sexta-feira, 29 de julho de 2022

Sucatas viram brinquedos que estimulam crianças com deficiência

Ao separar e destinar nossos resíduos com responsabilidade, nossa empresa não só contribui com a preservação do meio ambiente, mas pode ajudar a fazer a diferença na área social. Por meio de uma parceria com a Universidade de Vila Velha, estudantes de Engenharia Mecânica e Psicologia transformaram sucatas, provenientes das nossas operações, em brinquedos que contribuem com o processo de reabilitação de crianças com deficiência.

Este é um dos brinquedos criados pelos estudantes da UVV

Com as sucatas da Vale foram desenvolvidos 11 brinquedos pedagógicos doados para a APAE de Vila Velha e que serão utilizados em atividades que estimulam as habilidades sensório-motoras, de raciocínio e atenção. De acordo com a diretora pedagógica da APAE, Cláudia Moura de Santa Anna, os novos brinquedos contribuirão com o processo de ensino e aprendizagem dos usuários da instituição. “A utilização desses brinquedos contribui para o aprimoramento da coordenação motora de pessoas com deficiência e já trazem grandes resultados”, pontua.

Para Raphael Silva, um dos estudantes envolvidos no desenvolvimento dos brinquedos, o projeto é uma oportunidade de conciliar os conhecimentos adquiridos em sala de aula para uma ação que gera benefícios para a sociedade. “A nossa maior satisfação é o prazer de ajudar quem está em real necessidade e entender que a Engenharia é uma área muito extensa e extremamente útil e necessária para a sociedade”, comenta entusiasmado.
 

"Fazer a diferença pode ser simples. Só é preciso estar atento e conciliar demandas. E foi isso que fizemos por meio dessa parceria. Por meio de uma ação simples, fortalecemos um projeto de uma universidade que gera conhecimento e traz benefícios para a comunidade.” 

Mônica Avancin, analista de Relações com Comunidades da Vale

De acordo com Mônica, esta parceria é importante para demonstrar a proximidade e a disponibilidade da nossa empresa no atendimento às demandas das comunidades que estão próximas às nossas operações.
 
Fonte: Vale.com

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Integração sensorial para crianças com deficiência intelectual

Abordagem existe há 40 anos. Apae de São Paulo tem espaço para crianças com autismo, Síndrome de Down, desordens neuromotoras ou transtornos sensoriais ainda sem diagnóstico aprenderem a compreender informações do dia a dia. Meta é fornecer estímulos ao desenvolvimento neuropsicomotor para possibilitar a organização de sensações. Sessões semanais duram 30 minutos.

Luiz Alexandre Souza Ventura para o brasil.estadao.com.br

Todas as habilidades e sensações da criança são desenvolvidas por meio de brincadeiras. Imagem: Divulgação
Projeto pode ser replicado, mas é necessário profissional com formação específica. Imagem: Divulgação

Integração sensorial é a organização das sensações para uso no dia a dia. Quando nosso cérebro envia informações organizadas e adequadas, somos capazes de realizar tarefas de forma eficaz, mas quando essas informações chegam desorganizadas, temos dificuldade em ordenar nossas sensações. Tal dificuldade é conhecida como transtorno de processamento sensorial.

Para crianças que convivem com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Síndrome de Down, desordens neuromotoras ou que apresentam transtornos sensoriais ainda sem diagnóstico confirmado, a falta de entendimento sobre as próprias sensações pode comprometer o desempenho em atividades diárias, na escola e no convívio social, prejudicando a evolução dessa pessoa.

Um tratamento aplicado pela Apae de São Paulo desde 2016, em sua Sala de Atendimento de Integração Sensorial, tem mostrado resultados positivos. “A abordagem de integração sensorial existe há 40 anos. Como todas as habilidades e sensações da criança são desenvolvidas por meio de brincadeiras, o principal objetivo da sala é promover atividades adequadas às possibilidades e necessidades infantis”, explica Renata Nogueira Capeto Tupicanskas, terapeuta ocupacional na instituição.

Projeto pode ser replicado, mas é necessário profissional com formação específica. Imagem: Divulgação
Tratamento feito na sala pode ser complementado em casa, com atividades planejadas e programadas para a família ou escola. Imagem: Divulgação

O projeto foi idealizado por uma equipe técnica composta por terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. Instituições interessadas podem replicar em suas instalações, mas é necessário um profissional com formação em abordagem de integração sensorial, porque o ambiente terapêutico é composto por equipamentos específicos.

