quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Veja 12 mitos e verdades sobre pessoas com autismo

Cada vez mais pessoas recebem o diagnóstico, mas ainda há muitas dúvidas sobre o transtorno

Stefhanie Piovezan para folha.uol.com.br

O aumento de diagnósticos de TEA (transtorno do espectro autista) ampliou o interesse sobre autismo. Se em 1992 o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) americano estimava a prevalência do transtorno em 1 a cada 150 crianças, em 2018 a proporção chegou a 1 em 44. E esse número continua a subir.
 
Para especialistas, a alta está relacionada a aspectos como mudanças nos critérios de diagnóstico e a profissionais capacitados. Vincula-se ainda a famílias mais bem informadas, embora ainda existam muitas dúvidas sobre o transtorno, caracterizado por déficits persistentes na comunicação e na interação social bem como em padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
 
Para responder a 12 questões acerca de mitos e verdades sobre o autismo, a Folha conversou com Carlos Takeuchi, neurologista pediátrico do Hospital Sabará e do Instituto Pensi (Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil), Daniela Bordini, psiquiatra e coordenadora do TEAMM, centro especializado em TEA da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e Karla Maria Nunes Ribeiro, psiquiatra e professora da UFS (Universidade Federal de Sergipe).
 
Leia a matéria completa em folha.uol.com.br

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

O que acontece quando crianças cegas brincam com as que enxergam no mato

Mayara Penina
Colaboração para Ecoa, em São Paulo (SP)

Levar crianças cegas e que enxergam para brincar juntas na natureza, esta é a proposta do projeto Natureza de Criança, que fez isso acontecer recentemente no Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica no Brasil, situada em Miracatu (SP). Onze crianças com deficiência visual e onze crianças sem deficiência foram brincar juntas num lugar de natureza exuberante com mata densa e primária.

Partindo do princípio de que todo ser humano merece a oportunidade de experimentar novas sensações e movimentos em ambientes naturais, a criadora do projeto, Isabela Abreu, traz à tona o tema da inclusão e propõe a desmistificação de ideias preconcebidas sobre a deficiência visual na prática.

No Legado das Águas, há cachoeiras, trilhas, caiaque acessível, jardim sensorial e uma ótima estrutura para receber os visitantes, o que o torna um lugar ideal para realização de programas inclusivos.

"A natureza é palco tanto de repertório de atividades e possibilidades, quanto um palco energético, fazendo com que a troca seja muito fluida", diz Isabela.

Eu estava lá com meu filho, Joaquim Batista, de 9 anos. Joaquim não tem deficiência, tem pouco contato com crianças com deficiência e nenhum contato com crianças com deficiência visual.

Para fazer as atividades propostas, as crianças formaram duplas e Joaquim fez dupla com a Jullia Eduarda, de 11 anos.

Leia a matéria completa em uol.com.br/ecoa

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Começa a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla

De 21 a 28 de agosto, o período chama a atenção para a importância de políticas públicas que contribuam para a inclusão

Por Carla Leonardi para o bebe.com.br

 FG Trade/Getty Images
 
Instituído pela Federação Nacional das Apaes (Fenapaes) em 1963 sob o nome Semana Nacional da Criança Excepcional, o período foi sancionado por Lei em 2017. Com o objetivo de chamar a atenção para a condição das pessoas que vivem com alguma deficiência, a intenção é contribuir para a diminuição dos preconceitos, para a inclusão social e para a promoção de políticas públicas que deem conta das necessidades diversas de todos os cidadãos.

Como o termo “excepcional” caiu em desuso, devido à sua conotação capacitista, hoje ela é chamada de Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, e vai de 21 a 28 de agosto. Ao longo desses dias, o objetivo da Apae Brasil é compartilhar informações a respeito do assunto e chamar a atenção para uma questão que infelizmente ainda é pouco discutida na sociedade.

