Acostumada a contar a rotina do filho, o pequeno Luiz Henrique, de um ano e 11 meses, que tem Síndrome de Down, a digital influencer Rafaela Monteiro, de 27 anos, tomou um susto quando abriu sua página no Instagram, na última sexta-feira (21). Ela relata que se deparou com um perfil que usava o nome do filho, e o chamava de Luiz Ridículo. Em uma das fotos, o perfil fake ofende o menino chamando-o de 'monstro' e 'aleijado'.
Rafaela diz que sabia que no decorrer da vida poderia sofrer algum tipo de preconceito por ter um filho com Down, mas afirma que ficou chocada com a página e com o comentário que o dono deixou para ela na publicação. Ela, então, resolveu prestar queixa na delegacia para que a polícia investigue e chegue até o culpado.
“Esse menino é ridículo, o rosto dele com esse olho, parece que tá tendo um ataque epilético, esse andado dele que mim dar (sic) nojo parece um aleijado com essas pernas tortas, o jeito de mastigar parecendo um lerdo. Nunca ser (sic) alguém na vida não vai sair do lugar vai ser sempre esse monstro”, dizia a mensagem.
Diante da ofensa gratuita, a mãe de Luiz lembra que ficou em estado de choque e disse que nunca imaginou que um comentário pudesse mexer tanto com ela e a desestruturar psicologicamente.
“Quando comecei a ler, vi que chamou meu filho de monstro, me deu uma crise muito forte, comecei a chorar. Quando meu marido chegou em casa, perguntou o que aconteceu, falei que queria ir na delegacia", diz.
Rafaela ainda tenta entender porque alguém agiria de maneira tão cruel e cobra justiça.
“Decidimos ir na delegacia fazer um BO, fomos logo no sábado [22] de manhã, mas quando chegamos lá o sistema tinha caído, então, fizemos um BO offline. Fizemos isso para que essa pessoa pense antes de agredir alguém, então, que sirva de lição para ela. Vamos ainda nesta segunda-feira na delegacia especializada neste tipo de crime para oficializar tudo, queremos justiça o mais rápido possível”, completou.
A digital influencer, que tem uma página com quase 65 mil seguidores, contou que após a repercussão que o post gerou, a pessoa excluiu a conta. Ela diz que as pessoas começaram a denunciar e, automaticamente o Instagran deve ter excluído ou a prória pessoa retirou a página do ar.
"A pessoa quis atingir diretamente meu filho, ela criou uma página com o nome do meu filho ‘luizridículo’ por maldade mesmo. Entrei na página e vi que tinham 15 pessoas e dessas tinham crianças com síndrome e tinham três pessoas aqui do Acre, então, creio eu que seja alguém daqui. O perfil seguia um restaurante famoso daqui, a filha da pediatra do meu filho, e uma lojinha virtual que eu inclusive fechei uma parceria”, acrescentou.
Rafaela relata que após a repercussão do caso, e depois de dizer que iria na delegacia, a pessoa criou um novo perfil com o nome ‘perdão8693’ onde pedia perdão e dizia que estava arrependida pelo que havia escrito no post anterior.
“No sábado [22], ela [dona da página] fez um outro perfil e foi na mesma postagem e escreveu um texto dizendo que sabia da gravidade que tinha acontecido e que tinha um problema com depressão e que no dia do post tinha brigado com o marido”, detalha.
Na mensagem deixada para Rafaela, a postagem dizia o seguinte: “Oi aqui foi a pessoa quem (sic) criou o perfil fake para poder ter (sic) falado aquelas coisas, do fundo do meu coração estou muito arrependida não queria terfalado aqueles (sic) barbaridades, eu sei o que você está sentindo amesma dor que eu sentir (sic) quando meu filho morreu após ele sair da minha barriga ele tinha as mesas coisas que seu filho...”, escreveu.
Rafaela diz que resolveu procurar a polícia porque acha que nada justifica uma agressão feita a uma criança. “Acredito que seja uma mulher e que seja daqui de Rio Branco. A Polícia Civil tem um perito nessa área que vai investigar o caso. Eu e meu marido vamos ainda hoje [segunda, 24] na delegacia especializada falar com o delegado. A página que pediu desculpa também já foi excluída, mas eu também tirei print, tenho todas”, acrescentou.
Rafaela não esconde que seu maior medo é que a pessoa seja do seu convívio e que possa tentar fazer mal para seu filho em algum momento.
A pessoa que fez isso tinha muito ódio no coração. Meu filho não fez nada para ninguém, é uma criança, eu quero justiça e respeito, ele não é doente. Por isso quero e preciso saber quem foi, não quero dinheiro, quero justiça", finalizou.
Matéria extraída do CidadeVerde.com
Fonte: G1
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