Cada vez mais pessoas recebem o diagnóstico, mas ainda há muitas dúvidas sobre o transtorno
Stefhanie Piovezan para folha.uol.com.br
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Mayara Penina
Colaboração para Ecoa, em São Paulo (SP)
Levar crianças cegas e que enxergam para brincar juntas na natureza, esta é a proposta do projeto Natureza de Criança, que fez isso acontecer recentemente no Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica no Brasil, situada em Miracatu (SP). Onze crianças com deficiência visual e onze crianças sem deficiência foram brincar juntas num lugar de natureza exuberante com mata densa e primária.
Partindo do princípio de que todo ser humano merece a oportunidade de experimentar novas sensações e movimentos em ambientes naturais, a criadora do projeto, Isabela Abreu, traz à tona o tema da inclusão e propõe a desmistificação de ideias preconcebidas sobre a deficiência visual na prática.
No Legado das Águas, há cachoeiras, trilhas, caiaque acessível, jardim sensorial e uma ótima estrutura para receber os visitantes, o que o torna um lugar ideal para realização de programas inclusivos.
"A natureza é palco tanto de repertório de atividades e possibilidades, quanto um palco energético, fazendo com que a troca seja muito fluida", diz Isabela.
Eu estava lá com meu filho, Joaquim Batista, de 9 anos. Joaquim não tem deficiência, tem pouco contato com crianças com deficiência e nenhum contato com crianças com deficiência visual.
Para fazer as atividades propostas, as crianças formaram duplas e Joaquim fez dupla com a Jullia Eduarda, de 11 anos.
Leia a matéria completa em uol.com.br/ecoa
Por Carla Leonardi para o bebe.com.br
Diante desse cenário, neste ano, o tema estabelecido pela Associação é “Superar barreiras para garantir inclusão”, lembrando do artigo 4º da Lei Brasileira de Inclusão, que determina que “toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”. Para Turozi, a grande questão é a luta para que a legislação saia do papel e seja colocada em prática. Segundo ele, isso precisa acontecer, de fato, nos municípios, cabendo a vereadores e prefeitos essa a garantia.
Ainda de acordo com Turozi, a Apae Brasil defende a inclusão das pessoas com deficiência na educação regular e no mercado de trabalho, mas está presente em 2.200 municípios para recebê-las justamente onde o poder público não atua como deveria, no sentido de promover espaço e garantias de que elas possam exercer sua cidadania. Ainda assim, há muito a ser feito. “O Brasil tem 5.570 municípios, ou seja, muitos ainda não têm um atendimento adequado às pessoas com deficiência”, alerta.
Vale lembrar que a Apae Brasil é uma rede que funciona, sobretudo, por meio do voluntariado. “São mais de 80 mil voluntários trabalhando gratuitamente pelo movimento apaeano”, destaca o presidente da Associação.
Por fim, nunca é demais lembrar que o respeito se aprende desde a infância. Por isso, dar aos pequenos a oportunidade de conviver com crianças com deficiência é, também, uma forma de criar uma sociedade com mais empatia e consciência. “A cidadania somente será possível com a plena inclusão social das pessoas com deficiência”, finaliza Turozi.
With the all–new wave of #Barbie Fashion Dolls, we are proud to introduce the first Barbie with behind-the-ear hearing aids, giving kids the chance to imagine even more amazing possibilities with dolls that reflect themselves & the world around them.💗
— Barbie (@Barbie) May 12, 2022
Coming to stores June 2022. pic.twitter.com/X4vjNZbNvQ
“Com a nova onda de #Barbie Fashion Dolls, estamos orgulhosos de apresentar a primeira Barbie com aparelho auditivo atrás da orelha, dando às crianças a chance de imaginar possibilidades ainda mais incríveis com bonecas que refletem elas mesmas e o mundo ao seu redor. 💗Chegando às lojas em junho de 2022.”
Em comunicado no lançamento da coleção, na última quarta-feira (18), Lisa McKnight, vice-presidente executiva da Mattel, comentou sobre a representatividade. “É importante que as crianças se vejam refletidas no produto e incentivem a brincadeira com bonecas que não se parecem com elas para ajudá-las a entender e celebrar a importância da inclusão”, disse Lisa, que é a chefe global da Barbie.