“Tudo é proposto para estimular os sistemas tátil, visual, auditivo, de reflexos, além dos sistemas vestibular (responsável por manter a orientação na ausência de visão) e proprioceptivo (responsável por auxiliar o corpo ou a cabeça quando eles estão inclinados para um dos lados). Para fazer isso, a sala oferece um ambiente lúdico, amplo e com dispositivos para equipamentos específicos”, diz a especialista.

“Primeiramente, é feita uma entrevista com a família e aplicado um questionário de perfil sensorial e observação clínica. Em seguida, é traçado o perfil das respostas sensoriais e verificado se há a presença de transtorno do processamento sensorial. Após isso, caso diagnosticada a necessidade de intervenção, começa o atendimento semanal. Tudo é acompanhado por uma terapeuta ocupacional”, ressalta.

Tratamento feito na sala pode ser complementado em casa, com atividades planejadas e programadas para a família ou escola. Imagem: Divulgação

Tratamento feito na sala pode ser complementado em casa, com atividades planejadas e programadas para a família ou escola. Imagem: Divulgação


Segundo Renata, o atendimento tem base no conceito de Jean Ayres para que a criança obtenha ‘input’ sensorial, ou seja, capacidade para selecionar, adquirir, classificar e integrar as informações ao longo do dia. “Com a intervenção, espera-se fornecer os estímulos necessários para o desenvolvimento neuropsicomotor direcionado, funcional e satisfatório para que a pessoa module, organize e regule seu comportamento”.

A abordagem é complementar a outras intervenções e o tratamento feito na sala pode ser replicado em casa, na chamada ‘dieta sensorial’, com atividades planejadas e programadas para a família ou escola.

“Uma criança com transtorno de processamento sensorial, mesmo com o tratamento adequado, precisa fazer um acompanhamento periódico para evitar que os sistemas sensoriais se desorganizem. Sendo assim, o terapeuta ocupacional organiza uma combinação de atividades lúdicas com estímulos que podem acalmar ou acionar o sinal de alerta, e que estão de acordo as necessidades específicas de cada criança. As atividades têm efeito direto no sistema nervoso, mas funcionam apenas por um período de tempo limitado. Por isso, devem ser repetidas diariamente”, explica a terapeuta da Apae de São Paulo.

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Dicas de festas juninas para crianças com autismo

Junho e julho significa fogueira, bandeirinhas, dançar quadrilha, pé de moleque, pipoca, bombinhas, fogos de artifícios e roupas de caipira.

A maioria dos pais de crianças com autismo adorariam ver seus filhos participando da quadrilha da escola e da Festa Jun(l)ina. No entanto, sabemos que para essas crianças muitos obstáculos podem aparecer e impedir que este momento seja feliz e livre de problemas.

Devemos considerar que as crianças com autismo e outros transtornos podem apresentar sensibilidade a certos estímulos, como texturas, cores, cheiros, ruídos altos, os quais tornam difícil tanto vestir a roupa de caipira, quanto participar da Festa Junina.

Veja algumas dicas para tornar esta festa uma experiência gostosa e sem dificuldades para as crianças com autismo e seus pais:

○ Colocar a roupa de caipira dias antes da festa. Certifique-se de que seu filho se sinta bem com a textura da roupa. Caso a criança fique incomodada com a fantasia, improvise usando camisa xadrez e calça ou saia jeans. Treine antes, também, colocar a maquiagem e o chapéu. Deixe seu filho usar a roupa de caipira em casa para se acostumar bem antes do dia especial. Caso o seu filho não tolere permanecer com o chapéu na cabeça ou prender o cabelo, não insista!

○ Praticar em casa a dança ou quadrilha. Coloque a música e treine com seu filho os passos da dança. Caso a criança tenha acompanhante terapêutico (A.T.), combine com a equipe da escola como será no dia. Ajustes podem ser feitos para melhor adequar a situação para a criança. Por exemplo, a criança ficará com a A.T. desde o início da festa para evitar recusa na hora da dança, ou é melhor ficar com os pais até a hora da dança?