Apesar disso, os números ressaltam a sua importância: de acordo com dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, são ao menos 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, o que equivale a 25% da nossa população. Ainda assim, as dificuldades – de acesso, de locomoção, de adaptação de materiais, de representatividade, entre tantas outras – não parecem ocupar o lugar de preocupação e atenção que deveriam. Vale ressaltar que esses dados não representam a realidade de forma fiel. “Nós não temos uma pesquisa que abranja todas as faixas etárias. Esperamos que a pesquisa que está sendo realizada neste ano pelo IBGE traga um número fidedigno para que se possa atuar na inclusão dessas pessoas”, destaca o presidente da Apae Brasil, José Turozi


Garantir a cidadania é um dever público

 Diante desse cenário, neste ano, o tema estabelecido pela Associação é “Superar barreiras para garantir inclusão”, lembrando do artigo 4º da Lei Brasileira de Inclusão, que determina que “toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”. Para Turozi, a grande questão é a luta para que a legislação saia do papel e seja colocada em prática. Segundo ele, isso precisa acontecer, de fato, nos municípios, cabendo a vereadores e prefeitos essa a garantia.

Ainda de acordo com Turozi, a Apae Brasil defende a inclusão das pessoas com deficiência na educação regular e no mercado de trabalho, mas está presente em 2.200 municípios para recebê-las justamente onde o poder público não atua como deveria, no sentido de promover espaço e garantias de que elas possam exercer sua cidadania. Ainda assim, há muito a ser feito. “O Brasil tem 5.570 municípios, ou seja, muitos ainda não têm um atendimento adequado às pessoas com deficiência”, alerta.

Vale lembrar que a Apae Brasil é uma rede que funciona, sobretudo, por meio do voluntariado. “São mais de 80 mil voluntários trabalhando gratuitamente pelo movimento apaeano”, destaca o presidente da Associação.

Por fim, nunca é demais lembrar que o respeito se aprende desde a infância. Por isso, dar aos pequenos a oportunidade de conviver com crianças com deficiência é, também, uma forma de criar uma sociedade com mais empatia e consciência. “A cidadania somente será possível com a plena inclusão social das pessoas com deficiência”, finaliza Turozi.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Mattel lança Barbie com aparelho auditivo e Ken com vitiligo

A nova coleção que chega às lojas em junho celebra a diversidade e lembra a importância da representatividade durante a infância

Por Carla Leonardi para o bebe.com.br

Nos últimos anos, a discussão sobre a relevância da representatividade tem ganhado espaço também entre as empresas voltadas para o público infantil. Passo significativo, já que é importante que as crianças – todas elas – possam se reconhecer e também lidar com as diferenças desde a primeira infância. É essa uma das preocupações da Mattel, que acaba de lançar a nova coleção das Barbies Fashionistas, com destaque para a Barbie que usa aparelho auditivo, outra com uma perna protética e o Ken com vitiligo.

Em comunicado no lançamento da coleção, na última quarta-feira (18), Lisa McKnight, vice-presidente executiva da Mattel, comentou sobre a representatividade. “É importante que as crianças se vejam refletidas no produto e incentivem a brincadeira com bonecas que não se parecem com elas para ajudá-las a entender e celebrar a importância da inclusão”, disse Lisa, que é a chefe global da Barbie.

Essa não foi a primeira vez que a empresa pensou na questão ao criar novas bonecas. Em 2020, uma Barbie com vitiligo foi lançada e, em 2021, foi criada a coleção “Mulheres inspiradoras”, para levar às meninas a ideia de que elas podem exercer a profissão que quiserem.

Nas redes sociais, a empresa celebrou a representatividade como meio de inspirar uma sociedade mais inclusiva e diversa. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

A importância do diagnóstico precoce

Como a intervenção pode auxiliar a resultados melhores em crianças com TEA

Depositphotos

Com o avanço de estudos e pesquisas a respeito do transtorno do espectro autista (TEA), o número de diagnósticos vem crescendo a cada ano. Com informações e notícias sobre TEA amplamente divulgadas, muitos pais/responsáveis e até mesmo adultos com dúvidas sobre si, têm buscado cada vez mais cedo a ajuda de profissionais em busca de um diagnóstico para tratamento adequado. Mas será que é necessário aguardar o resultado diagnóstico para que terapias e intervenções sejam iniciadas para crianças com suspeitas de estar no espectro?

