Adotar sempre foi considerado um ato de amor. Mas adotar uma criança com deficiência é muito mais do que isso, é um ato de coragem e de muito afeto. Muitos pais estão dispostos a adotar, mas quando preenchem a documentação, mais de 70% afirmam não querer adotar uma criança com deficiência.
Na prática, esse lindo ato de amor não é fácil. Exige também uma preparação do casal, principalmente financeira para conseguir arcar com gastos de cirurgias e consultas regulares que ocorrem nestes casos. Mas dados da Corregedoria Nacional de Justiça mostraram que em 2015, houve 143 adoções de crianças e adolescentes com alguma limitação ou enfermidade – um aumento de 49% em relação a 2013. Os números são bons, mais ainda não são o suficiente, já que as crianças com deficiência acabam ficando de lado na hora da adoção.
A vida com uma criança deficiente
Os pais crescem, amadurecem junto com a criança
Quando uma mãe engravida o que mais deseja é que seu filho nasça com saúde. É o desejo de todas as mães. E quando ocorre da criança nascer com uma deficiência, tudo é desafio e, claro, adaptação.
Quando uma mãe ou pai vai adotar uma criança e escolhe aquela com deficiência, essa ação precisa ser comemorada. É uma atitude de amor, gratidão. Uma série de questões implicam nesta escolha, que não é fácil, nada fácil.
Todos os pais sonham em ver seus filhos com saúde, brincando, e quando eles têm deficiência, o processo pode ocorrer, mas é mais delicado. Os pais precisam aprender a lidar com as limitações dos filhos. É preciso paciência, tolerância. Nem sempre o que se planeja sai. Fazer uma atividade com uma criança com deficiência é se planejar, estudar os lugares, formas de se locomover.
Adotar uma criança com deficiência é não comparar, mas comemorar pequenas vitórias diárias. É aprender a amar mais do que a si mesmo e dar chance ao difícil, ao frágil.
Acima de tudo, é autoconhecimento, é mostrar para si mesmo que se têm todas as possibilidades de educar, de mostrar os caminhos, mesmo que estes tantas vezes sejam dolorosos e difíceis.
Texto escrito por Angélica Fabiane Weise da Equipe Eu Sem Fronteiras.
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