○ Mostrar imagens sobre a festa junina e o que irá acontecer no dia pode ser muito útil. Peça para a equipe da escola tirar fotos da criança ensaiando a dança. Monte uma história com as imagens descrevendo o que irá acontecer no dia da Festa Junina. Lembre-se de explicar na história que a criança irá para escola no dia da festa não para estudar, mas para dançar, brincar nas barraquinhas e comer várias coisas gostosas. Por isso, ela não irá usar uniforme. Mudanças na rotina podem ser complicadas. As crianças podem não entender porque estão indo para a escola no final de semana e sem uniforme. O aglomerado de gente pode ser difícil para a criança e comportamentos inadequados podem ocorrer em decorrência da mudança da rotina.

○ Assistir vídeos de fogos de artifícios. O barulho alto pode ser um estímulo aversivo para algumas crianças. Se este for o caso, inicie com o vídeo em volume baixo e, aumente gradualmente o volume à medida que a criança for aceitando o ruído dos fogos. Treine também, as bombinhas (estalinhos). Explique para a criança que a bombinha é apenas um barulho alto, mas que não machuca.

○ Não há problema em ficar em casa. Se você achar que o seu filho não vai aproveitar a Festa Junina, você pode fazer a sua própria festa. Decore a sala com bandeirinhas, faça pipoca e dance ao ritmo da música caipira.

A Festa Junina deve ser um momento divertido para toda a família! Por isso, sempre que necessário, considere as alternativas para o seu conforto e do seu filho.

Fonte: StimulusABA

quarta-feira, 20 de julho de 2022

TEA e deficiência auditiva: diagnóstico diferencial e comorbidade

 espacoreligare.com.br

Sabe-se que o número de diagnósticos do Transtorno do Espectro Autista tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, sendo que em 2020, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) apontou que a prevalência é de 1 em 54 pessoas.

Por ser um diagnóstico multidisciplinar e comportamental, por diversas vezes, pode ser confundido com outras condições. Dessa forma, é de suma importância considerar e investigar qualquer contexto além do comportamental, como aspectos neurofisiobiológicas.

Uma das questões que devem ser investigadas ao longo do processo de diagnóstico de TEA é a audição, que por vezes, é considerada diagnóstico diferencial com o espectro, quando existente alguma alteração auditiva.

Ambos diagnósticos podem ser caracterizados pelo atraso do desenvolvimento de fala e linguagem, questões sociais e até mesmo agitação motora e por isso, eventualmente são confundidos. O que vai diferir no diagnóstico são os exames auditivos, sendo eles: EOA – emissão otoacustica; PEATE – potencial auditivo de tronco encefálico; audiometria e a imitanciometria. Porém, vale ressaltar que apesar de serem situações diferentes – TEA e deficiência auditiva -, ambas podem coexistir em uma única pessoa, sendo essa, uma comorbidade.

Quando nos deparamos somente com a deficiência auditiva, todos os facilitadores são necessários para a aquisição de um desenvolvimento de forma global, como pistas táteis e visuais. Mas e quando além da deficiência auditiva, existe a comorbidade do TEA? O trabalho fica ainda mais desafiador, visto que no espectro o contato visual é restrito e comumente, há resistência ao toque.

Dessa forma, a reabilitação inicial indicada, também é auditiva, sendo essa, com aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), implantes cocleares ou até mesmo próteses osteoancoradas, para que de alguma forma, exista um acesso à criança. Principalmente, tendo em vista que o diagnóstico mais precoce é o da deficiência auditiva, podendo ser identificado até na maternidade, por meio do Teste da Orelhinha (triagem auditiva neonatal).

A partir desse passo inicial, seguem-se com todas as demais intervenções, sendo elas auditivas e de desenvolvimento global, como fonoterapia, fisioterapia, musicoterapia e etc.

Ainda assim, vale ressaltar que quanto mais precoce for o diagnóstico da deficiência auditiva e do TEA, ou de ambos, mais precocemente são iniciadas as intervenções e por isso, maiores as chances de a plasticidade cerebral contribuir de forma positiva no desenvolvimento global dessas crianças incluindo fala, linguagem, cognição e questões afetivo-emocionais.

Carolina Campos Salvato
CRFª220427

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Motorista cria videogame para crianças com deficiência a partir do Raspberry Pi

tudocelular.com

Um motorista escolar está dando boas doses de diversão para os seus passageiros, crianças com necessidades especiais, durante o trajeto. Isso porque o rapaz, que se identifica pelo nome SoranosEphesus no Reddit, compartilhou para o mundo o videogame que criou baseado em Raspberry Pi.

