Depois da leitura dos
trabalhos aqui resenhados entendemos que há cada vez uma maior
evidência de que existem aspectos que influem diretamente no
desenvolvimento da inteligência, tal como a conhecemos, nas pessoas
com transtornos do espectro autista. Que a discapacidade intelectual
associada ao autismo talvez tenha sido superestimada ou não
entendida adequadamente e que podemos estar diante de um novo
paradigma na compreensão do autismo. Ou seja, que nos casos mais
severos e ademais não existe uma intervenção precoce e intensiva,
a qualidade intelectual se verá muito mais afetada. Portanto, talvez
dentro de 10 ou 15 anos, estejamos vendo estudos paralelos que mudem
estes números de forma radical, já que cada vez existem mais
pessoas com TEA que recebem atenção de forma intensa e precoce e
também estamos vendo que na prática diária os casos mais graves
reduzem de forma significativa os aspectos relativos a comunicação
e condutas inadequadas, graças aos novos modelos de intervenção. E
novamente vemos como a atenção em família é de grande
importância. A necessidade de que as famílias possam ter acesso a
programas de formação é básica, já que desta forma, e em
colaboração com as equipes de profissionais a evoução é muito
maior, e portanto se reduz a severidade. E novamente vemos como
aproximadamente 20% das crianças perdem seu diagnóstico, ainda que
ninguém saiba explicar o por quê, se sabemos que nos casos expostos
aqui todos receberam intervenção intensiva e precoce e suas
famílias tiveram acesso à formação. Tal como afirmava Sartre
“Somos o que fazemos com aquilo que os outros fizeram de nós” e
talvez este extenso artigo sirva para que apreciemos a importância
do desenvolvimento da linguagem no autismo e da relação das funções
executivas com o desenvolvimento da inteligência, dentro dos padrões
que comumente entendemos como normais.
Bibliografía:
- De l’education d’un homme sauvage ou des premiers developpemens physiques et moraux du jeune sauvage de l’Aveyron. Goujon. Paris, 1801.
- Patricia K. Kuhl, Brain Mechanisms in Early Language Acquisition, Neuron, Volume 67, Issue 5, 9 September 2010, Pages 713-727, ISSN 0896-6273, dx.doi.org/10.1016/j.neuron.2010.08.038.
- Jones W, Klin, A.(2013) Attention to eyes is present but in decline in 2-6-month-old infants later diagnosed with autism. Nature dx.doi.org/10.1038/nature12715
- Landa, R. J., Gross, A. L., Stuart, E. A. and Faherty, A. (2013), Developmental Trajectories in Children With and Without Autism Spectrum Disorders: The First 3 Years. Child Development, 84: 429–442. doi: 10.1111/j.1467-8624.2012.01870.x
- Gotham K., Pickles A., Lord C. (2012). Trajectories of autism severity in children using standardized ADOS scores. Pediatrics 130, e1278–e1284.10.1542/peds.2011-3668
- Pellicano, E. (2013), Testing the Predictive Power of Cognitive Atypicalities in Autistic Children: Evidence from a 3-Year Follow-Up Study. Autism Res, 6: 258–267. doi: 10.1002/aur.1286
- Bennett T.A. et al. J. Can. Acad. Child Adolesc. Theory of Mind, Language and Adaptive Functioning in ASD. A Neuroconstructivist Perspective. Psychiatry 22, 13-19 (2013)
- Alice S. Carter et al. Anxiety and Sensory Over-Responsivity in Toddlers with Autism Spectrum Disorders: Bidirectional Effects Across Time. Journal of Autism and Developmental Disorders June 2012, Volume 42, Issue 6, pp 1112-1119
- Anderson D.K. et al. Changes in Maladaptive Behaviors from Midchildhood to Young Adulthood in Autism Spectrum Disorder. American Journal on Intellectual and Developmental Disabilities, v116 n5 p381-397 Sep 2011
- Vivanti G, Barbaro J, Hudry K, Dissanayake C and Prior M (2013) Intellectual development in autism spectrum disorders: new insights from longitudinal studies. Front. Hum. Neurosci. 7:354. doi: 10.3389/fnhum.2013.00354
- Anderson, D. K., Liang, J. W. and Lord, C. (2013), Predicting young adult outcome among more and less cognitively able individuals with autism spectrum disorders. Journal of Child Psychology and Psychiatry. doi: 10.1111/jcpp.12178
Fonte:
http://autismodiario.org/2014/01/11/el-desarrollo-del-lenguaje-y-la-inteligencia-en-el-autismo/
Tradução, edição e
adaptação: Janez Robba
Nenhum comentário:
Postar um comentário