Primeiro, vamos entender um pouco sobre o número de autistas que estima-se hoje no nosso país. De acordo com um relatório do CDC (Center of Diseases Control and Prevention) de dezembro de 2021, a prevalência de autismo entre crianças de 8 anos aumentou em 22% em relação ao estudo anterior. Antes havia 1 autista para cada 54 crianças, enquanto no último, era 1 autista para cada 44 crianças. Segundo Francisco Paiva Jr, autor do livro “Autismo – Não espere, aja logo!”, cofundador e editor-chefe da Revista Autismo, se estes dados fossem referentes ao Brasil, o país teria cerca de 4,84 milhões de autistas. Entretanto, apesar de alguns estudos em determinados estados, não tem-se ainda um número de prevalência no Brasil. 

O que esses números têm relacionados a diagnósticos precoces?

Acontece que com o aumento da procura por profissionais, o número de diagnósticos consequentemente aumenta também. E qual a razão de quanto antes o diagnóstico, melhor? Uma criança que passa por intervenção o mais breve possível, em quaisquer áreas que tenha dificuldade, apresentará melhores resultados, e assim sendo, mais avanços. Por isso, é tão importante o diagnóstico precoce; para que desde cedo, a criança já inicie com terapias e intervenções necessárias para seu caso.

Segundo a psicóloga Chaloê Comim, especialista em TEA, não há necessidade de esperar uma confirmação diagnóstica, para iniciar as terapias e intervenções. “O diagnóstico é uma classificação formal, então, ele é importante e necessário para facilitar a comunicação entre profissionais da saúde e, no caso do autismo, garantir acesso aos direitos previstos em lei (como por exemplo, Lei Berenice Piana e Direitos previstos para Pessoas com Deficiência). Mas, é importante saber que existem marcos do desenvolvimento infantil. Para atestar que o desenvolvimento de uma criança está dentro do esperado para sua idade, ela deve estar de acordo com estes marcos. É possível notar sinais que alertam para o TEA nos primeiros meses de vida.”

Ainda de acordo com ela, um profissional especializado, será capaz de avaliar e diagnosticar se está tudo de acordo ou se há algum atraso no desenvolvimento. A avaliação no autismo, deve ser feita por equipe multidisciplinar, mas pode levar um tempo considerável, pois a idade média para um diagnóstico de autismo varia entre 3 a 5 anos .

“O tempo no Autismo vale ouro. O ideal é que o diagnóstico seja feito nos primeiros anos de vida, pois a Neurociência aponta que dos 0 aos 3 anos de idade, o cérebro da criança tem maior flexibilidade para substituir e formar novos circuitos sinápticos, corrigir atrasos e falhas no desenvolvimento, através de estimulação. Então, seria esta a fase ideal para intervenções.”

Para realização das intervenções, os profissionais que acompanham a criança definirão em quais áreas ela precisa de auxílio e a partir daí começar com as terapias, trabalhos e desenvolvimentos para a área em atraso, que precisa de atenção. Chaloê assegura ainda que a qualquer sinal de atraso no desenvolvimento infantil, os pais devem procurar ajuda profissional: “Se há prejuízo na comunicação (verbal/ não verbal/ social) ou se há comportamentos restritos e/ou estereotipados, não espere! Se nota que algo está errado, não espere! Procure ajuda de especialistas e informações fidedignas sobre o assunto. Há intervenções comportamentais que estimulam o desenvolvimento, que é possível aprender e fazer em casa usando brinquedos e criatividade.”

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Crianças e adolescentes com deficiência vão a sessão de cinema pela primeira vez durante 'festival acessível' em Natal

Evento acontece até esta quarta-feira (10) no Campus Central do IFRN. A entrada é gratuita.

Por Sérgio Henrique Santos, Inter TV Cabugi / G1


Festival de Cinema Acessível Kids acontece até esta quarta-feira (10) em Natal.
Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Natal recebeu uma sessão de cinema bem concorrida, nesta terça-feira (9). Muitos foram ao cinema pela primeira vez. A diferença para uma sala comum é que não havia bilheteria, a programação era gratuita. A plateia era formada por crianças e adolescentes cegos, ou com baixa visão, síndrome de down e autismo, entre outras deficiências.

