguas de sinais apresentam as propriedades específicas das línguas naturais, com diferenças em cada país ou região. São construções com estrutura e conectivos, não são gestos espontâneos.

Surdez tem diversidade

Existem os surdos sinalizados (que dependem 100% de Libras) e os oralizados (que dependem da oralização), os surdos que usam aparelho auditivo, os que usam o implante coclear e os que não usam nada. Apenas 1,8 % das pessoas com alguma dificuldade de ouvir (perda leve a moderada) sabem falar a Língua Brasileira de Sinais. Já entre o grupo que alega não conseguir ouvir de modo algum, 35,8% sabem usar a Língua de sinais, ou seja, Libras não é sinônimo de acessibilidade.

Existem divergências que permeiam a surdez e a família

No caso do implante coclear, por exemplo, existem famílias que desejam esperar a criança crescer para que ela mesma decida se gostaria de realizar a implantação, quando a recomendação clínica seria de fazer a cirurgia quanto antes (de preferência numa fase pré-lingual). Outra polêmica é a da família decidir se a criança surda receberá educação em sinalização ou não. A busca é por autonomia, mas nesse caso, a criança pode ser educada e mais tarde decidir se quer usar ou não.

Surdos e deficientes auditivos são pessoas

Chega a ser absurdo falar disso, mas até o óbvio precisa ser dito. Pessoas com deficiência auditiva são pessoas que percebem pela sua linguagem corporal quando você fala delas, que amam como você, que frequentam os mesmos locais que você. O preconceito relativo as pessoas com deficiência auditiva se chama audismo e deve ser superado.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Pai faz caminho na areia para ajudar filho com deficiência visual ir ao mar

O menino possui um síndrome rara que fez ele começar a perder a visão

paisefilhos.uol.com.br

Davi Lucas foi diagnosticado com uma síndrome rara que o fez começar a perder a visão quando ele tinha entre 5 e 6 anos. Hoje, com 8 anos de idade, ele precisa enfrentar alguns obstáculos pela deficiência visual e, por isso, o pai do garoto traçou uma caminho na areia para que ele pudesse chegar até o mar.

José Ricardo não queria que o filho deixasse de aproveitar o momento na praia, e, por isso, teve a ideia de fazer o caminho na areia. O vídeo do momento foi gravado pela mãe de Davi, Fabiana Maria.

 
Os pais do garoto compartilharam o vídeo, que acabou viralizando pelo gesto de amor e apoio do pai da criança. “Cuidado! Esse vídeo contém cenas fortes e que com certeza vão te fazer chorar. Estávamos na praia e o papai, José Ricardo começou a fazer esse “caminho” pra Davi…Quando ele começou eu não entendi nada, até que ele começou a falar a Davi que estava fazendo aquilo pra ele ir sozinho da nossa mesa até o mar”, escreveram na legenda.