A partir da vontade de ajudar as crianças e dar uma boa dose de diversão no trajeto, ele trabalhou a partir do minicomputador, no caso, um Raspberry Pi Zero 2 W, e acoplou uma série de itens, como cabo HDMI, fonte de alimentação e cartão microSD. Além disso, junto uma tela LCD de 13,3 polegadas e um suporte, que na soma final custou cerca de R$ 550.


(Imagem: SoranosEphesus/Reddit)

Outros ajustes estruturais foram necessários para fazer a máquina rodar dentro do carro, como a instalação de um inversor de energia, enquanto um gamepad foi peça fundamental para os jogos conseguirem funcionar a partir de um sistema operacional retrogaming — dentre eles, há o Retropie, Batocera, Recalbox, entre outros.

Segundo o homem, Crash Team Racing, o clássico do PS1, é o favorito da garotada. Soranos diz que nunca teve que avisar as crianças quando terminar, pois elas já sabem. E para que não fiquem decepcionadas, ele também já ensinou os pequenos a usarem os “save states” do emulador para que possam retornar a um estado anterior sem perder o progresso.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Educador infantil pode agilizar o diagnóstico e diminuir as desigualdades de alunos com deficiência

Para professora da USP, além de políticas de acesso à tecnologias de apoio, educação dessas crianças depende de “caminho mais curto e ágil entre a creche e o serviço de saúde”

Por Vinicius Botelho / jornal.usp.br

Preparar o ambiente escolar para atendimento de crianças e adolescentes com deficiência é uma das maiores preocupações dos profissionais da educação atualmente. Segundo a professora Cristina Pedroso, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, a atuação de professores da educação infantil pode agilizar o diagnóstico e diminuir as desigualdades vividas hoje pelos alunos com deficiência no ambiente escolar.

Na avaliação da professora Cristina, a velocidade no acesso a tecnologias de apoio (cadeiras de rodas, aparelhos auditivos ou ferramentas de auxílio na comunicação) depende de um rápido diagnóstico da deficiência, e o professor que atua nas creches pode encurtar o caminho ao serviço de saúde. “As famílias normalmente fazem uma verdadeira peregrinação até o atendimento correto, até encontrarem um profissional que possa orientá-las da melhor maneira, perdendo muito tempo, o que tem impacto direto no desenvolvimento das crianças e no aproveitamento escolar”, destaca a professora. E, para superar as desigualdades sofridas por essas crianças nos espaços escolares, afirma Cristina, é preciso agilizar o diagnóstico de doenças e o acesso aos recursos de apoio.

Para combater o problema, além da implementação de políticas públicas de qualidade, que garantam informação e acesso para as famílias e para os que necessitam de tecnologias de apoio, a professora acredita que a formação ideal de profissionais da educação que atuam na base, já na creche, seja indispensável. Cristina informa que o acesso aos recursos e tratamentos no menor tempo possível, logo nos primeiros contatos escolares da criança com deficiência, pode fazer a diferença na diminuição das desigualdades.

Esses educadores, segundo a professora, precisam de mais treinamentos, já que “os cursos de formação de professores não tratam das questões com aprofundamento necessário e, historicamente, essas questões foram tratadas por profissionais da saúde e instituições especializadas”. Com a chegada dessas crianças e jovens com deficiência ao ambiente escolar, “o caminho entre escola e os serviços de saúde precisa ser mais curto e mais ágil”, diz.

Cristina indica a implementação de cursos de aprofundamento dessa temática nas licenciaturas de Pedagogia, para que os futuros professores possam colaborar nos encaminhamentos desses estudantes aos serviços adequados e no acesso às tecnologias de apoio. Assim, avalia a professora, a especialização em educação especial, a racionalização de recursos (com investimentos bem fundamentados) e rigorosas avaliações devem contribuir diretamente para que estudantes com deficiência recebam o aprendizado adequado e, consequentemente, não sofram com o déficit educacional ao longo da vida.