Várias instituições foram convidadas, como os 27 alunos do projeto Incluir e Crescer, do IFRN.

"É uma forma de inclusão social. Esse projeto proporciona o cinema para as pessoas que normalmente não tem oportunidade", diz Aline Matias, instrutora do projeto Incluir e Crescer.

A sessão do filme Malévola, com Angelina Jolie, foi exibida como parte da programação do Festival de Cinema Acessível Kids, que acontece no auditório do Campus Central do IFRN entre os dias 8 e 10 de agosto.

Os filmes são dublados, têm audiodescrição das cenas para quem não enxerga, linguagem brasileira de sinais para quem não houve e legendas descritivas para quem não sabe Libras. Detalhes que fizeram diferença para estudante Brunno Henrique Ferreira Costa, que é cego.

"Tem sempre o problema, nos cinemas comuns, de não ter a audiodescrição. A gente sente falta. Está lá os atores falando, aquela emoção, mas a gente não sabe o que está na imagem, fica aquela dúvida", diz Brunno.

Aprovado pela Unesco e com ajuda do Criança Esperança, o cinema acessível já foi assistido por 17 mil pessoas em 35 cidades brasileiras. Surgiu em Porto Alegre (RS) e, neste segundo semestre está passando por capitais como Natal, Brasília e Campo Grande.

"Serve para que pessoas, crianças, jovens, adultos, com deficiência e sem deficiência, estejam na mesma sala, com a oportunidade equiparada de entendimento e emoção que o cinema traz para todo mundo", afirma Sid Schames, criador do festival.

O projeto surgiu por iniciativa do filho de Sid. David, que atualmente tem 15 anos, não pôde assistir uma sessão de cinema com o pai quando tinha 8 anos.

"Eu queria ir numa sessão e meu pai disse que eu não poderia porque tinha um filme impróprio. Eu fiquei muito bravo e fiquei pensando por muito tempo nisso. Depois tive a ideia de criar o festival, porque percebi que não só eu estava sendo excluído dessa grande oportunidade, como todas as crianças", contou.

O Festival de Cinema Acessível Kids inclui todos os públicos. As pessoas que não têm deficiência puderam exercitar a empatia. Os ouvintes receberam uma máscara para poder acompanhar a sessão com audiodescrição.

Para crianças que veem com as mãos, ouvem com os olhos e falam por gestos, a moção do cinema toca o coração. A estudante Sabrina Oliveira Ferreira, que nasceu com baixa visão, traduz o que sente na sessão de cinema.

"Eu consigo ver um pouco, tenho 10% de visão. Eu acho esse programa incrível porque dá para qualquer pessoa assistir ao filme, desfrutar bem o filme", disse.

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

TDAH na infância: em mais da metade dos casos, transtorno segue na vida adulta

Não é incomum que o TDAH prejudique o pleno funcionamento da vida acadêmica e profissional, contudo, muitas vezes esses obstáculos são minimizados pelos chamados neurotípicos

Caio Neri para agazeta.com.br


Nesta primeira semana de agosto ocorre no Brasil a Semana Nacional de Conscientização sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Foi o que instituiu a lei nº 14.420/2022 para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e tratamento do transtorno. Um pouco antes disso, entrou em vigor a lei nº 14.254/2021, que dispõe sobre o acompanhamento integral para educandos com TDAH ou outro transtorno de aprendizagem.

Segundo estatísticas, embora o TDAH costume ser diagnosticado em crianças e adolescentes, em mais da metade dos casos, o transtorno segue na vida adulta, gerando obstáculos devido aos sintomas principalmente ligados à instabilidade de atenção e concentração, bem como à hiperatividade e à capacidade de lidar com a impulsividade. Não é incomum que o TDAH prejudique o pleno funcionamento da vida acadêmica e profissional, contudo, muitas vezes esses obstáculos são minimizados pelos chamados neurotípicos.

Mesmo com a lei nº 13.146/2015, que instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, e a despeito do que dispõe o decreto nº 3.298/1999, ao se buscar a aplicação dos direitos previstos em lei às pessoas com deficiência, a questão é mais pacífica quando se trata de deficiência auditiva, visual ou física. Porém, as pessoas com deficiência de ordem mental têm seus direitos preteridos ao arrepio da lei, conquanto preencham os critérios legais. E é aí que muitas vezes, senão quase sempre, os direitos das pessoas com TDAH são renegados.

