Um
estudo paralelo levado a cabo por Rebecca Landa e seus colaboradores
no Instituto Kenndy Krieger de Baltimore (Maryland, EE.UU.), revelou
que em torno de 50% das crianças se pode diagnosticar de forma
confiável com autismo aos 14 meses de idade e por outro lado, os
outros 50% não se pode diagnosticar de forma confiável até os 36
meses. Neste estudo levaram a cabo um seguimento das habilidades
sociais, da linguagem e do desenvolvimento motor de 235 crianças
desde os 6 meses até os 3 anos de idade, em vez de perguntando aos
pais, o que poderia deturpar os resultados. Segundo afirma a autora,
“independentemente do diagnóstico, o desenvolvimento de meninos e
meninas com e sem TEA parece similar aos 6 meses de idade nas provas
clínicas. Contudo, para aquelas crianças que chegaram a desenvolver
o autismo, os primeiros sinais de um desenvolvimento atípico não
foram específicos para o autismo, como a comunicação em geral ou o
atraso motor”. A partir dos 14 meses, o grupo no qual os sintomas
apareceram de forma precoce já mostrou um desenvolvimento menor da
linguagem ou de ações sociais(como sorrirem ao olharem alguém ou
serem olhados). Aos 18 meses, as crianças do grupo precoce seguiram
exibindo um baixo desenvolvimento da linguagem e de ações sociais e
expressivas. Aos 2 anos os sinais eram totalmente evidentes. Contudo,
o grupo que teve uma aparição tardia dos sinais do autismo, entre
os 30 e 36 meses, praticamente se igualou ao grupo mais precoce. É
como se o processo de desenvolvimento dos sinais do autismo se
disparasse em um curto esapaço de tempo em coparação ao grupo que
demonstrou sinais precoces.
Outro
estudo paralelo, levado a cabo por Catherine Lord e seus
colaboradores do Weill Cornell Medical College de Nova York
(EE.UU.), estudou os padrões de desenvolvimento de 345 crianças com
TEA, entre 2 e 15 anos de idade, descobriu que aproximadamente 20%
das crianças praticamente perdeu o diagnóstico, embora os 80%
restantes não. Os fatores principais que se mediram foram o
Quociente intelectual verbal(Verbal IQ – VIQ), assim como as
capacidades cognitivas e de desenvolvimento(Autism Diagnostic
Observation Schedule – ADOS). Vemos como o aspecto relacionado com
a inteligência verbal é um dos preditores da severidade futura do
autismo, quer dizer, quanto menor o desenvolvimento verbal, menor o
desenvolvimento geral. Por sua vez, voltamos a ver que há grupos de
crianças que com o passar do tempo praticamente abandonam o
diagnóstico do autismo, os famosos “Bloomers” ou crianças
florescentes.
Mas
se analisarmos um estudo baseado nos aspectos cognitivos, veremos
como Elizabeth Pellicano, professora de Psicologia e desenvolvimento
humano na Universidade de Londres, em seu trabalho de avaliação das
habilidades cognitivas, se aprofundou um pouco mais nestes aspectos.
No estudo que levou a cabo, examinou-se 37 crianças com autismo, com
um quociente intelectual médio, para avaliar se as diferenças
individuais em habilidades cognitivas específicas – icluindo a
teoria da mente, a função executiva e a coerência central –
poderiam ser responsáveis de forma exclusiva na variação dos
comportamentos sociais e de comunicação das crianças com autismo.
Entre os resultados do mesmo, há que se destacar que os
investigadores opinam com base nos resultados que uma maior força
nas funções executivas implica um maior desenvolvimento posterior
do resto das capacidades cognitivas. E que estas, por sua vez,
melhoram a qualidade de interpretação das intenções de
terceiros(Teoria da mente). Mas inclusive, as condutas repetitivas e
interesses restritos também se associam à qualidade da função
executiva, quer dizer, maior déficit, mais condutas repetitivas. Os
achados deste trabalho devem nos fazer repensar alguns dos aspectos
relacionados com a intervenção na criança com TEA, já que
diferentes mapas cognitivos variam as características específicas
do autismo.
(continua...)
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