Acesso à tecnologia é “questão de classe social”

Relatório inédito divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo estão excluídas do acesso a tecnologias de apoio, como cadeiras de rodas, aparelhos auditivos ou ferramentas de auxílio na comunicação. No Brasil, segundo o Censo Escolar da Educação Básica, aproximadamente 1,3 milhão de crianças e jovens da educação básica possuem algum tipo de deficiência. Segundo a professora Cristina, mesmo sendo um direito básico no País, nem todos esses alunos brasileiros recebem o apoio e ferramentas necessárias para garantir a experiência escolar ideal, impedindo que esse estudante receba o mesmo aprendizado se comparado aos demais.

“O acesso a esse tipo de tecnologia no Brasil ainda é uma questão definida pela condição socioeconômica e cultural, e o País não conta com políticas públicas que garantam a informação e o amplo acesso aos recursos de tecnologias de apoio para todos”, afirma a professora. O que garante a acessibilidade para essas tecnologias “é a questão de classe social, já que a grande parte desses recursos acabam sendo adquiridos pelas famílias com recursos financeiros próprios, implicando desigualdade”, afirma. 

sexta-feira, 8 de julho de 2022

Datafolha: Maioria apoia inclusão de crianças com deficiência em escolas comuns

 Por Folhapress: Andreza de Oliveira, Felipe Nunes e Claudia Cristiane de Araújo

A empresária Patricia Falquete, 42, tem tido dificuldade para manter o filho, Leonardo, 7, que tem autismo, em escolas públicas da sua cidade, São José do Rio Preto (interior de São Paulo).

Desde maio, ela vinha sendo convocada para buscá-lo mais cedo sob a justificativa da falta de funcionários para acompanhar o filho. “Mãe de criança com deficiência não tem um dia de paz”, diz.

Apesar das dificuldades encontradas por Patricia, a inclusão de alunos com deficiência em colégios convencionais tem apoio de 80% dos brasileiros, de acordo com levantamento do Datafolha.

Em São José do Rio Preto, as escolas de ensino público dispõem de estagiários para ajudar professores com alunos que têm deficiência. Patricia diz ter sido avisada pela direção da escola que três estagiários da unidade haviam pedido demissão.

Em 15 de junho, ela se reuniu com a Secretaria de Educação da cidade para que o filho voltasse à escola, e a prefeitura disponibilizou um profissional de apoio para a criança.

Em nota, a Secretaria de Educação do município disse que o caso da mãe é isolado e que ocorreu em uma semana em que diversos profissionais da unidade foram afastados por motivos de saúde. O departamento ainda afirmou que uma apuração foi aberta para averiguar a postura adotada pela direção da escola.

Joyce de Melo Dias Galvão, 23, e Gustavo Henrique Silva do Nascimento, 24, pais de Christian, 3, tiveram que trocar o menino de colégio, após o diagnóstico precoce de transtorno do espectro autista. Ele estudava em instituição privada no Butantã, em São Paulo.

“O colégio tinha uma boa estrutura, mas não tinha um cuidado com relação à condição do Christian”, diz Gustavo.

A criança se adaptou bem à nova escola, também particular, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). “Ele fica mais tranquilo e está aprendendo a fazer coisas que não tinha desenvolvido na outra escola, como acenar com a cabeça quando entende alguma coisa.”

Segundo Luciana da Cruz Nogueira, professora de psicologia da educação e chefe do departamento de Educação Especial do campus da Unesp em Rio Preto, a inclusão só traz benefícios. “Nessas duas décadas em que foi efetivada a política de educação especial, temos pesquisas em que vemos o quão famílias, alunos deficientes e não deficientes se beneficiam.”

Vera Cappelini, presidente da comissão de inclusão e acessibilidade da Unesp, concorda. Ela cita o exemplo de alunos com síndrome de Down que, há cerca de 30 anos, iam a escolas para pessoas com deficiência. “Biologicamente, a síndrome de Down é a mesma, mas a crença que tinham sobre as crianças com a deficiência naquela época era diferente.”

Para ela, a confiança na capacidade desses alunos é decisiva para mudar o conceito de desenvolvimento humano, que não é só biológico, mas também cultural. “Melhorou, mas ainda temos muito que melhorar. E não adianta colocar esses alunos na classe comum e ignorar a deficiência.”

De acordo com Rodrigo Hübner Mendes, fundador do Instituto Rodrigo Mendes, o atual governo tem encampado retrocessos na inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares. O exemplo mais emblemático foi um decreto presidencial, de 2020, que propunha a retomada do modelo de escolas segregadas. Após protestos de entidades que defendem a educação inclusiva, o decreto foi suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

“Os últimos ministros têm demonstrado uma visão extremamente anacrônica, preconceituosa, de certa forma destruidora do que foi conquistado, o que confunde ainda mais as famílias”, diz.

