quarta-feira, 12 de junho de 2019

Modelos de aprendizado e sua relação com necessidades educacionais especiais

Por Leandro Rodrigues para o Instituto Itard

modelos de aprendizagem

As pessoas aprendem de maneiras diferentes. Algumas aprendem melhor vendo, outras ouvindo, algumas até pelo toque. Saber em quais modelos de aprendizado nos encaixamos melhor ajuda a aprender e lembrar coisas novas. Saber qual o melhor modelo de aprendizado do seu aluno com deficiência é fundamental.

Existem três modelos básicos de aprendizado:

  • Auditivo (ouvindo a informação)
  • Visual (vendo a informação)
  • Cinestésico ou Tático-Motor (tocando, participando)
  • Quando pais ou professores aprendem qual o modelo de aprendizado ideal de seus filhos e alunos eles podem ajudá-lo a aprender mais efetivamente. Importante também é saber o quanto você mesmo se encaixa em cada modelo.

Os pais normalmente ensinam da forma que gostam de aprender, que pode ser diferente da forma ideal para a criança. Isso pode der frustrante tanto para os pais quanto para criança. Por exemplo, imagine que você aprende muito bem ouvindo e tenta explicar futebol verbalmente para seu filho que é mais visual e realmente precisa ver as jogadas para entender!

Apesar de termos modelos de aprender que são ideais para nós, ainda podemos aprender de outras maneiras. As pessoas têm variações nos níveis de preferência de cada modelo – alguns são altamente auditivos, outros altamente visuais, alguns altamente táteis, enquanto outros aparentam uma preferência moderada por todos os três tipos de aprendizado.

Agora imagine que uma criança com deficiência visual, por exemplo, terá suas opções de aprendizagem limitadas por causa da deficiência. Essa criança deverá ser encorajada a explorar seus outros sentidos ao máximo: audição e tato. Você ficaria surpreso ao ver uma pessoa cega ouvir um audio-book na velocidade rápida e entender tudo o que for dito.

Apesar de termos modelos de aprender que são ideais para nós, ainda podemos aprender de outras maneiras. As pessoas têm variações nos níveis de preferência de cada modelo – alguns são altamente auditivos, outros altamente visuais, alguns altamente táteis, enquanto outros aparentam uma preferência moderada por todos os três tipos de aprendizado.

Em qualquer idade, seu filho ou aluno irá aprender com mais facilidade usando seu modelo de aprendizagem ideal, mas isso não significa que ele não pode e não vai aprender de outras formas. Na verdade, ele deve ser encorajado a usar e melhorar todas as formas de aprendizagem.

Quanto mais sentidos nós usamos para aprender alguma coisa mais informação absorvemos! Uma boa diretriz é permitir que seu filho ou aluno use seu modelo de aprendizagem ideal para aprender informações essenciais (ex.: segurança no trânsito), e que pratique os outros modelos com coisas que não são tão importantes (ex.: as palavras das músicas que você canta no carro).

Aprendizado baseado nos interesses

Quem aprende ouvindo vai gostar de ouvir as músicas gravadas; quem aprende vendo vai gostar de ler as palavras enquanto as escuta sendo cantadas; quem aprende de forma cinestésica vai gostar de dançar ou atuar de acordo com a música.

Interessante prestar atenção ao que seu filho ou aluno tem mais interesse. Teve um caso de uma mãe de criança autista não verbal encontrar a solução para estabelecer a comunicação com seu filho através de orcas (sim, o animal). Assista ao filme baseado em fatos reais “O Farol das Orcas” (tem na Netflix).

Eu, Leandro, em minhas pesquisas para ensino de crianças com deficiência, descobri que duas coisas são fundamentais: a Análise e a Empatia. É justamente disso que estamos falando aqui: aprendizado baseado nos interesses. Para saber os interesses do seu aluno você precisará conhecê-lo profundamente (Análise) e estabelecer uma afetividade com ele (Empatia), só assim ele confiará em você e aceitará sua informação. Essa informação deverá estar personalizada de acordo com os interesses pessoais do aluno. Isso é extremamente importante e vou falar mais sobre isso em outros posts.

Quando a criança é pequena

Todas as crianças pequenas aprendem de forma cinestésica (tátil-motor). Bebês colocam tudo na boca e usam o tato para explorar seu mundo. Preferências pelos modelos visuais e auditivas podem surgir depois. As escolas tradicionalmente usam métodos visuais e auditivos para ensinar, principalmente em séries mais altas. As crianças que aprendem fácil através desses métodos normalmente tem sucesso na escola, enquanto as crianças que aprendem de forma tátil-motora costumam ter dificuldade na escola. Nossa grande maioria – não apenas crianças – aprende melhor quando está ativamente envolvido em nosso próprio aprendizado.

Obviamente, todas as experiências futuras de aprendizado são afetadas pelas primeiras experiências, que temos na primeira infância. Se forem positivas e satisfatórias a fundação é formada para uma vida de entusiasmo em relação a aprendizagem. Ter atenção aos modelos de aprendizado quando as crianças ainda são pequenas vão ajudar a fazer com que aprender seja positivo e agradável. Por exemplo, uma pessoa que aprende melhor vendo e precisa se lembrar de uma informação passada em uma palestra (modelo auditivo) sabe que vai precisar fazer anotações, esquemas ou ler um livro sobre o assunto para reforçar o conteúdo da palestra.

DICA: Observe sua criança brincar. Ela já demonstra uma inclinação par algum modelo de aprendizado? Lembre-se de que crianças pequenas ainda estão se desenvolvendo e em sua maioria são muito táteis – elas querem e precisam estar ativamente envolvidas para conseguir entender as coisas. Tente fazer com que sua criança tenha várias oportunidades de usar todos os tipos de aprendizagem para que possa desenvolver seu potencial máximo.

Qual seu modelo de aprendizado ideal?

Observe as listas a seguir, elas contêm alguns comportamentos comuns encontrados em pessoas que se encaixam em cada modelo de aprendizado. Qual você acha que é sua forma ideal de aprender?

Modelo Auditivo:
  • Gostam de discussões verbais
  • Precisam falar em voz alta para memorizar algo
  • Precisam que as coisas sejam verbalmente explicadas
  • Tem dificuldade com instruções escritas
  • Falam sozinhos quando estão aprendendo algo novo
  • Repetem um número de telefone para memorizá-lo

Modelo Visual:
  • Lembram de detalhes visuais
  • Preferem ver o que estão aprendendo
  • Gostam de ter papel e lápis perto
  • “Rabiscam” enquanto estão ouvindo
  • Tem dificuldade de acompanhar palestras
  • Gostam de escrever instruções ou números de telefone

Modelo Cinestésico:
  • Preferem realizar atividades
  • Gostam de realmente fazer o que está sendo falado ou aprendido
  • Gostam de se mover enquanto estão ouvindo ou falando
  • Costumam gesticular
  • Gostam de tocar as coisas quando aprendem sobre elas
  • Lembram “quem fez o que” ao invés de “quem disse o que”

Tradução: Sarah Bezerra
Adaptação: Leandro Rodrigues
Fonte: Understanding Learning Styles – Canadian Child Care Federation

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