Essa não foi a primeira vez que a empresa pensou na questão ao criar novas bonecas. Em 2020, uma Barbie com vitiligo foi lançada e, em 2021, foi criada a coleção “Mulheres inspiradoras”, para levar às meninas a ideia de que elas podem exercer a profissão que quiserem.
Nas redes sociais, a empresa celebrou a representatividade como meio de inspirar uma sociedade mais inclusiva e diversa.
Ready to make waves? 🌊🕶️ Dip into new #Barbie Fashion Dolls – our most diverse and inclusive doll line, offering a variety of skin tones, eye colors, hair colors and textures, body types, disabilities, and fashions, to inspire even more stories! https://t.co/k2mKw8VhG8 pic.twitter.com/voglMMZgvE
— Barbie (@Barbie) May 11, 2022
“Mergulhe na nova #Barbie Fashion Dolls – nossa linha de bonecas mais diversa e inclusiva, trazendo uma variedade de tons de pele, cor de olhos, cores e texturas de cabelo, tipos físicos, deficiências e moda para inspirar ainda mais histórias!”
Com o avanço de estudos e pesquisas a respeito do transtorno do espectro autista (TEA), o número de diagnósticos vem crescendo a cada ano. Com informações e notícias sobre TEA amplamente divulgadas, muitos pais/responsáveis e até mesmo adultos com dúvidas sobre si, têm buscado cada vez mais cedo a ajuda de profissionais em busca de um diagnóstico para tratamento adequado. Mas será que é necessário aguardar o resultado diagnóstico para que terapias e intervenções sejam iniciadas para crianças com suspeitas de estar no espectro?
Primeiro, vamos entender um pouco sobre o número de autistas que estima-se hoje no nosso país. De acordo com um relatório do CDC (Center of Diseases Control and Prevention) de dezembro de 2021, a prevalência de autismo entre crianças de 8 anos aumentou em 22% em relação ao estudo anterior. Antes havia 1 autista para cada 54 crianças, enquanto no último, era 1 autista para cada 44 crianças. Segundo Francisco Paiva Jr, autor do livro “Autismo – Não espere, aja logo!”, cofundador e editor-chefe da Revista Autismo, se estes dados fossem referentes ao Brasil, o país teria cerca de 4,84 milhões de autistas. Entretanto, apesar de alguns estudos em determinados estados, não tem-se ainda um número de prevalência no Brasil.
Acontece que com o aumento da procura por profissionais, o número de diagnósticos consequentemente aumenta também. E qual a razão de quanto antes o diagnóstico, melhor? Uma criança que passa por intervenção o mais breve possível, em quaisquer áreas que tenha dificuldade, apresentará melhores resultados, e assim sendo, mais avanços. Por isso, é tão importante o diagnóstico precoce; para que desde cedo, a criança já inicie com terapias e intervenções necessárias para seu caso.
Segundo a psicóloga Chaloê Comim, especialista em TEA, não há necessidade de esperar uma confirmação diagnóstica, para iniciar as terapias e intervenções. “O diagnóstico é uma classificação formal, então, ele é importante e necessário para facilitar a comunicação entre profissionais da saúde e, no caso do autismo, garantir acesso aos direitos previstos em lei (como por exemplo, Lei Berenice Piana e Direitos previstos para Pessoas com Deficiência). Mas, é importante saber que existem marcos do desenvolvimento infantil. Para atestar que o desenvolvimento de uma criança está dentro do esperado para sua idade, ela deve estar de acordo com estes marcos. É possível notar sinais que alertam para o TEA nos primeiros meses de vida.”
Ainda de acordo com ela, um profissional especializado, será capaz de avaliar e diagnosticar se está tudo de acordo ou se há algum atraso no desenvolvimento. A avaliação no autismo, deve ser feita por equipe multidisciplinar, mas pode levar um tempo considerável, pois a idade média para um diagnóstico de autismo varia entre 3 a 5 anos .
“O tempo no Autismo vale ouro. O ideal é que o diagnóstico seja feito nos primeiros anos de vida, pois a Neurociência aponta que dos 0 aos 3 anos de idade, o cérebro da criança tem maior flexibilidade para substituir e formar novos circuitos sinápticos, corrigir atrasos e falhas no desenvolvimento, através de estimulação. Então, seria esta a fase ideal para intervenções.”
