As pessoas que têm Autismo (Transtorno do Espectro Autista) são antes de tudo pessoas. Esse é o primeiro e mais importante ponto. São crianças, são adolescentes, são adultos… e, como tal, vivem e convivem com as “delícias” e “desafios” da fase que estão. E, sobretudo, eles têm “gostar”; gostam ou não de determinadas coisas, pessoas e festas, o que inclui o Carnaval. Sendo assim, a primeira palavra é RESPEITO. Respeitemos o “gostar ou não de Carnaval”.
Claro que não podemos, diante de uma condição, no caso o Autismo, ignorar que vão existir desafios típicos. O termo “espectro” reflete a ampla variação desses desafios e pontos fortes de cada pessoa com Autismo. Existe literatura demais sobre essas questões, caso você queira ler mais.
Voltando aos desafios, uma questão que sempre remete a preocupação em relação ao Carnaval é a quantidade de estímulos que envolvem essa festa e a “hipersensibilidade sensorial” que pode incomodar e até ser extremamente desafiadora. E aí vem a pergunta:
“Como conduzir?
Não levo para o Carnaval?
Levo, mas evito certas coisas?
O que fazer?”
A antecipação e o uso de algumas estratégias são importantes para que, por exemplo, a criança ou o adolescente com Autismo participe da festa da escola, que é um momento de socialização.
“Cada pai deve conhecer e respeitar as limitações de seus filhos. Validar a questão sensorial é muito importante em todos aspectos, desde a ambientes muito lotados, barulhentos… até confetes e fantasias.
Tem que criança que adora música mas não suporta tecidos leves tipo os de fantasias, tem crianças que adora o efeito visual do confete, pintar o rosto mas não suporta a velocidade das pessoas passando no meio da multidão…
Assim como existem crianças que super compreendem o contexto do carnaval e adoram brincar em bloquinhos. O mais importante são os pais terem esse conhecimento do perfil de seu filho e não ultrapassar os limites de uma vez. Tudo é muito gradativo e aos poucos. As experiências precisam ser vividas, mas precisam ser positivas para que sejam prazerosas.” (Nara Dornelas, psicopedagoga da @aprimoreterapia).
Quando chegar o dia da festa é ficar atento e “ler os comportamentos”. Ao perceber que a a situação está incômoda é hora de dar um tempo ou ir embora. RESPEITO. Deve-se tentar, sim, incentivar a vivência e tudo de bom que ela pode proporcionar, mas sempre com RESPEITO, é com essa palavra que começamos e terminamos esse post.
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