Segundo ele, a restrição de convívio é extremamente prejudicial. “A criança precisa ser desafiada para que ela explore o seu potencial e seja constantemente estimulada num ambiente de diferença, que é um reflexo da sociedade.”

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Superação do audismo: 5 informações que você deve saber

 agazeta.com.br

Você sabia que no Brasil, há quase 11 milhões de pessoas com deficiência auditiva? Qualquer indivíduo pode ter perda de audição, isso não exclui mesmo você que lê minha coluna. Curioso e risível é falar de inclusão em um panorama cheio de exclusão, onde você, querida pessoa que ouve num mundo feito para você, pode passar a fazer parte dos 5% da população que está no silêncio.

Se te comove o fato que poderia ser você, eu trago 5 informações que você deve saber sobre essa minoria que deve sim ser ouvida (sim, o texto de hoje terá muitas dissonâncias).

Nem toda pessoa com deficiência auditiva é surda

Em geral, a pessoa com perda parcial é chamada pessoa com deficiência auditiva e a pessoa com perda total é chamada surda. A comunidade surda não utiliza o termo deficiência auditiva, já que entendem que não existe um déficit, e usam apenas outra forma de comunicação, substituindo a fala pelos sinais.

Língua de sinais não é mímica

As línguas de sinais são línguas utilizadas pelas comunidades surdas. As línguas de sinais apresentam as propriedades específicas das línguas naturais, com diferenças em cada país ou região. São construções com estrutura e conectivos, não são gestos espontâneos.

Surdez tem diversidade

Existem os surdos sinalizados (que dependem 100% de Libras) e os oralizados (que dependem da oralização), os surdos que usam aparelho auditivo, os que usam o implante coclear e os que não usam nada. Apenas 1,8 % das pessoas com alguma dificuldade de ouvir (perda leve a moderada) sabem falar a Língua Brasileira de Sinais. Já entre o grupo que alega não conseguir ouvir de modo algum, 35,8% sabem usar a Língua de sinais, ou seja, Libras não é sinônimo de acessibilidade.

Existem divergências que permeiam a surdez e a família

No caso do implante coclear, por exemplo, existem famílias que desejam esperar a criança crescer para que ela mesma decida se gostaria de realizar a implantação, quando a recomendação clínica seria de fazer a cirurgia quanto antes (de preferência numa fase pré-lingual). Outra polêmica é a da família decidir se a criança surda receberá educação em sinalização ou não. A busca é por autonomia, mas nesse caso, a criança pode ser educada e mais tarde decidir se quer usar ou não.

Surdos e deficientes auditivos são pessoas

Chega a ser absurdo falar disso, mas até o óbvio precisa ser dito. Pessoas com deficiência auditiva são pessoas que percebem pela sua linguagem corporal quando você fala delas, que amam como você, que frequentam os mesmos locais que você. O preconceito relativo as pessoas com deficiência auditiva se chama audismo e deve ser superado.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Pai faz caminho na areia para ajudar filho com deficiência visual ir ao mar

O menino possui um síndrome rara que fez ele começar a perder a visão

paisefilhos.uol.com.br

Davi Lucas foi diagnosticado com uma síndrome rara que o fez começar a perder a visão quando ele tinha entre 5 e 6 anos. Hoje, com 8 anos de idade, ele precisa enfrentar alguns obstáculos pela deficiência visual e, por isso, o pai do garoto traçou uma caminho na areia para que ele pudesse chegar até o mar.

José Ricardo não queria que o filho deixasse de aproveitar o momento na praia, e, por isso, teve a ideia de fazer o caminho na areia. O vídeo do momento foi gravado pela mãe de Davi, Fabiana Maria.

 
Os pais do garoto compartilharam o vídeo, que acabou viralizando pelo gesto de amor e apoio do pai da criança. “Cuidado! Esse vídeo contém cenas fortes e que com certeza vão te fazer chorar. Estávamos na praia e o papai, José Ricardo começou a fazer esse “caminho” pra Davi…Quando ele começou eu não entendi nada, até que ele começou a falar a Davi que estava fazendo aquilo pra ele ir sozinho da nossa mesa até o mar”, escreveram na legenda.