Para realização das intervenções, os profissionais que acompanham a criança definirão em quais áreas ela precisa de auxílio e a partir daí começar com as terapias, trabalhos e desenvolvimentos para a área em atraso, que precisa de atenção. Chaloê assegura ainda que a qualquer sinal de atraso no desenvolvimento infantil, os pais devem procurar ajuda profissional: “Se há prejuízo na comunicação (verbal/ não verbal/ social) ou se há comportamentos restritos e/ou estereotipados, não espere! Se nota que algo está errado, não espere! Procure ajuda de especialistas e informações fidedignas sobre o assunto. Há intervenções comportamentais que estimulam o desenvolvimento, que é possível aprender e fazer em casa usando brinquedos e criatividade.”
Caio Neri para agazeta.com.br
iG
Ensaios fotográficos, desfiles na passarela, viagens internacionais, palestras e comerciais: essas são apenas algumas das tarefas semanais da modelo Maju de Araújo, de apenas 19 anos. Como Síndrome de Down, a carioca desafia os padrões nas passarelas e na mídia diariamente.
Maju se destacou, em 2019, como a primeira influenciadora com síndrome de Down a desfilar na Milão Fashion Week. Além da participação na semana italiana, a jovem também integrou o escopo de modelos da São Paulo Fashion Week e da Brasil Eco Fashion Week.
Apesar da carreira da carioca só ter iniciado em sua adolescência, a moda sempre esteve presente em sua infância. “Desde os 4 anos de idade, ela ficava posando, sabe? Fazendo altas poses e pedindo para a gente apresentar ela na passarela’’, conta a mãe da influencer, Adriana de Araújo.
Por mais que a jovem manifestasse o desejo de se tornar modelo desde cedo, os custos para investir na carreira eram altos para a família, e o capacitismo nas escolas de moda agravou a situação. “Tive que falar não muitas vezes, já que algumas escolas negavam pelo simples fato dela ser uma pessoa com deficiência’’, declara.
Para a mãe, o momento de transformação foi quando Maju, com apenas 16 anos, entrou em coma por conta de uma meningite bacteriana. Depois de lutar contra a doença no hospital, a jovem só tinha um pedido quando acordou: queria se tornar uma modelo.
Foi nesse momento que Adriana percebeu que precisava atender os pedidos da filha. “Depois do coma, eu aprendi que o céu era o limite. Não me importei mais com o que as outras pessoas achariam, eu comecei a quebrar isso dentro de mim. Assim, consegui ver o caminho que a Maju iria percorrer e brilhar como profissional’’, lembra.
Assim que saiu do hospital, a carioca começou a participar de seletivas e iniciou os estudos na área. “Em 2018, ela começou a estudar e ganhou mais oportunidades. Nessa época, começamos a ajudá-la a entrar nesse mercado, que é bem difícil’’, afirma Adriana.
Maju se formou, em 2019, na School Models, maior escola de modelos de Niterói (RJ). No local, as alunas são ensinadas a posar para fotos, se comportarem diante das câmeras e desenvolvem técnicas para desfiles nacionais e internacionais.
A pandemia pode ter afastado as modelos das passarelas, mas foi com o isolamento que Maju ganhou notoriedade. ‘’Maju teve destaque porque foi quando a gente começou a trabalhar nas redes sociais sobre essa temática do preconceito, do capacitismo e da falta de oportunidades, né?’’.
O sucesso foi imediato. Em apenas um ano, a jovem conquistou mais de 300 mil seguidores nas redes e, com o sucesso, assinou um contrato com a agência de imagem Mynd.
Com o agenciamento, a carreira da modelo disparou, e, em junho de 2021, Maju conquistou o cargo de embaixadora da multinacional de cosméticos L’Oreal Paris. ‘’Ela conquistou tudo isso sendo ela mesma’’, comenta a mãe.
No mesmo ano, a modelo também foi honrada com um grande convite: o de participar da Forbes Under 30, lista que reconhece os brasileiros mais revolucionários com menos de trinta anos de idade. ‘’Foi uma grande surpresa’’, diz Adriana. ‘’A história da Maju carrega uma representatividade importante na lista’’
‘’Essa posição na Forbes mostra que estamos no caminho certo. Também mostra que nosso trabalho é importante sim, diante de uma sociedade que precisa ser educada’’, finaliza.