Leia a matéria completa em agazeta.com.br

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Maju Araújo, a modelo com Síndrome Down que está revolucionando as passarelas

Primeira modelo com Down a desfilar em Milão, a modelo brasileira supera barreiras para conquistar seu sonho

iG

Ensaios fotográficos, desfiles na passarela, viagens internacionais, palestras e comerciais: essas são apenas algumas das tarefas semanais da modelo Maju de Araújo, de apenas 19 anos. Como Síndrome de Down, a carioca desafia os padrões nas passarelas e na mídia diariamente.

Maju se destacou, em 2019, como a primeira influenciadora com síndrome de Down a desfilar na Milão Fashion Week. Além da participação na semana italiana, a jovem também integrou o escopo de modelos da São Paulo Fashion Week e da Brasil Eco Fashion Week.

Apesar da carreira da carioca só ter iniciado em sua adolescência, a moda sempre esteve presente em sua infância. “Desde os 4 anos de idade, ela ficava posando, sabe? Fazendo altas poses e pedindo para a gente apresentar ela na passarela’’, conta a mãe da influencer, Adriana de Araújo.

Por mais que a jovem manifestasse o desejo de se tornar modelo desde cedo, os custos para investir na carreira eram altos para a família, e o capacitismo nas escolas de moda agravou a situação. “Tive que falar não muitas vezes, já que algumas escolas negavam pelo simples fato dela ser uma pessoa com deficiência’’, declara.

Para a mãe, o momento de transformação foi quando Maju, com apenas 16 anos, entrou em coma por conta de uma meningite bacteriana. Depois de lutar contra a doença no hospital, a jovem só tinha um pedido quando acordou: queria se tornar uma modelo.

Foi nesse momento que Adriana percebeu que precisava atender os pedidos da filha. “Depois do coma, eu aprendi que o céu era o limite. Não me importei mais com o que as outras pessoas achariam, eu comecei a quebrar isso dentro de mim. Assim, consegui ver o caminho que a Maju iria percorrer e brilhar como profissional’’, lembra.

Assim que saiu do hospital, a carioca começou a participar de seletivas e iniciou os estudos na área. “Em 2018, ela começou a estudar e ganhou mais oportunidades. Nessa época, começamos a ajudá-la a entrar nesse mercado, que é bem difícil’’, afirma Adriana.

Maju se formou, em 2019, na School Models, maior escola de modelos de Niterói (RJ). No local, as alunas são ensinadas a posar para fotos, se comportarem diante das câmeras e desenvolvem técnicas para desfiles nacionais e internacionais.

Crescimento

A pandemia pode ter afastado as modelos das passarelas, mas foi com o isolamento que Maju ganhou notoriedade. ‘’Maju teve destaque porque foi quando a gente começou a trabalhar nas redes sociais sobre essa temática do preconceito, do capacitismo e da falta de oportunidades, né?’’.

O sucesso foi imediato. Em apenas um ano, a jovem conquistou mais de 300 mil seguidores nas redes e, com o sucesso, assinou um contrato com a agência de imagem Mynd.

Com o agenciamento, a carreira da modelo disparou, e, em junho de 2021, Maju conquistou o cargo de embaixadora da multinacional de cosméticos L’Oreal Paris. ‘’Ela conquistou tudo isso sendo ela mesma’’, comenta a mãe.


Modelo supera barreiras para conquistar seus sonhos Foto: Reprodução

No mesmo ano, a modelo também foi honrada com um grande convite: o de participar da Forbes Under 30, lista que reconhece os brasileiros mais revolucionários com menos de trinta anos de idade. ‘’Foi uma grande surpresa’’, diz Adriana. ‘’A história da Maju carrega uma representatividade importante na lista’’

‘’Essa posição na Forbes mostra que estamos no caminho certo. Também mostra que nosso trabalho é importante sim, diante de uma sociedade que precisa ser educada’’, finaliza.